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Revisão 1

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EDUCAÇÃO E ECONOMIA POLÍTICA
REVISÃO PARA A AV-1 
CURSO DE PEDAGOGIA – professora BEATRIZ PINHEIRO
Rio de Janeiro, 08 de setembro de 2011
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MODO DE PRODUÇÃO
As formações sociais e econômicas se caracterizam pelo modo como se desenvolve a produção. Para compreendê-las e ao seu processo de transformação, Marx formulou o conceito de modo de produção que corresponde à articulação entre as relações de produção e as forças produtivas.
Para produzir sua existência, os homens estabelecem relações entre si. São as chamadas relações sociais de produção, que variam em cada momento histórico.
As forças produtivas, também designadas por 'forças de produção', são constituídas pelos meios de produção - capitais, terras, matérias-primas, ferramentas e equipamentos -, pelos métodos e técnicas de utilização e pelos trabalhadores. Em articulação com as relações de produção, constituem o modo de produção, também designado por 'base' ou 'infraestrutura' da formação econômica e social.
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FORMAÇÕES SOCIAIS E ECONÔMICAS PRÉ-CAPITALISTAS
Sociedade comunal
Formação asiática
Formação antiga - modo de produção escravista
Formação germânica - modo de produção feudal 
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O PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
A dinâmica social tem como fator desencadeador o desenvolvimento das forças produtivas. Numa linha contínua, os instrumentos técnicos e as faculdades que os homens lançam mão ao se apropriar da natureza e promover sua existência vão se desenvolvendo, constituindo o fator cumulativo do progresso. 
Até certo ponto desse processo, as forças produtivas permanecem em sintonia com as relações de produção. Com o tempo, as relações de produção se tornam um empecilho à continuidade do desenvolvimento das forças produtivas.
Essa transformação social evidentemente não é espontânea, pode ou não se dar, em função do que ocorrer no nível superestrutural. Os conflitos sociais surgem ao nível das relações de produção, mas se resolvem ao nível superestrutural. É no terreno da política que os homens resolvem as contradições surgidas na base da sociedade
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MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA : CONDIÇÕES PARA SUA CONSOLIDAÇÃO
1)Processo de acumulação de capital propiciado pela revolução comercial
2) Existência de trabalhadores livres para vender sua força de trabalho:
a) livres no sentido de “libertos”, desimpedidos para que possam participar de relações de troca sob uma aparência legal
b) livres no sentido de “despossuídos”, destituídos de propriedade. Os trabalhadores sem a propriedade dos meios de produção e dos instrumentos de trabalho, perdem as condições objetivas de transformarem a natureza e produzir sua sobrevivência. Não lhes resta outra alternativa se não vender sua força de trabalho, em troca de um salário.
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A PASSAGEM DO MODO DE PRODUÇÃO FEUDAL PARA O MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA.
Na Idade Moderna, a burguesia era uma classe que tinha destaque econômico. Ela vinha representando um papel fundamental na economia dos Estados absolutistas, mas ainda se submetia e agia de acordo com as regras políticas do Antigo Regime.
Com a Revolução Industrial, o desenvolvimento das forças produtivas se expande e a burguesia se torna dominante na economia. Nesse momento, as relações sociais e a ordem política imposta pelo Antigo Regime começam a impedir e colocar barreiras ao desenvolvimento do capitalismo e à ascensão burguesa.
A burguesia então passa a lutar pelo fim do Estado Absolutista e pela conquista de uma nova estrutura política capaz de viabilizar a expansão de suas conquistas econômicas. A Revolução Francesa marca essa passagem e simboliza a conquista do poder burguês no plano político. Trata-se da construção de uma nova ordem jurídico-política que expressa os interesses da burguesia: os Estados Liberais. 
Para que essa conquista fosse possível, a burguesia buscou conquistar a direção moral e intelectual da sociedade, isto é a hegemonia social. Ela lidera e dirige a luta política, apoiada na difusão de novas idéias iluministas. As idéias iluministas constituem os fundamentos ideológicos que favorecem a direção do movimento revolucionário pela burguesia.
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MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA: CARACTERÍSTICAS
a)Se caracteriza pela presença de relações sociais de produção marcadas por uma cisão: de um lado os proprietários dos meios e instrumentos de produção e de outro os não-proprietários, que dispõem apenas da força de trabalho criadora de valor. Essa cisão delineia a presença de duas classes sociais fundamentais: a burguesia e a classe trabalhadora.
b) É um modo de produção mercantil, onde a produção se organiza não em função do valor de uso, da utilidade, do consumo dos bens para seus produtores, mas em função do valor de troca. É uma produção para a produção. Tudo o que é produzido, não tem utilidade para o capitalista, mas tem utilidade para os outros. Então tem que trocar de mãos no mercado.
