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LICITACOES PUBLICAS

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LICITAÇÕES PÚBLICAS 
 
Licitação é o procedimento pelo qual o Poder Público seleciona a 
melhor proposta para o contrato de seu interesse. A licitação se 
constitui no principal instrumento de realização de outros princípios 
constitucionais como os da moralidade administrativa e do 
tratamento isonômico dos eventuais contratantes com o Poder 
Público. 
 
Tanto a Constituição Federal, em seu artigo 37, XXI, como o artigo 
2º da Lei 8.666/93 (substituiu o Decreto-lei nº 2.300/86 – que 
dispunha sobre o estatuto jurídico das licitações e contratos 
administrativos) confirmam regra geral, estabelecendo a 
necessidade do procedimento licitatório, antes de se efetuarem as 
contratações pela Administração Pública. 
 
O Professor Cretella Jr. Também sustenta a obrigatoriedade da 
licitação, como regra geral, ao dizer que “no campo do direito 
administrativo, as compras, obras e serviços públicos não 
são livres. Devem ser precedidas de licitação, já que o 
administrador não é dominus da coisa publica e dela não 
pode dispor como quiser “. 
 
Portanto, a regra geral é o prévio procedimento licitatório, antes da 
celebração dos contratos firmados pela Administração Pública, 
Direta e Indireta. 
 
Submetido ao princípio constitucional da legalidade, reforçado em 
nível infraconstitucional pela Lei nº 8.666/93, o agente público não 
deve se descurar da conformação dos seus atos com as normas 
legais pertinentes, sob pena de nulidade e responsabilidade. 
 
O mestre Hely Lopes Meirelles, em sua consagrada obra Direito 
Administrativo Brasileiro, preleciona que “no direito público o que há 
de menos relevante é a vontade do administrador. Seus desejos, 
suas ambições, seus programas, seus atos não têm eficácia 
administrativa, nem validade jurídica, se não estiverem alicerçadas 
no direito e na lei. Não é a chancela da autoridade que valida o ato 
e o torna respeitável e obrigatório. É a legalidade a pedra de toque 
de todo ato administrativo”. 
 
 
Segundo o mesmo autor, ”pela motivação o administrador público 
justifica a sua ação administrativa, indicando os fatos que ensejam 
o ato e os preceitos jurídicos que autorizam a sua prática”. 
 
CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS 
 
Caracterização do objeto – Apesar de parecer a primeira vista um 
requisito simples e óbvio, a prática tem evidenciado que inúmeras 
licitações visando satisfazer necessidades públicas acabam por não 
atendê-las, ou o faz parcial e inadequadamente, exatamente 
porque os agentes públicos não dispensam a este requisito a 
atenção necessária. Nesse sentido devemos verificar os artigos 7º, 
§ 1º e 2º, 14 e 15, § 7º da Lei nº 8.666/93. 
 
Com base no disposto no artigo 2º da Lei nº 8.666/93, o 
procedimento licitatório estará sempre vinculado a: 
 
 OBRA – toda construção, reforma, fabricação, recuperação 
ou ampliação realizada por execução direta ou indireta (art. 
6º, I e V). 
 SERVIÇO – toda atividade destinada a obter determinada 
utilidade de interesse para a Administração, tais como 
demolição, conserto, instalação, montagem, operação, 
conservação, reparação, adaptação, manutenção, 
transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou 
trabalhos técnico-profissionais (art. 6º, II e V). 
 COMPRA – toda aquisição, remunerada de bens para 
fornecimento de uma só vez ou parceladamente (art. 6º,III). 
OBS. A regra geral do parcelamento do objeto, imposta 
pelos artigos 15, IV e 23 § 1º da Lei nº 8.666/93, sempre 
que comprovada técnica e economicamente sua 
viabilidade, com vistas ao melhor aproveitamento dos 
recursos disponíveis no mercado; à ampliação da 
competitividade sem perda da economia da escala e ao 
atendimento do interesse público. 
 
