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têm uma superfície uniforme e um diâmetro compatível com o tamanho do animal. Em alterações que determinam congestão dos mesmos, como cardiomiopatia e insuficiência da válvula mitral, os vasos tornam-se ingurgitados e tortuosos, determinando o chamado padrão vascular aumentado (fig. 5.8 B). Quando, ao contrário, os vasos tornam-se menos calibrosos, como em caso de hipovolemia, tetralogia de Fallot e desidratação, determinam o padrão vascular diminuído. PADRÃO BRONQUIAL Os brônquios, assim como o parênquima pulmonar, não se distinguem na imagem radiográfica. Quando ocorrer espessamento da parede bronquial (fig. 5.8 A), como em casos de bronquite crônica ou em animais muito velhos, esta se tornará evidente, como estrutura radiopaca circular ou linear, conforme o corte, transversal ou longitudinal. A B A B 45 Figura 5.8 – A- Imagem radiográfica ampliada da região do hilo pulmonar evidenciando o padrão bronquial (setas). B - Radiografia de tórax demonstrando o padrão vascular aumentado (setas). AFECÇÕES PULMONARES PNEUMONIA BACTERIANA É uma infecção que ocorre pelas vias respiratórias, instalando-se o agente na luz destas vias, determinando produção de secreção. Neste caso o padrão pulmonar será o alveolar (fig. 5.5 e 5.6 B), que se distribuirá em todos os lobos ou, o que é mais comum, em maior concentração a partir do hilo, podendo afetar um lobo mais que outros. PNEUMONIA VIRAL Este tipo de infecção determina um padrão intersticial linear ou reticulado (fig. 5.7 A). Na fase inicial da doença ou quando tratada precocemente, é possível que não se observe alteração pulmonar na radiografia. Outras vezes, bactérias oportunistas podem se instalar nas vias aéreas de um pulmão já debilitado pela pneumonia viral, determinando um padrão misto na imagem radiográfica, isto é, intersticial e alveolar. BRONQUITE Esta alteração, quando crônica, determinará padrão bronquial e/ou intersticial. PNEUMONIA FÚNGICA Neste caso, os pulmões apresentarão um padrão intersticial nodular, que poderá levar à confusão com metástases pulmonares de pequeno diâmetro e em grande número. Cultura de lavado traqueal e a história do paciente (presença ou não de tumorações em outros órgãos), auxiliarão no diagnóstico. EDEMA PULMONAR Usualmente associado a insuficiência cardíaca esquerda, determina o padrão pulmonar alveolar (fig. 5.9 A), com evidência de broncograma aéreo (fig. 5.6 B). NEOPLASIA PULMONAR Neoplasia pulmonar primária é relativamente rara em cães. Pode ocorrer como um nódulo único ou multifocal, como o carcinoma bronquíolo-alveolar multifocal. Outras A B 46 condições podem causar densidades nodulares solitárias, como abscesso, infarto, cisto ou granuloma. Metástases pulmonares se caracterizam por múltiplos nódulos, com tamanhos variados distribuídas pelo pulmão (fig. 5.7 e 5.9 B). São identificáveis radiologicamente a partir de 3 a 5mm de diâmetro. Figura 5.9 – A- Imagem radiográfica de tórax de cão evidenciando edema pulmonar conseqüente a insuficiência cardíaca esquerda. B- Imagem radiográfica de tórax de cão demonstrando vários nódulos radiopacos, compatíveis com metástases pulmonares (setas). PNEUMOTÓRAX Alteração, em geral, determinada por trauma, se caracteriza por ar no interior da cavidade torácica, ao redor dos pulmões. É possível visualizar as bordas dos lobos pulmonares devido à retração dos mesmos em relação à parede costal e diafragma. Na projeção lateral há um afastamento do coração em relação ao esterno. Isto se deve ao espaço proporcionado pelo colabamento pulmonar, fazendo com que o coração se desloque (fig.5.10). Figura 5.10 – Imagem radiográfica de tórax de cão (A) e