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Serviços Públicos: Conceito e Princípios

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Aula 03
Direito Administrativo p/ INSS - Analista do Seguro Social - Serviço Social - 2016
Professor: Daniel Mesquita
Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 119 
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
AULA 03: Serviços públicos. 
 
 
SUMÁRIO 
1) INTRODUÇÃO À AULA 03 2 
2) SERVIÇOS PÚBLICOS 2 
2.1. INTRODUÇÃO E CONCEITO 2 
2.2. COMPETÊNCIA 8 
2.3. CLASSIFICAÇÃO 13 
2.4. REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE 21 
2.5. REQUISITOS DO SERVIÇO PÚBLICO (PRINCÍPIOS) 24 
2.6. FORMAS E MEIOS DE PRESTAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO 36 
2.7. CONCESSÃO E PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO 37 
2.7.1. DEFINIÇÕES E ASPECTOS GERAIS 37 
2.7.2. ENCARGOS E PODERES DO PODER CONCEDENTE 44 
2.7.3. ENCARGOS DA CONCESSIONÁRIA 48 
2.7.4. RESPONSABILIDADE 52 
2.7.5. FORMALIDADES PARA A CELEBRAÇÃO DE UM CONTRATO DE CONCESSÃO 56 
2.7.6. LICITAÇÃO PRÉVIA À CELEBRAÇÃO DOS CONTRATOS 58 
2.7.7. CONTRATO DE CONCESSÃO OU PERMISSÃO 66 
2.7.8. POLÍTICA TARIFÁRIA 70 
2.7.9. DISTINÇÃO ENTRE CONCESSÃO E PERMISSÃO 72 
2.7.10. DIREITOS E OBRIGAÇÕES DO USUÁRIO 75 
2.7.11. EXTINÇÃO DA CONCESSÃO OU PERMISSÃO 77 
3) PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS 82 
3.1 INTRODUÇÃO, CONCEITO E MODALIDADES 82 
3.2 FORMALIDADES PARA CONSTITUIÇÃO DE PPP 87 
4) AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO 97 
5) RESUMO 101 
6) QUESTÕES 108 
7) REFERÊNCIAS 118 
 
Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista. 
Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 
 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 119 
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 
1) Introdução à aula 03 
 
Que bom que você veio para nossa aula 03 de direito 
administrativo, do curso preparatório para INSS para o cargo de 
Analista de Seguro Social. 
Nesta aula, abordaremos um assunto muito importante: ³3 
Serviços Públicos: conceito e princípios.´� 
Separei as melhores questões de concurso para que você não se 
surpreenda na hora da prova. 
Num concurso como este, a matéria é muito extensa. Não há como 
você ler a matéria hoje e apreender tudo até no dia da prova. Por isso, 
programe-se para ler os resumos na semana que antecede a prova. 
Lembre-se: o planejamento é fundamental. 
Chega de papo, vamos à luta! 
 
 
2) Serviços Públicos 
 
2.1. Introdução e conceito 
 Para iniciar o estudo sobre serviços públicos, importante destacar 
que a Constituição Federal de 1988, em seu art. 175, atribui 
expressamente ao Poder Público a titularidade para a prestação de 
serviços públicos. 
 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob 
regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação 
de serviços públicos. 
Parágrafo único. A lei disporá sobre: 
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços 
públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como 
as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou 
permissão; 
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Teoria e exercícios comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 03 
 
 
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II - os direitos dos usuários; 
III - política tarifária; 
IV - a obrigação de manter serviço adequado 
 
Note que a prestação do serviço público pode ser executada de 
maneira DIRETA (pela própria Administração Pública Direta ou Indireta) 
ou INDIRETA (por particulares, mediante delegação, por meio de 
concessão ou permissão). No caso da execução indireta, é obrigatória 
licitação prévia. 
ATENÇÃO!!! A titularidade na prestação de um 
serviço público é intransferível, ou seja, nunca sai das mãos da 
Administração Pública. O que pode ser transferido aos 
particulares é a execução do serviço público, mas nunca a 
titularidade. 
 
 
 
 
1) (CESPE/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) A titularidade dos 
serviços públicos é conferida expressamente ao poder público. 
Nos termos do art. 175 da CF/1988, resta claro a titularidade dos 
serviços públicos conferida ao poder público, daí a correção da 
alternativa. 
Gabarito: CERTO. 
 
2) (CESPE/PRF/Agente Administrativo/2012) As concessões e 
permissões de serviços públicos deverão ser precedidas de licitação, 
existindo exceções a essa regra. 
Cuidado! O Art. 175 da CF é expresso quanto ao dever de licitar, 
portanto não se admite exceções! 
Questões de 
concurso 
 
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Gabarito: ERRADO. 
 
3) (CESPE/ANAC/Analista/2009) Na concessão de serviço 
público, o poder concedente transfere ao concessionário apenas a 
execução do serviço, continuando titular do mesmo, razão pela qual 
pode rescindir o contrato unilateralmente por motivo de interesse 
público. 
Fácil o item, não é? Tá na cara que a questão está correta. 
Gabarito: CERTO 
 
A Lei nº 8.987/95 é o diploma normativo específico que regula a 
forma pela qual o Estado transfere a prestação de serviço público para o 
setor privado, mediante delegação (concessão e permissão). 
É possível a delegação de serviços públicos mediante autorização? 
Sim, em hipóteses excepcionais (ex: telecomunicações). 
Sem prejuízo do disposto anteriormente, que descreve a regra 
geral dos serviços públicos no Brasil, há atividades que devem ser 
prestadas como serviços públicos pelo Estado, sem intuito de lucro, mas 
também podem ser exercidas complementarmente pelo setor privado 
por direito próprio, como serviços privados, sem adotar o regime de 
delegação. 
Essa situação peculiar é própria de atividades pertinentes aos 
direitos fundamentais sociais (exs: educação e saúde). Nesse caso, a 
titularidade dos serviços públicos não é exclusiva do poder público. 
Já podemos abordar, nesse momento, o conceito de serviço 
público. 
Apesar de não haver essa definição na Constituição ou nas leis, 
convém registrar, pUHOLPLQDUPHQWH�� TXH� D� H[SUHVVmR� ³VHUYLoR� S~EOLFR´�
pode ser empregada em um sentido subjetivo, referindo-se ao conjunto 
de órgãos e entidades que desenvolvem atividades administrativas, ou 
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em um sentido objetivo, quando trata de determinada coleção de 
atividades. Para o nosso estudo, interessa apenas o sentido objetivo. 
 Para o sentido objetivo, prevalece o conceito formal que considera 
serviço público qualquer atividade de oferecimento de utilidade material 
à coletividade, desde que, POR OPÇÃO DO ORDENAMENTO JURÍDICO, 
essa atividade deva ser desenvolvida sob regime de Direito Público. 
ATENÇÃO!!! Segundo entendimento doutrináriodominante, o 
Brasil filia-se à corrente formalista. 
 
 
 
4) (CESPE/PC-PB/Delegado/2008) O dispositivo constitucional 
que preceitua caber ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou 
sob o regime de concessão ou permissão, sempre mediante licitação, a 
prestação de serviços públicos, demonstra que o Brasil adotou uma 
concepção subjetiva de serviço público. 
Como vimos acima, essa questão está errada, pois entende-se 
que o Brasil adotou a corrente formalista de serviço público. Leve para 
a prova o conceito de Di Pietro de serviço público: 
 
 
 
 
 
 
 
Sem prejuízo do disposto anteriormente, que descreve a regra 
geral dos serviços públicos no Brasil, há atividades que devem ser 
prestadas como serviços públicos pelo Estado, sem intuito de lucro, mas 
também podem ser exercidas complementarmente pelo setor privado 
Questão de 
concurso 
 