No capitalismo, portanto, são produzidas mercadorias. Esta é uma economia de mercado, ou seja, a produção de mercadorias é predominante.
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A HISTÓRIA DAS RELAÇÕES CAPITAL TRABALHO
É a história da subordinação do trabalho ao capital
Cooperação simples
Manufatura
Maquinaria 
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PRIMEIRA ETAPA DO PROCESSO DE ACUMULAÇÃO CAPITALISTA
Etapa concorrencial – Estado liberal – Primeira revolução industrial – Adam Smith (até 1929)
Multiplicidade de produtores
Estado não interventor, visto como um árbitro neutro, que garante os direitos individuais
Ideologia liberal
Fontes de energia: carvão, vapor.
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ADAM SMITH E O LIBERALISMO ECONÔMICO
O liberalismo tinha como ponto central a livre iniciativa e a lei da oferta e da procura como meio de regulamentação do mercado. Adam Smith defendia a não intervenção do Estado na economia, acreditando que “a mão invisível” do mercado garantiria o equilíbrio da economia e a satisfação de todos: produtores e consumidores.
Enquanto o capitalismo concorrencial prosperava, de fato, a excessiva intervenção estatal era prejudicial ao processo de acumulação capitalista. O Estado Liberal correspondia, assim, à ordem jurídico-política compatível com as necessidades históricas da etapa concorrencial do processo de acumulação capitalista.
Neste contexto, a “leitura” da realidade econômica formulada por Smith mostrava-se pertinente e o liberalismo mostrava-se uma ideologia adequada à manutenção das relações de produção capitalistas. Até que a economia entra em crise...
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CRISE DE 29
Em primeiro lugar é preciso entender que as crises são inerentes ao capitalismo: são estruturais e ganham contornos conjunturais em cada momento histórico. 
Ocorre um processo de concentração do capital: a “falência da concorrência” e a formação de grandes conglomerados industriais. A era da multiplicidade das pequenas empresas passa, os monopólios se fortalecem e passam a controlar a oferta das mercadorias. O preço das mercadorias sobe e o desemprego aumenta.
Esse processo (subconsumo, estocagem, baixa de preços, diminuição transitória da capacidade produtiva, desemprego) vinha gerando pequenas crises cíclicas, que historicamente foram encontrando soluções provisórias pelas guerras e pelo impulso do colonialismo, que abria novos mercados, aumentando a taxa de lucro.
Essas crises eram basicamente industriais, de superprodução, cíclicas e tendiam à internacionalização, isto é, abarcavam não apenas um país, mas o conjunto dos países capitalistas. A crise de 1929 foi a culminância deste processo. O mercado entra em colapso
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A SEGUNDA ETAPA DO PROCESSO DE ACUMULAÇÃO DO CAPITAL
Etapa monopolista – Estado de Bem estar social – Segunda revolução industrial – Keynes (até meados dos anos 70)
Monopólios e oligopólios
Estado interventor, visto como regulador da economia. Bem Estar Social
Ideologia liberal
Fontes de energia: petróleo
Maquinaria: base metal-mecânica. 
Fordismo 
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KEYNES
Para Keynes, o que determina a renda de uma nação é o fluxo de renda de mão para mão. É esse processo de transferência
de renda de mão em mão que revitaliza a economia, que a aquece e torna próspera. Quando essa transferência diminui, a economia entre em crise.
Há ainda outra parte da renda que não vai fazer esse movimento de troca de mãos: a poupança. A poupança vai ser aplicada nos bancos e, assim, é colocada de volta no mercado através dos empréstimos dos bancos para os empresários, para a expansão da produção.
No momento de crise, a população não consegue poupar, ao contrário, ela gasta o que tinha guardado, e os empresários não investem na produção. A economia fica estagnada. 
Para Keynes, há somente uma saída para esta estagnação: a intervenção estatal. O Estado deve intervir e garantir investimentos (obras públicas, subsídios, incentivos) que possibilitem um novo caminhar econômico. A intervenção é necessária para diminuir o desemprego, incentivar a poupança e aumentar o nível de renda da população para que a mesma volte a consumir e com isso os empresários voltem a investir, reaquecendo a economia.