gato (B e C) demonstrando pneumotórax. O pneumotórax pode ser aberto ou fechado: Aberto, quando há solução de continuidade da parede, entrando o ar exterior para o tórax. Fechado, o ar contido no tórax é proveniente dos pulmões. Obs: A observação da continuidade ou não da parede é feita clinicamente. A B A B C 47 ENFISEMA PULMONAR Em caso de enfisema pulmonar a radiolucência estará exacerbada devido ao excesso de ar contido nos pulmões. O tórax torna-se distendido, o espaço intercostal aumentado, determinando imagem semelhante a um barril na radiografia DV e o diafragma deslocado caudalmente, melhor evidenciado na incidência lateral. DERRAME PLEURAL Caracteriza-se pela presença de líquido na cavidade torácica determinando radiopacidade homogênea ao redor dos lobos pulmonares radiolucentes (fig.5.11). Em caso de dúvidas, deve-se fazer a radiografia lateral com o paciente em estação, proporcionando que o líquido desça e incidindo o raio no sentido horizontal. O tipo de líquido não é identificado radiologicamente, podendo tratar-se de exsudato, transudato, sangue... Como causa de derrame pleural, pode-se citar a insuficiência cardíaca congestiva, piotórax, mediastinite, quilotórax, entre outras. Figura 5.11 – Radiografia de tórax de cão evidenciando derrame pleural. HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA O músculo diafragma não é visualizado, mas constata-se a sua integridade pelo limite bem definido entre cavidade torácica e abdominal, graças à diferença de densidade entre pulmões radiolucentes e fígado radiopaco. Quando houver ruptura do diafragma, se desfará a pressão negativa presente no tórax, fazendo com que as vísceras do abdome, como fígado, estômago ou alças intestinais, sejam sugadas para o interior daquele, caracterizando a hérnia diafragmática (fig. 5.12). Na maioria das vezes ocorre um hemitórax, melhor identificado em projeção VD ou DV. Características do hemitórax: Lado afetado: desaparecimento da linha do diafragma e áreas de radiodensidade variável, dependendo das estruturas herniadas. Lado indene: padrão pulmonar normal, com desvio do mediastino para este lado. 48 Fig.5.12 – Imagem radiográfica evidenciando hérnia diafragmática, onde vísceras abdominais se insinuaram no tórax. 49 CAPÍTULO VI CORAÇÃO E GRANDES VASOS Para avaliar coração, as projeções recomendadas são lateral direita e dorso-ventral, com distância foco-filme de 1m a 1,2m, para obter-se imagem proporcional do órgão em relação ao tórax. Esta distância, aparentemente grande, se faz necessária por ser o coração volumoso e, ainda, no centro do tórax, levando a um aumento da imagem daquele. Em pacientes de pequeno porte, a distância foco-filme pode ser mantida em 90cm. A imagem cardíaca normal (fig. 5.4) em projeção DV apresenta a borda direita mais arredondada e a esquerda mais aplainada. O eixo do coração é dirigido para o lado esquerdo, ficando a base do mesmo sobre a linha média e o ápice à esquerda desta. Em projeção lateral, o ápice cardíaco toca ligeiramente ou nem alcança o esterno. Neste posicionamento a traqueia, componente do sistema respiratório, que aparece como uma estrutura radiolucente proveniente da região cervical direcionando-se à base do coração, forma um ângulo agudo com a coluna torácica. O formato cardíaco varia nas diferentes raças, sendo mais estreito e posicionado mais verticalmente nas raças de tórax profundo e mais arredondado e em contato com o esterno nas raças de tórax cilíndrico. É importante lembrar que o chamado lado direito no coração dos animais, corresponde à porção mais cranial e ventral, enquanto o lado esquerdo, corresponde à porção mais caudal e dorsal do mesmo. Cães jovens, até