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Aula 05 Direito Civil

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Aula 05
Curso: Direito Civil p/ TRF 3ª Região (Técnico Judiciário- Área Administrativa)
Professores: Jacson Panichi, Aline Santiago
Noções de Direito Civil para TRF 3ª Região ʹ
Técnico Judiciário/Área Administrativa. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
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AULA 05: Dos Fatos Jurídicos: Do Negócio Jurídico; 
Dos Atos Jurídicos Lícitos. Das Provas. Da Prescrição e 
Decadência. (2ª parte) 
Olá Futuros (as) Servidores (as) do TRF! 
Começaremos nossa aula, falando da prescrição e decadência - estes 
dois assuntos são bastante lembrados nas provas de direito civil de 
concursos públicos.- 
E encerraremos falando da prova. 
Vamos, então, ao nosso bate-papo! 
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Sumário 
Prescrição e Decadência ......................................................................................................................... 3 
- Prescrição (arts. 189 a 206). ................................................................................................................. 3 
- Decadência (arts. 207 a 211) .............................................................................................................. 10 
- Quanto aos prazos. ............................................................................................................................. 13 
Da Prova (arts. 212 a 232). .................................................................................................................... 18 
- A Forma. .......................................................................................................................................... 19 
QUESTÕES FCC E SEUS RESPECTIVOS COMENTÁRIOS. ......................................................................... 31 
LISTA DAS QUESTÕES E GABARITO. ...................................................................................................... 55 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Prescrição e Decadência 
 
Antes de começarmos a nossa conversa, permita-nos fazer uma 
pergunta a você: Será que o exercício de um direito pode ficar pendente 
indefinidamente no tempo? 
Obviamente que não. Isto não pode acontecer. O direito deve ser 
exercido dentro de um determinado prazo. Caso isto não ocorra, pode o 
titular deste direito perdê-lo, ou seja, pode o titular perder a prerrogativa 
de fazer valer seu direito. 
O tempo exerce influência abrangente no direito, isso em todos os 
campos, no direito público e no direito privado. O direito, por exemplo, 
exige que o devedor cumpra sua obrigação e, também, permite ao credor 
valer-se dos meios necessários para receber seu crédito. Se o credor, 
porém, mantém-se inerte por determinado tempo, deixando estabelecer 
situação jurídica contrária a seu direito, este será extinto. 
Num primeiro momento, pode parecer injusto que uma pessoa perca 
seu direito pelo decorrer do tempo, mas se assim não fosse, toda pessoa 
teria que, por exemplo, guardar indefinidamente todos os documentos 
relativos a negócios realizados, até mesmo os documentos relativos às 
gerações passadas. 
Existe, pois, interesse de ordem pública na extinção dos direitos 
o que justifica os institutos da prescrição e da decadência. Deste modo, 
em uma análise mais detalhada a prescrição e a decadência se mostram 
indispensáveis à estabilidade e à consolidação de todos direitos. 
 
Comecemos nosso estudo pela prescrição. 
 
- Prescrição (arts. 189 a 206). 
 
Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, 
pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. 
 
A partir do momento que um direito é violado, o titular deste direito 
pode agir juridicamente para garanti-lo, isto é o que chamamos pretensão 
(a pretensão à ação). E da leitura do art. 189 se desprende que a 
prescrição é justamente o que extingue esta pretensão, é o decurso do 
tempo hábil, que dispunha a pessoa, para utilizar-se da pretensão à ação. 
Prescrição é instituto de ordem pública. 
 
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Sobre o assunto prescrição: 
 
Jornada I STJ 14: ³��� 2� início do prazo prescricional ocorre com o 
surgimento da pretensão, que decorre da exigibilidade do direito subjetivo; 2. 
O art. 189 diz respeito a casos em que a pretensão nasce imediatamente após a 
YLRODomR�GR�GLUHLWR�DEVROXWR�RX�QDV�REULJDo}HV�GH�QmR�ID]HU´�� 
STF 150: ³3UHVFUHYH�D�H[HFXomR�QR�PHVPR�SUD]R�GH�SUHVFULomR�GD�DomR´ 
 
Os casos de prescrição estão taxativamente elencados nos arts. 
205 e 206 (veremos eles logo à frente), mas primeiramente vamos falar 
um pouco sobre este instituto. 
 
A prescrição poderá ser extintiva ou aquisitiva: 
 
A prescrição extintiva ± esta será o foco principal do nosso estudo ± 
conduz à perda do direito de pretensão à ação por seu titular negligente, 
ao fim de certo lapso de tempo. 
 
A prescrição aquisitiva (usucapião) - consiste na aquisição do direito 
real pelo decurso de tempo, um modo de se adquirir a propriedade pela 
posse prolongada. Tal direito é conferido em favor daquele que possuir, 
com ânimo de dono, o exercício de fato das faculdades inerentes ao domínio 
ou a outro direito real, no tocante a coisas móveis e imóveis, pelo período 
de tempo que é fixado pelo legislador. 
 