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O ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL
O Estado de Bem estar Social era um Estado planejador, regulador do processo de acumulação, articulador dos interesses conflitantes entre capital e trabalho. 
De um lado impede que os capitalistas ponham em risco o próprio sistema com sua ânsia por lucros. Nesse sentido intervem nos mercados, estabelecendo subsídios, preços mínimos, estoques reguladores. O Estado contribui para o processo de acumulação capitalista também quando constrói obras de infra-estrutura para diminuir os custos da circulação das mercadorias. O capital lucra mais.
De outro lado, o Estado de Bem-estar Social desenvolve uma política de pleno emprego e políticas sociais (tais como: saúde, habitação, educação, previdência social , etc) para que a classe trabalhadora tenha condições de consumir a produção fordista e garantir os lucros. 
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O PARADIGMA TAYLORISTA FORDISTA
CARACTERÍSTICAS 
a separação entre concepção e execução se intensifica
concepção → trabalho qualitativo → fora de linha produção
execução do trabalho – trabalho fragmentado e repetitivo → desqualificação operária
Controle e disciplina fabris → para eliminar a autonomia e o tempo ocioso.
lotes padronizados
consumo de massa
máquinas rígidas
velocidade e ritmo do trabalho estabelecidos pelas máquinas
mecanização - produção em larga escala tendo em vista ao consumo de massas
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OS ANOS DOURADOS
O padrão de desenvolvimento que marca os “anos dourados” da economia, articula o um modelo de organização da produção (a maquinaria fordista) a uma forma específica de regulação estatal: o Estado de Bem-estar Social. 
O Estado de Bem-estar Social, durante os 30 anos após a segunda guerra mundial, garantiu que a produção em massa do fordismo pudesse ser consumida, mantendo elevados os níveis de lucratividade e, por conseguinte, o processo de acumulação capitalista. Com o desenvolvimento de políticas sociais e o acesso aos serviços públicos, “sobrava” salário para que os trabalhadores pudessem consumir a produção em massa do fordismo. Assim, associa-se um modelo econômico a um modelo político. 
É o Estado de Bem-estar Social que regulava a economia e assegurava, com a política de pleno emprego e com o desenvolvimento de políticas sociais, que a produção em massa das fábricas fordistas pudessem ser consumidas, mantendo elevados os níveis de lucratividade e, por conseguinte, o processo de acumulação capitalista
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A CRISE DOS ANOS 70
A globalização e o domínio do capital financeiro predominam no mundo após os anos 70. O capital financeiro comanda o sistema. 
Deflagrada pelo esgotamento do bem-sucedido período de acumulação capitalista, essa crise inaugurou uma nova fase do capitalismo e determinou profundas transformações em todas as esferas da vida social.
Na avaliação do pensamento neoliberal, a obstrução das leis espontâneas dos mercados imposta pelo corporativismo e pela intervenção do Estado de Bem Estar Social seria a responsável pela inflação, pelo aumento do desemprego e pelo baixo crescimento econômico, fenômenos que começam a surgir na década de 70.
Para os neoliberais o Estado de bem-estar era anti-econômico, antiprodutivo, ineficaz e ineficiente. 
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O ESTADO NEOLIBERAL
Estado Mínimo, realiza cortes nas políticas sociais, como forma de manter o bem-estar social no âmbito privado da família e da comunidade. Desativa os mecanismos de negociação com os sindicatos e a flexibiliza os direitos adquiridos pelos trabalhadores, de modo a ampliar a competição, a concorrência e o individualismo, considerados pelos neoliberais como necessários ao crescimento econômico. Segundo o neoliberalismo, a economia só voltaria a crescer quando fossem abolidos os estímulos e as restrições impostas ao mercado. 
A cartilha neoliberal recomendava o combate aos mecanismos de intervenção estatal e defendia a eliminação das barreiras à livre movimentação de capital-dinheiro; a eliminação das políticas protecionistas às empresas, deixando os mercados de bens submetido à concorrência global; além da flexibilização das relações trabalhistas. Os neoliberais defendiam a reconstituição do mercado, da competição e do individualismo, justificando as mudanças realizadas no âmbito da política econômica e das políticas sociais. 
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A TERCEIRA ETAPA DO PROCESSO DE ACUMULAÇÃO CAPITALISTA
Globalização - Estado Neoliberal – terceira Revolução Industrial – Hayek (após os anos 70)
Globalização da economia
Estado mínimo. Corte nas políticas sociais: privatização, flexibilização e descentralização das políticas sociais
Ideologia neoliberal
Microeletrônica. Informática. 
