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livro de lesões e anomalias

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Pratica Clinica 
Compilado de Informações 
Vinicius J. Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este livro a todos meus colegas da Turma Odo114an que buscam a perfeição e o melhor 
resultado sempre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este livro não é ideal para ser referenciado, seu intuito e a facilidade do acesso as informações 
durante a consulta clínica, abordando-as de forma superficial, de maneira que o autor julga 
importante e necessário. 
Para fins mais esclarecedores ou de pesquisa cientifica e citação recomenda-se livros mais 
especializados e embasados nos assuntos aqui discriminados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumario 
 
 
1 Lesões Fundamentais....................................01 
1.1 Mancha ou macula..............................................02 
1.1.1 Macula Alérgica...........................................................03 
1.1.2 Macula Manolica..........................................................04 
1.1.3 Nevo Pigmentado........................................................06 
1.1.4 Pigmentação fisiológica...............................................08 
1.1.5 Tatuagem por Amalgama............................................09 
1.1.6 Candidose....................................................................10 
1.2 Placa.....................................................................12 
1.2.1 Candidiase...................................................................14 
1.2.2 Leocoplasia..................................................................16 
1.2.3 Quielite Actinica..........................................................20 
1.2.4 Estomatite Nicotinica...................................................23 
1.3 Erosão..................................................................25 
1.3.1 Candidose....................................................................26 
1.3.2 Lingua Geografica/Eriteama Migratorio.......................28 
1.4 Ucera ou Uceração..............................................30 
1.4.1 Candidose....................................................................32 
1.4.2 Herpes Simples...........................................................34 
1.4.3 Herpes Recorrente......................................................36 
1.4.4 Ucera aftosa Recorrente..............................................37 
1.4.5 Ucera Traumatica........................................................39 
1.4.6 Carcinoma Epdermoide...............................................40 
1.4.7 Penfigoide Cicatrical....................................................42 
1.5 Visicula Bolha......................................................44 
1.5.1 Hemogioma.................................................................48 
1.5.2 Mucocele.....................................................................50 
1.5.3 Ranula.........................................................................51 
1.6 Papula Verrucosa................................................53 
1.6.1 Papiloma......................................................................54 
1.7 Papulas.................................................................56 
1.7.1 Hiperplasia Papilar Inflamatoria...................................57 
1.8 Nodulos................................................................59 
1.8.1 Granuloma Piogenico..................................................60 
1.8.2 Hiperplasia Fibrosa Inflamatoria..................................61 
1.8.3 Lesão Periferica de Celulas Gigantes.........................62 
2 Neoplasias....................................................65 
3 Hemograma...................................................69 
4 Exames complementares............................74 
4.1 Exames de imagem.............................................74 
5 Anomalias dentarias em radiografias........84 
 
 
 
 
 
 
 1 
Lesões Fundamentais 
 
Conceito: São alterações morfológicas na pele ou mucosa bucal. Importância: Todo diagnóstico 
norteia-se pela história clínica da doença e pelas características clínicas da lesão, isto é da lesão 
fundamental 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
Mancha ou Mácula 
 
São modificações das colorações normais da mucosa bucal sem que ocorra elevação ou depressão 
tecidual Apresentam cores , tamanhos e formas bastante variadas, podendo sua origem ser devido à 
presença de melanina e outras causas. Segundo Regezzi, 2000, as lesões fundamentais do tipo 
mancha podem se manifestar nas seguintes patologias: 
Pigmentação dos tecidos bucais e peribucais (Manchas) 
LESOES BENIGNAS ORIUNDAS DE MELANÓCITOS 
Pigmentação Fisiológica 
Melanose associada ao fumo 
Mácula melanótica bucal 
NEOPLASMAS 
Nevos 
Melanoma 
Tumor neuroectodérmico da infância 
PIGMENTAÇÕES CAUSADAS POR DEPÓSITOS EXÓGENOS 
Tatuagem por amálgama (Argirose Focal) 
Pigmentação por Metais pesados 
Pigmentação pela Minociclina 
 
 
 
 
 3 
 
Mácula alérgica 
 
 
 
As lesões por contato aparecem diretamente adjacentes ao agente causal. As lesões variam de 
eritematosas e ulcerativas. É uma alteração rara na boca, os agentes causais mais comuns são 
dentifrícios, colutórios, balas, chicletes, antimicrobianos tópicos, esteróides tópicos, iodo, óleos 
essenciais e materiais para base de dentadura. 
Embora o acrílico para dentaduras seja considerado freqüentemente responsável por reações 
alérgicas de contato no palato, tal interpretação é errônea. Essas lesões vermelhas são mais 
provavelmente relacionadas com a candidose crônica. 
Características histológicas 
O tecido epitelial e o conjuntivo apresentam alterações inflamatórias. No epitélio pode ser 
observado espongiose e vesiculação. No tecido conjuntivo, verifica-se um infiltrado perivascular de 
linfócitos e fagócitos. Os vasos sanguineos podem estar dilatados e às vezes, são observados 
eosinófilos. 
 
 
 
 
 
 4 
Diagnóstico 
Durante uma anamnese cuidadosa. Os exames de contato podem ajudar, mas devem ser feitos por 
um especialista em virtude da posibilidade de obter resultados falso-positivos, quando feitos na 
pele, e falso-negativos, quando tentamos na mucosa. 
Tratamento 
Primeiramente a eliminação do material responsável, quando for possível identificá-lo. Nos casos 
não-complicados, as lesões devem desaparecer em uma ou duas semanas. A aplicação tópica de 
esteróides pode acelerar a cura. 
 
 
Mácula Malanótica 
 
 
 
 
 
 5 
A Macula Melanótica é uma pigmentação plana e marrom da mucosa produzida pelo aumento 
localizado de melanina, e também possivelmente, pelo aumento de melanócitos. Sua causa ainda 
não foi esclarecida. 
Mas sabe-se que ela não depende da exposição ao sol, como as sardas extra orais. 
Pode ocorrer em qualquer idade, tanto em homens como em mulheres, tendo uma predileção para 
as mulheres de 2:1. A idade média dos pacientes é de 43 anos, na época do diagnóstico. 
A região mais acometida é o vermelhão do lábio inferior, seguida pela mucosa jugal, gengiva e 
palato. 
Características clínicas 
Apresenta uma forma oval ou arredondada, assintomática de coloração amarelo-acastanhada ou 
marrom escura, bem demarcada e única. Não há relatos no aumento de tamanho da lesão. 
Características histopatológicas 
Há um aumento na quantidade de melanina, nas células epiteliais estratificadas da camada basal, ou 
também pode estar livre no tecido conjuntivo subepitelial. 
Diagnóstico diferencial 
Tatuagem poramálgama, Nevo azul e Melanoma inicial. 
(Obs.: Quando temos muitas máculas, temos a hipótese diagnóstica de Síndrome de Peutz-Jegher ou a Doença 
de Adison.) 
Tratamento e prognóstico 
Geralmente é indicado apenas a proservação, fazer a remoção cirúrgica apenas se houver 
considerações estéticas. 
A mácula melanótica não tem tendência de malignidade, porém um melanoma inicial pode ser 
semelhante clinicamente à macula. Portanto, todas as máculas pigmentadas, grandes, com 
pigmentação irregular, duração desconhecida ou aumento de tamanho recente devem ser 
submetidos ao exame histológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
Nevo pigmentado 
 
 
É uma anomalia de desenvolvimento originário da proliferação de células da crista neural, "células 
névicas". Podem ser encontradas no epitélio ou tecido conjuntivo, ou em ambos 
Características clínicas 
São lesões relativamente raras que podem ocorrer em qualquer idade, a maioria se apresenta como 
pápulas elevadas, sendo o palato o local mais atingido, os locais menos freqüente são a mucosa jugal 
(bochecha), mucosa labial, gengiva, processo alveolar e vermelhão do lábio. 
 
 
 
 
 
 7 
Características histológicas 
Há diversos subtipos de Nevus, a classificação depende da localização das células névicas 
Nevo juncional - quando as células estão na junção do tecido epitelial com o conjuntivo; 
Nevo composto - há acumulo de células névicas no epitélio e no conjuntivo; 
Nevo intramucoso - há acumulo de células névicas apenas no tecido conjuntivo (é o mais freqüente); 
Nevo azul- tem um formato de célula diferente (fusiforme) e estão no tecido conjuntivo, isso dá uma 
coloração azul da lesão. 
Diagnóstico 
Biópsia excisional (são lesões pequenas, normalmente) 
Diagnóstico diferencial: 
Melanoma, mácula bucal, tatuagem pelo amálgama, hemangioma e hematoma. 
Tratamento 
Remoção cirúrgica obrigatória, quando sofre mudança de coloração ou esteja em áreas de atrito 
crônico, como alça de sutiã, pois pode transformar-se em um melanoma. Há recorrência quando não 
é removido totalmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
Pigmentação fisiológica 
 
 
 
Este tipo de pigmentação é simétrico e persistente, e não altera a arquitetura normal, como o 
granulado gengival. Não tem predileção por sexo e nem faixa etária predominante. Pode ocorrer em 
qualquer tecido intrabucal, mas a gengiva é o tecido que mais é acometida. 
Características histológicas 
A pigmentação não é provocado pelo aumento fisiológico de melanócitos. e sim da produção de 
melanina. A melanina é encontrada à volta dos ceratinócitos basais e dos macrófagos subjacentes. 
 
 
 
 
 
 
 9 
Diagnóstico diferencial 
Melanose associada ao fumo, síndrome de Peutz-Jegher, a doença de Addison e malanoma. A 
biópsia deve ser realizada apenas se as características clínicas forem atípicas. 
 