Sobre o assunto vale registrar a Decisão nº 393/94 proferida pelo 
Plenário do Tribunal de Contas da União: 
 
 
“Firmar o atendimento, de que, em decorrência do 
disposto no art. 3º, parágrafo 1º, inciso I; art. 8º, 
parágrafo 1º e artigo 15, inciso IV, todos da Lei nº 
 
8.666/93, é obrigatória a admissão, nas licitações 
para contratação de obras, serviços e compras, e 
para alienações, onde o objeto for de natureza 
divisível, sem prejuízo do conjunto ou complexo, 
da adjudicação por itens e não preço global, com 
vistas a propiciar a ampla participação dos 
licitantes que, embora não dispondo de 
capacidade para a execução, fornecimento ou 
aquisição da totalidade do objeto, possam, 
contudo, faze-lo com referência a itens ou 
unidades autônomas, devendo as exigências de 
habilitação adequarem-se a sua divisibilidade’. 
 
 
 ALIENAÇÃO – toda transferência de domínio de bens a 
terceiros (art. 6º, IV). 
 
 CONCESSÃO – toda transferência de execução do serviço 
do Poder Público ao particular mediante delegação 
contratual. 
 
 PERMISSÃO – todo ato administrativo negocial, 
discricionário e precário pelo qual o Poder Público faculta 
ao particular a execução de serviços de interesse coletivo, 
ou o uso especial de bens públicos, a título gratuito ou 
remunerado. 
 
 LOCAÇÃO – todo ato administrativo negocial de que se 
socorre o Poder Público para locar móveis ou outros bens 
de terceiros visando o atendimento das suas necessidades. 
 
 
Verificação de recursos orçamentários: - É exigência legal a 
existência de previsão de recursos orçamentários para a execução 
de obras e serviços (art. 7º, § 2º, III) e para compras (art. 14), sob 
pena de responsabilidade. Deve então, o agente público 
competente, manifestar-se expressamente no processo, conforme 
previsto no art. 38, caput. A licitação não é comprometimento. Ela 
é apenas um ato preparatório para a contratação. Mas, para licitar, 
deve haver previsão de créditos orçamentários. Para contratar, 
deve haver crédito. 
 
 
Planilha de custos e pesquisa de preços: - Este ato se constitui 
num requisito básico para orientar a definição da modalidade que 
será adotada no procedimento licitatório. Para sua elaboração 
deverá recorrer à área técnica, quando for o caso, conforme 
disposto no art. 40, § 2º, II, da Lei nº 8.666/93. 
 
Elaboração de projeto básico: - Está previsto no artigo 7º, § 2º, I, 
que as obras e serviços somente poderão ser licitados, quando 
houver projeto básico aprovado pela autoridade competente. 
 
ATENÇÃO: É absolutamente essencial, não se deve confundir 
projeto básico com projeto arquitetônico. Não há necessidade de 
plantas, de pranchas e de desenhos, há, porém, necessidade de 
deixar claramente definido o que se quer contratar, pois é o projeto 
básico que permitirá o gerenciamento adequado do contrato. 
Dependendo do porte da licitação, o projeto básico pode ser uma 
especificação ou uma requisição detalhada dos serviços a executar. 
 
Conceito: “Projeto básico, para obras e serviços corresponde ao 
detalhamento do objeto de modo a permitir a perfeita identificação 
do que é pretendido pelo órgão licitante e, com precisão, as 
circunstâncias e modo de realização. – Procedimentos para Licitar – 
Wálteno Marques da Silva.” 
 
As modalidades e os tipos de licitação: 
 
Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993 
Art. 22. São modalidades de licitação: 
 I - concorrência; 
 II - tomada de preços; 
 III - convite; 
 IV - concurso; 
 V - leilão. 
 § 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre 
quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação 
preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de 
qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. 
 
