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′r −m′) N ′vY ′ δ −N ′δY ′v e sin β = δ N ′ δ(Y ′ r −m′)− Y ′δ (N ′r −m′ x′G) Y ′v (N ′ r −m′ x′G)−N ′v(Y ′r −m′) Ao ponto P no eixo longitudinal do navio tal que xP = R sin β chama-se ponto de pivotamento. O numerador da expressa˜o para a determinac¸a˜o do raio de girac¸a˜o e o denominador da expressa˜o que estabelece o aˆngulo de deriva sa˜o iguais ao coeficiente C que indica o grau de estabilidade. Caso o navio seja esta´vel tem-se para a aproximac¸a˜o do raio de giro um valor positivo. Caso contra´rio este valor e´ negativo. Trata-se de uma coereˆncia matema´tica com o comportamento insta´vel do navio. Do ponto de vista f´ısico e´ uma confirmac¸a˜o da necessidade de se considerar efeitos na˜o-lineares no modelo. 1.7 Estabilidade de um Navio em SPM ou de um Navio em Reboque Vamos aqui estudar o equil´ıbrio de um sistema navio ligado a um ponto fixo do espac¸o sob a ac¸a˜o de corrente marinha. Este problema corresponde ao caso de um navio rebocado a velocidade constante. A sigla SPM vem da expressa˜o em ingles Single Point Mooring, isto e´, ancoragem atrave´s de um ponto fixo. Ver figura 1. A ana´lise que vamos realizar aqui objetiva a verificac¸a˜o se ao enfrentar uma corrente marinha: 32 Texto Preliminar, SH Sphaier • o navio mante´m-se alinhado com a corrente marinha? • o navio na˜o consegue manter-se alinhado com a corrente marinha eadota um aˆngulo de aproamento na˜o nulo ψ 6= 0? • o navio oscila em torno da posic¸a˜o de equil´ıbrio insta´vel ψ = 0? Observemos que quando o navio na˜o consegue ficar alinhado com a corrente marinha adotando um equil´ıbrio para um aˆngulo ψ 6= 0, existem na realidade duas posic¸o˜es de equl´ıbrio, pois ψ pode ser positivo ou negativo. Nesse caso, a posic¸a˜o de equil´ıbrio para ψ = 0 pode ser mantida, mas na˜o suporta perturbac¸o˜es. O navio comporta-se como um peˆndulo invertido. Ao ser perturbado desloca-se ate´ encontrar uma nova posic¸a˜o de equil´ıbrio. O estudo feito para o navio em SPM sujeito a` correnteza equivale tambe´m ao estudo do navio em reboque. No caso do navio que oscila em torno da posic¸a˜o ψ = 0 trata-se de uma posic¸a˜o de equil´ıbrio insta´vel. Para auxiliar a descric¸a˜o do problema construimos 3 figuras sobre as definic¸o˜es utilizadas nos problemas. Observem as figuras 1, 2 e 3. Nelas l e´ o comprimento do cabo de reboque (hawser), a e´ a distaˆncia do centro do sistema ate´ o ponto de conexa˜o do hawser. A figura 2 mostra as forc¸as hidrodinaˆmicas na busca por uma posic¸a˜o de equilibrio. Sob a ac¸a˜o da correnteza o navio tenta equilibrar Tu = Fu, Tv = Fv e N = a Tv 1.7.1 Sistema de Equac¸o˜es Considerando somente os efeitos da correnteza e do hawser, as equac¸o˜es de movimento, para a formulac¸a˜o quadra´tica de forc¸as hidrodinaˆmicas, sa˜o dadas por: (m ′ −X ′u˙)u˙ ′ −m′x′cgr ′2 −m′v′r′ = X ′uu0u ′ +X ′ v|r|v ′|r′|+ T ′u (m ′ − Y ′v˙ )v˙ ′ − Y ′r˙ r˙ ′ +m ′ x ′ cgr˙ ′ +m ′ u ′ r ′ = Y ′ vv ′ + Y ′ r r ′ + Y ′ v|v|v ′|v′|+ Y ′r|r|r ′|r′|+ T ′v (I ′ −N ′r˙)r˙ ′ −N ′v˙v˙ ′ +m ′ x ′ cgr ′ u ′ +m ′ x ′ cgv˙ ′ = N ′ vv ′ +N ′ rr ′ +N ′ v|v|v ′ |v′|+N ′r|r|r ′|r′|+ a′ ∗ T ′v Neste sistema as inco´gnitas sa˜o u˙ ′ , v˙ ′ , r˙ ′ , u ′ , v ′ , r ′ , T ′ u e T ′ v. Onde: u˙ ′ = du ′ dt Texto Preliminar, SH Sphaier 33 Figura 1.11: Definic¸o˜es ba´sicas: geometria e forc¸as 34 Texto Preliminar, SH Sphaier v˙ ′ = dv ′ dt e r˙ ′ = dr ′ dt As relac¸o˜es para as trac¸o˜es devidas ao hawser e a geometria do sistema sa˜o: T ′ u = T ′ h cos(ψ − γ) T ′ v = −T ′ h sin(ψ − γ) onde a trac¸a˜o no hawser T ′ h e´ dada