Buscar

Curso de Direito Administrativo Rafael Oliveira

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CURSO DE DIRETO DO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR RAFAEL OLVEIRA
AULAS EXIBIDAS NOS DIAS 09, 10, 11, 12 E 13 DE MARÇO DE 2009
AULA 01: PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ADMINISTRATIVA: ONTEM E HOJE    
Princípio da legalidade (visão tradicional): “Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza.”� 
Duas vertentes: princípio da supremacia (primazia, preferência ou prevalência) da lei e o princípio da reserva de lei.�
Princípio da supremacia da lei: a lei prevalece e tem preferência sobre os atos da Administração. Doutrina da negative Bindung (vinculação negativa): a legalidade representaria uma limitação para a atuação do administrador.
Princípio da reserva de lei: o tratamento de certas matérias seja formalizado necessariamente pela legislação, excluindo a utilização de outros atos com caráter normativo. Doutrina da positive Bindung (vinculação positiva): a atuação dos agentes públicos depende necessariamente de prévia autorização legal. 
A reserva de lei, por sua vez, pode ser classificada de várias formas, notadamente: a) reserva de lei relativa ou absoluta; b) formal ou material; e c) qualificada ou não-qualificada (ou simples).
Atualmente, prevalece, na praxe jurídica brasileira, a idéia da vinculação positiva da Administração à lei. 
Releitura do princípio da legalidade: idéia de constitucionalização do Direito Administrativo – Princípio da juridicidade. A unidade do sistema jurídico, abalada pela instabilidade gerada pela crise da legalidade liberal, deriva da Constituição, mormente dos princípios e valores nela consagrados. O princípio da legalidade encontra-se atualmente contido em um princípio mais amplo, que traduz com maior fidelidade a idéia de constitucionalização do ordenamento jurídico: o denominado “princípio da constitucionalidade ou da juridicidade”.
A consagração do princípio da juridicidade não aceita a idéia da Administração vinculada exclusivamente às regras prefixadas nas leis, mas sim ao próprio Direito, o que inclui as regras e princípios previstos na Constituição (“bloco de legalidade”).
Importantes discussões concretas hoje a respeito da releitura da legalidade:
a) deslegalização ou delegificação: a deslegalização, como se vê, opera uma verdadeira degradação da hierarquia normativa (descongelamento da classe normativa) de determinada matéria que, por opção do próprio legislador, deixa de ser regulada por lei e passa para a seara do ato administrativo normativo. A discussão sobre a consagração da tese da deslegalização é colocada no âmbito das agências reguladoras. 
b) decreto autônomo ou poder normativo autônomo: tradicionalmente, a doutrina brasileira não admite, como regra geral, a existência dos regulamentos autônomos, em virtude da interpretação do princípio da legalidade como vinculação positiva do administrador à lei (doutrina do positive Bindung). A regra da inadmissibilidade dos regulamentos autônomos comporta, ao menos expressamente, três exceções constitucionais.
b.1) art. 84, VI, “a” da CRFB (Emenda Constitucional nº 45/04): dispensa a necessidade de lei para o tratamento da organização da Administração Pública Federal, matéria agora disciplinada por decreto.
b.2) arts. 103-B, §4º, I da CRFB (Emenda Constitucional nº 45/04): poder normativo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
b.3) 130-A, §2º, I da CRFB (Emenda Constitucional nº 45/04): poder normativo do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
O poder normativo desses Conselhos tem fundamento de validade na própria Constituição da República, não necessitando, portanto, de intermediação legislativa. Nesse sentido: STF, Ação Direta de Constitucionalidade nº 12 (constitucionalidade da Resolução nº 7/05 do CNJ, que vedava o nepotismo no âmbito do Poder Judiciário).
Além das hipóteses consagradas expressamente na Constituição da República, deve-se admitir, ainda, a edição de regulamentos autônomos, atualmente, em relação às matérias não sujeitas à reserva legal quando a Administração Pública tiver como norte o atendimento de objetivos (deveres) constitucionais. 
AULA 02: PRINCÍPIOS DA IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDADE E EFICIÊNCIA     
Princípio da impessoalidade – 2 sentidos: a) isonomia: tratamento isonômico dispensado aos administrados que se encontram na mesma situação. Nesse caso, o princípio está relacionado com a finalidade pública; b) proibição de promoção pessoal: as realizações públicas não são dos agentes, mas da respectiva entidade administrativa (art. 37, §1 CRFB).