 
Tatuagem pelo amálgama 
 
 
A tatuagem por amálgama ou argirose focal é uma lesão iatrogênica que ocorre após a implantação 
traumática de partículas de amálgama nos tecidos moles. 
Isso acontece usualmente após a extração dentária ou preparo de dentes com obturações antigas de 
amálgama ou restaurações fundidas de ouro. 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
Características clínicas 
Esta é a pigmentação mais comum da cavidade bucal, e sua ocorrência é esperada nos tecidos 
contíguos a dentes restaurados com amálgama. 
Os pontos afetados com mais freqüência são a gengiva, mucosa jugal, palato e língua. Raramente 
são observados sinais de inflamação. As lesões são maculares e não se alteram de modo apreciável 
com o tempo. Poderão ser detectadas nas radiografias dos tecidos moles. 
Características histopatológicas 
As partículas de amálgama alinham-se tipicamente ao longo das fibras colágenas e à volta dos vasos 
sanguíneos. São encontrados poucos linfócitos e macrófagos. Podem ser encontradas células de 
corpo estranho multinucleadas. 
Diagnóstico diferencial 
Nevos e melanomas em início. 
Tratamento e prognóstico 
Nenhum, pois não é patológico. Não necessita de remoção cirúrgica, caso a radiografia seja 
conclusiva (evidenciação de corpo radiopaco na área da lesão). 
 
 
Candidose 
 
 
 
 
 11 
A infecção pelo cândida albicans é denominada de candídiase ou também candidose. É uma infecção 
muito comum no homem, e por apresentar diversas manifestações clínicas muitas vezes é difícil 
fazer o diagnóstico. A C. albicans pode ser um componente normal da microbiota bucal, e 30 a 50 % 
das pessoas simplesmente possuem os microrganismos em suas bocas, sem evidência clínica de 
infecção. 
Como resultado desta infecção complexa entre hospedeiro e microrganismo, a infecção por cândida 
pode variar desde o leve envolvimento da superfície mucosa, observada na maioria dos pacientes, a 
uma doença fatal quando disseminada em pacientes gravemente imunodeprimidos. 
Candidose eritematosa 
- pode ser verificada em várias apresentações clínicas, a primeira é, candidose atrófica aguda, os 
pacientes queixam-se que sentem suas bocas como se tivessem tomado uma bebida quente. Em 
geral, a sensação de queimação é acompanhada pela perda das papilas filiformes da superfície 
dorsal da língua, resultando em língua avermelhada e "careca". 
Características histopatológicas 
As hifas de Candida e leveduras podem ser identificadas pelo método de coloração com ácido 
periódico de Schiff (PAS). O método PAS cora os carboidratos que existem em abundância na parede 
celular dos fungos. Freqüentemente, as hifas são acompanhadas por um número variável de 
leveduras, células epiteliais escamosas e células inflamatórias. 
Comumente são encontrados aumento da espessura de paraceratina na superfície da lesão e 
alongamento das papilas epiteliais. Caracteristicamente, pode ser observado um infiltrado 
inflamatório crônico de células inflamatórias no tecido conjuntivo logo abaixo do epitélio infectado. 
Freqüentemente, pequenas coleções de neutrófilos São leucócitos polimorfonucleares que fazem 
parte do sistema imunitário do corpo humano) são identificadas na camada de paraceratina e 
camada de célula espinhosa próximo aos microrganismos. são identificadas na camada de 
paraceratina e camada de célula espinhosa próximo aos microrganismos. 
Diagnóstico 
É feito pelos sinais clínicos e exame de citologia esfoliativa. 
Tratamento e prognóstico 
A primeira escolha é a Nistatina 100.000 UI, suspensão oral, pastilha, ou gel. Também pode ser 
indicado, o creme de Clotrimazol também é eficaz no tratamento para queilite angular porque essa 
droga possui propriedades antifúngicas e antibacteriana. O Itraconazol também é bem indicado 
nesses casos. 
Na maioria dos casos, a candidose oral é incômoda infecção superficial resolvida com tratamento 
antifúngico. Se a infecção recorrer após o tratamento, pode ser necessária uma investigação 
meticulosa dos fatores que possam predispor a candidose, como a imunossupressão. Apenas nos 
pacientes mais gravemente comprometidos a candidose provoca doença profundamente invasiva. 
 
 
 
 
 
 12 
Placa 
 
São lesões elevadas em relação ao tecido, sua altura é pequena em relação à extensão, consistentes 
à palpação e a superfície pode ser rugosa, verrucosa, ondulada, lisa ou apresentar diversas 
combinações desses aspectos 
Segundo Regezzi, 2000, as lesões fundamentais do tipo placa podem se manifestar nas seguintes 
patologias: 
Lesões Brancas (placa) 
CONDIÇÕES HEREDITÁRIAS 
Leucoedema 
Nevo Branco Esponjoso 
Disceratose Intra-Epitelial Benigna Hereditária 
Ceratose Folicular 
LESÕES REACIONAISHiperceratose (Friccional) Focal 
Lesões Brancas Associadas ao Tabaco sem Fumaça 
Estomatite Nicotínica 
Queilite Solar 
OUTRAS LESOES BRANCAS 
Leucoplasia Idiopática 
Leucoplasia Pilosa 
Língua Pilosa 
Língua Geográfica 
Líquen Plano 
Escara Associada ao Uso de Dentifrícios 
LESÕES BRANCO-AMARELADAS NÃO-EPITELIAIS 
Candidíase 
Queimaduras Mucosas 
 
 
 
 
 
 
 13 
Fibroses submucosas 
Grânulos de Fordyce 
Tecido Linfóide Ectópico 
Cistos Gengivais 
Parúlide 
Lipoma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Candidiase 
 
 
 
 
A infecção pelo cândida albicans é denominada de candídiase ou também candidose. É uma infecção 
muito comum no homem, e por apresentar diversas manifestações clínicas muitas vezes é difícil 
fazer o diagnóstico. A C. albicans pode ser um componente normal da microbiota bucal, e 30 a 50 % 
das pessoas simplesmente possuem os microrganismos em suas bocas, sem evidencia clínica de 
infecção. 
 
 
 
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Como resultado desta infecção complexa entre hospedeiro e microrganismo, a infecção por cândida 
pode variar desde o leve envolvimento da superfície mucosa, observada na maioria dos pacientes, a 
uma doença fatal quando disseminada em pacientes gravemente imunodeprimidos. 
Características clínicas 
Candidose pseudomembranosa 
- também conhecida como sapinho,a candidose pseudomembranosa é caracterizada pela presença 
de placas brancas aderentes na mucosa bucal, que lembram leite coalhado. As placas brancas são 
compostas por hifas emaranhadas, leveduras, células epiteliais descamadas e fragmentos de tecido 
necrótico. Estas placas podem ser removidas pela raspagem com um abaixador de língua ou pela 
fricção com uma compressa de gaze seca. A mucosa subjacente pode estar normal ou eritematosa. 
A candidose pseudomembranosa pode ser iniciada, pela exposição do paciente a antibióticos de 
amplo espectro, ou por estar debilitado o sistema imunológico do paciente. Os sintomas, se 
estiverem todos presentes, usualmente são relativamente leves, e consistem em sensação de 
queimação da mucosa bucal ou gosto desagradável na boca, descrito variavelmente como amargo 
ou salgado. 
Características histopatológicas 
As hifas de Candida e leveduras podem ser identificadas pelo método de coloração com ácido 
periódico de Schiff (PAS). O método PAS cora os carboidratos que existem em abundância na parede 
celular dos fungos. Freqüentemente, as hifas são acompanhadas por um número variável de 
leveduras, células epiteliais escamosas e células inflamatórias. 
Comumente são encontrados aumento da espessura de paraceratina na superfície da lesão e 
alongamento das papilas epiteliais. Caracteristicamente, pode ser observado um infiltrado 
inflamatório crônico de células inflamatórias no tecido conjuntivo logo abaixo do epitélio infectado. 
Freqüentemente, pequenas coleções de neutrófilos são identificadas na camada de paraceratina e 
camada de célula espinhosa próximo aos microrganismos. 
Diagnóstico 
É feito pelos sinais clínicos e exame de citologia exfoliativa. 
Tratamento e prognóstico 
A primeira escolha é a Nistatina 100.000 UI, suspensão oral, pastilha, ou gel. Também pode ser 
indicado, o creme de Clotrimazol também é eficaz no tratamento é eficaz no tratamento para 
queilite angular porque essa droga possui propriedades antifúngicas e antibacteriana. O Itraconazol 
também é bem indicado nesses casos. 
Na maioria dos casos, a candidose oral é incomoda infecção superficial resolvida com tratamento 
antifúngico. Se a infecção recorrer após o tratamento, pode ser necessária uma investigação 
meticulosa dos fatores que possam predispor a candidose, como a imunossupressão. Apenas os 
pacientes mais gravemente comprometidos a candidose provoca doença profundamente invasiva. 
 
 
 
 
 
 16 
Leucoplasia 
 
 
 
A leucoplasia oral é definida pela organização mundial da saúde como uma placa branca que não 
pode ser caracterizada clinicamente ou patologicamente como qualquer outra doença. 
A definição de leucoplasia é incomum, por seu diagnóstico não depender tanto de aparências 
definidas, mas sim da exclusão de outras lesões que se apresentam como placas brancas na boca. 
Como por exemplo, líquen plano, mordiscatio, ceratose friccional, ceratose da bolsa de tabaco, 
estomatite nicotínica, leucoedema e nevo branco esponjoso, essas alterações devem ser 
descartadas antes que o diagnóstico de leucoplasia seja feito. 
A cor clínica resulta de uma camada de ceratina superficial espessada, ou uma camada espinhosa 
espessada, que mascara a vascularidade normal (vermelhidão) do tecido conjuntivo subjacente. 
Incidência e prevalência 
Embora ela seja considerada uma lesão pré-maligna, o uso deste termo (leucoplasia) não sugere que 
os aspectos de displasia estejam presentes em todas as lesões. 
Etiologia 
Tabaco - mais de 80% dos pacientes com leucoplasia são fumantes. Este hábito parece ser a maior 
associação com o desenvolvimento da leucoplasia. 
Álcool - que parece ter um forte efeito sinérgico com o tabaco com relação a produção do câncer 
bucal, porém este não tem sido relacionado à incidência de leucoplasia. 
 