Automação. Especialização Flexível. 
Toyotismo
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A REFORMA DO ESTADO 
Os governos centrais se tornam modelos do “ajustamento econômico” indicados para os países periféricos na ordem capitalista mundial. O ajustamento econômico traduz-se, basicamente, na desregulamentação da economia, privatização das empresas estatais, reforma da aparelhagem estatal, redução com gastos sociais e supremacia do mercado. 
A reforma do Estado ocasiona o esvaziamento das funções públicas do Estado, levando-o a se retrair de seu papel social. O Estado passa, paulatinamente, a desregulamentar as políticas sociais, passando sua execução para o campo da sociedade civil
Passa a existir, entre o mercado e o Estado, um espaço ocupado pelas organizações não-governamentais (ONGs), que fazem a mediação entre coletivos de indivíduos organizados e as instituições do sistema governamental. É construída uma nova esfera entre o público e o privado, denominada público-não estatal, e surge uma ponte de articulação entre as duas esferas, dada pelas políticas de parcerias.
As políticas sociais passam a ser executadas de forma descentralizada, a serem focadas em públicos-alvo diferenciados, e assumirem um caráter privatista. Dessa forma, amplos setores da sociedade civil: ONGs, empresas e instituições filantrópicas, entre outras instituições ficam responsáveis pela execução dessas políticas
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O PARADIGMA FLEXÍVEL
As atividades produtivas passam por um processo de ajustamento, que envolve um redirecionamento das estratégias de mercado e produção. Assim, convive-se com o questionamento dos princípios fordistas de produção e com a introdução da produção flexível
Um dos principais elementos do novo paradigma industrial é a adoção de sistemas integrados de automação flexível. Verifica-se a realização de alterações na organização do processo industrial, com a redução dos níveis hierárquicos e a adoção de novos processos de planejamento e de pesquisa de produtos e mercados. A nova base técnica, assim, provoca um impacto na configuração dos processos de produção, orientando um novo paradigma produtivo, o paradigma da produção flexível, fundado na automação e na informatização, e caracterizado pela a) integração, a b) flexibilidade e a c) descentralização.
A introdução da programação do processo de automação e a substituição da eletromecânica pela eletrônica
revoluciona e flexibiliza os antigos processos industriais e viabiliza as seguintes mudanças: maior integração entre as empresas; maior vínculo com a demanda dos consumidores e com os processos de comercialização 
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TOYOTISMO
A principal referência do padrão de acumulação flexível é o toyotismo (termo originário da experiência da fábrica automobilística japonesa Toyota), cujas características centrais são:
A diversidade e heterogeneidade da produção, 
O direcionamento desta a uma demanda prevista do consumo,
O estoque mínimo, 
A terceirização de parte da produção, 
A organização do trabalho em equipe e 
A flexibilidade nas funções do trabalhador 
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IMPACTOS DO NOVO PARADIGMA SOBRE A QUALIFICAÇÃO DOS TRABALHADORES
O trabalhador é chamado a participar e tomar decisões relativas ao controle e qualidade dos produtos, passando a responsabilizar-se pela introdução de aperfeiçoamentos e correções no processo de produção. Nessa perspectiva, diluem-se as fronteiras entre os papéis desempenhados pela gerência, pela supervisão e pelas funções operacionais. 
Ao lado da intelectualização de uma parcela da classe trabalhadora vinculada à indústria automatizada, é possível identificar a presença de inúmeros setores operários desqualificados. Constata a presença dos operários desespecializados do fordismo, dos operários parciais, temporários, subcontratados, terceirizados, dos trabalhadores da economia informal, dos desempregados. 
Verifica-se, então uma segmentação na classe trabalhadora. Enquanto que para um pequeno contingente de trabalhadores se exige uma elevada qualificação (que inclui a capacidade de abstração e de resolução de problemas), para os demais (trabalhadores precarizados ou excedentes) a questão da qualificação não se coloca 
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IMPACTOS DO NOVO PARADIGMA SOBRE O MERCADO DE TRABALHO 
As transformações de ordem econômica acarretam mudanças no mercado de trabalho. A primeira, diz respeito à desproletarização do operário fabril, industrial, manual, em virtude da automação, da robótica e da microeletrônica. Trata-se do desemprego estrutural.
Em segundo lugar ocorre o fenômeno da subproletarização do trabalho, relativo às formas de trabalho precário, parcial, temporário, subcontratado, vinculados à economia informal. Trata-se de trabalhadores que têm em comum a precariedade do emprego e da remuneração, a desregulamentação das condições de trabalho e a ausência de proteção sindical, configurando uma forte tendência à individualização da relação salarial. 
Assiste-se assim à contração do emprego, à expansão do mercado informal, à desregulamentação dos contratos de trabalho, à precarização das condições de trabalho, à eliminação de postos de trabalho, ao desemprego estrutural e crônico, enfim, à exclusão social.
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AS DUAS VISÕES QUE MARCAM O PENSAMENTO ECONÔMICO - HOMEM E SOCIEDADE
VISÃO LIBERAL: 
O homem tem um comportamento egoísta. A sociedade é vista como harmônica, uma associação de indivíduos que têm liberdade para dar vazão a seus interesses egoístas e desenvolver seus talentos naturais. Nesse processo se chegaria ao bem-estar geral da sociedade e cada um alcançaria a posição social compatível com seu talento.
VISÃO MARXISTA:
Os homens são seres sociais, condicionados pelas relações que estabelecem para produzir a sua existência. O comportamento individual é um produto histórico, determinado pelas condições materiais de existência. A sociedade capitalista é uma sociedade mercantil, de classes, definidas pelas relações de produção, que estabelecem uma separação entre os proprietários e os não-proprietários dos meios de produção. As duas classes sociais fundamentais são antagônicas, possuem interesses irreconciliáveis, em função da exploração do trabalho pelo capital (mais-valia). 
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AS DUAS VISÕES QUE MARCAM O PENSAMENTO ECONÔMICO - ESTADO
VISÃO LIBERAL 
O Estado é visto como um árbitro neutro, acima dos interesses particulares. Busca o bem comum. Ele é o guardião dos direitos individuais; garante a todos o desenvolvimento dos talentos pessoais. Tem como funções a proteção e a segurança, além de fazer e conservar obras e instituições que não sejam do interesse de particulares. 
VISÃO MARXISTA:
O Estado é um órgão de dominação de classe, o componente jurídico-político da dominação de classe. Constitui uma ‘ordem’ que legaliza a submissão do trabalho ao capital, amortecendo a luta de classes. O Estado é visto como o fiador das relações de dominação econômicas, através do controle dos recursos de dominação política e ideológica.
Gramsci não vê o Estado apenas como um órgão de submissão de uma classe sobre a outra. Acredita que, com o desenvolvimento do capitalismo, o Estado foi se ampliando, pois a burguesia precisava conquistar o consenso em torno da ordem instituída. Assim o Estado é visto como “sociedade política + sociedade civil”, como coerção e consenso, isto, é hegemonia revestida de coerção”. A busca pelo consenso na sociedade é essencial para a manutenção do status quo . Para Gramsci, o Estado é um espaço de disputa de hegemonia. 
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AS DUAS VISÕES QUE ILUMINAM A TEORIA ECONÔMICA: ESCOLA
A VISÃO LIBERAL
A escola é vista como o veículo de construção de uma sociedade com mobilidade social. Está a serviço do indivíduo. Oferece iguais oportunidades a todos. É uma escada que permite que cada um atinja a posição social compatível com seus talentos. Assim, a escola tem como função fundar uma sociedade aberta, através dos processos de socialização e diferenciação dos indivíduos de acordo com seus talentos.
VISÃO MARXISTA
A escola capitalista contribui para manter a ordem econômica e social desigual. Difunde a ideologia (constrói o consenso em torno da ordem burguesa) e assegura a reprodução das classes sociais. Ela reforça a posição social de origem dos indivíduos. Os sujeitos das diferentes classes sociais chegam à escola em condições distintas. A escola, em trajetórias escolares diferenciadas, forma os profissionais que ficarão a cargo das funções intelectuais e instrumentais da sociedade, reproduzindo a desigualdade social.
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O PENSAMENTO ECONÔMICO TRADICIONAL
A teoria econômica funda-se em dois importantes pressupostos:
a) A racionalidade da conduta humana 
b) Os consumidores é que dirigem a economia. São os indivíduos que vão resolver livremente que quantidade e quais os bens ou serviços que vão adquirir, o que vão poupar de sua renda. Os fenômenos econômicos são então deduzidos dos gostos e preferências individuais. 
Estes agentes econômicos são indivíduos e firmas. Ambos perseguem um objetivo - o máximo de satisfação (utilidade ou lucro) - e conseguem realizá-lo da maneira mais eficiente possível. Para a teoria econômica, as únicas características humanas que interessam são: a racionalidade do comportamento humano e o egoísmo, pois são aquelas que os teóricos julgam necessárias para explicar o funcionamento do sistema. A racionalidade e o egoísmo do homem lhe permitem escolher sempre o melhor. Ele vai empreender atividades econômicas para satisfazer seus desejos. Assim, o homem é visto, em essência, como tendo uma capacidade ilimitada para consumir. Esta noção é fundamental porque justifica a apropriação infinita dos capitalistas. É preciso explicar a necessidade incessante de lucro através de uma necessidade infinita de consumo. E esse desejo passa a ser criado pela propaganda. 
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VALOR DE USO e VALOR DE TROCA
Toda mercadoria é um objeto que tem uma utilidade, um valor de uso. Pode-se mesmo afirmar que as mercadorias diferenciam-se umas das outras por seu valor de uso, uma vez que cada necessidade corresponde a uma mercadoria com características específicas. 
Entretanto, para que os objetos possam ser mercadorias eles devem ter também valor de troca, ou simplesmente valor. Valor é o que permite que uma mercadoria seja trocada de mãos no mercado. 
No capitalismo, todas as mercadorias não possuem valor de uso para seus proprietários e têm valor de uso para seus consumidores.
Assim, todas as mercadorias têm que trocar de mãos
O modo de produção capitalista é mercantil. Isso significa que a produção se organiza não em função do valor de uso, da utilidade dos bens para seus produtores, mas em função do valor de troca 
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O PENSAMENTO ECONÔMICO TRADICIONAL - A teoria do valor utilidade
As duas correntes de pensamento econômico entendem o valor de modo diferenciado. 
A teoria econômica clássica entende que o valor de um bem é dado pela relação que os homens estabelecem com as coisas ou com a natureza. Para esta teoria, o homem tem necessidades e é na procura da satisfação delas que ele se engaja na atividade econômica. Logo, o que ele cria na atividade econômica, ou seja, o valor é o grau de satisfação ou a utilidade derivada desta atividade. 
O homem atribui valor aos bens e serviços na medida em que satisfazem suas necessidades. Esse valor é subjetivo, mas se determina, isto é, se torna objetivo e se manifesta concretamente, na esfera da circulação, da troca de mercadorias pela lei da oferta e da procura. Assim, quem dá a decisão final sobre o valor das mercadorias são os consumidores
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O PENSAMENTO ECONÔMICO MARXISTA - A teoria do valor trabalho
Para Marx, é o trabalho despendido na produção da mercadoria que determina o seu valor de troca. Qualquer produto só tem valor porque está materializado na sua produção, o trabalho humano. A forma de medir o valor é a quantidade de tempo de trabalho despendida na elaboração de uma mercadoria. O valor, assim, é dado pelo tempo de trabalho socialmente necessário, gasto, na produção das mercadorias.
Para Marx o valor é fruto das relações sociais que se criam entre os homens na atividade econômica. Ele se mede pelo tempo do trabalho produtivo que os homens gastam na produção. Marx não parte do comportamento subjetivo para determinar o valor. Parte da idéia de que a atividade econômica é essencialmente social. Assim, ela decorre da divisão social do trabalho, na qual as pessoas desempenham funções diferentes. A função de cada um só ganha sentido na medida em que as outras existem. O valor decorre desta divisão social do trabalho. Numa sociedade sem esta divisão (um náufrago em uma ilha) não haveria atividade econômica e a atividade produtiva não geraria valor.
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A MAIS VALIA
Para Marx, o valor de uma mercadoria é determinado pelo tempo de trabalho socialmente gasto para produzi-la. Assim, o valor da mercadoria força de trabalho é o valor necessário para que o trabalhador viva: o seu salário. Mas como o capitalista adquire a força de trabalho, tem o direito de usá-la mesmo após o tempo em que o trabalhador criou um valor igual ao valor de sua força de trabalho. Durante as horas não pagas, o trabalhador cria um valor superior ao valor da sua força de trabalho, um valor a mais, a mais-valia, que corresponderá aos lucros dos capitalistas.
O trabalhador vende sua força de trabalho pelo seu valor (salário), mas o valor que a força de trabalho cria é maior do que esse valor. Essa diferença, esse valor a mais, é apropriado pelo capitalista e constitui a mais valia.
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