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1 • Aula 06: Direitos Autorais (parte IV). Disciplina Eletiva de Propriedade Intelectual Prof. Alysson H. Oikawa 2 Natureza e características dos direitos autorais: Categorias de privilégios 2 Transferência dos direitos autorais (art. 49 et seq, LDA) • Os contratos de transferência são interpretados restritivamente, em benefício do autor. • Devem ser sempre por escrito, devendo constar objeto e as condições de exercício do direito quanto a tempo, lugar e preço. • Presunção de onerosidade. • A transmissão total e definitiva é admitida, mas deve ser estipulada por escrito. – Não havendo estipulação contratual escrita, o prazo máximo será de 05 anos. 3 Transferência dos direitos autorais (art. 49 et seq, LDA) • Salvo estipulação em contrário, a cessão é válida só para o país em que se firmou o contrato. • Modalidades de utilização: – só para as já existentes à data do contrato; – não havendo especificações, limitada apenas a uma que seja aquela indispensável ao cumprimento da finalidade do contrato. • Obras futuras (sob encomenda): a cessão abrange, no máximo, um período de 05 anos. 4 3 Transferência dos direitos autorais (art. 49 et seq, LDA) • Mesmo nas hipóteses de vínculo empregatício ou de prestação de serviços sob encomenda, a utilização da obra dependerá da autorização do autor, nos termos acordados por escrito. 5 Ex. 01: Jornalista é contratado como colaborador, tendo combinado por escrito que suas matérias seriam publicadas em jornal impresso. • Se o veículo contratante decide publicar as matérias em web site, precisará de autorização expressa do Jornalista para essa outra modalidade de utilização. Ex. 02: Em contrato de cessão de direitos autorais de fotografia, fica estipulado que a obra será utilizada para campanha publicitária em revistas durante 03 meses. • Se a campanha publicitária ir além dos 03 meses originalmente acordados, as partes deverão celebrar novo contrato de transferência de direitos autorais. Direitos conexos aos do autor (arts. 89 et seq, LDA) • Categorias que auxiliam na criação/produção ou difusão da obra intelectual. – Artistas intérpretes ou executantes; – Produtores fonográficos; e – Empresas de radiodifusão. • Duração: 70 anos, contados a partir de 1º de janeiro do ano subseqüente à: fixação (fonogramas); transmissão, (emissões empresas de radiodifusão); e execução e representação pública (demais casos). 6 4 Direitos Conexos: Artistas intérpretes ou executantes (arts. 90 et seq, LDA) • Direitos exclusivos sobre as formas de utilização de suas interpretações ou execuções: – Ex.: fixação, reprodução, execução pública, locação, radiodifusão e colocação à disposição do público. • Se participarem vários artistas: direitos exercidos pelo diretor do conjunto. (art. 90, § 1º, LDA) • Proteção das atuações estendida à reprodução da voz e imagem. (art. 90, § 2º, LDA) • Direitos morais dos intérpretes: integridade e paternidade. (art. 92, LDA) • Falecimento não obsta sua exibição e aproveitamento econômico, nem exige autorização adicional. (art. 92, parág. único, LDA) – Remuneração prevista para o falecido, nos termos do contrato e da lei, efetuada a favor do espólio ou dos sucessores. 7 Direitos Conexos: Produtores Fonográficos (arts. 93 et seq, LDA) • Direitos exclusivos sobre as formas de utilização de seus fonogramas: – Ex.: reprodução, distribuição por meio da venda ou locação, comunicação ao público por meio da execução pública (inclusive pela radiodifusão). • O produtor fonográfico tem o direito/obrigação de perceber dos usuários os proventos pecuniários resultantes da execução pública dos fonogramas e reparti-los com os artistas, na forma convencionada entre eles ou suas associações. (art. 94, LDA) 8 5 Direitos Conexos: Empresas de Radiodifusão (art. 95, LDA) • Direitos exclusivos sobre as formas de utilização de suas emissões: – Ex.: retransmissão, fixação, reprodução, comunicação ao público. • Exclusividade sobre a comunicação ao público, em locais de freqüência coletiva. – Mas a utilização para demonstração à clientela não constitui violação. (art. 46, V, LDA) • Direitos devem ser exercidos sem prejuízo dos direitos dos titulares de bens intelectuais incluídos na programação. 