por sua elongac¸a˜o vezes um coeficiente de mola. T ′ h = k ′ (l − l0) para l− l0 > 0. Observemos que o hawser se destende sob a ac¸a˜o da correnteza. Quando na˜o esta´ alongado, a forc¸a de trac¸a˜o e´ nula. Observando a figura 3, podemos dizer que, definindo-se o deslocamento absoluto do centro do sistema solida´rio como ξ ′ e η ′ , teˆm-se as seguintes relac¸o˜es geome´tricas: ξ ′ + a ′ cosψ + l ′ cos γ = a ′ + l ′ 0 −η′ − a′ sinψ = l′0 sin γ As velocidades absolutas sa˜o dadas por: ξ˙ ′ = dξ ′ dt = U ′ x η˙ ′ = dη ′ dt = U ′ y e se relacionam com as velocidades relativas observados no sistema solida´rio atrave´s de: ξ˙ ′ = U ′ x = −C ′ + u ′ cos(ψ)− v′ sin(ψ) η˙ ′ = U ′ y = u ′ sin(ψ) + v ′ cos(ψ) derivando as equac¸o˜es acima obtemos relac¸o˜es entre as acelerac¸o˜es: u˙ ′ = ξ¨ ′ cosψ − (ξ˙′ + C ′)ψ˙ sinψ + η¨′ sinψ + η˙′ψ˙ cosψ v˙ ′ = −ξ¨′ sinψ − (ξ˙′ + C ′)ψ˙ cosψ + η¨′ cosψ − η˙′ψ˙ sinψ A ac¸a˜o do hawser sobre o navio no sistema solida´rio na forma adimensional e´ expressa pelas projec¸o˜es: T ′ u = T ′ cos(ψ − γ) T ′ v = −T ′ sin(ψ − γ) e pelo produto T ′ ψ = aT ′ v Texto Preliminar, SH Sphaier 35 1.7.2 Estabilidade de um Navio Alinhado com a Corrente O estudo da estabilidade linear consiste em assumir que o sistema sofre pequenas per- turbac¸o˜es, pequenos deslocamentos, em torno da posic¸a˜o ψ = 0. Queremos saber se ele retorna a posic¸a˜o de equil´ıbrio, ou foge dela. Se essa posic¸a˜o e´ uma posic¸a˜o de equil´ıbrio esta´vel, o navio retorna a ela apo´s uma pequena perturbac¸a˜o. Mesmo para um pequeno aˆngulo de aproamento e um pequeno deslocamento linear, os momentos e forc¸as restauradores impostos pelo hawser vencem os momentos e forc¸as hidrodinaˆmicos. Se essa posic¸a˜o e´ uma posic¸a˜o de equil´ıbrio insta´vel ele tenta fugir desta posic¸a˜o. Os momentos e forc¸as hidrodinaˆmicos vencem os momentos e forc¸as de restaurac¸a˜o impostos pelo hawser. A medida que o aˆngulo aumenta a situac¸a˜o se inverte e o navio retorna a` posic¸a˜o de equil´ıbrio. Passemo agora a fazer a aproximac¸a˜o das equac¸o˜es para pequenos deslocamentos e veri- fiquemos se o navio se mante´m na posic¸a˜o de equil´ıbrio alinhado com a correnteza. Admitindo que ψ e´ muito pequeno temos ξ ′ + l ′ − l′0 = 0 −η′ − a′ψ = l′0γ ξ˙ ′ = −C ′ + u′ − v′ψ η˙ ′ = u ′ ψ + v ′ u˙ ′ = ξ¨ ′ − (ξ˙′ + C ′)ψ˙ψ + η¨′ψ + η˙′ψ˙ ≈ ξ¨′ v˙ ′ = −ξ¨′ψ − (ξ˙′ + C ′)ψ˙ + η¨′ − η˙′ψ˙ψ ≈ −C ′ψ˙ + η¨′ T ′ u = T ′ T ′ v = −T ′ (ψ − γ) Lineariza-se o problema e chega-se a: −γ = η ′ l ′ 0 + a ′ l ′ 0 ψ u ′ = C ′ + ξ˙ ′ v ′ = η˙ ′ − C ′ψ u˙ ′ = ξ¨ ′ 36 Texto Preliminar, SH Sphaier v˙ ′ = η¨ ′ − C ′ψ˙ ξ ′ = −∆l′ = l′0 − l ′ isto e´, diante dos pequenos deslocamentos lateral e de rotac¸a˜o, a elongac¸a˜o da corda e´ dada pelo movimento longitudinal do navio. Conclui-se que a trac¸a˜o depende exclusivamente do deslocamento longitudinal do navio: T ′ = k ′ 1∆l ′ = −ξ′k′1 Apo´s utilizar essas simplificac¸o˜es nas equac¸o˜es obteˆm-se as equac¸o˜es de movimento lin- earizadas em torno de ψ = 0: (m ′ −X ′u˙)ξ¨ ′ + T ′ −X ′uu0(ξ˙ ′ + C ′ ) = 0 (1.18) (m ′ −Y ′v˙ )η¨ ′ −Y ′v η˙ ′ + T ′ l′ η ′ +(m ′ x ′ cg−Y ′ r˙ )ψ¨− (Y ′ r −Y ′ v˙C ′ )ψ˙+[C ′ Y ′ v +T ′ (1+ a ′ l′ )]ψ = 0 (1.19) (I ′−N ′r˙)ψ¨ ′ +(Nv˙C ′−N ′r)ψ˙+[C ′ N ′ v+a ′ T ′ (1+ a ′ l′ )]ψ+(m ′ x ′ cg−N ′ v˙)η¨ ′−N ′vη˙ ′ +a ′ T ′ l′ η ′ = 0 (1.20) em que a primeira equac¸a˜o e´ independente das outras. O navio desloca-se da posic¸a˜o inicial ate´ que assuma um deslocamento ξ ′ (0) = X ′ uu k ′ l tal que a trac¸a˜o e´ dada por: T ′ 0 = ξ ′ (0) ∗ k′l = X ′ uu em torno desta posic¸a˜o oscila com (m ′ −X ′u˙)ξ¨ ′