Maria Sylvia Di 3LHWUR�GHILQH�VHUYLoR�S~EOLFR��UHVWULWLYDPHQWH��FRPR�³WRGD� 
atividade material que a lei atribui ao Estado para que exerça 
diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer 
concretamente às necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou 
SDUFLDOPHQWH�S~EOLFR�´��'LUHLWR�$GPLQLVWUDWLYR������� 
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por direito próprio, como serviços privados, sem adotar o regime de 
delegação. 
Essa situação peculiar é própria de atividades pertinentes aos 
direitos fundamentais sociais (exs: educação e saúde). Nesse caso, a 
titularidade dos serviços públicos não é exclusiva do poder público. 
A Lei nº 8.987/95 é o diploma normativo específico que regula a 
forma pela qual o Estado transfere a prestação de serviço público para o 
setor privado, mediante delegação (concessão e permissão). 
É possível a delegação de serviços públicos mediante 
autorização? Sim, em hipóteses excepcionais (ex: telecomunicações). 
Já podemos abordar, nesse momento, o conceito de serviço 
público. 
Apesar de não haver essa definição na Constituição ou nas leis, 
convém registrar, pUHOLPLQDUPHQWH�� TXH� D� H[SUHVVmR� ³VHUYLoR� S~EOLFR´�
pode ser empregada em um sentido subjetivo, referindo-se ao conjunto 
de órgãos e entidades que desenvolvem atividades administrativas, ou 
em um sentido objetivo, quando trata de determinada coleção de 
atividades. Para o nosso estudo, interessa apenas o sentido objetivo. 
 Para o sentido objetivo, prevalece o conceito formal que considera 
serviço público qualquer atividade de oferecimento de utilidade material 
à coletividade, desde que, POR OPÇÃO DO ORDENAMENTO JURÍDICO, 
essa atividade deva ser desenvolvida sob regime de Direito Público. 
 Segundo entendimento doutrinário 
dominante, o Brasil filia-se à corrente formalista. 
Conforme destaca Fernanda Marinela, como a noção de serviço 
público não permanece estática, mudando de acordo com as 
necessidades sociais em dado momento histórico e em certo espaço 
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físico, o Estado, por meio da Constituição ou lei, escolhe quais as 
atividades que são consideradas de interesse geral e rotula como 
serviços públicos, dando-lhes um tratamento diferenciado. 
Assim, Marinela considera como serviço público toda atividade de 
oferecimento de utilidade e comodidade material, destinada à satisfação 
da coletividade, mas que pode ser utilizada singularmente pelos 
administrados, e que o Estado assume como pertinente a seus deveres 
e presta-a por si mesmo, ou por quem lhe faça as vezes, sob um 
regime de direito público, total ou parcialmente. 
Para entender melhor onde se localiza o serviço público na 
atividade estatal, veja o esquema abaixo: 
 
 
 Como é possível perceber, os serviços públicos 
não podem ser confundidos com a exploração da atividade econômica. 
Esta última é a intervenção do Estado no domínio econômico, ou seja, é 
a interferência do Poder Público em segmento da atividade econômica 
exercida pelos particulares, no exercício da livre iniciativa, para 
fomentar ou assegurar o cumprimento da disciplina legal do setor (ex: 
exercício de atividade econômica pelo Banco do Brasil ou pela Petrobras 
não é prestação de serviço público). 
ESTADO 
Atividade 
LEGISLATIVA 
Atividade 
ADMINISTRATIVA 
Atividade 
JUDICIÁRIA 
SERVIÇOS PÚBLICOS (ativ. prestacionais) 
Fomento (estímulo no setor econômico) 
Polícia (restrição de direitos) 
Intervenção (restrição de propriedade) 
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Igualmente, os serviços públicos diferem das limitações 
administrativas, exercidas por meio do poder de polícia, restringindo, 
limitando atividades e interesses dos particulares ligados à propriedade 
e à liberdade, para a realização do bem-estar social. São distintos 
também das atividades que caracterizam sacrifícios de direito, 
realizadas por intermédio das formas de intervenção na propriedade, 
como as desapropriações, as requisições e as servidões administrativas. 
Por fim, importante diferenciar serviço público de obra pública. 
Serviço consiste em uma ação estatal que produz uma utilidade ou 
comodidade desfrutável individualmente, representando algo dinâmico, 
em movimento constante. Já a obra consiste em uma reparação, 
construção, edificação ou ampliação de um bem, sendo que, uma vez 
realizada, independe de ação constante, por se tratar de produto 
estático, cristalizado por uma ação humana. 
 
2.2. Competência 
 
Os três entes federativos são competentes para a prestação de 
serviços públicos, sendo essas competências discriminadas pela 
Constituição. Para a repartição de competências, adotou-se o 
 
 
 
As competências da União, matérias de interesse 
predominantemente geral, são exclusivas (indelegabilidade a outros 
entes federados) e taxativas. 
O art. 21 da Constituição prevê a competência da União para 
prestar diversos serviços públicos. Dentre os incisos desse artigo, 
destacam-se os seguintes: 
 
Art. 21. Compete à União: 
Princípio da predominância do interesse. 
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X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; 
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, 
os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a 
organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos 
institucionais; 
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologiae cartografia de âmbito nacional; 
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e 
exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e 
reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e 
seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: 
 
Contudo, o inciso mais importante do art. 21 é o XII. Leia, com 
MUITA ATENÇÃO, esse dispositivo: 
 
Art. 21. Compete à União: 
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou 
permissão: 
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; 
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético 
dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os 
potenciais hidroenergéticos; 
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; 
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e 
fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território; 
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de 
passageiros; 
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; 
 
Tenha sempre em mente que é a União quem tem 
a competência para prestar os seguintes serviços: 
x Postal; 
x Correio aéreo nacional; 
x Telecomunicações; 
x Radiodifusão sonora e de sons e imagens; 
x Instalações de energia elétrica; 
x Navegação aérea; 
x Transporte ferroviário e aquaviário entre portos; 
x Portos; 
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x Transporte rodoviário interestadual e internacional. 
 CUIDADO: transporte rodoviário entre 
municípios de um mesmo Estado não é de competência da União. 
Com relação aos serviços postais, o STF declarou que o monopólio 
dos Correios para prestar esses serviços foi recepcionado pela 
Constituição (ADPF 46). 
No tocante aos estados e ao DF, somente se encontra discriminada 
a competência para exploração dos serviços locais de gás canalizado. 
De resto, a eles pertence a competência remanescente ou residual, ou 
seja, a realização de todos os serviços não atribuídos à União nem de 
interesse local dos municípios (matérias de interesse regional). 
 O STF já teve oportunidade de decidir que é da 
competência dos Estados a exploração e a regulamentação do serviço 
de transporte rodoviário intermunicipal de passageiros. 
 Os municípios possuem as competências relacionadas a seus 
interesses locais, conforme preceitua o art. 30, CF. Exemplos: serviços 
de coleta de lixo, de transporte coletivo urbano, de promoção da 
proteção do patrimônio histórico-cultural, etc. O STF já decidiu que os 
serviços funerários constituem serviços municipais. 
Além disso, existem as competências comuns, arroladas no art. 23, 
CF, em que deve haver atuação paralela de todos os entes federativos. 
Exemplos: saúde, educação, assistência social, combate à pobreza e a 
calamidades, proteção do meio ambiente, etc. 
 