 § 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre 
interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a 
todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro 
dia anterior à data do recebimento das propostas, observada 
a necessária qualificação. 
 § 3o Convite é a modalidade de licitação entre 
interessadosdo ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados 
ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 
(três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local 
apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá 
aos demais cadastrados na correspondente especialidade que 
manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 
(vinte e quatro) horas da apresentação das propostas. 
(atenção: art. 22, § 7º - limitações do mercado ou 
desinteresse dos convidados for impossível a obtenção 
do número mínimo de licitantes, essas circunstâncias 
deverão estar devidamente justificadas no processo, sob 
pena de repetição do convite.) 
 § 4o Concurso é a modalidade de licitação entre 
quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, 
científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou 
remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes 
de edital publicado na imprensa oficial com antecedência 
mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. 
 § 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer 
interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a 
administração ou de produtos legalmente apreendidos ou 
penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no 
art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao 
valor da avaliação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os 
incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função 
dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da 
contratação: 
 I - para obras e serviços de engenharia: (Redação dada 
pela Lei nº 9.648, de 1998) 
 
 a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil 
reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) 
 b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e 
quinhentos mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 
1998) 
 c) concorrência - acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e 
quinhentos mil reias); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 
1998) 
 II - para compras e serviços não referidos no inciso 
anterior:(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) 
 a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); 
(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) 
 b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e 
cinqüenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 
1998) 
 c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e 
cinqüenta mil reais). (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 
1998) 
 § 1o As obras, serviços e compras efetuadas pela 
administração serão divididas em tantas parcelas quantas se 
comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-
se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos 
recursos disponíveis no mercado e à ampliação da 
competitividade, sem perda da economia de escala. 
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 
 § 2o Na execução de obras e serviços e nas compras de 
bens, parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada 
etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou compra, há 
de corresponder licitação distinta, preservada a modalidade 
pertinente para a execução do objeto em licitação. (Redação 
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 
 § 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, 
qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou 
alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, 
como nas concessões de direito real de uso e nas licitações 
 
internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os 
limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou 
entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores 
ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou 
serviço no País. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 
 
 
RECOMENDAÇÕES PARA A ESCOLHA DA MODALIDADE DA 
LICITAÇÃO: 
 
 
1) Enquadramento adequado da modalidade licitatória de acordo 
com o valor estimado para a contratação e para a alienação 
de bens móveis e aquele fixado pelo artigo 23 da Lei nº 
8.666/93, atualizado sempre que necessário, nos termos do 
artigo 120 da mesma lei; 
 
QUADRO DE MODALIDADES DE LICITAÇÃO 
Tabela de Valores 
Artigo Inciso Alínea Valor (R$) Modalidades de Licitação 
Obras / Serviços de Engenharia 
23 
I A 150.000,00 Convite 
I B 1.500.000,00 Tomada de Preço 
I C 
Acima de 
1.500.00,00 
Concorrência 
Compras / Outros Serviços 
23 
II A 80.000,00 Convite 
II B 650.00,00 Tomada de Preço 
II C 
Acima de 
650.000,00 
Concorrência 
Dispensa de Licitação 
24 
I - 15.000,00 
Obras / Serviços de 
Engenharia 
II - 8.000,00 Compras / Outros Serviços 
Sociedade de Economia Mista; Empresas Públicas; Autarquias 
e Fundações Qualificadas como Agência Executiva (§ único) 
 
24 
I - 30.000,00 
Obras / Serviços de 
Engenharia 
II - 16.000,00 Compras / Outros Serviços 
 
Valores estabelecidos pela Lei nº 9.648, de 27 de maio de 1998 
 
 
* RECOMENDAÇÕES PARA A ESCOLHA DO TIPO DA 
LICITAÇÃO: 
 
 
1. Priorizar o tipo menor preço (art.45,I), salvo as seguintes 
situações: 
a) deve-se adotar o tipo de licitação “melhor técnica” ou 
“técnica e preço” (art.46) (§3º) exclusivamente para 
serviço de natureza predominantemente intelectual 
(projetos, cálculos, fiscalização, supervisão, 
gerenciamento, engenharia consultiva, estudos 
técnicos preliminares, projetos básicos) ou, 
excepcionalmente, para aquisição de bens, ou 
realização de obra ou serviço de tecnologia 
nitidamente sofisticada e de domínio restrito, atestado 
por autoridade técnica de reconhecida qualificação, 
com justificação circunstanciada, constante do ato 
convocatório, da maior autoridade do órgão ou 
entidade; 
b) deve-se adotar como regra o tipo de licitação “técnica 
e preço” para a contratação de bens ou serviços de 
informática observado o disposto na Lei 8.248/91 e no 
Decreto 1.070/94, sendo facultada a adoção dos tipos 
“menor preço” ou “melhor técnica” nas licitações 
realizadas na modalidade de convite; 
c) nos casos de licitação do tipo “melhor técnica” ou 
“técnica e preço”, deverão ser estabelecidos critérios 
pertinentes e adequados ao objeto licitado, definidos 
com clareza e objetividade no instrumento 
convocatório e que considerem a capacitação e a 
experiência do proponente, a qualidade técnica da 
proposta, compreendendo metodologia, organização, 
tecnologias e recursos materiais a serem utilizados 
 
