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ccaauussaa ddee aauummeennttoo ddee ppeennaa eessttaabbeelleeccee ppaarraa oo JJuuiizz uumm aauummeennttoo qquuaannttiiffiiccaaddoo sseemmpprree ssoobbrree aa ffoorrmmaa ffrraacciioonnáárriiaa ((““11//33,, aattéé aa mmeettaaddee,, ddee 11 aa 22//33””,, pp.. eexx..));; ((33)) aa qquuaalliiffiiccaaddoorraa eessttaabbeelleeccee ppaarraa oo ccrriimmee aa qquuaall vviinnccuullaaddaa,, uummaa ppeennaa ddiivveerrssaa ddaaqquueellaa qquuee pprreevviissttaa nnoo ttiippoo ppeennaall bbáássiiccoo,, sseejjaa nnaa eessppéécciiee,, sseejjaa nnaa eessccaallaa aabbssttrraattaa,, oouu aammbbaass.. ♦♦ AAGGRRAAVVAANNTTEE EE CCAAUUSSAA DDEE AAUUMMEENNTTOO DDEE PPEENNAA –– AATTEENNUUAANNTTEE EE CCAAUUSSAA DDEE DDIIMMIINNUUIIÇÇÃÃOO DDEE PPEENNAA ♦♦ PPooddee ooccoorrrreerr qquuee aallgguummaass aaggrraavvaanntteess ee aatteennuuaanntteess ccooiinncciiddaamm ccoomm ccaauussaass eessppeecciiaaiiss ddee aauummeennttoo oouu ddee ddiimmiinnuuiiççããoo ddee ppeennaa.. IIssttoo aaccoonntteecceennddoo,, hhaavveerráá ddee pprreevvaalleecceerr ppaarraa oo eeffeeiittoo ddee iinncciiddiirr ssoobbrree aa ppeennaa--bbaassee,, aa ccaauussaa eessppeecciiaall ddee aauummeennttoo oouu ddee ddiimmiinnuuiiççããoo,, tteennddoo--ssee ddoo ddeesspprreezzoo ddaa aaggrraavvaannttee oouu aatteennuuaannttee ccoonnssttaattaaddaa.. Eduardo Queiroz de Mello 19 ♦♦ AA VVAALLOORRAAÇÇÃÃOO DDAASS CCIIRRCCUUNNSSTTÂÂNNCCIIAASS JJUUDDIICCIIAAIISS EE AASS AAGGRRAAVVAANNTTEESS EE AATTEENNUUAANNTTEESS CCaassoo oo JJuuiizz,, nnaa ddoossiimmeettrriiaa ddaa ppeennaa--bbaassee,, vveennhhaa aa vvaalloorraarr aallgguummaa cciirrccuunnssttâânncciiaa jjuuddiicciiaall qquuee ssee vvêê nnoo eelleennccoo ddee aaggrraavvaanntteess oouu aatteennuuaanntteess,, ffiiccaa eellee pprrooiibbiiddoo ddee pprroocceeddeerr àà nnoovvaa vvaalloorraaççããoo ddee mmooddoo aa iinncciiddiirr aa aaggrraavvaannttee oouu aatteennuuaannttee ssoobbrree aa ppeennaa--rreeffeenncciiaall.. PPoorr eexxeemmpplloo:: ssee aaoo aavvaalliiaarr ooss aanntteecceeddeenntteess nnaa ddoossaaggeemm ddaa ppeennaa--bbaassee oo JJuuiizz ddiisssseerr eexxpprreessssaammeennttee ssoobbrree aa rreeiinncciiddêênncciiaa,, nnããoo ppooddeerráá eellee eemm sseegguuiiddaa,, iinncciiddiirr aa aaggrraavvaannttee ccoonnttiiddaa nnoo aarrtt.. 6611,, iinncc.. II ddoo CCPP.. Eduardo Queiroz de Mello 20 JURISPRUDÊNCIA AGRAVANTES GENÉRICAS 1. FUTILIDADE “Motivo fútil é o móvel de somenos ou sem importância. É a ninharia que, em regra, não leva ao crime. Afere-se por sua desproporção com este” (Tribunal de Justiça do Paraná – Rec. – Relator Desembargador Ossian França – RT 559/400). “É fútil o motivo insignificante, mesquinho, manifestamente desproporcional em relação ao resultado, e que, ao mesmo tempo, demonstra insensibilidade moral do agente” (Supremo Tribunal Federal – Recurso Extraordinário – Relator Ministro Antônio Neder – RDP 9/98). “Motivo fútil é aquele que tão desprovido de razão, deixa o crime vazio de motivação” (Tribunal de Justiça de S. Paulo – Rec. – Relator Desembargador Cid Vieira – RJTJSP 110/437). “Fútil é o motivo se a tentativa de morte foi perpetrada por se recusar a vítima a manter relações sexuais com o réu” (Tribunal de Justiça de S. Paulo – Acórdão – Relator Desembargador Onei Raphael – RT 586/306). 