Segundo Marinela, a Constituição define algumas hipóteses de 
serviços públicos: 
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a) Serviços de prestação obrigatória e exclusiva do Estado: 
atualmente, só o caso do serviço postal e do correio aéreo 
nacional 
b) Serviços de prestação obrigatória do Estado, sendo também 
obrigatório fazer sua concessão a terceiros: é o que ocorre, por 
exemplo, no serviço de rádio e televisão, em que o Estado e a 
concessionária prestam o serviço ao mesmo tempo 
c) Serviços de prestação obrigatória pelo Estado, mas sem 
exclusividade: serviços em que tanto o Estado quanto o 
particular são titulares em decorrência de previsão 
constitucional (denominados serviços não privativos); nesse 
caso, os particulares também prestam o serviço em nome 
próprio e não em nome do Estado. Exs: educação, saúde, 
previdência social, assistência social 
d) Serviços de prestação não obrigatória pelo Estado, mas não os 
prestando é obrigado a promover-lhes a efetivação, por meio da 
concessão ou permissão de serviços: nesse caso, o particular 
presta o serviço em nome do Estado, tendo somente a sua 
execução e não a titularidade. Exs: energia elétrica, telefonia, 
transporte rodoviário e a maioria dos serviços 
 
 
Os serviços de educação, seja os prestados pelo Estado, seja 
os prestados por particulares, configuram serviço público não 
privativo, podendo ser desenvolvidos pelo setor privado 
independentemente de concessão, permissão ou autorização 
(ADI nº 1.007, STF ± Tribunal Pleno, Rel. Min. Eros Grau,, 
julg: 31.08.2005, DJ: 24.02.2006) 
 
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5) (CESPE/MPOG/Todos os cargos/2013) De acordo com a 
classificação dos serviços públicos, cabe exclusivamente à União manter 
o serviço de transporte e o serviço postal. 
A questão trata de serviço de transporte de maneira genérica. 
Vimos, por exemplo, que o transporte rodoviário intermunicipal de 
passageiros não é de competência da União, mas dos Estados. 
Portanto, o gabarito é errado. 
Gabarito: ERRADO 
 
6) (CESPE/ANAC/Analista/2009) O serviço postal, o Correio 
Aéreo Nacional, os serviços de telecomunicações e de navegação aérea 
são exemplos de serviços públicos exclusivos do Estado. 
Essa questão encontra-se na linha do que descreve di Pietro: ³Na 
Constituição, encontram-se exemplos de serviços públicos exclusivos, 
como o serviço postal e o correio aéreo nacional (art. 21, X), os 
serviços de telecomunicações (art. 21, XII), os de radiodifusão, energia 
elétrica, navegação aérea, transportes e demais indicados no art. 21, 
XII, o VHUYLoR�GH�JiV�FDQDOL]DGR��DUW������†�ž�´��������S��������3RU�LVVR��
o gabarito está correto. 
Gabarito: CERTO 
 
7) (CESPE/TER-ES/Analista/2011) É vedada a outorga de 
concessão ou permissão de serviços públicos em caráter de 
exclusividade, uma vez que qualquer tipo de monopólio é 
expressamente proibido pelo ordenamento jurídico brasileiro. 
Como vimos, o STF declarou que o monopólio dos Correios para 
prestar esses serviços foi recepcionado pela Constituição (ADPF 46).Daí 
a incorreção da questão. 
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Gabarito: ERRADO. 
 
2.3. Classificação 
 
Utilizando a natureza do serviço público como critério, não existe 
consenso na doutrina ou na jurisprudência no que concerne à adoção de 
uma classificação uniforme. 
A classificação mais aceita é a que adota por critério os 
destinatários do serviço público, classificando-o em:serviços gerais ou 
uti universi e serviços individuais ou uti singuli ou específicos. Essa 
distinção possui relevância principalmente no âmbito tributário, uma 
vez que somente os serviços prestados uti singuli podem ser fato 
gerador de taxas, enquanto que os serviços uti universi devem ser 
custeados por impostos e não por taxas nem tarifas. 
Vejamos as principais características de cada 
espécie: 
 
GERAIS OU UTI UNIVERSI INDIVIDUAIS OU UTI 
SINGULI 
Prestados à coletividade ou 
postos à sua disposição, em 
caráter geral e em condições de 
igualdade 
Prestados de forma 
individualizada a pessoas 
específicas 
Usuários indeterminados e 
indetermináveis 
Número determinado ou 
determinável de usuários 
Serviços indivisíveis (não é 
possível determinar-se quem os 
utiliza ou quanto é utilizado para 
cada um) 
Serviços divisíveis (passíveis 
de utilização, separadamente, por 
cada um dos usuários e essa 
utilização é mensurável) 
Normalmente, são gratuitos, 
ou seja, não são cobrados do 
usuário, pois são mantidos por 
São divididos, medidos e 
cobrados do usuário na proporção 
de sua utilização. Podem ser 
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toda a sociedade, pela receita 
geral do Estado, com a 
arrecadação dos impostos 
remunerados por meio de taxa 
(prestação por ente público ± 
regime legal ± é tributo) ou de 
preços públicos (prestação por 
particular delegado do Estado ± 
regime contratual ± não é tributo) 
Não há, necessariamente, 
relação jurídica específica com o 
Estado 
Há relação jurídica entre o 
usuário e o prestador (ex: 
contrato) 
Exemplos: iluminação pública, 
limpeza urbana, conservação de 
logradouros públicos, policiamento 
urbano, garantia da segurança 
nacional, estradas, saúde, 
segurança 
Exemplos: coleta domiciliar 
de lixo, fornecimento domiciliar de 
água, gás, energia elétrica, serviço 
postal, telefônico, etc 
 
 
Por falar em impostos, taxas e tarifas, qual é a natureza 
jurídica do valor cobrado em sua conta de luz ou de água? 
O entendimento consagrado no STJ e no STF é no sentido de que a 
sua conta de água ou luz cobra tarifa ou preço público. Vale ler o 
VHJXLQWH� WUHFKR� GH� MXOJDGR� GR� 67-�� ³Este Tribunal Superior, 
encampando entendimento sedimentado no Pretório Excelso, firmou 
posição no sentido de que a contraprestação cobrada por 
concessionárias de serviço público de água e esgoto detém natureza 
jurídica de tarifa ou preço público´��(5(63��������. 
 
1) o STF editou a Súmula nº 545, que GL]�� ³3UHoRV� GH� VHUYLoRV�
públicos e taxas não se confundem, porque estas, 
diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança 
condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à 
OHL�TXH�DV�LQVWLWXLX´� 
2) Quanto à cobrança de assinatura no serviço de telefonia, já há 
Súmula do STJ (nº 356) reconhecendo a possibilidade da 
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FREUDQoD�� ³e� OHJtWLPD�D�FREUDQoD�GD� WDULID�EiVLFD�SHOR�XVR�GRV�
VHUYLoRV� GH� WHOHIRQLD� IL[D´�� No que tange à competência para 
julgar as ações pertinentes a essa questão de cobrança de 
assinatura e de pulsos que excederem o valor cobrado a título 
de franquia, a definição é do STF em sede de repercussão geral 
com mérito já julgado, estabelecendo a competência dos 
Juizados para esses conflitos. 
3) 6~PXOD� YLQFXODQWH� Qž� ���� ³$� WD[D� FREUada exclusivamente em 
razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou 
destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola 
R�DUW�������,,��GD�&RQVWLWXLomR�)HGHUDO�´ 
4) ³,� - A Corte tem entendido como específicos e divisíveis os 
serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação 
de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, desde que essas 
atividades sejam completamente dissociadas de outros serviços 
públicos de limpeza realizados em benefício da população em 
geral (uti universi) e de forma indivisível. II ± Legitimidade da 
taxa de combate a sinistros, uma vez que instituída como 
FRQWUDSUHVWDomR�D�VHUYLoR�HVVHQFLDO��HVSHFtILFR�H�GLYLVtYHO�������´�
(STF: RE 557.957 AgR/SP, STF ± Primeira Turma, Rel. Min. 
Ricardo Lewandowski, julg: 26.05.2009, DJe: 25.06.2009). 
5) 6~PXOD� Qž� ���� GR� 67)�� ³2� VHUYLoR� GH� LOXPLQDomR� S~EOLFD� QmR�
SRGH�VHU�UHPXQHUDGR�PHGLDQWH�WD[D�´ 
6) 6~PXOD�Qž�����GR�67-��³e�OHJtWLPD�D�FREUDQoD�GD�WDULID�GH�iJXD��
fixada de acordo com as categorias de usuários e as faixas de 
FRQVXPR�´ 
 
Outra classificação também mencionada no estudo do serviço 
público é quanto à delegabilidade. O serviço público pode ser 
delegável ou indelegável. Em regra, os serviços são delegáveis, pois 
o Estado pode transferir a execução do serviço a um particular, por 
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meio da concessão, permissão ou autorização. Há casos, contudo, que 
há a indelegabilidade, como nos serviços que se traduzem na 
manifestação do poder de polícia. 
CUIDADO! Essa ³autorização GH�VHUYLoR�S~EOLFR´�difere da abordada 
no estudo do poder de polícia. Aqui tratamos de uma autorização para o 
exercício de um serviço público, como o transporte público individual 
realizado por taxistas, por exemplo. Na autorização decorrente do 
exercício do poder de polícia estudamos aquela autorização que o 
cidadão realize algum ato que deve ser controlado pelo poder público. 
1DTXHOH� FDVR� IDODPRV� GR� ³DOYDUi´�� TXH� p� GDGR�� QR� H[HUFtFLR� GR�
poder de polícia, para que o sujeito construa (alvará de construção) ou 
abra uma empresa (alvará de funcionamento). Essas autorizações são 
dadas no exercício do poder de polícia, pois representam um controle 
prévio de legalidade (a loja só vai funcionar e a construção só poderá 
ser realizada se preencherem todas as condições de segurança, de 
localização etc. estabelecidas previamente em lei pelo Município). 
O poder de polícia, administrativo ou judiciário, não 
pode ser delegado. 
 