 
 17 
Sanguinárias - as pessoas que usam cremes dentais ou colutórios contendo extratos de Herva 
sanguinária podem desenvolver uma leucoplasia verdadeira. Esse tipo de leucoplasia (ceratose 
associada à sanguinária) geralmente localiza-se no vestíbulo anterior ou na mucosa alveolar da 
maxila. Mais de 80% dos casos podem ter relação com o uso deste produto. 
Radiação ultravioleta - é aceita como um fator para leucoplasia no vermelhão do lábio inferior, o que 
geralmente é associado com a queilite actínica. 
Microorganismos - como o Treponema pallidum, produz glossite (é uma infecção da parte média do 
dorso lingual pelo fungo candida albicans) no estágio avançado da sífilis, Candida albicans pode 
colonizar camadas superficiais do epitélio da mucosa bucal, o exame pode mostrar alterações 
displásicas ou hiperplásicas histopatologicamente e o hpv, principalmente os tipos 16 e 18, são os 
mesmos subtipos que causam carcinoma cervical uterino, também estão presentes na cavidade 
bucal. 
Trauma - a irritação mecânica crônica pode produzir uma lesão branca com uma superfície 
ceratótica rugosa, denominada de ceratose friccional. Embora a lesão resultante seja clinicamente 
semalhante á leucoplasia verdadeira, atualmente acredita-se que esta lesão seja uma resposta 
hiperplásica. As ceratoses deste tipo são completamente reversíveis com a remoção deste trauma. 
Ocorre em uma faixa etária de 60 anos de idade, a prevalência aumenta com a idade, especialmente 
para homens. A média de idade das pessoas afetadas é semelhante à média de idade dos pacientes 
com câncer bucal. 
Aproximadamente 70% das leucoplasias orais são encontradas no vermelhão do lábio inferior, na 
mucosa jugal, e na gengiva. Entretanto, as lesões na língua, vermelhão dos lábios e assoalho da boca 
somam mais de 90% daquelas que indicam displasia ou carcinoma. As lesões individuais podem ter 
uma aparência clínica variada e tendem a mudar com o tempo. As lesões iniciais e brandas 
apresentam-se como placas cinza ou branco acinzentada levemente elevadas, que podem parecer 
um pouco translúcidas, fissuradas ou enrugadas, e são tipicamente moles e planas. Geralmente têm 
borda fortemente demarcadas, mas podem se misturar gradualmente com a mucosa normal. 
A leucoplasia inicial, apresenta-se como uma placa delgada branca, que raramente mostra displasia 
na biópsia, neste estágio ela pode desaparecer. Com a progressão da lesão ela se torna mais espessa 
e fissuras podemse aprofundar e se tornar mais numerosas, neste estágio é denominada de 
leucoplasia espessa ou homogênea. E estas podem regredir ou até desaparecer, poucos tornam-se 
graves, desenvolvendo irregularidades superficiais e passam a ser denominadas de leucoplasia 
granular ou nodular. 
Algumas ainda podem apresentar projeções agudas e são chamadas de leucoplasia verruciforme ou 
verrucosa. 
Há uma forma de risco elevado que é a leucoplasia verrucosa proliferativa (LVP), apresenta-se como 
várias placas intra-bucais que podem evoluir para uma forma exofítica e verrucosa. A medida que as 
lesões progridem, podem passar à um estágio no qual não podem ser distinguidas do carcinoma 
verrucoso, mas posteriormente transformam-se em carcinoma de células escamosas. Mesmo com 
tratamento as lesões do LPV dificilmente regridem, esta é uma variante incomum da leucoplasia, por 
ter forte predileção pelo sexo feminino e mínima associação com o tabaco. 
 
 
 
 18 
A leucoplasia pode se tornar displásica e até invasiva sem nenhuma modificação em sua aparência 
clínica, mas algumas apresentam placas avermelhadas espalhadas, é chamada de eritroplasia, possui 
áreas que são incapazes de produzir ceratina. Os locais de biópsia devem ter a aparência clínica e 
lesional com parte de tecido sadio e tecido leucoplásico. 
Características histopatológicas 
Aumento da espessura da camada espinhosa (acantose); 
Hiperparaqueratina; 
Vasos sanguineos; 
Infiltrado inflamatório crônico; 
Tecido conjuntivo. 
É caracterizada por uma camada de ceratina mais espessa no epitélio superficial. Algumas podem 
apresentar hiperceratose superficial, mas mostram atrofia ou adelgaçamento do epitélio subjacente. 
Freqüentemente, um infiltrado crônico de células inflamatórias é percebido no tecido conjuntivo 
subjacente. A camada de ceratina pode consistir em ortoceratina, paraceratina, ou uma combinação 
de ambas. 
A LVP inicial aparece como uma hiperceratose benigna, que não pode ser distinguida de outras 
lesões leucoplásicas simples. Com o tempo, a condição progride para uma proliferação exofítica e 
papilar semelhante a lesões localizadas de leucoplasia verrucosa. Em estágios avançados, essa 
proliferação papilar possui uma proliferação descendente de epitélio escamoso bem diferenciado, 
com cristas epiteliais largas e embotadas. Tal epitélio apresenta invasão para a lâmina própria 
subjacente, neste estágio não pode ser diferenciado do carcinoma verrucoso. E nos últimos estágios 
o epitélio se torna menos diferenciado, tornando-se um carcinoma de células escamosas. 
A maioria das leucoplasias não apresentam displasia, mas quando presentes, comumente iniciam na 
região basal e parabasal do epitélio. As alterações histopatológicas das células epiteliais das 
displásicas são semelhantes àquelas do carcinoma de células escamosas e incluem: 
Núcleos de células aumentadas; 
Nucléolos grandes e proeminentes; 
Aumento da razão núcleo/citoplasma; 
Núcleos hipercromáticos; 
Núcleos e células pleomórficos; 
Disceratose; 
Aumento da atividade mitótica; 
Figuras mitóticas anormais; 
Além disso, as alterações histomorfológicas do epitélio displásico são evidentes no maior aumento, 
incluindo: 
Cristas epiteliais bulbosas ou em forma de gota; 
Perda de polaridade; 
 
 
 19 
Pérolas de ceratina ou epiteliais; 
Perda da coesão celular típica. 
Quando há displasia epitelial, o patologista utiliza um adjetivo descritivo relacionado à sua 
"gravidade". A displasia epitelial branda refere-se a alterações limitadas a camada basal e parabasal. 
A displasia epitelial moderada envolve desde a camada basal até a porção média da camada 
espinhosa. A displasia epitelial grave apresenta alterações desde a camada basal até um nível acima 
da porção média do epitélio. Quando toda a espessura do epitélio está envolvida, o termo 
carcinoma in situ é usado, este é definido como células epiteliais displásicas que se estendem da 
camada basal à superfície da mucosa bucal. Pode estar presente ainda uma camada de ceratina na 
superfície, e o epitélio pode ser hipertrófico ou atrófico. 
Esta lesão é considerada por muitos autores como uma lesão pré-cancerígena, o aspecto importante 
do carcinoma in situ é que nenhuma invasão ocorreu, apesar das células epiteliais atípicas 
mostrarem-se exatamente como no carcinoma de células escamosas. A formação de pérolas de 
ceratina é rara no carcinoma in situ e pode indicar a presença de uma foto de carcinoma de células 
escamosas invasivo no tecido adjacente. Quando a displasia ductal ocorre, a taxa de recorrência 
aumenta. 
Tratamento e prognóstico 
Como a leucoplasia é apenas um termo clínico, o primeiro passo no tratamento é chegar a um 
diagnóstico histopatológico definitivo. A biópsia é obrigatória para guiar o curso do tratamento. A 
leucoplasia com displasia epitelial moderada ou cada vez pior exige uma completa destruição ou 
remoção, se possível. 
O procedimento em relação à leucoplasia, que apresenta mudança menos grave, é guiado pelo 
tamanho da lesão e pela resposta a medidas mais conservadoras, como o abandono do fumo. A 
remoção completa pode ser conseguida, com a mesma eficácia, por excisão cirúrgica, eletrocautério, 
criocirurgia ou ablação a laser. É importante o acompanhamento por longo período, por que as 
recorrências são frequentes e porque podem surgir outras leucoplasias. 
A leucoplasia que não apresenta displasia frequentemente não é removida, mas a avaliação clinica a 
cada seis meses é recomendada por causa da possibilidade de progressão para a displasia epitelial. 
De forma geral, 4% das leucoplasias bucais tornam-se carcinomas de células escamosas após o 
diagnóstico, de acordo com os exames de acompanhamentos (NEVILLE, 2004). 
As investigações de acompanhamento têm demonstrado que a transformação carcinomatosa 
costuma ocorrer dentro de dois a quatro anos após o aparecimento da placa branca, mas pode 
acontecer depois de meses ou depois de décadas. A transformação parece não depender da idade 
do paciente afetado. 
A leucoplasia delgada raramente se torna maligna sem demonstrar alguma mudança clínica. A 
leucoplasia espessa homogênea sofre transformação maligna em 1 a 7% dos casos. Uma vez que a 
superfície se torna granular ou verrucosa, o potencial de transformação maligna passa para 4 a 15%. 
A eritroplasia tem uma média de potencial de transformação de 28%, mas as taxas têm variado de 
18 a 47% em diferentes investigações. Quanto maior a gravidade clínica, maior a chance de displasia 
significativa e a transformação maligna. 
 
