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Resumo, Ferdinand Lassalle: Que é Constituição?

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Ferdinand Lassalle foi um alemão, contemporâneo de Karl Marx, que corroborou com o estudo da Constituição dando base para uma analise constitucional sob vertente sociológico a partir de sua tese, de que ela só seria legítima se representasse o efetivo poder social, refletindo as forças sociais que constituem o poder. Sua teoria foi explanada em suas obras, dentre elas, encontra-se “Que é uma Constituição?” que será discutida ao longo do texto visando um maior entendimento sobre seu pensamento e a importância dele para o constitucionalismo. 
Lassalle inicia sua obra indagando: qual a verdadeira essência de uma constituição? As respostas jurídicas não respondem a essa pergunta de maneira satisfatória, pois se limitam a descrever exteriormente como se formam e o que fazem as Constituições. O método utilizado para dar a resposta certa será a comparação. Dessa forma, ele compara uma Lei comum com a Constituição chegando, posteriormente, a conclusão de que a Constituição é a lei fundamental de uma nação. Sendo uma norma fundamental, ela deve constituir o fundamento para as outras leis, tendo força ativa. 
Tendo em vista os aspectos observados, Ferdinand Lassalle finalmente chega ao momento central de sua tese afirmando que existe uma força ativa, que influi nas leis de forma que a obrigue a ser de determinada forma. Essa força são os fatores reais do poder, que informam todas as leis e instituições jurídicas da sociedade, modelando sua forma. Ele exemplifica a monarquia, a aristocracia, a grande burguesia, os banqueiros, a consciência coletiva e o povo, como esses fatores que formam a Constituição real de um país. 
Prosseguindo com sua teoria, ele afirma que os fatores reais do poder acabam por se tornar o próprio Direito, estando na Constituição de maneira implícita. Assim, os países possuem duas constituições: a primeira, sendo a real e efetiva, internalizada pelos fatores sociais e a segunda denominada de “folha de papel”. Partindo desse princípio, observa-se que sempre existiu na historia dos países pelo menos uma Constituição, visto que também sempre existiram os fatores reais do poder. Logo, a diferença dos Estados Modernos foram as Constituições escritas, que só foram possíveis devido a transformação nos elementos reais do poder imperantes nas regiões.
Lassalle ainda afirma, ao tratar das Constituições escritas e reais, a prevalência do direito privado em caso de revolução e o desmoronamento do direito público quando ela ocorre. É perceptível que o poder da Nação é superior ao do Exército, contudo o primeiro é desorganizado e só consegue se organizar perante grande comoção. 
Além disso, há como saber quando uma Constituição escrita é boa e duradoura, basta ela corresponder a Constituição real e se originar dos fatores que regem o país. Quando isso não ocorre, a escrita sucumbirá perante a real, pois é esta que possui as verdadeiras forças vitais do país.
Levando-se em consideração os argumentos apresentados, percebe-se que, para Lassalle, os problemas constitucionais não são problemas de direito, mas de poder. Além disso, a constituição escrita de um país não tem valor, nem é durável a não ser que exprima fielmente os valores imperantes na realidade social dele.

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