nos trabalhos, e a qualificação das equipes técnicas a 
serem mobilizadas para a sua execução; 
d) nos casos de licitação do tipo “melhor técnica”, deve 
ser fixado no instrumento convocatório o preço 
máximo que órgão ou entidade se propõe a pagar, 
bem como a pontuação técnica mínima admissível; 
e) nos casos de licitação do tipo “técnica e preço”, 
deverão ser estabelecidos parâmetros objetivos para 
a ponderação dos aspectos referentes à técnica e ao 
preço, de modo a permitir a classificação das 
propostas mediante a média ponderada das 
valorizações daqueles aspectos. 
 
 
* Fonte de pesquisa: 
1. Procedimentos para licitar – Wálteno Marques da Silva – 
Consulex – 1ª ed. 1998. 
2. Bibliografia básica. 
 
 
 
Comissão: 
 
 
Preceitua o art. 51 da Lei das Licitações, que a habilitação 
preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteração ou 
cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por 
comissão permanente ou especial de, no mínimo, três membros, 
sendo pelo menos dois deles servidores qualificados pertencentes 
aos quadros permanentes dos órgãos da Administração 
responsáveis pela licitação. Visando evitar o retardamento do 
procedimento licitatório, é recomendável que no próprio ato de 
designação seja feita a indicação de suplentes que, 
automaticamente, poderãoser convocados para suprir a ausência 
de um titular. Tal medida se faz necessária porque a Comissão 
sempre decidirá por maioria de votos, e a falta de um dos membros 
impedirá a realização do ato, sob pena de nulidade. Atenção: a lei 
fixa o prazo máximo de investidura em um ano, vedando a 
recondução da totalidade dos membros para a mesma comissão no 
período subseqüente. 
 
 
 
 
 
 
Publicação: 
 
“A publicidade assegura o cumprimento do princípio da isonomia e 
a afluência de maior número de licitantes, com a possibilidade de 
mais ampla escolha administrativa. Além de imperativo legal, deflui 
da própria natureza do instituto”. Lúcia Valle Figueiredo. 
 
Eis uma síntese do comando do art. 21 da Lei 8.666/93: 
 
 
PRAZOS MÍNIMOS (art.21) 
 
 Quarenta e cinco dias para: concurso, concorrência no 
regime de execução de empreitada integral ou para os tipos 
melhor técnica ou técnica e preço. 
 Trinta dias para: demais casos de concorrência, tomada de 
preços para os tipos melhor técnica ou técnica e preço. 
 Quinze dias para: demais casos de tomada de preços e 
leilão. 
 Cinco dias úteis para: convite 
 
VEÍCULOS PARA DIVULGAÇÃO DOS RESUMOS DOS EDITAIS 
(art. 21, I,II e III) 
 
 Diário Oficial da União – para órgãos ou entidades da 
Administração Pública Federal ou para obras financiadas com 
recursos federais ou garantidas por instituições federais. 
 
 Diário Oficial do Estado – para órgãos ou entidades da 
Administração Pública Estadual/Municipal, respectivamente. 
 
 Jornal diário de grande circulação no Estado e, se houver, 
em jornal de grande circulação no Município ou na região 
onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, 
alienado ou alugado o bem. 
 
 Outros veículos – a critério da Administração e conforme o 
vulto da licitação poderão ser utilizados outros veículos de 
divulgação para ampliar a área de competição. 
 
 
 
 
 
 
FORMAS PARA DIVULGAÇÃO 
 
 Publicação do resumo dos editais de concorrência, tomada de 
preços, concurso e leilão nos veículos indicados no item 
antecedente, contendo a indicação do local em que os 
interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e 
todas as informações sobre a licitação. (Ver edital art. 40) 
 Afixação convite em local apropriado. 
 