 
 20 
Geralmente os locais mais envolvidos são assoalho da boca e ventre da língua, estes locais tem 
mostrado transformação maligna em 16 a 39% dos casos e em 47% daqueles ocorridos em 
mulheres. 
 
 
Queilite actínica 
 
 
A queilite actínica é uma alteração pré-maligna do vermelhão do lábio inferior, que resulta da 
exposição excessiva ou por longo período ao componente ultravioleta da radiação solar. Atinge 
predominantemente pessoas de pele clara com tendência a se bronzear facilmente. A ocupação ao 
ar livre está claramente associada a este problema. 
Características clínicas 
Atinge pessoas com mais de 45 anos, tem forte predileção pelo sexo masculino (10:1). É uma lesão 
que se desenvolve vagarosamente, as mudanças clínicas iniciais incluem atrofia da borda do 
vermelhão do lábio inferior, caracterizada por uma superfície lisa e áreas pálidas com erupções. O 
escurecimento da margem entre o vermelhão e a porção cutânea do lábio é tipicamente visto. 
Conforme a lesão progride, áreas ásperas e escamosas desenvolvem-se nas porções mais ressecadas 
do vermelhão, e podem assemelhar-se a lesões leucoplásicas.21 
Com o avanço da progressão, pode desenvolver-se ulceração, elas podem durar meses, 
frequentemente pode sugerir progressão para um carcinoma de células escamosas em fase inicial. 
Características histopatológicas 
1 - Elatose solar 
Caracteriza-se por um epitélio escamoso estratificado atrófico, freqüentemente apresenta 
acentuada produção de ceratina. Há também displasia epitelial, um discreto infiltrado inflamatório 
crônico está normalmente presente subjacente ao epitélio displásico. O tecido conjuntivo mostra 
uma faixa de alteração basofílica, acelular e amorfa, conhecida como elastose solar. 
Tratamento e prognóstico 
Os pacientes devem usar protetor solar labial com fator de proteção solar mínimo 30, a fim de evitar 
danos adicionais. Áreas endurecidas, espessas, com ulceração ou leucoplasia, devem ser submetidas 
à biópsia, para descartar a possibilidade de carcinoma. Em casos mais graves sem malignidade 
podemos remover uma fina fatia do lábio (vermelhectomia). O acompanhamento a longo prazo é 
recomendado. 
 
 
Líquen Plano 
 
 
 
 
 
 22 
Características clínicas 
É uma doença dermatológica relativamente comum que freqüentemente afeta a mucosa bucal. 
Alguns medicamentos podem provocar alterações semelhantes ao líquen, estas são melhor 
denominadas de mucosite liquenóide. A relação do estresse ou da ansiedade com o 
desenvolvimento de líquen plano é controversa. Pode ser que o estresse não esteja relacionado com 
a patogênese do líquen plano. Alguns pacientes podem responder com a evolução da doença devido 
ao aumento do nível de estresse e outros já não respondem da mesma maneira. 
Atinge na maioria dos casos, adultos de meia idade, com maior freqüência as mulheres são mais 
acometidas (3:2), a prevalência do líquen plano está entre 0,1 a 2,2%. 
O líquen apresenta-se de três formas, líquen plano reticular, erosivo e bolhoso. O líquen plano 
reticular é assintomático e é o mais comum; o líquen plano erosivo, as lesões são geralmente 
sintomáticas, clinicamente observam-se áreas eritematosas atróficas com graus variáveis de 
ulceração central. A periferia das regiões atróficas em geral é circundada por finas estrias brancas 
irradiadas. 
Em tais casos, um espécime de biópsia do tecido perilesional deve ser obtido para estudos de 
microscopia óptica e de imunofluorescência, visto que o penfigóide cicatricial e o pênfigo vulgar 
podem apresentar aspecto clínico semelhante. 
Características histopatológicas 
Graus variáveis de ortoceratose, paraceratose, podem estar presentes na superfície do epitélio. A 
espessura da camada espinhosa também pode ser variável. As cristas epiteliais podem ser ausentes 
ou hiperplásicas, mas classicamente elas são pontiagudas ou têm forma de "dente de serra". 
A destruição da camada basal do epitélio (degeneração hidrópica) também é evidente. Isto é 
acompanhado por um intenso infiltrado semelhante a uma faixa, predominantemente de linfócitos T 
imediatamente abaixo do epitélio. Ceratinócitos em degeneração podem ser observados em áreas 
do epitélio e na interface do tecido conjuntivo e são chamadas corpos colóides, citóides, hialinos, ou 
de Civatte. 
As características imunopatológicas do líquen plano não são específicas. A maioria das lesões 
mostram a deposição de uma banda desalinhada de fibrinogênio na zona da membrana basal. 
Diagnóstico 
O diagnóstico do líquen plano reticular é clínico, pois as características clínicas são bem típicas. As 
estrias brancas entrelaçadas que aparecem bilateralmente na região posterior da mucosa da 
bochecha são patognomônicas. O diagnóstico pode ser dificultado caso a candidose esteja presente 
sobre o líquen. 
Já o líquen plano erosivo é algumas vezes de difícil diagnóstico, freqüentemente a biópsia é 
necessária para afastar a hipótese de outras doenças ulcerativas ou erosivas, como o lúpus 
eritematoso ou uma entidade recentemente descrita a estomatite ulcerativa crônica que apresenta-
se como gengivite descamativa ou como ulcerações da língua e da mucosa da bochecha. 
 
 
 
 
 
 23 
Tratamento e prognóstico 
O líquen plano reticular geralmente não produz sintomas, e o tratamento não é necessário. 
Ocasionalmente a candidose pode estar sobreposta e causar sensação de queimação, é necessária a 
terapia antifúngica nesses casos. 
O líquen plano erosivo freqüentemente incomoda o paciente devido a dor na cavidade bucal. Como 
a condição é imunologicamente mediada, recomenda-se o uso de corticosteróides, podemos utilizar 
corticóides tópicos, aplicados várias vezes ao dia, por exemplo, flucinonida, betametasona, e dentro 
de uma a duas semanas o caso está resolvido. A possibilidade de candidose iatrogênica associada 
com o uso de corticosteróides deve ser monitorada. 
Alguns autores sugerem que pacientes com líquen plano erosivo devem ser avaliados a cada três 
meses, principalmente se as lesões não forem típicas. 
 
 
Estomatite nicotínica 
 
 
 
 24 
 
Está relacionado ao cigarro, está mais relacionado ao calor dos produtos do fumo do que com as 
propriedades carcinogênicas, e às bebidas quentes (chimarrão). (Neville, 2004). Segundo Regezzi, 
2000 a combinação dos elementos carcinogênicos do tabaco e o calor de sua queima intensificam-se 
pelo hábito de fumar invertido, comum em países como a Índia aumentando significativamente o 
risco de conversão maligna. 
Características clínicas 
Atinge homens, na maioria das vezes, por volta de 45 anos de idade, a lesão se forma ao longo do 
tempo (agressão crônica). 
Ocorre na mucosa palatina, a mucosa palatina torna-se difusamente cinza ou branca com pápulas 
levemente elevadas com centro vermelho pontilhado, pode haver áreas leucoplásicas no palato. A 
cor marrom ou negra pode estar presente nos dentes. 
Características histopatológicas 
A estomatite nicotínica caracteriza-se geralmente por um epitélio espessado, com acantose 
moderada e aumento significativo da espessura da ortoceratina, suprajacente. As glândulas salivares 
menores podem mostrar alteração inflamatória em grau variado. Os ductos excretores podem 
apresentar metaplasia, e o tecido glandular contem células de inflamação crônica e certa fibrose. 
(Regezzi, 2000) 
Diagnóstico 
É clinico e através da anamnese. 
Tratamento 
É reversível e com a remoção do hábito, em torno de duas semanas, a mucosa volta a sua total 
normalidade. Pode estar associado com a leucoplasia. Obs. Se a lesão branca permanecer, tratar 
como leucoplasia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 25 
Erosão 
 
A erosão representa perda parcial do epitélio sem exposição do tecido conjuntivo subjacente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 26 
Candidose 
 
 
A infecção pelo cândida albicans é denominada de candídiase ou também candidose. É uma infecção 
muito comum no homem, e por apresentar diversas manifestações clínicas muitas vezes é difícil 
fazer o diagnóstico. A C. albicans pode ser um componente normal da microbiota bucal, e 30 a 50 % 
das pessoas simplesmente possuem os microrganismos em suas bocas, sem evidência clínica de 
infecção. 
Como resultado desta infecção complexa entre hospedeiro e microrganismo, a infecção por cândida 
pode variar desde o leve envolvimento da superfície mucosa, observada na maioria dos pacientes, a 
uma doença fatal quando disseminada em pacientes gravemente imunodeprimidos. 
Outra forma pode ser a atrofia papilar central da língua, clinicamente, pode apresentar-se como 
uma área eritematosa bem demarcada, localizada posteriormente na linha média da superfície 
dorsal da língua, freqüentemente assintomática. Ocorre perda das papilas filiformes, a lesãocostuma ser simétrica, de superfície variando de plana e lobulada. As lesões regridem com o uso de 
antifúngicos. Podemos ter também a candidose multifatorial crônica, em que além da superfície 
lingual, a junção entre palato mole e palato duro e as comissuras labiais são outros locais que podem 
ser acometidos. 
 
