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CAPÍTULO 1-BIOQUÍMICA PARA ÁREA DA SAÚDE

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CAPÍTULO 1 
BIOQUÍMICA PARA ÁREA DA SAÚDE 
REFERÊNCIA: Cisternas, JR; Monte, O; Montor, WR. Fundamentos teóricos e práticos em 
bioquímica. São Paulo: Editora Ateneu, 2011. 
OBJETIVOS DA BIOQUÍMICA E SUA IMPORTÂNCIA PARA A ÁREA DA SAÚDE 
 As Ciências Biológicas evoluíram do macroscópico para o microscópico do 
microscópico para o molecular. Assim os primeiros conhecimentos biológicos eram aqueles 
obtidos pela análise a olho nu, e os métodos mais empregados eram as dissecações (anatomia); 
na segunda metade do século XIX, compreendeu-se que os fatos anatômicos e fisiológicos 
seriam mais bem conhecidos com estudos microscópicos de tecidos e células. A citologia, 
histologia, embriologia, com o emprego do microscópio e métodos de preparo de lâminas, 
contribuíram muito par o avanço dos conhecimentos biológicos em geral, bem como do 
organismo humano em particular. 
 
 Na primeira metade do século XX, os avanços na área da Química, tanto geral, quanto 
orgânica, permitiram um melhor conhecimento da estrutura da matéria e propriedades das 
substâncias químicas, favorecendo o entendimento da química celular. Hoje em dia, o emprego 
de técnicas físico-químicas (cromatografias, detecções utilizando radioisótopos, 
ultracentrifugação, etc) serve tanto à Química quanto a Biologia e tem permitido reduzir a 
maioria dos fenômenos celulares a termos moleculares. Subjacentes a qualquer fato 
macroscópico, descritos pela anatomia ou fisiologia, existe uma razão microscópica (histo ou 
citológica) que, por sua vez, relaciona-se com mecanismos moleculares, isto é, com 
transformações químicas que ocorrem com as substâncias componentes das células. 
 
 Estas ideias valem tanto para normal como para patológicos. As patologias descritas 
macro e microscopicamente têm sempre como causa alterações do funcionamento das células e 
seus mecanismos bioquímicos. Assim, é preciso compreender o funcionamento normal para 
entender o patológico, muito embora o caminho seguido para a pesquisa na área médica 
geralmente seja o inverso, isto é, geralmente nos interessamos pelo estudo de uma doença, 
buscamos conhecer suas causas, para promover seu tratamento e consequentemente ganhamos 
conhecimento sobre o funcionamento normal de certo mecanismo. Deste modo a própria 
farmacologia está ligada aos processos bioquímicos que estudamos. Além disso, a 
microbiologia, no estudo da atividade dos vírus, fungos e bactérias utiliza exaustivamente esses 
conhecimentos. 
 
 O estudo da bioquímica traz a área da saúde as seguintes vantagens: 
 Propicia o conhecimento sobre o metabolismo, isto é, identifica os diferentes tipos de 
substâncias constituintes dos alimentos e suas transformações no meio interno; o modo 
como o organismo obtém, armazena, mobiliza e utiliza a energia necessária às suas 
atividades em diferentes contextos; o modo como se dá, continuamente, a renovação de 
nossas estruturas. Assim, fica mais claro como o organismo mantém constantes as 
condições do seu meio interno (homeostasia) e os fatores da sua regulação; 
 traz, quando ligada aos conhecimentos anteriores, melhor compreensão das diferentes 
dietas e suas relações com a saúde em geral; 
 permite o desenvolvimento e a utilização racional de exames laboratoriais realizados na 
área de bioquímica clínica para evitar e avaliar alterações metabólicas; 
 ajuda a compreender como alterações no funcionamento da como alterações no 
funcionamento das vias metabólicas geram doenças e como se pode interferir nestas 
vias de forma terapêutica na busca de reequilíbrio orgânico. 
Assim, não há dúvidas da importância da bioquímica na área da saúde e estamos 
seguros de que não só o médico necessita de uma sólida formação nesta área antes de 
se especializar dentro de sua profissão. 
 
COMO ESTUDAR BIOQUÍMICA 
 O desenvolvimento dos conhecimentos de bioquímica se faz em três etapas: 
 Conhecimento das moléculas. O aluno deverá, em primeiro lugar, familiarizar-se com 
as estruturas químicas dos compostos biológicos, suas propriedades, métodos de 
identificação e determinação, classificação, nomenclatura, etc. Só depois que se 
conhecer bem uma categoria de moléculas e que este deverá se interessar pelo seu 
metabolismo, isto é, por suas transformações no organismo. 
 Conhecimento das vias metabólicas. O segundo passo é, obviamente, conhecer o 
metabolismo, ou seja, o conjunto de transformações que as substâncias sofrem ao serem 
utilizadas pelo organismo. O metabolismo vai sendo conhecido por partes, iniciando-se 
om o estudo individual de cada molécula, integrando-as em vias e ciclos, em seguida. É 
conveniente que o aluno conheça bem uma via como a glicólise, para depois estudar 
outras vias associadas, como a gliconeogênese, a das pentoses, a glicogeneogênese, 
sempre correlacionando os novos assuntos aos estudados anteriormente. A 
complexidade do metabolismo é tal que exige um método de estudo que o aborde por 
partes e, apesar de existirem métodos gerais, o ideal é que cada aluno descubra como se 
sente mais confortável para aprender o assunto. Uma via pode ser definida como uma 
sequência de transformações metabólicas e o conjunto das vias que ocorrem em um 
dado organismo é representado na forma de mapa metabólico. Este mapa pode ser 
interpretado como um resumo das principais relações que existem entre as vias. O mapa 
fornece-nos uma visão geral muito importante do que ocorre ou tem o potencial de 
ocorrer em cada célula; 
 Conhecimento da interação e regulação das vias metabólicas. A terceira etapa do estudo 
da bioquímica consiste em conhecer a regulação destes mecanismos. Evidentemente 
não basta apenas conhecer as substâncias e suas transformações (metabolismo), é 
preciso também conhecer a sua regulação, isto é, os agentes que determinam quando 
esses processos devem ocorrer, a sua velocidade, a sua substituição, etc. Neste 
momento, a ação das enzimas, hormônios e vitaminas adquire um destaque muito 
especial. Recomendamos, no entanto, muita atenção e cautela nesta parte que, apesar de 
ser a complementação final dos trabalhos, muitas vezes é deixada de lado, fazendo todo 
o estudo da bioquímica perder sua ração de ser. Por ser uma disciplina geralmente 
estudada no primeiro ano da faculdade, os alunos estão pouco acostumados com o 
grande volume de informações e julgam que a grande quantidade de informação sobre 
moléculas e vias com as quais são inundados de início já são suficientes. Enganam-se, 
pois as informações iniciais somente têm sentido e alguma utilidade se o aluno tiver 
domínio de como estas vias são reguladas, transformado o mapa inicialmente estático, 
em uma tela dinâmica e lógica.

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