A última classificação que por vezes é cobrada em concursos é a 
que subdivide o serviço público em próprio e impróprio. 
Os serviços públicos próprios são aqueles que atendem as 
necessidades básicas da sociedade e, por isso, o Estado presta esses 
serviços diretamente (pela administração direta ou indireta) ou por 
meio de empresas delegatárias (concessionárias e permissionárias). Ex: 
fornecimento de água, energia elétrica, tratamento de esgoto etc. 
Os impróprios são aqueles que atendem a necessidades da 
coletividade, mas não é o Estado quem os executa (nem direta nem 
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indiretamente). Nesses serviços, o Estado apenas autoriza, fiscaliza e 
regulamenta a sua execução por entidades privadas (ex: instituições 
financeiras, seguradoras etc.). 
Classificam-se, ainda, os serviços públicos em serviços 
administrativos, comerciais ou industriais, sociais e de utilidade 
pública. 
Os serviços administrativos consistem nas atividades 
promovidas pelo Poder Público para satisfazer necessidades internas ou 
preparar outros serviços, como por exemplo a imprensa oficial, as 
estações experimentais. 
Os serviços comerciais ou industriais são aqueles que a 
Administração executa, direta ou indiretamente, para atender 
necessidades coletivas de ordem econômica, como por exmplo serviços 
de transportes, energia elétrica, telecomunicações (orientação de Maria 
Sylvia Zanella Di Pietro). 
Os serviços sociais são aqueles que atendem às necessidades 
coletivas, sendo a atuação do Estado essencial; todavia, ele convive 
com a iniciativa privada, estando definidos na Constituição no capítulo 
da ordem social, como por exemplo a educação, a previdência e a 
saúde. 
Já os serviços de utilidade pública são aqueles que a 
Administração, reconhecendo sua conveniência para os membros da 
coletividade, presta-os diretamente ou aquiesce em que sejam 
prestados por terceiros (concessionários, permissionários ou 
autorizatários), nas condições regulamentadas e sob seu controle, mas 
por conta e risco dos prestadores, mediante remuneração dos usuários. 
Ex.: os serviços de transporte coletivo, energia elétrica, gás, telefone. 
A classificação dos serviços públicos é tema muito 
cobrado em provas, por isso, estude-o com carinho. 
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8) (CESPE ± 2015 - TJ-PB - Juiz Substituto) A respeito de 
serviço público, assinale a opção correta. 
a) A taxa é remuneração paga pelo usuário quando o serviço público uti 
singuli é prestado indiretamente, por delegação, nos casos de 
concessão e permissão, e pode ser majorada por ato administrativo do 
poder concedente. 
b) A prestação de serviços públicos por delegação é realizada por 
concessionários ou permissionários, após procedimento licitatório, 
podendo ocorrer em relação a serviços públicos uti singuli e uti universi. 
c) A União pode transferir a titularidade de serviço público a empresas 
públicas e a sociedades de economia mista, a exemplo do serviço 
postal. 
d) Embora a inadimplência do usuário seja causa de interrupção da 
prestação de serviço, mediante aviso prévio, segundo a jurisprudência, 
é vedada a suspensão do fornecimento do serviço em razão de débitos 
pretéritos, já que o corte pressupõe o inadimplemento de conta atual, 
relativa ao mês do consumo. 
e) Os serviços de titularidade comum entre os entes da Federação, 
como saúde e assistência social, são considerados, quanto à 
essencialidade, serviços públicos propriamente ditos, ainda que 
prestados por entidades privadas. 
Letra (A) Existe dois erros na questão. O primeiro é sobre a taxa que 
também poderá cobrada diretamente pelo Estado e o segundo é que a 
Taxa é um tipo de tributo e só pode ser criada por lei. 
Letra (B) 
GERAIS OU UTI UNIVERSI INDIVIDUAIS OU UTI 
SINGULI 
Questões de 
concurso 
 
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Prestados à coletividade ou 
postos à sua disposição, em 
caráter geral e em condições de 
igualdade 
Prestados de forma 
individualizada a pessoas 
específicas 
Usuários indeterminados e 
indetermináveis 
Número determinado ou 
determinável de usuários 
Serviços indivisíveis (não é 
possível determinar-se quem os 
utiliza ou quanto é utilizado para 
cada um) 
Serviços divisíveis (passíveis 
de utilização, separadamente, por 
cada um dos usuários e essa 
utilização é mensurável) 
Normalmente, são gratuitos, 
ou seja, não são cobrados do 
usuário, pois são mantidos por 
toda a sociedade, pela receita 
geral do Estado, com a 
arrecadação dos impostos 
São divididos, medidos e 
cobrados do usuário na proporção 
de sua utilização. Podem ser 
remunerados por meio de taxa 
(prestação por ente público ± 
regime legal ± é tributo) ou de 
preços públicos (prestação por 
particular delegado do Estado ± 
regime contratual ± não é tributo) 
 
Letra (C) Existe uma jurisprudência relativa ao assunto de serviço 
posta. Veja: ³$�&%�FRQIHUH�j�8QLmR��HP caráter exclusivo, a exploração 
do serviço postal e o correio aéreo nacional (art. 21, X). O serviço 
postal é prestado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos 
(ECT), empresa pública, entidade da administração indireta da União, 
criada pelo Decreto-Lei 509, de 10-3-�����´� �$'3)� ���� UHO�� S�� R� DF��
min. Eros Grau, julgamento em 5-8-2009, Plenário, DJE de 26-2-2010.) 
Logo a alternativa está errada. 
Letra (D) A posição do STJ referente ao assunto do corte no 
fornecimento de serviços públicos de fornecimento de energia elétrica e 
decidiu no AgRg no AREsp 392.024/RJ, Rel. Ministro Napoleão Nunes 
Maia Filho o seguinte��³(VWD�&RUWH�6XSHULRU�SDFLILFRX�R�HQWHQGLPHQWR�GH�
que não é lícito à concessionária interromper o fornecimento do serviço 
em razão de débito pretérito; o corte de água ou energia pressupõe o 
inadimplemento de dívida atual, relativa ao mês do consumo, sendo 
LQYLiYHO�D�VXVSHQVmR�GR�DEDVWHFLPHQWR�HP�UD]mR�GH�GpELWRV�DQWLJRV�´ 
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Letra (E) Assistência Social, Saúde e Educação são serviços sociais de 
prestação que o Estado tem a obrigação de fornecer. Todavia esses 
serviços podem ser prestados por particulares, porém vai visar o lucro, 
diferente do Estado que visa o bem estar de toda sociedade. 
Gabarito ± Letra D. 
 
 
 
9) (CESPE/PREVIC/Técnico/2011) Os serviços de iluminação 
pública podem ser classificados como serviços singulares ou uti singuli, 
já que os indivíduos possuem direito subjetivo próprio para sua 
obtenção. 
O serviço de iluminação é prestado à coletividade ou postos à 
sua disposição, em caráter geral e em condições de igualdade. Sendo 
assim trata-se de uti universi. 
Gabarito: Errado. 
 
10) (CESPE/DPE-AL/Defensor/2009) Os serviços públicos uti 
singuli são aqueles prestados à coletividade, que têm por finalidade a 
satisfação indireta das necessidades dos cidadãos, tais como o serviço 
de iluminação pública e o saneamento. 
 