Princípio da moralidade: A atuação administrativa deve ser pautada pela ética. Meios de controle da moralidade: ação de improbidade (Lei 8429/92), ação popular (Lei 4717/65), ação civil pública (Lei 7347/85), etc. A vedação do Nepotismo decorre da aplicação direta do princípio da moralidade ao Poder Público (súmula vinculante n 13 do STF).
Princípio da publicidade: atos da Administração devem ser públicos, divulgados. Somente em hipóteses excepcionais se admite o sigilo (art. 5, XXXIII CRFB). Instrumentos: direito de petição (art. 5, XXXIV, a CRFB), certidões (art. 5, XXXIV, b CRFB), Mandado de Segurança, habeas data (art. 5, LXXII CRFB), etc. Discussão concreta: necessidade de motivação dos atos administrativos.
Princípio da eficiência: Administração Pública Gerencial. 
AULA 03: PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE, PROPORCIONALIDADE E A DISCUSSÃO ATUAL DO PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO
Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade: discussão sobre a fungibilidade ou não desses princípios.
Princípio da razoabilidade: origem no sistema da common law. Desenvolve-se no direito norte-americano através da evolução jurisprudencial da cláusula do devido processo legal, consagrada nas emendas 5ª e 14ª da Constituição dos Estados Unidos (procedural due process of Law e substantive due process of law).
Princípio da proporcionalidade: origem remota nas teorias jusnaturalistas dos séculos XVII e XVIII a partir do momento em que se reconheceu a existência de direitos imanentes ao homem oponíveis ao Estado. Recebe dignidade constitucional, após a Segunda Guerra Mundial, na Lei Fundamental de Bonn de 1949. 
O princípio da proporcionalidade divide-se em três subprincípios: adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito.
a) Adequação ou idoneidade: a medida adotada pelo Poder Público deve ser apta para atingir a finalidade pretendida. 
b) Necessidade ou exigibilidade:o Poder Público adote sempre o meio menos gravoso possível para o alcance de determinados objetivos. 
c) Proporcionalidade em sentido estrito: encerra uma típica ponderação, no caso concreto, entre o ônus imposto pela norma e o benefício por ela produzido. 
Princípio da supremacia do interesse público: tradicionalmente, a doutrina aponta a supremacia do interesse público sobre o privado como um pilar básico do Direito Administrativo. 
Interesse público “primário” X interesse público “secundário”: 
a) Interesse público primário: satisfação de necessidades coletivas (justiça, segurança e bem-estar).
b) Interesse público secundário: interesse do próprio Estado, enquanto sujeito de direitos e obrigações, ligando-se fundamentalmente à noção de interesse do Erário.
A supremacia é do interesse público primário sobre os interesses particulares.
Atualmente, com a relativização da dicotomia público x privado, a democratização da defesa do interesse público e a complexidade (heterogeneidade) da sociedade atual, entre outros fatores, vem ganhando força a idéia de “desconstrução” do princípio da supremacia do interesse público em abstrato.
O interesse público e os direitos fundamentais possuem previsão constitucional, inexistindo supremacia de um em relação ao outro.
Dificuldade ou impossibilidade de definição, em abstrato, do interesse público. O conceito de interesse público não necessariamentese opõe ao de interesse privado. A aproximação entre Estado e sociedade demonstra bem isso, notadamente quando se verifica que a atuação do Poder Público deve ser pautada pela defesa e promoção dos direitos fundamentais e, obviamente, pelo respeito à dignidade humana. 
A partir da premissa, a nosso ver verdadeira, de que não existe um interesse público único, estático e abstrato, mas sim finalidades públicas normativamente elencadas que não estão necessariamente em confronto com os interesses privados, seria mais adequado falar-se em “princípio da finalidade pública” em vez do tradicional “princípio da supremacia do interesse público”.
