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DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL DA PERSONALIDADE SEGUNDO SIGMUND FREUD E A EDUCAÇÃO

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I - DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL DA PERSONALIDADE SEGUNDO SIGMUND FREUD E A EDUCAÇÃO
Vamos em frente, nos aprofundando cada vez mais em Psicologia e suas relações com a Educação... Para isso, preciso que você tenha estudado a aula anterior, ok? Você estudou? Caso sim, vamos lá!
 
Personalidade, o que é?
Quando falamos de personalidade, geralmente pensamos em duas coisas: conjuntos de habilidades para se relacionar com as pessoas (daí dizermos que alguém tem problemas de personalidade) ou uma característica marcante do comportamento de alguém que o identifica. Em ambos os casos, estamos avaliando, julgando a pessoa, mas essa não é a prática da Psicologia.
Pela Psicologia, são muitas as teorias da personalidade que buscam defini-la e compreender sua formação. Hall (1998) nos explica que cada teoria explica o que é personalidade conforme a base sobre a qual foi construída.
Um conceito de Personalidade que trabalharemos aqui e que implicitamente está mais ligado ao paradigma da Psicanálise é: “Personalidade é uma organização interna e dinâmica dos sistemas psicofísicos que criam os padrões de comportar-se, de pensar e de sentir característicos de uma pessoa” (CARVER; SCHEIER apud HALL, 2000, p. 26). Por organização interna entendemos a organização de processos mentais (pensamentos, sentimentos etc.) e de comportamentos; por organização dinâmica entendemos que, conforme ocorrem mudanças no organismo e no ambiente, ocorre reorganização dos processos mentais e dos comportamentos.
Ou seja, não somos exatamente as mesmas pessoas em lugares diferentes e com pessoas diferentes, não é mesmo? Nosso modo de pensar, sentir e se comportar muda em função da etapa de vida em que estamos, do local em que estamos (trabalho, casa, rua etc.) e das pessoas com quem estamos (família, companheiro[a], amigos etc.). Isso é dinamismo da personalidade. Por outro lado, sempre que estamos no mesmo local, com as mesmas pessoas e na mesma etapa de nossa vida, tendemos a nos comportar de um modo padronizado (parecido e repetitivo), já organizado e adaptado àquelas pessoas e àqueles lugares.
Destacaremos a partir de agora o paradigma da psicanálise pela teoria psicodinâmica de Sigmund Freud, uma das mais conhecidas e difundidas no meio educacional, mas deixando claro que não é a única, ok?
Bem, de forma simplista, talvez possamos dizer que para o médico neurologista tcheco Sigmund Freud (1856-1939), antes de sermos humanos, somos animais, temos um corpo que sofre de necessidades fisiológicas e busca satisfazer essas necessidades para aliviar a tensão, obtendo aquilo que nos falta. Assim, a necessidade biológica gera o comportamento de busca por aquilo de que se precisa, ou seja, põe o sujeito em ação, o movimenta (motivação), fazendo ele direcionar sua energia ao objeto que deseja, para obter alívio e descansar, voltando ao repouso. É o que ocorre quando estamos com fome, por exemplo.
Para Freud, nossos instintos também geram desejos. Desejos são representações psíquicas das necessidades do corpo que nos movem para buscar aquilo (representação mental de objetos quaisquer) que pode nos satisfazer e aliviar a tensão psíquica, que é similar à tensão do corpo que necessita de algo. Nossa mente também fica pedindo aquilo que quer sem parar, até ser satisfeita, não é verdade? Mas não pode se satisfazer o tempo todo com tudo o que aparece...
Essa movimentação da energia que busca prazer é que Freud chama de sexualidade. Ou seja, para Freud o ato sexual em si é só mais uma das formas de se descarregar tensões corporais e psíquicas. Por isso o que ele estuda é o desenvolvimento psicossexual, ou seja, desenvolvimento da dinâmica psíquica de mobilização da energia para satisfazer, adiar ou impedir satisfação de desejos, genitais ou não. É um erro dizer que “Freud só pensava em sexo” no uso simplista do termo, percebe?
Essa dinâmica cria nossa personalidade, a qual se dividirá em três partes, formando uma estrutura. É como se fôssemos “três pessoas ao mesmo tempo”. A primeira parte se chama Id e é nele que estão os impulsos, de onde surgem os desejos, é ele que busca satisfação. Mas os desejos do Id são impulsos irracionais, não diferenciam representação mental de objeto real. Para isso, o Id fornece energia para o Ego.
Ego: essa parte de nossa personalidade nos dá o senso de realidade, controla o Id e lhe fornece algo real que ele avalia como podendo satisfazer o Id. De qualquer forma, a sociedade funciona por normas e essas normas não permitem que o homem tenha tudo que deseja, porque seria prejudicial a outros homens. O Superego é uma estrutura da personalidade gerada pela influência da cultura social e de suas regras, formado para reprimir os impulsos do Id e nos fornecer um modelo ideal de comportamento. Ele também é controlado pelo Ego para não esmagar o Id e impedir gosto por viver (obter prazer).
É uma batalha dentro de nós a cada dia e uma guerra infinita! O Ego luta para equilibrar Id (impulsos) e Superego (controle moral) e gasta muita energia! Interessante não?
Bem, segundo Freud, no início da vida as necessidades orais são imperativas para a sobrevivência e logo o bebê busca satisfação de seus desejos orais (Fase Oral). Uma prova de que o Id não diferencia objetos representados mentalmente de objetos reais é que para o bebê não importa o que traz à boca, pois qualquer coisa poderia satisfazer seu impulso oral. Mas o Ego, realista, logo dará a ele controle sobre impulsos e procurará pelos objetos reais que o satisfazem (alimento, por exemplo). Se a cultura (os pais, por exemplo) forem muito repressores e impedirem a busca pelo que ele deseja, oSuperego poderá ser mais forte do que o Ego, rompendo com suas defesas e fazendo das experiências orais situações desagradáveis. Por outro lado, se os pais permitirem tudo, deixarem que tudo seja comido ou levado à boca, o Ego poderia ser dominado pelo Id impulsivo.
Isso poderia ter reflexos na personalidade da pessoa para o resto da vida, entendeu? No primeiro caso, poderia vir a ser alguém que “não engole” qualquer coisa, intolerante com as pessoas, que agride verbalmente (como se cuspisse). No segundo, alguém oralmente compulsivo por comida, cigarro, bebida etc, talvez dependente demais das pessoas, que vive esperando ser cuidado por elas. Mas claro que isso é muito mais complexo e esses comportamentos dependerão de todo o resto da história de vida do sujeito também...

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