2. MOTIVO FÚTIL E CIÚME “É o ciúme um dos sentimentos que mais perturbam a alma humana, levando à perda da serenidade e conseqüente prática de desatinos. Equivocada, assim, a conceituação como fútil da atuação de quem delinqüe sob seu domínio” (Tribunal de Alçada Criminal de S. Paulo – Acórdão – Relator Juiz Gonzaga Franceschini – JUTACRIM 88/406). “Se houve discussão entre a vítima e o acusado, motivada por ciúme doentio deste, esta prévia altercação derruba o motivo fútil, e o ciúme não é motivo torpe” (Tribunal de Alçada Criminal de S. Paulo – Acórdão – Relator Juiz Barreto Fonseca – JUTACRIM 85/334). Eduardo Queiroz de Mello 21 “Quando o agente é impulsionado, premido, pressionado pelo sentimento de ciúme, fundado ou não, não se pode dizer que se cuida de motivo irrelevante, insignificante, fútil” (Tribunal de Justiça de S. Paulo – Rec. – Relator Desembargador Diwaldo Sampaio – RT 595/349). “Vingança ou ciúme são motivos reprováveis e anti-sociais, mas que não correspondem àquele que, indecoroso ou ignominioso, suscita aversão ou repugnância. É o homicida passional, embora deva submeter-se à sanção legal, tem um motivo que, em certos casos, pode até configurar o delito privilegiado” (Tribunal de Justiça de S. Paulo – Acórdão – Relator Desembargador Mendes Pereira – RT 469/320). 3. TORPEZA “Torpeza é o motivo que mais vivamente ofende a moralidade média, o senso ético social comum. É o motivo abjeto, repugnante, indigno, tal como ocorre com o que se pronuncia pelo fim de lucro” (Tribunal de Justiça de S. Paulo – Rec. – Relator Desembargador Hoeppner Dutra – RJTJSP 25/479). “Motivo torpe é aquele que se pode dizer vil, abjeto, ignóbil, repugnante, que imprime ao delito um caráter de extrema imoralidade. É aquele que provoca incontida repulsa em qualquer um, que revela maldade e que leva à indignação geral o sentimento ético comum. Não decorre, por conseguinte, da simples anti-sociabilidade do gesto, da singela reprovabilidade da conduta do agente, eis que tais caracteres são inerentes a todos os delitos, mesmo àqueles que não se revestem de contornos qualificadores. Bem por isso, a vingança, a desforra, sentimentos gerados pelo propósito de revidar agressão anterior, nem sempre traduzem torpeza, na medida em que não conferem ao gesto delituoso característica repugnante” (Tribunal de Justiça de S. Paulo- Acórdão 67.771 – Relator Desembargador Canguçu de Almeida). “Não é toda vingança que qualifica o homicídio. Para que seja considerada como motivo torpe, é necessário que esteja ela eivada de torpeza, de conteúdo repugnante ao senso ético. E isto não se dá quando o ato do acusado se determinou pelo fato de achar que foi o ofendido a pessoa que assaltou o seu carro, estuprou sua namorada e, ainda, desferiu tiros contra ele. Não há como considerar que tal atitude seja indicativa de alta imoralidade. O inconformismo com esses fatos pode Eduardo Queiroz de Mello 22 gerar a vingança, mas não constitui ato de torpeza” (Tribunal de Justiça de Minas Gerais – Rec. – Relator Desembargador Kelsen do Prado Carneiro – JM 149/446). “Ainda que o réu tenha premeditado o crime, com dolo intenso e valendo-se de recurso que dificultou a defesa da vítima, e mesmo diante de seus maus antecedentes, não se acolhe a agravante do motivo torpe quando agrediu a vítima em desforra ou por vingança de agressão sofrida na véspera, pois então o móvel do delito não foi indicativo de imoralidade profunda” (Tribunal de Justiça de Minas Gerais – Rec. – Relator Desembargador Agostinho de Oliveira – RT 557/376). “Como se vai pacificando, já não se fala mais, peremptoriamente, que a vingança seja ou que não seja motivo torpe. Pode ser, pode não ser. A realidade fática, as características do acontecimento, as peculiaridades relevantes e as condições das pessoas envolvidas é que nortearão o intérprete na acolhida ou na repulsa do gravame” (Tribunal de Justiça de S. Paulo – Rec. – Relator Desembargador Ary Belfort – RT 667/271). 4. EMPREGO DE RECURSO DE DIFICULTA OU IMPEDE A DEFESA DO OFENDIDO “Para a ocorrência