 
 
 
 27 
Características histopatológicas 
As hifas de Candida e leveduras podem ser identificadas pelo método de coloração com ácido 
periódico de Schiff (PAS). O método PAS cora os carboidratos que existem em abundância na parede 
celular dos fungos. Freqüentemente, as hifas são acompanhadas por um número variável de 
leveduras, células epiteliais escamosas e células inflamatórias. 
Comumente são encontrados aumento da espessura de paraceratina, na superfície da lesão e 
alongamento das papilas epiteliais. Característicamente, pode ser observado um infiltrado 
inflamatório crônico no tecido conjuntivo logo abaixo do epitélio infectado. Freqüentemente, 
pequenas coleções de neutrófilos são identificadas na camada de paraceratina e camada de célula 
espinhosa próximo aos microrganismos. 
Diagnóstico 
É feito pelos sinais clínicos e exame de citologia esfoliativa. 
Tratamento e prognóstico 
A primeira escolha é a Nistatina 100.000 UI, suspensão oral, pastilha, ou gel. Também pode ser 
indicado, o creme de Clotrimazol também é eficaz no tratamento é eficaz no tratamento para 
queilite angular porque essa droga possui propriedades antifúngicas e antibacteriana. O Itraconazol 
também é bem indicado nesses casos. 
Na maioria dos casos, a candidose oral é incomoda infecção superficial resolvida com tratamento 
antifúngico. Se a infecção recorrer após o tratamento, pode ser necessária uma investigação 
meticulosa dos fatores que possam predispor a candidose, como a imunossupressão. Apenas os 
pacientes mais gravemente comprometidos a candidose provoca doença profundamente invasiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 
Lingua geográfica / eritema migratório
 
 
 
 29 
É uma alteração comum que afeta principalmente a língua, constituindo uma alteração da 
normalidade e não uma patologia. Geralmente é detectada no exame clínico de rotina. As lesões 
ocorrem de 1 a 3% da população. As mulheres são mais afetadas que os homens (2:1). 
Características clínicas 
As lesões características do eritema migratório são observadas nos dois terços anteriores da 
superfície dorsal da língua. Apresentam-se como áreas bem marcadas de eritema, concentradas nas 
pontas ou nas bordas da língua. Esse eritema se deve a atrofia das papilas filiformes da língua, essas 
áreas freqüentemente apresentam um alo amarelo-esbranquiçado ao redor. São lesões migratórias, 
ou seja, aparecem em um lugar e em alguns dias reaparecem em outro lugar da língua. 
Geralmente as lesões iniciam como uma pequena placa branca, que em seguida desenvolve uma 
zona central atrófica eritematosa e aumenta centrifugamente. Em geral são assintomáticas, mas 
pode ocorrer sensação de queimação ou sensibilidade a alimentos quentes ou condimentos quando 
as lesões estão ativas. 
Características histológicas 
São observadas hiperceratose, espongiose, acantose e alongamento das cristas epiteliais. Além 
disso, coleção de neutrófilos são observadas dentro do epitélio. Linfócitos e neutrófilos, envolvem a 
lâmina própria. O intenso infiltrado neutrofílico pode ser responsável pela destruição da porção 
superficial do tecido epitelial, o que faz com que a mucosa fique atrófica e avermelhada conforme a 
progressão da lesão. 
Diagnóstico 
Geralmente essas lesões não provocam sintomas e podem ser identificadas como áreas 
eritematosas circundadas por uma borda amarelo-esbranquiçada recortada e serpenteada. Essas 
características são valiosas no diagnóstico diferencial com outras condições, como a candidose ou a 
eritroplasia. 
Tratamento e prognóstico 
Não é indicado nenhum tratamento, deve-se explicar ao paciente que é uma alteração da 
normalidade e é inteiramente benigna. Infrequentemente os pacientes se queixam de sensibilidade 
ou sensação de queimação. Em tais casos corticosteróides tópicos como a fluocinonida ou 
betametasona gel, propiciam um alívio quando aplicados sobre as áreas lesionadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30 
Úlcera ou Ulceração 
 
São lesões que ocorrem solução de continuidade do epitélio com exposição do tecido conjuntivo 
subjacente. 
Segundo Regezzi, 2000, as lesões fundamentais do tipo úlcera podem se manifestar nas seguintes 
patologias: 
Condições Ulcerativas 
LESOES REACIONAIS 
INFECÇOES BACTERIANAS 
Sífilis 
Gonorréia 
Tuberculose 
Lepra 
Actinomicose 
Noma 
DOENÇAS FÚNGICAS, MICOSES 
Micoses Profundas 
Micoses Subcutâneas - Esporotricose 
Micoses Oportunistas - Ficomicose 
CONDIÇOES ASSOCIADAS À DISFUNÇAO IMUNOLÓGICA 
Úlceras Aftosas 
Síndrome de Behçet 
Síndrome de Reiter 
Eritema Multiforme 
Lúpus Eritematoso 
Reações a Medicamentos 
Alergia por Contato 
Granulomatose de Wegener 
Granuloma Mediano 
Doença Granulomatosa Crônica 
Neutropenia Cíclica 
 
 
 31 
NEOPLASMAS 
Carcinoma de Células Escamosas 
Carcinoma do Seio Maxilar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 32 
Candidose 
 
 
 
A infecção pelo cândida albicans é denominada de candídiase ou também candidose. É uma infecção 
muito comum no homem, e por apresentar diversas manifestações clínicas muitas vezes é difícil 
fazer o diagnóstico. A C. albicans pode ser um componente normal da microbiota bucal, e 30 a 50 % 
das pessoas simplesmente possuem os microrganismos em suas bocas, sem evidencia clínica de 
infecção. 
Como resultado desta infecção complexa entre hospedeiro e microrganismo, a infecção por cândida 
pode variar desde o leve envolvimento da superfície mucosa, observada na maioria dos pacientes, a 
uma doença fatal quando disseminada em pacientes gravemente imunodeprimidos. 
O envolvimento do ângulo da boca é caracterizado por eritema, fissuração e descamação. Algumas 
vezes, esta condição é um componente da candidose multifatorial crônica, porem muitas vezes 
ocorre isoladamente, especialmente em pessoas idosas com dimensão vertical reduzida e sulcos 
acentuados nos cantos da boca. A saliva tende a acumular nessas áreas, retendo muita umidade e 
favorecendo uma infecção por leveduras. 
 
 
 
 33 
Características histopatológicas 
As hifas de Candida e leveduras podem ser identificadas pelo método de coloração com ácido 
periódico de Schiff (PAS). O método PAS cora os carboidratos que existem em abundância na parede 
celular dos fungos. Freqüentemente, as hifas são acompanhadas por um número variável de 
leveduras, células epiteliais escamosas e células inflamatórias. 
Comumente são encontrados aumento da espessura de paraceratina. Com a paraceratina não existe 
camada de células granulares e os núcleos epiteliais ficam retidos na camada de ceratina, na 
superfície da lesão e alongamento das papilas epiteliais. Caracteristicamente, pode ser observado 
um infiltrado inflamatório crônico de células inflamatórias no tecido conjuntivo logo abaixo do 
epitélio infectado. Freqüentemente, pequenas coleções de neutrófilos, são identificadas na camada 
de paraceratina e camada de célula espinhosa próximo aos microrganismos. 
Diagnóstico 
É feito pelos sinais clínicos e exame de citologia esfoliativa. 
Tratamento e prognóstico 
A primeira escolha é a Nistatina 100.000 UI, suspensão oral, pastilha, ou gel. Também pode ser 
indicado, o creme de Clotrimazol também é eficaz no tratamento é eficaz no tratamento para 
queilite angularporque essa droga possui propriedades antifúngicas e antibacteriana. O Itraconazol 
também é bem indicado nesses casos. 
Na maioria dos casos, a candidose oral é incomoda infecção superficial resolvida com tratamento 
antifúngico. Se a infecção recorrer após o tratamento, pode ser necessária uma investigação 
meticulosa dos fatores que possam predispor a candidose, como a imunossupressão. Apenas os 
pacientes mais gravemente comprometidos a candidose provoca doença profundamente invasiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 34 
Herpes simples 
 
 
O vírus herpes simples é um vírus DNA e um membro da família do herpesvírus humano, o que pode 
ocasionar lesões na cavidade bucal é o tipo 1 (HSV-1 ou HHV-1). Ele é predominantemente 
disseminado pela saliva infectada ou de lesões periorais ativas. Os locais mais atingidos são, faringe, 
áreas intra-orais, lábios, olhos e pele acima da cintura. 
A exposição inicial é denominada de infecção primária, atinge faixas etárias jovens, é assintomática, 
o vírus progride através dos nervos sensitivos e é transportado para os gânglios autônomos. Com a 
infecção oral o vírus coloniza o gânglio trigêmeo, e o vírus permanece em latência. 
A infecção pelo HSV-1 secundário ou recorrente, ocorre com a reativação do vírus, muitos pacientes 
podem apenas apresentar infecção assintomática do vírus na saliva. As recorrências sintomáticas são 
comuns e afetam o epitélio inervado pelo gânglio sensitivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 35 
Características clínicas 
Gengivoestomatite herpética aguda - a maioria dos casos ocorre entre os seis meses e cinco anos. O 
início da infecção é abrupta e frequentemente acompanhado por linfadenopatia cervical anterior, 
calafrios, febre, náusea, anorexia, irritabilidade e lesões orais dolorosas. 
Inicialmente as lesões são diversas vesículas puntiformes, que rapidamente se rompem e formam 
inúmeras lesões pequenas e avermelhadas. Essas lesões iniciais aumentam um pouco de tamanho e 
desenvolvem áreas centrais de ulceração, recobertas por uma fibrina amarelada. As ulcerações 
podem coalescer e formar ulcerações maiores rasas e irregulares. Pode atingir qualquer local da 
mucosa e o número das lesões é altamente variável. Pode atingir também a pele adjacente ao 
vermelhão do lábio. Geralmente o caso se resolve em 5 dias, mas os casos mais graves se resolvem 
em torno de até duas semanas. 
Características histopatológicas 
O vírus exerce seus principais efeitos nas células epiteliais que mostram a denominada degeneração 
balonizante, que caracteriza-se pela acantólise e núcleo claro aumentado, essas células acantolíticas 
são denominadas de células de Tzanck. Ocorre fragmentação nuclear com condensação da 
cromatina ao redor da periferia do núcleo, pode ocorrer fusão entre as células. O edema que ocorre 
entre as células leva à formação de uma vesícula intra-epitelial. 
As vesículas localizadas na pele persistem e desenvolvem infiltração secundária por células 
inflamatórias. A partir do rompimento, as lesões mucosas apresentam uma membrana 
fibrinopurulenta na superfície. 
Diagnóstico 
Podem ser confundidas com outras doenças, e a confirmação laboratorial é necessária. A biópsia do 
tecido e o esfregaço citológico são os dois dos procedimentos diagnósticos mais usados, sendo o 
estudo citológico o menos invasivo e o de melhor custo benefício. O vírus produz alterações 
histológicas distintas dentro do epitélio infectado. 
Tratamento e prognóstico 
A gengivo estomatite herpética primária, se a infecção é diagnosticada no início, os medicamentos 
antivirais podem ter um impacto significativo. Os pacientes devem ser instruídos a restringir o 
contato com as lesões ativas, para prevenir a disseminação para outros locais e pessoas. 
O aciclovir é muito bem indicado nesses casos, pode-se indicar solução para bochecho. Os 
antiinflamatórios não esteroidais também ajudam a aliviar o desconforto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 36 
Herpes recorrente 
 