AULA 04: PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO E DA AUTOTUTELA 
Princípio da continuidade dos serviços públicos: os serviços públicos devem ser prestados de forma ininterrupta. Aplicações concretas:
a) greve (art. 37, VII CRFB): inicialmente, o STF entendia a norma era de eficácia limitada. Atualmente, o STF evoluiu para consagrar o direito efetivo da greve aos servidores públicos desde que não coloque em risco a continuidade (Informativo 485 STF).
b) exceptio non adimpleti contractus: o particular pode se valer da exceptio nos casos do art. 78, XIV e XV da Lei 8666/93, mas não nos contratos de concessão de serviços públicos, em razão do princípio da continuidade.
c) interrupção do serviço público concedido pelo inadimplemento: STJ e doutrina admitem, em regra, o corte (art. 6, §3, II da Lei 8987/95).
Princípio da autotutela: a Administração Pública pode rever os seus próprios atos. Faculdade para revogá-los, por razões de conveniência e oportunidade, e dever de anulá-los, por ilegalidade. Súmulas 346 e 473 do STF.
AULA 05: PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO ADMINISTRATIVA E DA SEGURANÇA JURÍDICA
Princípio da participação administrativa: enquanto, no Estado de Direito, a Administração Pública submetia-se à legalidade, hoje, no Estado Democrático de Direito, além do respeito à lei e à Constituição, deve a atividade administrativa pautar-se por uma legitimidade reforçada. O Direito Administrativo, que outrora se satisfazia com o princípio da legalidade, hoje, requer ainda o respeito à legitimidade.
A legitimidade do Direito Administrativo, além de exigir o respeito aos direitos fundamentais, relaciona-se com a democratização da atuação administrativa.
Democratizar o Estado significa dizer que a sua atuação deve corresponder, ao máximo, à vontade do povo. É fundamental, portanto, conceber a democracia como um processo dinâmico em que os canais de diálogo entre o Estado e a sociedade civil estejam abertos e operativos, oportunizando-se a deliberação pública e livre sobre questões atinentes à população. 
No âmbito do Direito Administrativo, a participação do cidadão na atuação administrativa é a forma de se concretizar o princípio do Estado Democrático de Direito, conferindo uma legitimidade renovada à Administração. 
Previsões normativas: a) art. 37, §3º da Constituição da República: prevê a participação do usuário na Administração Publica, mas a regulamentação ficou a cargo da legislação ordinária; b) Lei nº 10.257/01 (Estatuto da Cidade): consagrou uma série de normas relativas à participação administrativa (participação é elevada ao patamar de diretriz geral da política urbana; necessidade de audiência pública do Poder Público municipal e da população interessada “nos processos de implantação de empreendimentos ou atividades com efeitos potencialmente negativos sobre o meio ambiente natural ou construído, o conforto ou a segurança da população”; a gestão orçamentária participativa como instrumento de política urbana através de debates, audiências e consultas públicas; etc); c) Lei nº 10.079/04 (PPPs): realização de consulta pública para análise da minuta do edital de licitação e do contrato de concessão; d) leis das “agências reguladoras” procuram estabelecer instrumentos de participação do cidadão (usuário) na regulação do respectivo setor.
Princípio da segurança jurídica (art. 2 Lei 9784/99)
Segurança jurídica: aspecto objetivo (necessidade de estabilização jurídica).
Proteção da confiança legítima: aspecto subjetivo (sentimento do indivíduo em relação aos atos do estado que tem presunção de legitimidade).
Limita a atuação normativa e concreta do administrador. Idéias: a) impedir a aplicação retroativa de nova interpretação da lei; b) direito a um regime de transição justo; c) obrigação de respeitar o prazo de vigência da norma revogada; d) indenização compensatória; e) preservação da situação do administrado. 
Aplicações concretas:
a) prescrição ou decadência administrativa: a Administração só pode anular ou revogar os seus atos dentro do prazo legal (art. 54 Lei 9784/99).
b) Venire Contra Factum Proprium (STJ, RESP 141879/SP). Determinado Município pretendeu anular promessa de compra e venda de lotes de sua propriedade ao argumento de que os lotes não estavam regularizados. Foi negada a anulação, pois o loteamento era tarefa do próprio Município (art. 40 Lei 6766/99) 
� MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo brasileiro, 22ª edição, São Paulo: Malheiros, 1997, p. 82.
� Cite-se, por todos: CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e teoria da Constituição, 7ª edição, Coimbra: Almedina, 2003, P. 256.

Outros materiais