O conceito apresentado na questão acima é de serviço público uti 
universi. Portanto, a questão está errada. 
Gabarito: ERRADO 
 
11) (CESPE/MS/Analista/2010) A natureza jurídica da 
remuneração dos serviços de água e esgoto prestados por 
concessionária de serviço público é de tarifa ou preço público. 
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CRQIRUPH�FRQVLJQDGR�QR�67-��³(VWH�7ULEXQDO�6XSHULRU��HQFDPSDQGR�
entendimento sedimentado no Pretório Excelso, firmou posição no 
sentido de que a contraprestação cobrada por concessionárias de 
serviço público de água e esgoto detém natureza jurídica de tarifa ou 
preço públicR´��(5(63���������� 
Gabarito: CERTO 
 
12) (CESPE ± 2013 ± INPI ± Analista ± Formação: Direito) A 
conservação de logradouros públicos constitui exemplo de serviço 
público indivisível, cujos usuários são indeterminados e 
indetermináveis. 
Esse é um exemplo de serviço público indivisível. Logo, a questão 
está correta. 
Gabarito: CERTO 
 
13) (CESPE/PRF/Agente/2012) O serviço de iluminação pública 
pode ser considerado uti universi, assim como o serviço de policiamento 
público. 
A questão está perfeita. Os serviços de iluminação pública e de 
policiamento público são considerados uti universi. Logo, a questão está 
correta. 
Gabarito: CERTO 
 
2.4. Regulamentação e controle 
Vamos juntos, pois se você parar, você vai ser atropelado pelo 
caminhão de gente que está, nesse momento, estudando nas 
bibliotecas! 
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Passemos agora ao estudo da regulamentação dos serviços 
públicos. 
Essa regulamentação é promovida pelo Estado com a edição das 
leis necessárias ao estabelecimento das condições e diretrizes gerais de 
sua prestação, bem como a edição dos atos administrativos infralegais 
destinados a regulamentar e dar fiel execução a essas leis. 
 Veja bem: mesmo os serviços públicos delegados 
aos particulares são regulados pelo Estado, pois este não perde a 
titularidade do serviço. 
A competência para regulamentar é sempre do ente federado a que 
a Constituição atribui a titularidade do serviço. 
Já o controle dos serviços públicos deve ser exercido pela própria 
administração pública, pela população em geral, bem como pelos 
órgãos incumbidos de tutelar interesses coletivos e difusos (exs: MP, 
órgãos de defesa do consumidor). 
No caso dos serviços públicos, o dever de controle por parte da 
Administração é ainda mais necessário, uma vez que os serviços 
públicos devem ser adequados, eficientes e contínuos, por interessarem 
diretamente à população. 
Não podemos encerrar este ponto sem mencionar as modalidades 
de fiscalização (parágrafo único do art. 30 da Lei nº 8.987/95): 
1. Fiscalização PERMANENTE: realizada por intermédio de 
órgão técnico do poder concedente ou por entidade com ele conveniada, 
nos moldes da ordinariamente prevista para os contratos 
administrativos em geral; e 
2. Fiscalização PERIÓDICA: realizada periodicamente, de 
acordo com norma regulamentar, por comissão composta de 
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representantes do poder concedente, da concessionária e dos usuários 
(comissão tripartite). 
Por fim, a lei informa que é assegurado a qualquer pessoa a 
obtenção de certidão sobre atos, contratos, decisões ou pareceres 
relativos à licitação ou às próprias concessões e permissões de serviços 
públicos. O dispositivo não exige que o requerente seja usuário nem 
que demonstre interesse pessoal (art. 22 da Lei 8.987/95). 
Lembre-se que as concessões e permissões são 
espécies de contratos administrativos, sujeitando-se, portanto, 
às cláusulas exorbitantes peculiares, que conferem à 
Administração uma posição de supremacia na relação 
contratual, com prerrogativas próprias de Direito Público, como 
a possibilidade de rescisão unilateral do contrato. 
Não se esqueça, também, que é possível o ato ou fato lesivo ser 
apreciado pelo Poder Judiciário, que anulará os atos ilegais ou ilegítimos 
e ainda determinará a reparação dos danos eventualmente suportados 
pelos usuários ou pela Administração. 
Por fim, vale mencionar que, atualmente, com o acréscimo do art. 
23-A na Lei nº 8.987/95, em 2005, o contrato de concessão pode 
prever o emprego de mecanismos privados (p. ex: arbitragem, que 
deve ser realizada no Brasil e em língua portuguesa) para a solução de 
disputas relacionadas ao contrato. 
 
14) (CESPE/MI/Assistente/2013) A regulamentação e o controle 
dos serviços públicos e de utilidade pública competem sempre ao poder 
público. 
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Observem que a questão não atribui a competência de forma 
exclusiva ao poder público. Apenas afirma ser o poder público 
competente para regulamentar e controlar os serviços públicos e de 
utilidade pública. Portanto, correta a questão. 
Gabarito: CERTO 
 
 
2.5. Requisitos do serviço público (Princípios) 
Segundo prevê o art. 6º da Lei nº 8.987/95, toda prestação de 
serviço público deve assegurar aos usuários um serviço ADEQUADO. A 
lei estabeleceu alguns requisitos mínimos para que o serviço seja 
considerado adequado. 
 Tão grande a importância desses requisitos que a 
doutrina os eleva à categoria de princípios da prestação dos serviços 
públicos. Vamos a eles: 
1. Regularidade: 
Obediência a um padrão de qualidade. Os serviços públicos devem 
funcionar de acordo com um conjunto de normas previamente previsto 
(controle de qualidade), que se encontram em lei ou contrato de 
prestação de serviços 
2. Continuidade (ou permanência): 
A regra é que o serviço público não pode ser 
interrompido/paralisado sem justa causa, por visar a satisfação do bem-
estar social. 
Marinela destaca alguns instrumentos utilizados para garantir a 
continuidade do serviço público: 
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ł�/LPLWHV�HVWDEHOHFLGRV�SHOD�/HL�Qž������������ �DSOLFDGD� WDPEpP�
aos servidores públicos, por decisão do STF) ao direito de greve, 
evitando que o serviço pare completamente 
ł�6XSOrQFLD��GHOegação e substituição: institutos que servem para 
garantir a prestação das atividades administrativas em caso de funções 
públicas temporariamente vagas 
ł� $SOLFDomR� GD� FOiXVXOD� GD� exceptio non adimpleti contractus de 
forma diferenciada nos contratos administrativos: em caso de 
inadimplemento da Administração, o contratado deve continuar 
prestando o serviço pelo prazo de 90 dias, sendo permitida a sua 
suspensão após esse períodoł� Ocupação provisória e reversão (instrumentos existentes nos 
contratos de delegação de serviços públicos): consistem na faculdade 
que tem a Administração Pública de utilizar os equipamentos e 
instalações da empresa, em caráter provisório ou definitivo, mediante 
indenização, para assegurar a continuidade do serviço 
ł� (QFDPSDomR� H� FDGXFidade (formas de extinção do contrato de 
delegação de serviços públicos): permitem à Administração rescindir 
unilateralmente o contrato administrativo, por razões de interesse 
público ou por inadimplemento, respectivamente, objetivando proteger 
a manutenção do serviço 
 
Existem 3 formas de paralisação que não violam esse princípio: 
ł�6LWXDo}HV�emergenciais, independente de aviso prévio. Ex: caiu 
um raio e o serviço de energia foi interrompido 
ł� Necessidades técnicas ou de segurança das instalações, após 
aviso prévio. Ex: limpeza/manutenção de postes de energia elétrica 
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ł�Falta de pagamento do usuário, após aviso prévio, considerando 
o interesse da coletividade �QR�FDVR�GH�VHUYLoRV�S~EOLFRV�³XWL�VLQJXOL´). 
O STJ autorizou a concessionária a interromper o fornecimento do 
serviço de energia elétrica em razão do não pagamento, mediante aviso 
prévio (AG 1200406 ± AgRg). A Corte Superior, contudo, observando o 
princípio da continuidade do serviço público, não autoriza o corte de 
energia elétrica em unidades públicas essenciais, como em escolas, 
hospitais, serviços de segurança pública, logradouros, repartições 
públicas, etc, em razão da possibilidade de causar um prejuízo 
irreparável (ERESP 845982). 
 