 
 
Pode ocorrer nos mesmos locais da infecção primária, porem a localização mais comum é na borda 
do vermelhão e pele adjacentes dos lábios. O aparecimento das lesões vem seguidas de dor, 
ardência, prurido, pontadas, calor localizado ou eritema no epitélio envolvido, estes sinais e 
sintomas são denominados de sinais prodominais, que aparecem de seis a 24 horas antes do 
desenvolvimento das lesões . 
Desenvolvem-se inicialmente múltiplas pápulas de 1 a 3 milímetros, pequenas e eritematosas, que 
formam grupos de vesículas preenchidas por líquido. As vesículas rompem e formam crostas em dois 
dias. A cicatrização usualmente ocorre entre sete e 10 dias. 
Características histológicas 
O vírus exerce seus principais efeitos nas células epiteliais que mostram a denominada degeneração 
balonizante, que caracteriza-se pela acantólise e núcleo claro aumentado, essas células acantolíticas 
são denominadas de células de Tzanck., e núcleo claro aumentado. Ocorre fragmentação nuclear 
com condensação da cromatina ao redor da periferia do núcleo, pode ocorrer fusão entre as células. 
O edema que ocorre entre as células leva à formação de uma vesícula intra-epitelial. 
 
 
 
 37 
As vesículas localizadas na pele persistem e desenvolvem infiltração secundária por células 
inflamatórias. A partir do rompimento, as lesões mucosas apresentam uma membrana 
fibrinopurulenta na superfície. 
Diagnóstico 
Podem ser confundidas com outras doenças, e a confirmação laboratorial é necessária. A biópsia do 
tecido e o esfregaço citológico são os dois dos procedimentos diagnósticos mais usados, sendo o 
estudo citológico o menos invasivo e o de melhor custo benefício. O vírus produz alterações 
histológicas distintas dentro do epitélio infectado. 
Tratamento e prognóstico 
Os pacientes devem ser instruídos a restringir o contato com as lesões ativas, para prevenir a 
disseminação para outros locais e pessoas. 
O aciclovir é muito bem indicado nesses casos, pode-se indicar solução para bochecho. Os 
antiinflamatórios não esteroidais também ajudam a aliviar o desconforto. 
 
 
 
Úlcera aftosa recorrente 
 
 
 
 
 38 
As úlceras aftosas recorrentes são muito comuns e sem causa definida. Apesar de não haver um 
único agente etiológico responsável pela alteração patológica, a destruição da mucosa parece 
representar uma reação imunológica mediada pelas células T (linfócitos). 
Etiologias - as possíveis causas podem ser, alergias; predisposição genética; deficiências nutricionais, 
anormalidades hematológicas, influências hormonais, agentes infecciosos, trauma e estresse. 
As três variações clínicas da estomatite aftosa são: 
1 Úlceração aftosa menor; 
2 Úlceração aftosa maior; 
3 Úlceração aftosas herpetiformes. 
Úlceração aftosa menor - têm uma menor taxa de recorrência, e menor tempo de duração, e se 
desenvolvem quase que exclusivamente em mucosa não-ceratinizada (mucosa jugal e labial). As 
lesões podem ser precedidas por sintomas prodrômicos como queimação, prurido, pontadas e o 
aparecimento de máculas eritematosas. A mácula progride para uma ulceração, recoberta por uma 
membrana fibrinopurulenta, removível, branco-amarelada, circunscrita por um halo eritematoso. 
Medem em torno de 3 a 10 mm e duram de 7 a 14 dias. Não deixam cicatrizes. Pacientes do sexo 
feminino são mais afetadas, e geralmente surge durante a infância ou na adolescência. 
Úlceração aftosa maior - apresentam-se mais extensas que as aftas menores, e episódios de maior 
duração, pode surgir de 1 a 10 lesões. São lesões mais profundas, medem cerca de 1 a 3 cm de 
diâmetro, levam cerca de duas a seis semanas para regredir e pode deixar cicatriz.Qualquer 
superfície pode ser afetada, mas a mucosa labial, o palato mole e as fauces tonsilares são os locais 
mais acometidos. Geralmente inicia na puberdade e pode ter recorrências por até 20 anos ou mais. 
Úlceração aftosas herpetiformes - possuem um número mais alto de lesões e com uma alta 
frequencia de recorrência. As lesões podem medir 1 a 3 mm de diâmetro, devido ao pequeno 
tamanho e a alta quantidade, as lesões podem se mostrar semelhantes a infecção primária do 
herpes virus, devido a isso elas são denominadas de herpetiformes. Cicatrizam-se em sete a 10 dias, 
há uma predileção pelo sexo feminino e pela mucosa não ceratinizada bucal. 
Características histopatológicas - não possui padrão histopatológico específico, porém as úlceras 
iniciais apresentam o centro ulcerado com uma membrana fibrinopurulenta, o tecido conjuntivo 
apresenta uma alta vascularização e infiltrado inflamatório misto, composto de linfócitos, histiócitos 
e leucócitos polimorfonucleares. As margens da lesão apresentam epitélio com espongiose e 
numerosas células mononucleadas no terço basilar. 
Diagnóstico 
é clínico e é importante investigar a história médica do paciente, e por não ter padrão 
histopatológico específico, a biópsia é necessária para o diagnóstico diferencial. 
Tratamento e prognóstico 
 a maioria dos pacientes com aftas brandas não requer tratamento, se necessário apenas 
tratamento tópico, com corticosteróides, para minimizar a frequencia e intensidade dos ataques. 
Para os pacientes com aftas menores disseminadas ou herpetiformes pode ser indicados o xarope de 
betametasona ou o elixir de dexametasona a 0,01%, usado como bochecho. Para úlceras localizadas 
pode-se usar dipropionato de betametasona a 0,05% ou com o gel de fluocinonida a 0,05%. Nos 
casos mais resistentes ao tratamento tópico, podemos indicar o uso de corticosteróides sistêmicos. 
 
 
 39 
 
Úlcera traumática 
 
 
 
 
Etiologia 
Como o próprio nome sugere, é um trauma agudo ou crônico, pode ocorrer devido à alimentos 
cortantes ou mordidas acidentais durante a mastigação, escovação excessiva, conversação ou 
mesmo dormindo. Podem permanecer por longos períodos de tempo, mas a maioria geralmente 
regenera em poucos dias. 
Causada por mordida e por acidente. 
Características clínicas 
 ocorrem mais frequentemente na língua, lábios e mucosa jugal, as quais podem ser lesionadas pela 
dentição. Podem ocorrer lesões na gengiva, palato e fundo de sulco vestibular por outras fontes de 
irritação, como pela escovação excessiva. Geralmente são lesões individuais com uma área 
eritematosa que circunda uma membrana removível, central, amarela, fibrinopurulenta. A lesão 
pode desenvolver um alo esbranquiçado hiperceratótico, adjacente à área de ulceração. 
 
 
 40 
 
Características histopatológicas 
 as ulcerações traumáticas possuem uma membrana fibrinopurulenta que consiste 
microscopicamente em fibrina misturada com neutrófilos. O epitélio adjacente pode apresentar-se 
normal ou com hiperplasia leve com ou sem hiperceratose. A base da úlcera consiste em um tecido 
de granulação que possui linfócitos, histiócitos , neutrófilos e ocasionalmente plasmócitos. 
Tratamento e prognóstico 
para ulcerações traumáticas que tenham uma óbvia fonte de injúria, a causa deve ser removida. O 
cloridrato de diclonina ou películas de hidroxipropil celulose podem ser aplicados para alívio da dor. 
Se a causa não é obvia ou se o paciente não responde ao tratamento, é indicada a biópsia. 
 
