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Justiça: Um Documentário Sobre o Sistema Jurídico Brasileiro

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Estudo Dirigido sobre o Filme:Justiça de Maria Augusta Ramos
Introdução ao Estudo do Direito
Aluno: Pabllo Jeftte Santos Souza Silveira 
Prof°:Lucivania Guimarães Salles
 Aracaju,09 de outubro de 2013
Estudo Dirigido sobre o Filme: Justiça de Maria Augusta Ramos
Justiça é um filme documentário de Maria Augusta Ramos, que mostra o cotidiano dos funcionários do Judiciário, que são os promotores, juízes e defensores públicos, e dos réus e seus familiares e o desenrolar de processos judiciais em tribunais do Rio de Janeiro, tratando ,principalmente, de processos contra homens de baixa renda.O filme começa com a apresentação do caso de um jovem que foi preso em posse de um carro roubado. O réu afirma que não sabia da procedência ilícita do carro e que este era emprestado de um amigo dele. No entanto, por não ser réu primário, ele espera a tramitação do seu processo preso. As vidas de sua companheira grávida de sete meses e de sua mãe são mostradas, enquanto ele permanecia preso. O trabalho da Defensora, também. O ambiente do presídio merece um destaque, por ser precário, com superlotação, beirando a desumanidade.
O filme demonstra as múltiplas facetas de um processo: ora a família do acusado e o acusado, ora o trabalho do juiz e a sua vida cotidiana, ora a construção da defesa pela Defensoria Pública. O interessante é notar os diferentes ambientes e as condições particulares de cada um que se envolve num processo judicial; além das estratégias para a solução mais “justa” do caso – ainda que essa justiça tenha que ser buscada em meio à burocracia, ao acúmulo de processos, ao despreparo, ao mau tratamento dado aos acusados, dentre outros problemas do sistema jurídico brasileiro.
Boa parte do documentário se passa na sala de audiências de um fórum onde se percebe uma notória indiferença dos juízes para com as ilegalidades a que vários réus são submetidos. No começo do documentário é exposta a situação de um réu que foi preso em cadeira de rodas e que pede ao juiz que autorize a sua remoção de uma cadeia superlotada para um hospital por conta de suas necessidades especiais, o juiz mesmo ciente que o pedido do réu é assegurado pela constituição afirma que nada pode fazer, alegando que não compete ao juiz analisar o pedido, mas sim ao medico.
O documentário leva a refletir sobre o trabalho da defensora pública Maria Ignez Kato, estaria ela atuando a favor ou de forma contraria aos interesses da sociedade? Por um lado a defensora cumpre de forma legítima seu papel que é assegurar o direito de defesa aos indivíduos que possuem condições financeiras precárias, do outro lado o que acharia a sociedade ao saber que ela busca a absolvição de réus mesmo sabendo que eles são culpados e do risco que eles oferecem a sociedade ao serem soltos?
Por outro lado, há também o grande número de processos que forçam os operadores do Direito a não dedicar a atenção necessária ao julgamento dos fatos, bem como a má atuação e algumas vezes corrupta da Polícia, que em grande número narram os fatos de forma incompleta, causando consequentemente uma onda de ações incorretas. É notório no filme o conhecimento de situações que não encontram-se narrados nos autos, e portanto não podem ser apreciados pela justiça.
Também é possível notar que o filme conseguiu fazer uma radiografia da sociedade brasileira, fundada na desigualdade de acesso à riqueza e ao poder. O sistema existe para manter essa ordem. O limite do sistema é neste sentido o limite da própria sociedade. É por isso, que a culpa não é o só o Poder Judiciário, não é só do Poder Executivo, nem só do Poder legislativo, mas, de toda a sociedade que assiste a tudo pacificamente.Diante dessa constatação, o que se verifica, de fato, é a existência de um ciclo vicioso, por meio do qual, os delinqüentes sociais, pertencentes a um meio marginalizado, embora sejam punidos, voltam a reincidir nos crimes pelos quais sofreram sanção.
Cláudio Baldim Maciel afirmou em uma entrevista coletiva sobre o filme, “tomara que daqui a duzentos anos possamos olhar para trás, assim como olhamos para trás hoje, e repugnamos das masmorras, dos navios negreiros, dessa forma que possamos repugnar esse sistema penal de hoje, suas prisões que são uma verdadeira afronta à dignidade da pessoa humana e que em nada diferem das masmorras e dos navios negreiros do passado”. O filme tem esse poder de mostrar a realidade e chamar a atenção para que possamos refletir que do jeito que estar é inaceitável seguirmos e que precisamos buscar um ideal de justiça todos os dias para melhoramos a nossa sociedade.

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