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5 VIII. Complemento ortogonal de um subespaço: Como o próprio nome diz, o complemento ortogonal de um subespaço é o complemento dele (ou seja, um outro subespaço do mesmo espaço vetorial) que é formado apenas por vetores ortogonais aos vetores do subespaço . Ou seja: Se é um subespaço de , dizemos que o complemento ortogonal de , representado por é o conjunto de vetores de que são ortogonais a todos os vetores de . Resumidamente: Obs.: Como o vetor nulo é ortogonal a todos os vetores (inclusive a ele próprio), ele pertence tanto a quanto a . Portanto . Obs².: Os vetores de e de somados resultam em qualquer vetor de . Dizemos portanto que a soma direta de e é : . Essa observação é especialmente importante pois nos garante que e, sendo base de e base de , podemos garantir que uma base de será (para o caso particular de e serem ortogonais/ortonormais, também será). Um passo-a-passo pode ser montado para se determinar o complemento ortogonal de um subespaço. Seja um espaço vetorial e um subespaço de : 1) Determinar o subespaço e uma base dele; 2) A condição para que um vetor de seja ortogonal a qualquer um dos vetores de é simplesmente que ele seja ortogonal (produto interno igual a zero) simultaneamente a todos os vetores da base de ; 3) Fazer a condição de . Ex.: Seja o espaço vetorial das matrizes 2 por 2 e , determine: a) O complemento ortogonal de . b) Uma base de . c) Uma base de V. Para responder, basta seguir o passo-a-passo anterior: a) Passo-a-passo do complemento ortogonal: 1) já está determinado, falta achar uma base: O vetor na forma mais geral é . Separando as „letras‟: . Colocando em „evidência‟: . Como e são LI, formam uma base de . Resumo de Álgera Linear III unidade 6 2) O vetor do complemento precisa ser ortogonal aos dois vetores da base achada anteriormente, portanto, seja um vetor qualquer de : , logo: . , logo . 3) . b) Passo-a-passo para achar uma base: O vetor na forma mais geral é . Separando as „letras‟: . Colocando em „evidência‟: . Como e são LI, formam uma base de . c) Como a soma direta de e de resultam em , uma base de é a união das bases de e . IX. Operador linear auto-adjunto: Também chamado de auto-operador ou operado simétrico se, para qualquer que seja uma base ORTONORMAL (exclusivamente), a matriz é simétrica (como se tivesse um espelho na diagonal principal), isto é: A definição é que, sejam vetores e será um auto-operador se, e somente se: Ex.: Seja , o operador definido por: E o produto interno usual, diga se é auto-adjunto. A primeira coisa a se fazer é achar uma base ortonormal de . Pode ser achada partindo de uma base qualquer, utilizando o processo de ortogonalização de Gram-Schmidt e, por fim, normalizando-a. Mas como o espaço vetorial em questão é o sem restrições, a base canônica já é ortonormal. Agora é achar a matriz da transformação linear: i) ; Resumo de Álgera Linear III unidade 7 ii) ; iii) . Lembrando que . Então: que é uma matriz simétrica (números coloridos). Como a matriz de transformação do operador com relação a uma base ORTONORMAL é simétrica, o operador é auto-adjunto. Obs.: O fato de um operador ser auto-adjunto GARANTE que existe uma base ortonormal de autovetores. Pode ser obtida calculando-se os autovalores e assim os autovetores associados como na unidade anterior. Os autovetores de operadores auto-adjuntos são SEMPRE ortogonais, bastando portanto normalizar a base de autovetores para obter a base ortonormal. Com isso, é garantia que se pode diagonalizar este operador. Obs².: Daí se tira o passo-a-passo para se determinar se o operador é auto-adjunto: 1) Determinar uma base ortonormal; 2) Fazer a matriz de transformação dos vetores da base; 3) Ver se a matriz é simétrica. Caso seja, então T será auto-adjunta. X. Operador (e matriz) ortogonal: Um operador é dito ortogonal quando ele preserva o módulo de um vetor. Ou seja: Além disso, ele preserva o produto interno entre dois vetores. Ou seja: Existem ainda outros dois métodos de se determinar se um operador é ortogonal: i) Se a matriz transposta da transformação for igual à matriz inversa da transformação. Ou seja: ii) Se as colunas da matriz de transformação (em relação a uma base ortonormal) formam uma base ortonormal em relação ao produto interno usual. Exemplo: Seja uma base ortonormal. Seja , se forem tomados os vetores , eles formam uma base ortonormal (VERIFIQUE). Resumo de Álgera Linear III unidade 8 Obs.: Uma matriz é dita ortogonal se ela define um operador ortogonal (basta verificar as condições anteriores). Obs².: Para esta parte existem várias formas de se determinar se o operador é ortogonal (utilizando as condições dadas anteriormente), abaixo estão dois passo-a-passos possíveis: i) Se você tem a matriz: a) A matriz tem que ser em relação a uma base ortonormal (se não for, basta obter uma através desta primeira); b) Verificar se as colunas formam uma base ortonormal em relação ao produto interno usual. ii) Se você tem a transformação linear definida: a) Verificar se um vetor (na forma mais geral) tem seu módulo preservado. Ou seja, se . Ex.: Diga se a matriz A é ortogonal: Como temos a matriz, basta verificar se as colunas formam uma base ortonormal com relação ao produto escalar. i) Coluna 1: ; ii) Coluna 2: ; iii) Coluna 3: . Já está verificado que são normais, resta agora saber se são ortogonais entre si: i) Colunas 1 e 2: ; ii) Colunas 1 e 3: ; iii) Colunas 2 e 3: . Foi verificado que as colunas formam uma base ortonormal em relação ao produto escalar, então a matriz é ortogonal. IMPORTANTE: Se a matriz caracterizasse uma transformação, esta seria ortogonal APENAS SE ESSA MATRIZ FOSSE EM RELAÇÃO A UMA BASE ORTONORMAL. Ex².: Seja com produto interno usual onde . Diga se T é ortogonal. Como temos a transformação linear definida, basta verificar (literalmente) se o módulo do vetor é preservado: