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Aula 02 Pessoa Jurídica

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COMEÇANDO DO ZERO 
Direito Civil 
Luciano Figueiredo 
1 
Pessoa Jurídica 
Tema III 
 
Direito Civil Começando do Zero. 
Elaboração: Luciano L. Figueiredo1. 
 
 
1. Conceito e Aquisição da Personalidade 
Jurídica 
 
Proposta atual de leitura da Pessoa Jurídica 
sobre o influxo da Função Social. Nesse 
contexto o enunciado nº 53 da Jornada de 
Direito Civil: 
 
Deve-se levar em consideração o 
princípio da função social na 
interpretação das normas relativas à 
empresa, a despeito da falta de 
referencia externa. 
 
Quando há aquisição da personalidade 
jurídica? 
 
Art. 45 – Começa a existência legal 
das pessoas jurídicas de direito 
privado com a inscrição do ato 
constitutivo no respectivo registro, 
precedida, quando necessário, de 
autorização ou aprovação do poder 
executivo, averbando-se no registro 
todas as alterações por que passar o 
ato constitutivo. 
 
Parágrafo único. Decai em três anos o 
direito de anular a constituição das 
pessoas jurídicas de direito privado, 
por defeito do ato respectivo, contado 
o prazo da publicação de sua inscrição 
no registro. 
 
1 Advogado. Sócio do Figueiredo & Figueiredo Advocacia 
e Consultoria. Graduado em Direito pela Universidade 
Salvador (UNIFACS). Especialista (Pós-Graduado) em 
Direito do Estado pela Universidade Federal da Bahia 
(UFBA). Mestre em Direito Privado pela Universidade 
Federal da Bahia (UFBA). Professor de Direito Civil. 
Coordenador Científico do IBDFAM/BA. Palestrante. 
Autor de Artigos Científicos e Livros Jurídicos. Fanpage: 
Luciano Lima Figueiredo. Twitter: @civilfigueiredo. 
Instagram: @lucianolimafigueiredo. 
 
Qual a teoria adotada no Brasil para o 
surgimento da Pessoa Jurídica? 
 
Faz-se necessária alguma outra autorização? 
 
Qual a natureza jurídica do registro da Pessoa 
Jurídica? 
 
2. Princípio da Separação ou Independência 
ou Autonomia 
 
 
Desprovido de artigo específico versando sobre 
ele no Código Civil, decorre da inteligência dos 
artigos 46, V e 1052, ambos do Código Civil. 
 
Art. 46. O registro declarará: 
V - se os membros respondem, ou 
não, subsidiariamente, pelas 
obrigações sociais; 
 
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a 
responsabilidade de cada sócio é 
restrita ao valor de suas quotas, mas 
todos respondem solidariamente pela 
integralização do capital social. 
 
2.1 Desconsideração da Pessoa Jurídica: 
(“Disregard Doutrine”) 
 
Código de Processo Civil: 
 
Art. 592. Ficam sujeitos à execução os 
bens: 
I - do sucessor a título singular, 
tratando-se de execução fundada em 
direito real ou obrigação 
reipersecutória; (Redação dada pela 
Lei nº 11.382, de 2006). 
II - do sócio, nos termos da lei; 
III - do devedor, quando em poder de 
terceiros; 
IV - do cônjuge, nos casos em que os 
seus bens próprios, reservados ou de 
sua meação respondem pela dívida; 
V - alienados ou gravados com ônus 
real em fraude de execução. 
 
Código Civil: 
 
Art. 50. Em caso de abuso de 
personalidade jurídica, caracterizado 
 
 
 
 
 
 
 
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COMEÇANDO DO ZERO 
Direito Civil 
Luciano Figueiredo 
2 
pelo desvio de finalidade, ou pela 
confusão patrimonial, pode o juiz 
decidir, a requerimento da parte, ou 
do Ministério Público quando lhe 
couber intervir no processo, que os 
efeitos de certas e determinadas 
relações de obrigações sejam 
estendidos aos bens particulares dos 
administradores ou sócios da pessoa 
jurídica. 
 
O CC adota uma teoria maior e objetiva. E os 
outros ramos do direito? 
 
# A jurisprudência do STJ tem diferenciado a 
“teoria maior” da “teoria menor” da 
desconsideração da pessoa jurídica: (Idem no 
Informativo 415, STJ). 
 
Responsabilidade civil e Direito do 
consumidor. Recurso especial. 
 
Shopping Center de Osasco-SP. 
Explosão. Consumidores. Danos 
materiais e morais. Ministério 
Público.Legitimidade ativa. Pessoa 
jurídica. Desconsideração. Teoria 
maior e teoria menor. Limite de 
responsabilização dos sócios. Código 
de Defesa do Consumidor. 
Requisitos. Obstáculo ao 
ressarcimento de prejuízos causados 
aos consumidores. Art. 28, § 5º. 
 
- Considerada a proteção do 
consumidor um dos pilares da ordem 
econômica, e incumbindo ao Ministério 
Público a defesa da ordem jurídica, do 
regime democrático e dos interesses 
sociais e individuais indisponíveis, 
possui o Órgão Ministerial legitimidade 
para atuar em defesa de interesses 
individuais homogêneos de 
consumidores, decorrentes de origem 
comum. 
 
- A teoria maior da desconsideração, 
regra geral no sistema jurídico 
brasileiro, não pode ser aplicada com 
a mera demonstração de estar a 
pessoa jurídica insolvente para o 
cumprimento de 
suas obrigações. 
Exige-se, aqui, para além da prova de 
insolvência, ou a demonstração de 
desvio de finalidade (teoria subjetiva 
da desconsideração), ou a 
demonstração de confusão patrimonial 
(teoria objetiva da desconsideração). 
 
- A teoria menor da desconsideração, 
acolhida em nosso ordenamento 
jurídico excepcionalmente no Direito 
do Consumidor e no Direito Ambiental, 
incide com a mera prova de 
insolvência da pessoa jurídica para o 
pagamento de suas obrigações, 
independentemente da existência de 
desvio de finalidade ou de confusão 
patrimonial. 
 
- Para a teoria menor, o risco 
empresarial normal às atividades 
econômicas não pode ser suportado 
pelo terceiro que contratou com a 
pessoa jurídica, mas pelos sócios e/ou 
administradores desta, ainda que 
estes demonstrem conduta 
administrativa proba, isto é, mesmo 
que não exista qualquer prova capaz 
de identificar conduta culposa ou 
dolosa por parte dos sócios e/ou 
administradores da pessoa jurídica. 
 
- A aplicação da teoria menor da 
desconsideração às relações de 
consumo está calcada na exegese 
autônoma do § 5º do art. 28, do CDC, 
porquanto a incidência desse 
dispositivo não se subordina à 
demonstração dos requisitos previstos 
no caput do artigo indicado, mas 
apenas à prova de causar, a mera 
existência da pessoa jurídica, 
obstáculo ao ressarcimento de 
prejuízos causados aos consumidores. 
 
- Recursos especiais não conhecidos. 
 
(RESP 279.273/SP, Rel. Ministro ARI 
PARGENDLER, Rel. p/ Acórdão 
Ministra NANCY 
ANDRIGHI,TERCEIRA TURMA, 
julgado em 04.12.2003, DJ 29.03.2004 
p. 230) 
 
 
 
 
 
 
 
 
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COMEÇANDO DO ZERO 
Direito Civil 
Luciano Figueiredo 
3 
# Questões polêmicas sobre desconsideração: 
 
# Questões polêmicas sobre desconsideração: 
 
a) Extingue a pessoa jurídica? 
 
b) Pode atingir qualquer modalidade de pessoa 
jurídica? (Enunciado 284, CJF) 
 
c) Pode ser arguida pela própria pessoa 
jurídica? (Enunciado 285, CJF) 
 
d) Pode ser na modalidade inversa? 
(Enunciado 283, CJF) 
 
O Superior Tribunal de Justiça admitiu a 
hipótese, afirmando que “Considerando-se 
que a finalidade da disregard doctrine é 
combater a utilização indevida do ente 
societário por seus sócios, o que pode 
ocorrer também nos casos em que o sócio 
controlador esvazia o seu patrimônio 
pessoal e o integraliza na pessoa jurídica, 
conclui-se, de uma interpretação teleológica 
do art. 50 do CC/2002, ser possível a 
desconsideração inversa da personalidade 
jurídica, de modo a atingir bens da 
sociedade em razão de dívidas contraídas 
pelo sócio controlador, conquanto 
preenchidos os requisitos previstos na nor- 
ma. A desconsideração da personalidade 
jurídica configura-se como medida excepcional. 
Sua adoção somente é recomendada quando 
fo- rem atendidos os pressupostos específicos 
relacionados com a fraude ou abuso de direito 
estabelecidos no art. 50 do CC/2002. REsp 
948.117 (Info 440)” 
Fiquem atentos! 
 
DIREITO CIVIL. LEGITIMIDADEATIVA PARA 
REQUERER DESCONSIDERAÇÃO. INVERSA 
DE PERSONALIDADE JURÍDICA. 
Se o sócio controlador de sociedade 
empresária transferir parte de seus bens à 
pessoa jurídica controlada com o intuito de 
fraudar partilha em dissolução de união 
estável, a companheira prejudicada, ainda que 
integre a sociedade empresária na condição de 
sócia minoritária, terá legitimidade para 
requerer a desconsideração inversa da 
personalidade jurídica de modo a resguardar 
sua meação. 
Inicialmente, ressalte-se que a Terceira Turma 
do STJ já decidiu pela possibilidade de 
desconsideração inversa da personalidade 
jurídica – que se caracteriza pelo afastamento 
da autonomia patrimonial da sociedade, para, 
contrariamente do que ocorre na 
desconsideração da personalidade jurídica 
propriamente dita, atingir o ente coletivo e seu 
patrimônio social, de modo a responsabilizar a 
pessoa jurídica por obrigações do sócio –, em 
razão de uma interpretação teleológica do art. 
50 do CC/2002 (REsp 948.117-MS, DJe 
3/8/2010). Quanto à legitimidade para atuar 
como parte no processo, por possuir, em regra, 
vinculação com o direito material, é conferida, 
na maioria das vezes, somente aos titulares da 
relação de direito material. Dessa forma, a 
legitimidade para requerer a desconsideração é 
atribuída, em regra, ao familiar que tenha sido 
lesado, titular do direito material perseguido, 
consoante a regra segundo a qual “Ninguém 
poderá pleitear, em nome próprio, direito 
alheio, salvo quando autorizado por lei” (art. 6º 
do CPC). Nota-se, nesse contexto, que a 
legitimidade para requerer a desconsideração 
inversa da personalidade jurídica da sociedade 
não decorre da condição de sócia, mas sim da 
condição de companheira do sócio controlador 
acusado de cometer abuso de direito com o 
intuito de fraudar a partilha. Além do mais, 
embora a companheira que se considera 
lesada também seja sócia, seria muito difícil a 
ela, quando não impossível, investigar os bens 
da empresa e garantir que eles não seriam 
indevidamente dissipados antes da conclusão 
da partilha, haja vista a condição de sócia 
minoritária. REsp 1.236.916-RS, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 22/10/2013. 
 
 
e) Pode ser na esfera administrativa? (RMS 
151661/BA) 
 
f) Tem prazo? 
 
O STJ decidiu em 2011 que não há prazo 
decadencial para pleitear a desconsideração, 
pois se trata de um direito potestativo sem 
prazo para o seu exercício. Dessa forma, é 
possível que a descon- sideração ocorra em 
qualquer fase do processo. Aliás, o projeto do 
novo Código de Processo Civil prevê, até 
mesmo, um incidente de desconsideração, 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Civil 
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4 
para ser assegurado o devido processo legal. 
Vide o REsp 1.180.191/RJ (Informativo 468). 
3. Classificação das Pessoas Jurídicas 
 
3.1 Quanto à nacionalidade: Nacional ou 
Estrangeira 
 
- Decorrência da soberania. 
 
3.2 Quanto à atividade executada 
 
3.2.1 de Direito público – são aquelas previstas 
em Lei. Podem ser: 
 
a) DIREITO PÚBLICO INTERNO: poder 
público constituído (União, Estados, DF, 
Municípios, Territórios, suas autarquias e 
fundações). 
 
Art. 41. São pessoas jurídicas de 
direito público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os 
Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias, inclusive as 
associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter 
público criadas por lei. 
 
b) DIREITO PÚBLICO EXTERNO: submetidas 
ao direito internacional público (as diversas 
nações, inclusive a Santa Sé, e os organismos 
internacionais como a ONU, a OEA, a FAO, a 
UNESCO etc) – art. 42, CC 
 
Art. 42. São pessoas jurídicas de 
direito público externo os Estados 
estrangeiros e todas as pessoas que 
forem regidas pelo direito internacional 
público. 
 
3.2.2 De direito privado - todas as demais (que 
não são previstas em lei): 
 
Art. 44. São pessoas jurídicas de 
direito privado: 
 I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV – as organizações religiosas; 
 
 
V – os partidos políticos. 
VI – Empresas Individuais de 
Responsabilidade Limitada. 
 
 
Na hora da prova? 
 
01. TJ -PE 2012 - FCC 
Com relação às pessoas jurídicas de direito 
público interno e as de direito privado, é 
correto afirmar que: 
 
a) a criação, a estruturação interna e o 
funcionamento das organizações religiosas é 
livre, mas o poder público pode negar-lhes o 
registro dos atos constitutivos necessários ao 
seu funcionamento. 
b) as fundações e organizações religiosas são 
pessoas jurídicas de direito público interno. 
c) os partidos políticos e as associações são 
pessoas jurídicas de direito público interno. 
d) o direito de anular a constituição das 
pessoas jurídicas de direito privado, por defeito 
no respectivo ato constitutivo, decai em três 
anos, contados na publicação da inscrição no 
registro competente. 
e) a existência legal das pessoas jurídicas de 
direito privado começa com a inscrição dos 
atos constitutivos no respectivo registro, 
precedida, em qualquer hipótese, de aprovação 
ou autorização do Poder Executivo. 
 
 
3.3 Quanto à estrutura: 
 
3.3.1 Corporações (universitas personarum). 
Dividem-se em: 
 
a) Sociedades 
 
> Simples – são as antigas civis. 
> Empresárias – são as antigas comerciais. 
 
# Segundo o Código Civil, a sociedade 
empresária há de observar dois requisitos: 
 
I) tem por objeto o exercício de atividade 
própria de empresário (art. 966); 
 
Art. 966. Considera-se empresário 
quem exerce profissionalmente 
atividade econômica organizada para 
 
 
 
 
 
 
 
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COMEÇANDO DO ZERO 
Direito Civil 
Luciano Figueiredo 
5 
a produção ou a circulação de bens ou 
de serviços. 
 
II) Registro no Registro Público de Empresas 
(Junta Comercial). 
 
# Segundo o art. 982: 
 
Sociedade de ações – sociedade 
empresária 
Sociedade cooperativa – sociedade 
simples 
 
# Sociedade entre cônjuges: (art. 977) é 
possível. A restrição imposta é de que não 
tenha casado no regime de comunhão 
universal de bens ou no da separação 
obrigatória. 
 
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges 
contratar sociedade, entre si ou com 
terceiros, desde que não tenham 
casado no regime da comunhão 
universal de bens, ou no da separação 
obrigatória. 
 
b) Associações 
 
Tem finalidade ideal: 
 
Art. 53 – Constituem-se as 
associações pela união de pessoas 
que se organizem para fins não-
econômicos. 
 
Tem estatuto, sendo os requisitos: 
 
I - a denominação, os fins e a sede da 
associação; 
II - os requisitos para a admissão, 
demissão e exclusão dos associados; 
III - os direitos e deveres dos 
associados; 
IV - as fontes de recursos para sua 
manutenção; 
V – o modo de constituição e de 
funcionamento dos órgãos 
deliberativos; (Redação dada pela Lei 
nº11.127, de 2005) 
VI - as condições para a alteração das 
disposições estatutárias e para a 
dissolução. 
VII – a forma de gestão administrativa 
e de aprovação das respectivas 
contas. (Incluído pela Lei nº11.127, de 
2005) 
 
Estatuto pode instituir categorias de associados 
com diferentes vantagens: 
 
Art. 55. Os associados devem ter 
iguais direitos, mas o estatuto poderá 
instituir categorias com vantagens 
especiais. 
 
A qualidade de associado é transmissível? 
 
Art. 56. A qualidade de associado é 
intransmissível, se o estatuto não 
dispuser o contrário. 
 
Para exclusão do associado há de ter devido 
processo legal e justa causa (art. 57 do CC): 
 
Art. 57. A exclusão do associado só é 
admissível havendo justa causa, 
assim reconhecida em procedimento 
que assegure direito de defesa e de 
recurso, nos termos previstos no 
estatuto. 
 
O quefazer com o patrimônio na hipótese de 
extinção? 
 
Art. 61. Dissolvida a associação, o 
remanescente do seu patrimônio 
líquido, depois de deduzidas, se for o 
caso, as quotas ou frações ideais 
referidas no parágrafo único do art. 56, 
será destinado à entidade de fins não 
econômicos designada no estatuto, 
ou, omisso este, por deliberação dos 
associados, à instituição municipal, 
estadual ou federal, de fins idênticos 
ou semelhantes. 
 
§ 2º Não existindo no Município, no 
Estado, no Distrito Federal ou no 
Território, em que a associação tiver 
sede, instituição nas condições 
indicadas neste artigo, o que 
remanescer do seu patrimônio se 
devolverá à Fazenda do Estado, do 
Distrito Federal ou da União. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Civil 
Luciano Figueiredo 
6 
Na hora da prova? 
 
02 ( Prova: FCC - 2012 - TRF - 2ª REGIÃO - 
Analista Judiciário - Execução de Mandados 
/ Direito Civil / Das Pessoas - Pessoa 
Jurídica;) Segundo o Código Civil brasileiro, 
no tocante às Associações, a qualidade de 
associado, em regra, é 
 
a) intransmissível. 
b) transmissível de forma onerosa ou gratuita. 
c) transmissível apenas de forma onerosa. 
d) transmissível apenas de forma gratuita. 
e) pública, incondicional e transmissível. 
 
 
3.3.2 Fundações (universitas bonorum) –
(universalidade de bens) 
 
Etapas para a criação de uma fundação - há 
uma série ordenada de etapas que devem ser 
observadas, a saber: 
 
1º) Afetação de Bens Livres por meio do Ato de 
Dotação Patrimonial, seja mediante Escritura 
Pública (para atos inter vivos) ou Testamento 
(para atos causa mortis – público, particular ou 
cerrado). 
 
Art. 62. Para criar uma fundação, o 
seu instituidor fará, por escritura 
pública ou testamento, dotação 
especial de bens livres, especificando 
o fim a que se destina, e declarando, 
se quiser, a maneira de administrá-la. 
 
Parágrafo único. A fundação somente 
poderá constituir-se para fins 
religiosos, morais, culturais ou de 
assistência. 
 
Esse rol de finalidades previstos no art. 62 e 
taxativo ou exemplificativo? 
 
8 – Art. 62, parágrafo único: a 
constituição de fundação para fins 
científicos, educacionais ou de 
promoção do meio ambiente está 
compreendida no CC, art. 62, 
parágrafo único. 
 
 
9 – Art. 62, parágrafo único: o art. 62, 
parágrafo único, deve ser interpretado 
de modo a excluir apenas as 
fundações com fins lucrativos. 
 
Posicionamento para Prova: Taxativo. 
 
O ato de instituição, acaso realizado por 
mecanismo inter vivos, é irretratável. Art. 64, 
CC: 
 
Art. 64. Constituída a fundação por 
negócio jurídico entre vivos, o 
instituidor é obrigado a transferir-lhe a 
propriedade, ou outro direito real, 
sobre os bens dotados, e, se não o 
fizer, serão registrados, em nome dela, 
por mandado judicial. 
 
Caso o patrimônio afetado seja insuficiente. art. 
63: 
 
Art. 63. Quando insuficientes para 
constituir a fundação, os bens a ela 
destinados serão, se de outro modo 
não dispuser o instituidor, 
incorporados em outra fundação que 
se proponha a fim igual ou 
semelhante. 
 
2º) Elaboração dos Estatutos (não é contrato 
social); 
 
- Pode ser: 
 
a) Direta: feita pelo próprio instituidor. 
 
b) Indireta ou Fiduciária: quando nomeia 
alguém para fazê-lo. E se não o fizer? 
 
3º) Aprovação dos Estatutos 
 
Quem aprova é o MP, na dicção do art. 65 do 
CC: 
 
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor 
cometer a aplicação do patrimônio, em 
tendo ciência do encargo, formularão 
logo, de acordo com as suas bases 
(art. 62), o estatuto da fundação 
projetada, submetendo-o, em seguida, 
à aprovação da autoridade 
competente, com recurso ao juiz. 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Civil 
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E se for o próprio MP quem o fez? 
 
4º) Realização do Registro Civil do Estatuto (no 
Cartório de Pessoa Jurídica) 
 
A Alteração do Estatuto - Art. 67: 
 
Art. 67. Para que se possa alterar o 
estatuto da fundação é mister que a 
reforma: 
I - seja deliberada por dois terços dos 
competentes para gerir e representar a 
fundação; 
II - não contrarie ou desvirtue o fim 
desta; 
III - seja aprovada pelo órgão do 
Ministério Público, e, caso este a 
denegue, poderá o juiz supri-la, a 
requerimento do interessado. 
 
A minoria de gestores vencida (aqueles 1/3 que 
opinaram em desfavor da alteração), terão o 
prazo de 10 dias para impugnar a modificação 
estatutária. Art. 68: 
 
Art. 68. Quando a alteração não 
houver sido aprovada por votação 
unânime, os administradores da 
fundação, ao submeterem o estatuto 
ao órgão do Ministério Público, 
requererão que se dê ciência à minoria 
vencida para impugná-la, se quiser, 
em dez dias. 
 
A Fiscalização (§2°, art. 66) das fundações 
deve ser feita pelo MP Estadual, ainda que as 
referidas as Fundações tenham abrangência 
nacional, sendo a competência a da 
localização da fundação. 
 
“Art. 66. Velará pelas fundações o 
Ministério Público do Estado onde 
situadas. 
 
§ 1º. Se funcionarem no Distrito 
Federal, ou no Território, caberá o 
encargo ao Ministério Público Federal. 
 
§ 2º. Se estenderem a atividade por 
mais de um Estado, caberá o encargo, 
em cada um deles, ao respectivo 
Ministério Público”. 
 
Diga-se que o §1º do art. 66 foi declarado 
inconstitucional pelo ADI 2794, proposta pela 
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MEMBROS 
DO MINISTÉRIO PÚBLICO – CONAMP. 
Seguiu o STF o Enunciado 10 do CJF. 
 
No caso de extinção – art 69: 
 
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível 
ou inútil a finalidade a que visa a 
fundação, ou vencido o prazo de sua 
existência, o órgão do Ministério 
Público, ou qualquer interessado, lhe 
promoverá a extinção, incorporando-
se o seu patrimônio, salvo disposição 
em contrário no ato constitutivo, ou no 
estatuto, em outra fundação, 
designada pelo juiz, que se proponha 
a fim igual ou semelhante. 
 
 
Na hora da prova? 
 
03. (FCC/TRT/1 R/ 2013). A Fundação Juju 
foi regularmente criada para atuar no 
benefício de crianças carentes e está em 
plena atividade na cidade do Rio de Janeiro. 
Uma das pessoas competen- tes para gerir 
e representar a Fundação Juju pretende 
alterar o seu estatuto. Para tanto, a 
alteração não pode contrariar o fim da 
Fundação e, além disso, deverá ser 
deliberada 
 
(A) pela maioria absoluta dos competentes 
para gerir e representar a fundação e aprovada 
pelo órgão do Ministério Público, com 
possibilidade de suprimento judicial caso este 
denegue a aprovação. 
(B) por dois terços dos competentes para gerir 
e repre- sentar a fundação e aprovada pelo 
órgão do Minis- tério Público, com possibilidade 
de suprimento judicial caso este denegue a 
aprovação. 
(C) pela maioria simples dos competentes 
para gerir e representar a fundação e 
homologada pelo Juiz competente, após 
aprovação pelo Ministério Público. 
(D) pela maioria absoluta dos competentes 
para gerir e representar a fundação e 
 
 
 
 
 
 
 
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COMEÇANDO DO ZERO 
Direito Civil 
Luciano Figueiredo 
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homologada pelo Juiz competente, após 
aprovação do Ministério Público. 
(E) por todas as pessoas competentes para 
gerir e re- presentar a fundação e homologada 
pelo Juiz com- petente, após aprovação do 
Ministério Público. 
 
 
4. Extinção da Pessoa Jurídica 
 
Na hora da prova? 
 
04. (TRT 12. FCC. 2013) No tocante às 
pessoas jurídicas: 
 
(A) começa a existência legal das pessoas 
jurídicas de direito privado com o início efetivo 
de suas atividades ao público. 
(B) de direito público interno são civilmente 
responsáveis por atos dos seus agentes que, 
nessa qualidade, causem danos a terceiros, 
ressalvadodireito regressivo contra os 
causadores do dano, se houver por parte 
destes culpa ou dolo. 
(C) a criação, a organização, a estruturação 
interna e o funcionamento das instituições 
religiosas é condicional, por ser laico o Estado 
brasileiro, que deverá autorizar ou não seu 
reconhecimento e registro. 
(D) os partidos políticos são pessoas jurídicas 
de direito público interno. 
(E) as autarquias e as associações públicas 
são pessoas jurídicas de direito privado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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GABARITO 
 
01. D 
02. A 
03. B 
04. B

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