Quando há ação judicial discutindo o valor a ser pago pela 
prestação dos serviços, o serviço não pode ser interrompido, devendo 
ser mantido até o final da discussão, sem retaliação contra o usuário. 
Além disso, o STJ reconheceu a impossibilidade de interrupção do 
serviço público por falta de pagamento quando tratar-se de débitos 
pretéritos, só sendo esta permitida quando o inadimplemento for 
referente ao mês de consumo. 
 
1) ³������ ��� e� OHJtWLPR� R� DWR� DGPLQLVWUDWLYR� SUDWLFDGR� SHOD�
empresa concessionária fornecedora de energia e consistente na 
interrupção de seus serviços em face de ausência de pagamento de 
fatura vencida. 4. A jurisprudência da Primeira Seção do STJ, pelo seu 
caráter uniformizador no trato das questões jurídicas em nosso país, é 
QR�VHQWLGR�GH�TXH�µp�OtFLWR�j�FRQFHVVLRQiULD�LQWHUURPSHU�R�IRUQHFLPHQWR�
de energia elétrica, se, após aviso prévio, o consumidor de energia 
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elétrica permanecer inadimplente no pagamento da respectiva conta (L. 
���������� DUW�� �ž�� †�ž�� ,,�¶�� (...) 6. A continuidade do serviço sem o 
efetivo pagamento quebra o princípio da isonomia e ocasiona o 
enriquecimento ilícito e sem causa de uma das partes (...) (REsp 
860.383/RS, STJ ± Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJ: 
11.12.2006). 
2) ³������ ��� $� VXVSHQVmR� GR� VHUYLoR� GH� HQHUJLD� HOpWULFD�� SRU�
empresa concessionária, em razão de inadimplemento de unidades 
públicas essenciais ± hospitais; pronto-socorros; escolas; creches; 
IRQWHV�GH�DEDVWHFLPHQWR�G¶iJXD�H�LOXPLQDomR�S~EOLFD��H�VHUYLoRV�
de segurança pública -, como forma de compelir o usuário ao 
pagamento de tarifa ou multa, despreza o interesse da coletividade. 2. 
e� TXH� UHVWD� DVVHQWH� QHVWD� &RUWH� TXH�� µ2� SULQFtSLR� GD� FRntinuidade do 
serviço público assegurado pelo art. 22 do Código de Defesa do 
Consumidor deve ser obtemperado, ante a exegese do art. 6º, §3º, II 
da Lei nº 8.987/95 que prevê a possibilidade de interrupção do 
fornecimento de energia elétrica quando, após aviso, permanecer 
inadimplente o usuário, considerado o interesse da coletividade�� �����´�
(EREsp 845982/RJ, STJ ± Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julg: 
24.06.2009, DJe: 03.08.2009). 
3) É cediço que a jurisprudência da Primeira Seção firmou-se 
no sentido de não se admitir a suspensão do fornecimento de energia 
elétrica em hospitais públicos inadimplentes, em razão do interesse da 
coletividade. No entanto, tal orientação não prospera na hipótese 
de hospital particular que funciona como empresa, isto é, com 
objetivo de auferir lucros, embutindo, inclusive, nos preços cobrados de 
seus clientes, o valor dos custos da energia elétrica consumida. Nesse 
sentido, já decidiu o STJ que não cabe indenização quando o corte do 
serviço foi precedido de todas as cautelas (REsp 771.853/MT, STJ ± 
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Segunda Turma, Rel.ª Min.ª Eliana Calmon, julg: 02.02.2010, DJe: 
10.02.2010). 
4) ³������ &XLGD-se de dívida contestada em Juízo, apurada 
unilateralmente, e decorrente de suposta fraude no medidor de 
consumo de energia elétrica. 3. Há ilegalidade na interrupção no 
fornecimento de energia elétrica nos casos de dívidas 
contestadas em Juízo, decorrentes de suposta fraude no medidor de 
consumo de energia elétrica, pois o corte configura constrangimento ao 
consumidor que procura discutir no Judiciário débito que considera 
LQGHYLGR�´� �$J5J�QR�$J���������56��67-�± Segunda Turma, Rel. Min. 
Humberto Martins, julg: 23.02.2010, DJe: 08.03.2010). 
5) ³������ ��� $� TXHVWmR� GRV� DXWRV� UHIHUH-se á suspensão do 
fornecimento de energia elétrica relativamente a débitos pretéritos. 
Neste particular, o STJ pacificou entendimento de que corte de 
fornecimento de energia pressupõe inadimplência de conta 
regular, isto é, a do mês de consumo. Em se tratando de débitos 
antigos, deve a concessionária utilizar-se dos meios ordinários 
de cobrança; caso contrário, há se ter por caracterizada infringência 
GR� DUW�� ��� GR� &yGLJR� GH� 'HIHVD� GR� &RQVXPLGRU�� �����´� �$J5J� QR� $J�
1258939/RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julg: 05.08.2010, DJe: 
16.08.2010). 
6) ³������ ��� Os serviços públicos essenciais devem ser 
mantidos no curso de uma greve, reconhecendo-se tal direito como 
constitucionalmente garantido, desde que a paralisação não afete a 
FRQWLQXLGDGH� GR� VHUYLoR�� TXDQGR� HVVHQFLDO�� �����´� �5(VS� ��������0*��
STJ ± Segunda Turma, Rel.ª Min.ª Eliana Calmon, julg: 15.08.2013, 
DJe: 22.08.2013). 
7) ³���A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é 
no sentido da impossibilidade de suspensão de serviços 
essenciais, tais como o fornecimento de energia elétrica e água, 
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em função da cobrança de débitos de antigo proprietário. 2. A 
interrupçãoda prestação, ainda que decorrente do inadimplemento, só 
é legítima se não afetar o direito à saúde e à integridade física do 
usuário. Seria inversão da ordem constitucional conferir maior proteção 
ao direito de crédito da concessionária que aos direitos fundamentais à 
saúde e à integridade física do consumidor. (...) (REsp 1.245.812/RS, 
STJ ± Segunda Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, julg: 21.06.2011, 
DJe: 01.09.2011). 
Visto esse rol de jurisprudência, vamos continuar nas requisitos 
(princípios do serviço público). 
3. Eficiência: 
O serviço público deve funcionar segundo padrões mínimos de 
eficiência, tanto na quantidade como na qualidade, ou seja, a atividade 
administrativa deve ser exercida com presteza, perfeição e rendimento 
funcional, evitando qualquer tipo de desperdício. 
4. Segurança: 
O serviço público deve ser prestado de modo a não oferecer riscos 
ou prejuízos à coletividade 
5. Atualidade (ou atualização ou 
adaptabilidade): 
O serviço público deve ser prestado com equipamentos e técnicas 
modernas/atualizadas e por pessoal devidamente habilitado. Esse 
princípio está conceituado no art. 6º, §2º, da Lei nº 8.987/95, que 
HVWDEHOHFH�TXH�D�³DWXDOLGDGH�FRPSUHHQGH�D�PRGHUQLGDGH�GDV�WpFQLFDV��
do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a 
PHOKRULD�H�H[SDQVmR�GR�VHUYLoR´� 
6. Generalidade (ou universalidade): 
Deve ser assegurado o atendimento sem discriminação a todos os 
que se situem na área abrangida pelo serviço, efetivamente ou 
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potencialmente, desde que atendam a requisitos gerais e isonômicos. 
Assim, o serviço público deverá ser prestado à coletividade como um 
todo, sendo uma atividade erga omnes e de forma indistinta. 
Para isso, é preciso observar o princípio da impessoalidade, o qual 
determina a prestação do serviço de forma impessoal, sendo vedada a 
discriminação entre os usuários, assim como o princípio da isonomia no 
tratamento dos usuários dos serviços, porque, desde que satisfaçam as 
condições legais, todos fazem jus à sua prestação, sem qualquer 
distinção de caráter pessoal. 
7. Cortesia na prestação: 
Deve-se tratar as pessoas com urbanidade durante a prestação do 
serviço público 
8. Modicidade das tarifas: 
Quando o serviço público é prestado por particular, ele precisa ser 
remunerado mediante tarifa. A tarifa deve ser equilibrada/razoável 
(remuneração/satisfação do prestador dos serviços e não exorbitante 
para o usuário), vedada a obtenção de lucros extraordinários. 
Assim, exige-se a cobrança das menores tarifas possíveis por parte 
da Administração, condizente com as possibilidades econômicas do 
povo brasileiro. 
Além disso, os contratos poderão prever mecanismos de revisão 
das tarifas, a fim de manter-se o equilíbrio econômico-financeiro. 
 