 
Audiência pública (art.39) com antecedência de 15 dias úteis da 
data prevista para a publicação do edital, e divulgada com 
antecedência mínima de 10 dias úteis da sua realização, pelos 
mesmos veículos de publicidade, sempre que o valor estimado da 
licitação ou conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for 
superior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, I, alínea c, 
da Lei 8.666/93 (art. 39). A audiência deverá instalar-se em local 
previamente estabelecido para prestar esclarecimentos sobre a 
licitação. 
 
 
Licitação deserta e licitação fracassada 
Caso uma licitação não possa ser concluída em virtude da ausência 
de licitantes (licitação deserta), ou porque esses foram inabilitados 
ou tiveram suas propostas desclassificadas (licitação fracassada), e 
não havendo possibilidade de repetição do certame, pois isso traria 
prejuízos à Administração, a licitação poderá ser dispensável. (art. 
24,V) 
Nesta hipótese, somente há que se salientar dois aspectos. O 
primeiro deles é que nos casos de inabilitação dos licitantes e/ou 
desclassificação de suas propostas, a dispensa só será permitida 
se o administrador já se utilizou do disposto no art. 48, § 3o. da 
Lei 8.666/93 (apresentação de novos documentos e/ou 
propostas, escoimados das causas ensejadoras de inabilitação 
e/ou desclassificação, no prazo de 8 (oito) dias úteis (ou de 3 
(três) dias úteis no caso de convite), e tal ação não resultou 
efetiva, permanecendo as inabilitações e/ou desclassificações. É o 
entendimento do professor Benedicto de Tolosa Filho: 
 
"Essa licitação tecnicamente é considerada deserta e não 
deve ser confundida com a licitação frustrada ou fracassada, 
que ocorre quando, embora acudissem licitantes, ou foram 
inabilitados (documentação em desarmonia com o edital ou o 
convite) ou foram desclassificadas as propostas (em 
desacordo com o edital ou convite), caso em que antes da 
possibilidade de dispensa de licitação deve ser observada a 
regra estabelecida no parágrafo único (atual § 3o.) do art. 48 
da Lei n°. 8.666/93, que possibilita aos licitantes a 
representação de nova documentação ou de proposta." (grifo 
nosso) 
 Opinião diversa tem o professor Paulo Boselli, que apenas admite 
a dispensa na hipótese da licitação resultar deserta, não cabendo 
para os casos de licitação fracassada ou mesmo de item sem 
cotação: 
"Inciso V - Licitação deserta. Admissível apenas quando 
ninguém apresentar proposta, não é aplicável quando todos 
são inabilitados ou todas as propostas são desclassificadas, 
situações essas denominadas licitação fracassada, também 
não pode ser aplicada para o caso de um dos itens de uma 
licitação não ter recebido nenhuma oferta, situação 
denominada item fracassado ou itens prejudicado." 
Nessa mesma esteira temos a professora Maria Sylvia Zanella di 
Pietro: 
"A licitação deserta não se confunde com a licitação 
fracassada, em que aparecem interessados, mas nenhum é 
selecionado, em decorrência da inabilitação ou da 
desclassificação. Neste caso, a dispensa de licitação não é 
possível." 
Permitimo-nos comungar do entendimento do professor Benedicto 
de Tolosa Filho, haja vista que após a Administração efetivar todas 
as tentativas para obter sucesso em sua licitação, caso isso não 
seja concretizado, os utilizadores daquela obra, serviço ou material 
não podem ser prejudicados, sendo possível a aplicação da 
dispensa. 
 