9 Associações de Titulares de Direitos de Autor e dos que lhes são Conexos (arts. 97 et seq, LDA) • Entidades sem fins lucrativos, para o exercício e defesa dos direitos de autores e de titulares de direitos conexos. • Com o ato de filiação, as associações tornam-se mandatárias de seus associados para a prática de todos os atos necessários à defesa judicial ou extrajudicial de seus direitos autorais, bem como para sua cobrança. • A lei só autoriza o recolhimento de valores através de depósito bancário. – O escritório central poderá manter fiscais, aos quais é vedado receber do empresário numerário a qualquer título. 10 6 O ECAD <http://www.ecad.org.br/> • Escritório Central de Arrecadação e Distribuição. – Instituído pela Lei nº 5.988/73 (antiga LDA), criado pelas associações de titulares de direitos autorais e conexos e mantida pela atual LDA. • Centraliza a arrecadação e a distribuição de direitos autorais e conexos decorrentes da execução pública de obras musicais e/ou lítero-musicais e de fonogramas, nacionais e estrangeiros, em todo o território nacional. • Necessidade de ato de filiação: sem tal prova, não possui poderes para atuar judicial ou extrajudicialmente para cobrança dos direitos autorais de terceiros. • Discussões quanto a critérios para a cobrança (ex.: metragem do ambiente). 11 O ECAD <http://www.ecad.org.br/> • Discussões quanto a critérios para a cobrança (ex.: tipo de evento, área sonorizada em m2, localização geográfica, música por aparelho x música ao vivo). • Arrecadação em 2010: R$ 432,9 milhões, dos quais R$ 346,5 milhões foram distribuídos (aumento de 9% em relação a 2009). – 77% para autores de músicas nacionais, e 23% para estrangeiros. – Compositor nacional que mais arrecadou: Victor Chaves, da dupla Victor e Léo (à frente de nomes como Sorocaba, da dupla Fernando e Sorocaba, Nando Reis e Roberto Carlos). – Compositor estrangeiro que mais arrecadou: Paul McCartney. 12 Fonte: “Ecad divulga lista de arrecadação”. Estadão.com..br/cultura. Disponível em <http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110327/not_imp697752,0.php> , acesso em 30/03/2011, às 16:00. 7 O ECAD <http://www.ecad.org.br/> • Discussões quanto a critérios para a cobrança (ex.: metragem do ambiente). 13 Sanções civis às violações dos direitos autorais e conexos • Contrafação: reprodução não autorizada. (art. 5º, VII, LDA) • As sanções civis aplicam-se sem prejuízo das penas cabíveis. (art. 101, LDA) • Além de indenizações, o prejudicado pode requerer apreensão de exemplares ou suspensão da divulgação. (art. 102, LDA) • Também poderá ser concedido pedido de destruição dos exemplares ilícitos, bem como dos meios utilizados para a prática da conduta ilícita. (art. 106, LDA) • Obrigação de divulgação da autoria. (art. 108, LDA) 14 8 Sanções civis às violações dos direitos autorais e conexos • Não se conhecendo o número de exemplares reproduzidos de forma fraudulenta, a indenização corresponderá ao valor de 3.000 exemplares, além dos apreendidos. (art. 103, parág. único, LDA) – A execução pública ilícita sujeita os responsáveis a multa de 20 vezes o valor que deveria ser originariamente pago. (art. 109, LDA) • Responsabilidade solidária daquele que usa a obra contrafeita com a finalidade de vender, obter ganho,vantagem, proveito, lucro direto ou indireto. (art. 101, LDA) • Também responde por perdas e danos quem alterar, suprimir, modificar ou inutilizar dispositivos técnicos para evitar ou restringir a cópia ou a comunicação ao público. (art. 107, LDA) 15 Sanções penais às violações dos direitos autorais e conexos • Art. 184 do Código Penal: “Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.” • Se houver intuito de lucro, a pena é de reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (art. 184, §§ 1º, 2º e 3º, do Código Penal) • Também responde quem armazena, distribui, vende, expõe à venda ou aluga obra contrafeita ou mesmo obra original, sem a devida autorização. • O disposto nos §§ 1º, 2º e 3 não se aplica quando se tratar de limitação ao direito de autor, ou quando for realizada cópia, em um só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto. 16 9 Direitos autorais sobre programas de computador (Lei nº 9.609/98) • “Programa de computador é a expressão de um conjunto organizado de instruções em linguagem natural ou codificada, contida em suporte físico de qualquer natureza, de emprego necessário em máquinas automáticas de tratamento da informação, dispositivos, instrumentos ou equipamentos periféricos, baseados em técnica digital ou análoga, para fazê-los funcionar de modo e para fins determinados.” (art. 1º) 17 Direitos autorais sobre programas de computador: Particularidades (Lei nº 9.609/98) • Direitos Morais: só paternidade e integridade. (art. 2º, § 1º) • Duração: 50 anos, contados da publicação ou da sua criação. (art. 2º, § 2º) • Direito exclusivo de autorizar ou proibir o aluguel comercial. (art. 2º, § 5º) • Software desenvolvido na relação de emprego ou por prestação de serviços: presunção pró-empregador/contratante. (art. 4º) – Via de regra, a compensação limitada à remuneração ou ao salário convencionado. – Programas de computador gerados sem relação com o contrato de trabalho ou a prestação de serviços pertencem exclusivamente ao desenvolvedor, desde que não tenham sido utilizados recursos, informações tecnológicas, segredos industriais e de negócios, materiais, instalações ou equipamentos do empregador/contratante. 18 10 Direitos autorais sobre programas de computador: Registro facultativo no INPI • A proteção independe de registro. (art. 2º, § 3º, Lei nº 9.609/98) • Art. 3º da Lei nº 9.609/98, regulamentado pelo Decreto nº 2.556, de 20/04/1998. • O pedido de registro deve conter, pelo menos, as seguintes informações: – Dados referentes ao autor do programa de computador e ao titular, se distinto do autor; – Identificação e descrição funcional do programa de computador; e – Trechos do programa e outros dados que se considerar suficientes para identificá-lo e caracterizar sua originalidade (informações de caráter sigiloso). 19 Direitos autorais sobre programas de computador: Registro facultativo no INPI • Resolução INPI nº 58, de 14/07/1998: – O registro poderá ser solicitado imediatamente após sua data de criação. (art. 1º) • Data de criação: “aquela em que o programa tornou-se capaz de atender plenamente as funções para as quais foi concebido”. (art. 1º, §1º) – Possibilidade de reivindicar proteção às criações autorais de outras naturezas constantes no programa de computador. (art. 2º) – Pedido de registro constituído por: (art. 4º) • Documentação formal: dados do(s) autor(es) e/ou do(s) titular(es) de direito(s); data de criação; título; indicação das linguagens de programação utilizadas no desenvolvimento do programa; descrição funcional do programa e procuração (se houver); etc. • Documentação técnica: listagem integral/parcial do código-fonte; memorial descritivo; especificações funcionais internas; fluxogramas; etc. – A documentação técnica ficará sob guarda sigilosa (INPI como fiel depositário) e o sigilo só será levantado em atendimento a ordem judicial ou a requerimento do titular do registro. (art. 4º, § 3º e §4º) 20 11 Direitos autorais sobre programas de computador: Limitações (art. 6º da Lei nº 9.609/98) “Não constituem ofensa aos direitos do titular de programa de computador: I - a reprodução, em um só exemplar, de cópia legitimamente adquirida, desde que se destine à cópia de salvaguarda ou armazenamento eletrônico, hipótese em que o exemplar original servirá de salvaguarda; II - a citação parcial do programa, para fins didáticos, desde que identificados o programa e o titular dos direitos respectivos; III - a ocorrência de semelhança de programa a outro, preexistente, quando se der por força das características funcionais de sua aplicação, da observância de preceitos normativos e técnicos, ou de limitação de forma alternativa para a sua expressão; IV - a integração de um programa, mantendo-se suas características essenciais, a um sistema aplicativo ou operacional, tecnicamente indispensável às necessidades do usuário, desde que para o uso exclusivo de quem a promoveu.” 21 • Art. 12 da Lei nº 9.609/98: “Violar direitos de autor de programa de computador: Pena - Detenção de seis meses a dois anos ou multa.” • Se para fins de comércio, a pena é de reclusão, de um a quatro anos, e multa. (art. 12, § 1º e § 2º, Lei nº 9.609/98) • A ação penal e as diligências preliminares de busca e apreensão serão precedidas de vistoria, podendo o juiz ordenar a apreensão das cópias produzidas ou comercializadas. (art. 14, Lei nº 9.609/98) • “Independentemente da ação penal, o prejudicado poderá intentar ação para proibir ao infrator a prática do ato incriminado, com cominação de pena pecuniária para o caso de transgressão do preceito.” (art. 15, Lei nº 9.609/98) • Possibilidade de responsabilização por perdas e danos aquele que requerer e promover as medidas acima agindo de má-fé ou por espírito de emulação, capricho ou erro grosseiro. (art. 15, § 5º, Lei nº 9.609/98) 22 Direitos autorais sobre programas de computador: Infrações e penalidades
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