Marinela traz outros princípios relacionados aos serviços públicos: 
1. Princípio do dever inescusável do Estado de promover 
a prestação dos serviços públicos, seja de forma direta ou 
indireta 
O Estado não pode se recusar a promover a prestação dos 
serviços rotulados como públicos, conquanto nada impeça que ele o 
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faça por intermédio de seus representantes, utilizando-se da concessão 
ou permissão de serviços. A omissão do Estado pode dar causa à ação 
judicial para provocar a sua atuação, constituindo, inclusive, direito à 
indenização, quando a ausência da atividade causar danos. 
2. Princípio da supremacia do interesse público 
Como princípio que está na gênese do desenvolvimento do direito 
administrativo, é óbvio que ele também integra o rol dos serviços 
públicos. 
Deve ser observado desde o momento em que o Estado seleciona, 
por meio da Constituição ou da lei, quais são as utilidades materiais que 
representam um interesse geral e que merecem esse tratamento 
próprio. Também deve ser observado para a definição das regras de 
organização e funcionamento, não se admitindo que o interesse coletivo 
seja subestimado em face de qualquer outro interesse. 
3. Princípio da transparência 
Exige total clarividência nas decisões tomadas, bem como no 
funcionamento e na aplicação dos recursos públicos. 
4. Princípio da publicidade 
Permite o conhecimento do titular do direito ± o povo, 
configurando-se exigência para que os atos administrativos comecem a 
produzir efeitos e, com isso, a possibilidade de contagem dos prazos, 
além de permitir o controle pelos administrados. 
5. Princípio da motivação 
Estabelece que o administrador apresente a correlação lógica 
entre os fatos e fundamentos jurídicos, a regra legal e o resultado do 
ato praticado, a fim de que os administrados conheçam as razões que 
os levaram à prática do ato. 
6. Princípio do controle 
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Consiste na possibilidade de fiscalização efetiva dos serviços 
prestados, no que tange à qualidade, à eficiência, à aplicação de 
recursos públicos e demais aspectos. Esse controle pode ser realizado 
por outros órgãos da própria Administração, pelos demais Poderes do 
Estado, assim como pelo cidadão. 
7. Princípio da mutabilidade do regime 
Visa à adequação dos diversos serviços públicos às 
necessidades mutantes dos administrados, consentindo a flexibilidade 
dos meios e fins dos serviços. Autoriza a mudança no regime de 
execução do serviço para adaptá-lo ao interesse público, que está em 
constante alteração com a evolução do tempo. 
 
 
15) (CESPE ± 2015 - TRE-GO - Analista Judiciário - Área 
Administrativa) Determinado ente da administração pública deseja 
realizar procedimento licitatório para a contratação de serviços de 
segurança patrimonial armada para seu edifício sede. 
Considerando essa situação hipotética, julgue o próximo item. 
O objeto da contratação pretendida pode ser classificado como serviço 
de natureza contínua. 
 De acordo com o entendimento do Ministro Adylson Motta ³'H�
natureza continuada são os serviços que não podem ser interrompidos, 
por imprescindíveis ao funcionamento da entidade pública que deles se 
vale. Enquadram-se nessa categoria os serviços de limpeza e de 
vigilância, o fornecimento de água e de energia elétrica, a manutenção 
de elevadores. Acórdão 1382/2003 - 1ª Câmara. Ministro Relator: 
$XJXVWR�6KHUPDQ´� 
Gabarito - Certo. 
 
Questões de 
concurso 
 
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16)(CESPE ± 2015 - DPE-PE - Defensor Público) Com base na 
jurisprudência do STJ, julgue o item seguinte. 
Segundo o entendimento jurisprudencial dominante no STJ relativo ao 
princípio da continuidade dos serviços públicos, não é legítimo, ainda 
que cumpridos os requisitos legais, o corte de fornecimento de serviços 
públicos essenciais, em caso de estar inadimplente pessoa jurídica de 
direito público prestadora de serviços indispensáveis à população. 
 Conforme os ensinamentos de Maria Sylvia Di Pietro Estamos 
diante do princípio da continuidade dos serviços públicos, ou seja, é o 
princípio que visa o atendimento aos interesses públicos através do 
Estado. 
Gabarito - Certo. 
 
17) (CESPE ± 2015 - TJ-PB - Juiz Substituto) No que se refere 
aos princípios informativos e aos poderes da administração pública, 
assinale a opção correta. 
a) A administração pública deve dar publicidade aos atos 
administrativos individuais e gerais mediante publicação em diário 
oficial, sob pena de afronta ao princípio da publicidade. 
b) Por força do princípio da motivação, que rege a atuação 
administrativa, a lei veda a prática de ato administrativo em que essa 
motivação não esteja mencionada no próprio ato e indicada em parecer. 
c) Como a delegação de competência se assenta no poder hierárquico 
da administração pública, cujo pressuposto é a relação de subordinação 
entre órgãos e agentes públicos, é inadmissível a delegação de 
competência fora da linha vertical de subordinação e comando. 
d) No exercício do poder disciplinar, a administração pública pode impor 
sanção administrativa a servidor, sendo vedado ao Poder Judiciário, 
segundo jurisprudência, perquirir a motivação nesse caso. 
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e) Normas jurídicas que garantam ao usuário do serviço público o poder 
de reclamar da deficiência na prestação do serviço expressam um dos 
princípios aplicáveis à administração pública, como forma de assegurar 
a participação do usuário na administração pública direta e indireta. 
Pessoal, a questão correta é a letra E, uma vez que a alternativa 
faz referencia ao dever constitucional de eficiência que deverá ser 
observado em todos os atos. Essa participação é feita pelo próprio 
usuário, verificando assim a qualidade dos serviços que foram 
prestados. 
Gabarito ± Letra E. 
 
18) (CESPE ± 2013 ± TJDFT ± Analista Judiciário ± Área 
Judiciária) O contrato de concessão de serviço público pode ser 
rescindido por iniciativa da concessionária, mediante ação judicial 
especialmente intentada para esse fim, no caso de descumprimento das 
normas contratuais pelo poder concedente. 
O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da 
concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais 
pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada 
SDUD�HVVH�ILP��DUW������³FDSXW´��GD�/HL�Qž������������/RJR��HVWi�FRUUHWD� 
Gabarito: CERTO 
 
19) (CESPE/PRF/Agente/2012) A prestação de serviços públicos 
deve dar-se mediante taxas ou tarifas justas, que proporcionem a 
remuneração pelos serviços e garantam o seu aperfeiçoamento, em 
atenção ao princípio da modicidade. 
A questão está perfeita! Reflete exatamente o conceito do princípio 
da modicidade. Logo, a questão está certa. 
Gabarito: CERTO 
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20) (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário - Direito - Área 
Judiciária - específicos) Os serviços públicos devem ser prestados ao 
usuário com a observância do requisito da generalidade, o que significa 
dizer que, satisfeitas as condições para sua obtenção, eles devem ser 
oferecidos sem qualquer discriminação a quem os solicite. 
É isso aí. O princípio da generalidade ou universalidade garante o 
atendimento sem discriminação a todos os que se situem na área 
abrangida pelo serviço, efetivamente ou potencialmente, desde que 
atendam a requisitos gerais e isonômicos. 
Gabarito: Certo. 
 