 
 
 
OS PARTÍCIPES E OS SEUS ATOS E/OU PRERROGATIVAS 
 
ORDENADOR DE DESPESAS/AUTORIDADE RETIFICANTE: 
 
 Avalia a oportunidade da licitação (implicações – arts. 89 e 
segs.); 
 Delibera sobre a abertura do processo – art. 38; 
 Autoriza a contratação direta, para os casos de 
dispensa/inexigibilidade de licitação – arts. 1, 24 e 25; 
 Determina a publicação do ato, quando for o caso – art 26; 
 Julga recursos – art. 109 § 4º; 
 Homologa a licitação – arts. 38, VII e 43 VI; 
 Delibera sobre anulação/revogação – art. 49; 
 Assina contratos, e/ou instrumentos competentes – art. 62, § 
4º; 
 Aplica penalidades – art. 58, V; 
 Nomeia representantes para fiscalização dos contratos – art. 
67; 
 Nomeia comissão permanente ou especial de licitação, ou 
ainda, designa servidor – art. 51; 
 Nomeia comissão para recebimento de material de valor 
superior ao limite da modalidade do convite art. 23) – art. 15 § 
8º; 
 Aprova substituição de profissionais para fins de capacitação 
técnica art. 30 § 10; 
 Aprova execução de cada etapa do trabalho – art. 7º § 1º; 
 Aprova projeto básico – art. 7º § 2º, I; 
 Responde administrativa, civil e criminalmente pela prática de 
seus atos – arts. 82 e 89. 
 
COMISSÃO DE LICITAÇÃO: 
 
o Elabora minuta de edital/contrato e submete ao jurídico – art. 
38 § único; 
o Divulga ato convocatório – arts. 21, I a III e parágrafos 1º a 3º, 
22, § 3º e 38,II; 
o Julga e responde impugnações – art. 41 §§ 1º e 2º; 
o Recebe e analisa documentos e propostas – art. 43, I a IV; 
o Inabilita licitantes ou desclassifica propostas – arts. 43 e 48; 
o Requisita parecer técnico – art. 38, VI, c/c 43, § 3º; 
o Classifica propostas com base no ato convocatório – arts. 43, 
44 e 45; 
 
o Lavra ata e colhe assinaturas dos presentes – art. 43 § 1º; 
o Realiza pesquisa dos preços correntes no mercado – art. 43, 
IV; 
o Recebe e julga recursos e/ou informa processo para a 
autoridade superior – art. 109, § 4º ou 43, IV (desistência 
expressa); 
o Emite e divulga ato de classificação das propostas e 
adjudicação– arts. 38, VIII, 43, VI e 109 § 1º; 
o Propõe homologação da licitação – arts. 43, VI e 109 § 1º; 
o Propõe anulação do procedimento – art. 49 § 3º; 
o Promove inscrição em registro cadastral – arts. 34 e 51; 
o Presta informações aos interessados – art. 40, VIII; 
o Promove diligências – art. 43 § 3º; 
o Declara a licitação deserta, quando é o caso, e propõe a 
autoridade superior a contratação direta – art. 24, V. 
 
 
PREGÃO 
 
Conceito: Modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços 
comuns, aplicável somente aos certames do tipo menor preço, 
cujas propostas deverão obrigatoriamente conter inicialmente 
ofertas sigilosas, possibilitando aos participantes o oferecimento de 
lances públicos (presencial ou virtual), até que se atinja a proposta 
mais vantajosa para a administração pública. 
 
Obrigatoriedade de utilização do pregão: 
 
Art. 1° da Lei Federal n° 10.520/02 estabelece que “para aquisição 
de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na 
modalidade de pregão, que será regida por esta lei.” 
 
Importante observar que o art. 4° do Decreto Federal n° 5.450, de 
31/05/05, determina que ”nas licitações para aquisição de bens e 
serviços comuns será obrigatória a modalidade pregão, sendo 
preferencial a utilização da sua forma eletrônica”. O § 1° deste 
artigo deixa claro que o pregão deve ser utilizado na forma 
eletrônica, salvo nos casos de comprovada inviabilidade, devendo 
ser justificada pela autoridade competente. 
 
Bem ou serviço comum: 
 
 
Característica dessa modalidade licitatória está na exigência 
normativa de realização do pregão apenas para “bem ou serviço 
comum”. O conceito está no § único do art. 1° da Lei 10.520/02: “ 
parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os 
fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e 
qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio 
de especificações usuais do mercado.” 
O governo federal através do Decreto n° 3.555/2000 (Anexo II com 
redação determinada pelo Decreto n° 3.784/01) relaciona os 
denominados bens ou serviços comuns em três grupos: a) bens 
comuns de consumo; b) bens comuns permanentes, e; c) 
serviços comuns.

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