 
Carcinoma Epidermoide 
 
 
 
 
 
 
 41 
Na grande maioria o carcinoma vem dos ceratinócitos epidérmicos que foram danificados pela luz 
solar. Possui significativo potencial de metastatizar-se para os linfonodos regionais e para além 
destes. A mais alta incidência deste tumor é entre pessoas de pele clara, após longa exposição à luz 
solar. Além disso, os carcinogênicos, como o alcatrão, óleos, e arsênico; a exposição aos raios X; 
presença de doenças na pele que causam cicatrizes; assim como queimaduras acentuadas e lúpus 
eritematoso discóide também predispõem a transformação maligna do epitélio. 
Características clínicas 
Forma-se uma úlcera com bordas elevadas, levemente duras e eritematosa circunjacente. As lesões 
podem se apresentar como placas ou pápulas. As áreas freqüentemente afetadas são, o lábio 
inferior, a ponta da orelha e as regiões infra orbitais, assim como o dorso do nariz. 
Características histológicas 
O tumor consiste em ceratinócitos, atípicos que invadem a derme e mais além. Assim como no 
carcinoma espinocelular, as características citológicas são: uma razão núcleo-citoplasma aumentada, 
hipercromasia nuclear, ceratinização de células individuais, células gigantes tumorais, figuras atípicas 
de mitose e aumento da taxa de mitose. 
Tratamento e prognóstico 
A base da terapêutica é a excisão. O modo de excisão, entretanto, depende do tamanho e 
localização da lesão. Na maioria dos casos com lesões avançadas associa-se quimioterapia e/ou 
radioterapia à terapêutica. A taxa de cura em 5 anos é de aproximadamente 90%. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Penfigóide Cicatricial 
 
 
 
 
Representa o grupo de doenças bolhosas auto-imunes crônicas, nas quais auto-anticorpos unidos 
aos tecidos são direcionados contra um ou mais componentes da membrana basal. Autores 
acreditam que ele seja duas vezes menos comum que o pênfigo vulgar. 
Características clínicas 
Geralmente acomete adultos com idade entre 50 e 60 anos, as mulheres são afetadas mais 
freqüentemente do que os homens (2:1). As lesões geralmente acometem a mucosa bucal, mas 
podem também atingir as mucosas conjuntival, nasal, esofágica, laríngea e vaginal, a pele também 
pode estar envolvida. As lesões bucais se inicial como vesículas ou bolhas. 
As bolhas no penfigóide cicatricial se formam em localização subeptelial, formando uma bolha com 
teto mais espesso e resistente do que a bolha do pênfigo vulgar. Posteriormente essas bolhas se 
rompem formando extensas áreas de ulcerações superficiais, essas lesões são dolorosas e duram de 
semanas a meses quando não tratadas. 
Atinge principalmente a gengiva, esse envolvimento produz uma reação que é chamada de gengivite 
descamativa. A complicação mais significativa do penfigóide é o envolvimento ocular, que quando 
não tratado pode levar a perda da visão. O estágio final de envolvimento ocular também pode ser 
caracterizado pela união entre as pálpebras superior e inferior. 
 
 
 
 
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Características histopatológicas 
1 - Fenda entre o tecido epitelial e tecido conjuntivo. 
A biópsia da mucosa perilesional revela uma divisão entre o epitélio da superfície e o tecido 
conjuntivo subjacente. Um discreto infiltrado de células inflamatórias crônicas está presente na 
submucosa superficial. Para um diagnóstico preciso, deve ser obtido o tecido perilesional, e não a 
própria lesão ulcerada. Outra alternativa para diagnóstico é a imunofluorescência direta. 
Tratamento e prognóstico 
O paciente deve ser encaminhado ao oftalmologista que se já familiarizado com as lesões oculares 
desta condição para um exame detalhado da mucosa conjuntival. 
Não existe um único tratamento ideal para todos os pacientes, o tratamento deve ser 
individualizado, dependendo da disposição das lesões, da atividade da doença e da resposta 
terapêutica de cada indivíduo. Podemos utilizar os agentes corticosteróides tópicos, caso as lesões 
sejam restritas a cavidade bucal, com aplicação de uma a 3 vezes ao dia sobre as lesões. Caso as 
lesões regridam, pode se diminuir a dose gradativamente até cessar por completo a administração. 
Casoos corticosteróides tópicos sejam insatisfatórios, podemos indicar os sistêmicos associado a um 
agente imunossupressor, se o paciente não tiver restrição médica. Este tipo de tratamento é muito 
bem indicado nos casos de envolvimento ocular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Vesícula e bolha 
 
 
(bolha) 
 
 
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(Pústula) 
 
(Vesículas) 
 
 
 
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São elevações do epitélio contendo líquido no seu interior 
A membrana de revestimento pode ser fina ou espessa, conforme a lesão esteja localizada sub ou 
intra epitelial. São consideradas vesículas aquelas que não ultrapassem 3 mm no seu maior 
diâmetro, sendo o restante considerado bolha Segundo Regezzi, 2000, as lesões fundamentais do 
tipo Vesiculobolhosas podem se manifestar nas seguintes patologias: 
Doenças vesiculobolhosas 
DOENÇAS VIRÓTICAS 
Infecções pelo Virus do Herpes Simples 
Infecções pelo Vírus da Varicela-Zoster 
Doença das Mãos, Pés e Boca 
Herpangina 
Sarampo (Rubéola) 
CONDIÇÕES ASSOCIADAS A DEFEITOS IMUNOLÓGICOS 
Pênfigo Vulgar 
Penfigoide Cicatricial 
Penfigoide Bolhoso 
Dermatite Herpetiforme 
DOENÇAS HEREDITÁRIAS 
Epidermólise Bolhosa 
LESÕES REACIONAIS (NÃO-INFECCIOSAS) 
Extravasamento de muco 
Cisto de retenção de muco 
Rânula 
Mucocele do Seio Maxilar 
Cisto e Pseudocisto de retenção do Seio Maxilar 
Sialometaplasia Necrosante 
Patologia das Glândulas Salivares Induzida por Radiação 
Hiperplasia Adenomatóide 
 
 
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Hemangioma 
 
 
 
Hemangioma, é uma alteração típica da infância, são mais comuns em mulheres e pessoas 
leucodermas. Em 60 % dos casos atinge a região de cabeça e pescoço. (NEVILLE, 2004). 
Podem ser confundidas clinicamente com mal formações vasculares, pois as características se 
sobrepõem; (REGEZI, 2000); 
Geralmente aparecem por volta da época do nascimento. Essa lesão pode apresentar um período de 
evolução, e vários anos depois, apresentar períodos de involução. Já as mal formações vasculares, 
geralmente não involuem; 
Os hemangiomas são classificados em capilar e cavernoso, o que os diferencia essencialmente, é o 
diâmetro dos vasos sangüíneos. 
Características histológicas 
Seta - Grande quantidade de vasos calibrosos 
 
 
 
 
 
 
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Diagnóstico 
O diagnóstico é clinico, e podemos usar alguns métodos para auxiliar na confirmação do diagnóstico, 
como por exemplo: 
Diascopia - vitropressão; 
RX - quando se tem suspeita de acometimento ósseo; 
Punção e biópsia (superficiais); 
Ultra-sonografia, tomografia, ressonância, angiografia, caso a lesão seja muito grande. 
Tratamento e prognóstico 
Em lesões pequenas, devemos fazer apenas o acompanhamento, sendo que geralmente em crianças 
e adolescentes há remissão desses hemangiomas. Em lesões maiores podemos optar por cirurgia 
excisional, tratamento com laser, criocirurgia. E em lesões superficiais podemos fazer a esclerose 
com Ethamolin (Oliato de Etalolamina). 
Em casos mais agressivos, em que a lesão não regride, podemos fazer a corticoterapia, juntamente 
com acompanhamento médico. Nesse caso optamos por remoção total do hemangioma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mucocele
 
Mucocele é o termo clínico que abrange o fenômeno de extravasamento de muco e o cisto de 
retenção do muco. A justificativa de serem considerados separadamente reside no fato de 
apresentarem microscopia e patogenia distintas. 
O lábio inferior é a sede mais freqüente do fenômeno, a mucosa jugal, a superfície ventral da língua, 
o assoalho da boca e a região retro molar são, comumente, afetados. 
São usualmente indolores e de superfície regular, com coloração ou transparência azulada, tendo 
uma localização mais superficial. Seu diâmetro varia de alguns poucos milímetros a uns poucos 
centímetros. Adolescentes e crianças são afetados mais comumente, ocorrendo cerca da metade 
dos casos relatados abaixo dos 21 anos de idade e mais de um quarto entre os 11 e 20 anos. 
Pode diminuir de tamanho pela ruptura ou reabsorção do depósito de mucina. O tamanho máximo 
geralmente é alcançado ao cabo de alguns dias depois da injúria e, quando se tenta fazer aspiração, 
encontra-se um material viscoso. 
Extravasamento de muco 
A etiologia de extravasamento de muco está relacionada com o trauma mecânico ao ducto excretor 
da glândula salivar menor, produzindo sua transecção ou ruptura. O extravasamento de muco é em 
estroma do tecido conjuntivo, contendo inicialmente neutrófilos, seguido por macrófagos. 
Segue-se uma resposta tipo tecido de granulação, resultando na formação de uma parede em volta 
do depósito de mucina. 
 
 
 
 
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Características histopatológicas 
Uma cavidade bem-circunscrita envolta por tecido de granulação contendo mucina livre. Há um 
grande número de neutrófilos, macrófagos, linfócitos e, ocasionalmente, células plasmáticas. 
Tratamento e prognóstico 
O tratamento preferido para o fenômeno de extravasamento de muco é a excisão cirúrgica. A 
remoção das glândulas salivares menores, associada com muco acumulado, é necessária para evitar 
a recidiva. 
 
 
 
Rânula 
 
 
Rânula é um termo usado para os mucoceles que ocorrem no soalho da boca. Embora a fonte do 
extravasamento de mucina seja usualmente a glândula submandibular, as rânulas podem originar-se 
do ducto submandibular ou, possivelmente, das glândulas salivares menores do soalho da boca. 
 