21) (CESPE/MPU/Técnico de informática/2010) Um dos 
princípios que regem a prestação de todas as modalidades de serviço 
público é o princípio da generalidade, segundo o qual os serviços 
públicos não devem sofrer interrupção. 
O princípio segundo o qual os serviços públicos não devem sofrer 
interrupção é o princípio da continuidade. Portanto, o gabarito é 
errado. 
Gabarito: ERRADO 
 
22) (CESPE/PC-PB/Delegado/2008) A lei geral de concessão não 
autoriza a suspensão do fornecimento de energia elétrica, pelo 
inadimplemento por parte do usuário, já que o acesso ao serviço de 
energia elétrica decorre da própria dignidade da pessoa humana, que 
deve prevalecer sobre os interesses econômicos da concessionária. 
Por contrariar a jurisprudência do STJ acima mencionada, a 
questão está errada. 
Gabarito: ERRADO 
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2.6. Formas e meios de prestação do serviço público 
Os serviços públicos podem ser prestados de forma: 
(a) DIRETA: a própria Administração presta; 
(b) INDIRETA: o serviço é prestado por particulares, que, mediante 
delegação do poder público, são responsáveis por sua mera execução; 
(c) CENTRALIZADA: o serviço é prestado pela Administração 
Direta, ex: Delegacia da Polícia Federal; 
(d) DESCENTRALIZADA: o serviço é prestado por pessoa diferente 
do ente federado a que a Constituição atribui a titularidade do serviço, 
seja por entidade da Administração Indireta, seja por particular, 
mediante concessão, p.ex.. 
Por fim, fala-se, ainda, em prestação (e) 
DESCONCENTRADA, hipótese em que o serviço é executado por órgão, 
com competência específica para prestá-lo, integrante da 
estrutura da pessoa jurídica que detém a titularidade do serviço. 
Segundo Marinela, a titularidade do serviço pode pertencer à 
Administração ou, excepcionalmente, ao particular. Este último caso 
excepcional ocorre quando a própria Constituição atribui ao particular a 
competência para prestar o serviço público, ou seja, a Constituição não 
atribui ao Poder Público a competência exclusiva da titularidade desse 
serviço. Nesses serviços não há que se falar em transferência para o 
particular porque este já recebe tal titularidade por meio de previsão 
constitucional. 
Todavia, nas hipóteses em que a titularidade do serviço é exclusiva 
do Estado, a sua prestação pode ser realizada por ele ou por alguém em 
seu nome, admitindo-se a transferência da titularidade de sua 
prestação para os entes da Administração Indireta e para particulares 
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(concessão, permissão e autorização). Nesse caso, o Estado conserva a 
titularidade do serviço, transferindo somente sua prestação, por meio 
da delegação de serviços. 
A competência para legislar sobre delegações de 
serviços é da União, no caso de normas gerais, com abrangência 
nacional, e do restante dos entes, no caso de normas específicas, com 
abrangência tão só em face do próprio ente que legislou. 
Agora vamos entrar em um importante e interessante tema, não só 
dos serviços públicos, mas do direito administrativo como um todo. 
Vamos em frente! 
 
2.7. Concessão e permissão de serviço público 
 
2.7.1. Definições e aspectos gerais 
A concessão e a permissão de serviço público têm como 
fundamento o art. 175 da CF, que define que os serviços públicos 
devem ser prestados pelo Poder Público, diretamente ou sob o regime 
de concessão e permissão, sempre por meio de licitação. 
 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob 
regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação 
de serviços públicos. 
Parágrafo único. A lei disporá sobre: 
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços 
públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como 
as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou 
permissão; 
II - os direitos dos usuários; 
III - política tarifária; 
IV - a obrigação de manter serviço adequado. 
 
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Aqui estamos falando, portanto, de prestação indireta e 
descentralizada de serviços públicos. Se o Estado acha mais eficiente 
conceder o serviço de manutenção de uma rodovia para o particular ele 
vai fazer a concessão desse serviço público a uma empresa particular. 
Se o Município não quer se dar ao trabalho de gerir a distribuição de 
água da cidade, ele vai promover a concessão desse serviço público. 
Como já visto anteriormente, a Lei nº 8.987/95 é a lei de normas 
gerais sobre os regimes de concessão e permissão de serviços públicos. 
Ela é um ato normativo de caráter nacional, ou seja, aplicável à União, 
aos estados, ao DF e aos municípios. Os diversos entes federados 
podem editar leis próprias acerca de concessões e permissões 
pertinentes a suas esferas de competência, desde que não contrarie as 
normas gerais. 
A concessão e a permissão são formas de delegação de serviço 
público, ou seja, o poder concedente transfere para o particular 
somente a possibilidade de execução do serviço, retendo para si a 
titularidade, o que lhe permite controlar e retomar o serviço, se for 
relevante para o interesse público. 
 ATENÇÃO!!! O instituto da delegação não 
pode ser confundido com o da outorga, que permite ao Poder 
Público transferir não apenas a execução, mas também a 
titularidade do serviço. 
Conforme conceitua o art. 2º, I, da Lei nº 8.987/95, o poder 
concedente é a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, em 
cuja competência se encontre o serviço público, precedido ou não de 
execução de obra pública, objeto de concessão ou permissão. Ou seja, 
são os entes políticos que têm a possibilidade de realização concessão, 
devendo ser observada a órbita de competência definida no texto 
constitucional, para a exploração do serviço. Para os serviços que não 
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estão expressamente enumerados no texto constitucional, a 
competência deve respeitar a órbita de interesse (nacional ± União; 
regional ± Estado; local ± Município). 
 Apesar da definição legal de poder concedente 
(União, Estados, DF e Municípios), a possibilidade de celebração de 
contrato de concessão vem sendo delegada por leis específicas a 
algumas autarquias (e não a União ou a administração direta), 
notadamente, às agências reguladoras, como ocorreu com a ANEEL (Lei 
nº 9.427/96) e ANATEL (Lei nº 9.472/97). São essas agências que 
concedem os serviços públicos de energia e telefonia, por exemplo. 
Além disso, com a edição da Lei nº 11.107/05 (art. 2º, §3º), os 
consórcios públicos poderão outorgar concessão, permissão ou 
autorização de obras ou serviços públicos mediante autorização prevista 
no contrato de consórcio público, que deverá indicar de forma específica 
o objeto da concessão, permissão ou autorização e as condições a que 
deverá atender, observada a legislação de normas gerais em vigor. 
 
Existem alguns institutos que não podem ser confundidos com o 
contrato de concessão de serviço, quais sejam: 
a) Contrato de prestação de serviços: nesse caso, o prestador 
é um mero executor material contratado pelo Poder Público que 
continua diretamente relacionado com os usuários, não havendo 
transferência de poderes. O contrato de prestação de serviço é 
celebrado, tão somente, nos moldes da Lei n. 8.666/93 enquanto a 
concessão de serviços é feita nos moldes daquela e da Lei n. 8.987/95. 
b) Contrato de concessão de uso de bem público: nesse caso, 
pressupõe-se um bem de propriedade do Poder Público, cuja utilização 
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ou exploração não se preordena a satisfazer necessidades ou 
conveniências da coletividade, mas as do próprio interessado ou de 
alguns singulares indivíduos. O objeto da relação não é a prestação de 
serviço à universalidade do público, mas tão somente o uso do bem. 
 
Vamos ver como isso cai em concurso? 
 
 
 
 
23) (CESPE ± 2013 ± INPI ± Analista ± Formação: Direito) A 
concessão, como delegação da prestação de um serviço público, 
estabelece relação entre o concessionário e a administração 
concedente, regendo-se pelo direito privado. 
 
Essa é uma boa questão para revisarmos que Para o sentido 
objetivo, prevalece o conceito formal que considera serviço público 
qualquer atividade de oferecimento de utilidade material à coletividade, 
desde que, POR OPÇÃO DO ORDENAMENTO JURÍDICO, essa atividade 
deva ser desenvolvida sob regime de Direito Público. 
Logo, está INCORRETA. 
 
24) (CESPE ± 2013 ± INPI ± Analista ± Formação: Direito) Uma 
empresa concessionária do serviço de energia elétrica pode suspender o 
fornecimento de energia, desde que precedido de aviso prévio, no caso 
de inadimplemento da conta. 
Essa proposição está de acordo com o art. 6º, §3º, inciso II, da Lei 
nº 8.987/95: 
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua 
interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando: 
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