 
 
 
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Características clínicas 
A rânula apresenta-se como uma tumefação azulada, flutuante, com a forma de cúpula no soalho da 
boca. As lesões mais profundas podem ter coloração normal. As rânulas tendem a ser maiores do 
que os mucoceles, podem atingir muitos centímetros de diâmetro, ocupar todo o soalho da boca e 
elevar a língua. Geralmente ela se localiza lateralmente à linha média. 
Assim como as mucoceles, as rânulas podem romper-se e liberar o conteúdo mucoso. 
Características histopatológicas 
Glândula salivar 
Vasos sanguineos 
Presença de macrófagos no interior da luz/bolha 
Material mucóide 
A mucina extravasada é circundada por tecido de granulação reacional que caracteristicamente 
contém histiócitos espumosos (macrófagos). 
Tratamento e prognóstico 
O tratamento da rânula consiste na remoção e/ou marsupialização da glândula sublingual. A 
marsupialização requer a remoção do teto da lesão intra-oral, permitindo assim o ducto da glândula 
sublingual restabeleça a comunicação com a cavidade oral. No entanto, este procedimento, é 
freqüentemente mal sucedido. O mais efetivo é a remoção da glândula envolvida, assim será 
prevenido a recidiva da rânula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Pápula Verrucosa 
As lesões deste grupo relativamente pequeno apresentam-se como excrescências das mucosas. Elas 
variam de lesões insignificantes, de crescimento limitado, ao carcinoma verrucoso. 
Segundo Regezzi, 2000, as lesões fundamentais do tipo pápula verrucosa podem se manifestar nas 
seguintes patologias: 
Lesões Verrucosas-Papilares (Pápulas) 
LESÕES REACIONAIS 
Hiperplasia papilar 
Condiloma plano 
Papiloma Escamoso/Verruga Vulgar Bucal 
Condiloma Acuminado 
Hiperplasia Epitelial Focal 
NEOPLASMAS 
Ceratoacantoma 
Carcinoma Verrucoso 
ETIOLOGIA DESCONHECIDA 
Pioestomatite Vegetante 
Xantoma Verruciforme 
 
 
 
 
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Papiloma 
 
 
 
É um crescimento papilar e verrucoso formado por epitélio benigno e pequenas quantidades detecido conjuntivo de sustentação. É a lesão papilar mais comum da mucosa bucal, constituindo 
aproximadamente 2,5% das lesões da boca. Em alguns papilomas bucais, foi demonstrada a 
associação com o subtipo do mesmo vírus do papiloma humano (HPV). Outros papilomas bucais têm 
sido associados a diferentes subtipos do HPV. 
Etiologia 
Um suposto agente etiológico dos papilomas do trato aéreo digestivo superior é um membro do 
grupo dos papilomavírus, chamado atualmente de HPV. É um vírus DNA contendo uma única 
molécula de cadeia dupla do DNA. A replicação do HPV ocorre no núcleo das células epiteliais em 
conseqüência da estimulação da síntese do DNA celular. 
 
 
 
 
 
 
 
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Características clínicas 
Podem ser encontrados no vermelhão dos lábios e na mucosa da boca, com predileção pelo palato 
duro, palato mole e úvula. Essas três últimas localizações constituem aproximadamente um terço 
das lesões encontradas. Em geral medem menos do que 1cm na maior dimensão e aparecem como 
alterações exofíticas da superfície, entre granulares e semelhantes a couve-flor. As lesões são 
comumente solitárias e assintomáticas. 
Características histopatológicas 
Proliferação do epitélio pavimentoso estratificado paraqueratinizado 
Espessamento da camada de ceratina (hiperparaqueratina) 
Atipia coilocitótica (células alteradas pelo vírus) 
Tecido muscular 
Tecido conjuntivo 
Crescimento exagerado do epitélio escamoso normal. Da superfície livre do epitélio, partem 
extensões sustentadas por um estroma de tecido conjuntivo bem vascularizado. As células epiteliais 
da parte superior podem apresentar coilocitose. Vários subtipos de HPV podem ser demonstrados 
nas referidas lesões. 
Diagnóstico diferencial 
Quando solitário, inclui o xantoma verruciforme, hiperplasia papilar e condiloma acuminado. 
Tratamento e prognóstico 
Apesar de muitos papilomas escamosos parecerem ser causados por vírus, a infecciosidade do HPV 
deve ser muito baixa. Nas lesões bucais, a via de transmissão do vírus é desconhecida, embora seja 
considerado o contato direto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Pápulas 
São pequenas lesões sólidas, circunscritas, elevadas, cujo diâmetro não ultrapassa 5 mm. 
Podem ser únicas ou múltiplas; 
Quando aglomeradas constituem um a placa papilomatosa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Hiperplasia papilar inflamatória 
 
 
É um crescimento tecidual reacional, que usualmente desenvolve-se por baixo da dentadura. 
Embora a patogênese exata seja desconhecida, mais freqüentemente a condição parece estar 
relacionada a: 
Má adaptação da dentadura; 
Câmara de sucção; 
Má higienização da dentadura; 
Uso diário da dentadura durante 24 horas. 
Características clínicas 
Ocorre no palato duro, abaixo da base da dentadura. Menos freqüentemente, esta hiperplasia 
desenvolve-se no rebordo alveolar mandibular edêntulo ou na superfície de uma epúlide fissurada 
(hiperplasia fibrosa inflamatória). 
A mucosa apresenta-se eritematosa e apresenta uma superfície papilar ou pedregosa. Muitos casos 
estão associados com a "queimação" na boca por dentadura, por estar geralmente associada à 
candidose. 
A mucosa exibe numerosos crescimentos papilares na superfície, cobertos por epitélio escamoso 
estratificado hiperplásico. Nos casos avançados, esta hiperplasia tem aspecto pseudo-epitélio-
matoso. O tecido conjuntivo pode variar de frouxo e edematoso a densamente colagenizado. 
Usualmente observa-se infiltrado de células inflamatórias crônicas, que consiste em linfócitos e 
plasmócitos. Podem estar presentes leucócitos polimorfonucleares. Se as glândulas salivares 
subjacentes estão presentes, freqüentemente mostram sialoadenite esclerosante. 
 
 
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Tratamento e prognóstico 
Para as lesões muito iniciais de hiperplasia papilar inflamatória, a remoção da dentadura pode 
permitir a diminuição do eritema e edema, e o tecido pode readquirir a aparência normal. A 
condição pode melhorar com o uso de antifúngicos sistêmicos ou tópico, para as lesões mais 
avançadas e colagenizadas recomenda-se a plastia das lesões (excisão com bisturi da espessura 
parcial ou total da lesão. 
Após a cirurgia, a prótese em uso deve ser revestida com material temporário que atue como 
curativo palatino, nesse caso utilizamos cimento cirúrgico. 
Nos casos que a prótese tem câmara de sucção, primeiro optamos por reembasar a prótese com 
RAAQ (resina acrílica ativada quimicamente), de forma progressiva a cada sessão, até a lesão 
regredir totalmente e após isso confeccionar uma prótese nova. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Nódulos 
São lesões sólidas , circunscritas, de localização superficial ou profunda e formadas por tecido 
epitelial, conjuntivo ou misto. Podem ser pediculados , quando seu maior diâmetro é superior ao da 
base de implantação, ou séssil, quando o da base é maior. Segundo Regezzi, 2000, as lesões 
fundamentais do tipo nódulo podem se manifestar nas seguintes doenças : 
Tumefações Submucosas (por região) (Nódulos) 
TUMEFAÇÕES GENGIVAIS 
Focais 
 Granuloma Piogênico 
 Granuloma Periférico de Células Gigantes 
 Fibroma Periférico 
 Parúlide 
 Exostose 
 Cisto Gengival 
 Cisto de Erupção 
 Epúlide Congênita do Recém-Nascido 
Hiperplasia generalizada 
 Gengivite Hiperplasia Inespecífica 
 Hiperplasia Induzida pelo Dilatin 
 Hiperplasia Induzida pelos Hormônios 
 Hiperplasia induzida pela Leucemia 
 Hiperplasia Fibrosa Idiopática 
 
 
 
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Granuloma piogênico 
 
 
É um crescimento comum da cavidade bucal semelhante a um tumor, considerado de natureza não 
neoplásica. Considera-se que o granuloma piogênico representa uma reação tecidual exuberante a 
uma irritação local ou trauma. 
Características clínicas 
Variam em tamanho, podendo apresentar apenas alguns milímetros, a lesões maiores. A massa é 
indolor, embora com frequência, sangra facilmente devido à sua extrema vascularização. Apresenta 
crescimento rápido. Em 75% ocorre na gengiva (mais na face vestibular), os lábios, língua e mucosa 
jugal são outras localizações mais comuns. A história de trauma antes do desenvolvimento da lesão 
não é incomum. 
É comum em crianças e adultos jovens, com predileção pelo sexo feminino, possivelmente devido às 
alterações hormonais. 
Características histopatológicas 
Há uma proliferação altamente vascular, que lembra o tecido de granulação. Numerosos canais 
pequenos e grandes, revestidos por endotélio, são formados, estando obliterados por hemácias. 
Algumas vezes, estes vasos são organizados em agregados lobulares, e alguns patologistas se valem 
deste arranjo para elaborar o diagnóstico (hemangioma capilar lobular). Usualmente, a superfície é 
ulcerada e substitui por uma membrana fibrinopurulenta espessa. Um infiltrado celular inflamatório 
 
 
 61 
misto de neutrófilos, plasmócitos e linfócitos. Os linfócitos pequenos podem ser linfócitos T ou 
linfócitos B. Os linfócitos tem um papel importante na defesa do corpo.) é evidente. 
Tratamento e prognóstico 
Consiste na excisão cirúrgica conservadora da lesão, usualmente curativa. Para as lesões gengivais, a 
excisão deve se estender abaixo do periósteo e os dentes adjacentes devem ser raspados 
eficazmente, a fim de remover qualquer fonte de irritação contínua. Ocasionalmente as lesões 
recidivam. 
 
 
Hiperplasia fibrosa inflamatória 
 
 
Se desenvolve em associação com as bordas de uma prótese total ou parcial mal adaptada. 
Características clínicas

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