Portanto a prescrição é a perda da ação atribuída a um direito e, 
também, de toda a sua capacidade defensiva, em consequência do não uso, 
decorrido determinado período de tempo. Os elementos comuns à 
prescrição extintiva e aquisitiva são ¹o tempo e ²a inércia do titular. 
 
Como requisitos da prescrição, ou seus elementos integrantes, 
temos: 
 
A existência de ação exercitável é o objeto da prescrição. Tendo 
em vista a violação de um direito, a ação tem por fim eliminar os efeitos 
dessa violação. A ação prescreverá se o interessado não promovê-la. Logo 
que surge o direito de ação, já começa a correr o prazo da prescrição. 
 
 
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A inércia do titular da ação pelo seu não exercício, ou seja, o 
titular do direito nada faz para proteger seu direito. A inércia é, pois, o não 
exercício da ação, logo após a violação do direito. E esta cessa com a 
propositura da ação, ou com qualquer ato quee lei admita e que demostre 
que a pessoa irá defender direito seu. 
 
A continuidade dessa inércia durante certo lapso de tempo é o 
fator principal da prescrição. A inércia exigida para configurar a prescrição 
é aquela continuada, não a momentânea. 
 
A ausência de fato ou ato impeditivo, suspensivo ou 
interruptivo do curso da prescrição. Existem casos que impedem, 
suspendem ou interrompem a prescrição, os quais veremos ainda nesta 
aula. 
 
A regra geral é de que toda pretensão é prescritível, sendo a 
imprescritibilidade a exceção. Esta é a ideia contida no artigo 205 do CC: 
 
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo 
menor. 
 
A regra de toda pretensão sofrer prescrição, entretanto, não é 
absoluta, uma vez que existem direitos que por sua natureza, são 
incompatíveis com este instituto. Desse modo, não se acham sujeitos a 
limites de tempo e não se extinguem pela prescrição, dentre outros1: 
os direitos de personalidade; o estado da pessoa; as ações referentes ao 
estado de família; os bens públicos (CC art. 102); os direitos facultativos 
ou potestativos2; a exceção de nulidade3. 
 
Continuando no assunto prescrição, vejamos os artigos 190 a 196, 
muitas vezes cobrados em questões ³literais´: 
 
Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão. 
 
 
1 Washington de Barros Monteiro, Direito Civil 1, Parte geral, 43 ed., pág. 363. Maria 
Helena Diniz, Curso de Direito Civil 1, 28 ed., pág. 447. 
2 Direitos potestativos são aqueles para os quais não se contrapõe um dever de quem 
quer que seja, são direitos sem pretensão, porque não podem ser violados, trata-se 
apenas de uma sujeição de alguém. Como exemplo, temos o direito do condômino de 
exigir a divisão da coisa comum. 
3 Por exemplo, o testamento feito por menor, com idade inferior a 16 anos é nulo, não 
importando o tempo decorrido entre a realização do ato e sua apresentação em juízo. 
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Os prazos aplicados às pretensões são os mesmos aplicados as defesas 
e exceções correspondentes. 
 
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, 
sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; 
tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com 
a prescrição. 
 
Renúncia à prescrição é a desistência de invocá-la. Não pode ser 
antecipada, ou seja, não se pode renunciá-la antes de consumada. É 
ato pessoal do agente, afeta apenas o renunciante ou seus herdeiros. Não 
pode haver, também, prejuízo à terceiro. 
 
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela 
parte a quem aproveita. 
Art. 194. (Revogado pela Lei nº 11.280, de 2006) 
Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra 
os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou 
não a alegarem oportunamente. 
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu 
sucessor. 
 
O artigo 196 cuida da sucessão do prazo prescricional. O herdeiro 
do falecido disporá apenas do prazo faltante para exercer a ação, quando 
este prazo se iniciou com o autor da herança: 
 
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o 
seu sucessor. 
 
Veremos a seguir o ¹impedimento, a ²suspensão e a ³interrupção da 
prescrição. Normalmente as questões relacionadas a estes assuntos são 
muito próximas ao texto da lei, tenha apenas o cuidado para não 
confundir uma situação com a outra. 
Como dica de memorização recomendamos que você faça um caminho 
imaginário, visualize ¹primeiramente o impedimento, ²depois a suspensão 
e ³por último a interrupção. 
 
 
 
 
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Das causas que impedem ou suspendem a prescrição. 
 
Observe que o código não diferenciou as causas de impedimento das 
de suspensão. Isto não foi feito por um simples motivo, as causas serão as 
mesmas. O que diferenciará o impedimento e a suspensão será o fato 
de ter ou não iniciado o prazo prescricional. Caso este não tenha 
iniciado teremos o impedimento (não deixa o prazo iniciar), se já estiver 
correndo teremos a suspensão. 
 
 
Art. 197. Não corre a prescrição: 
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; 
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; 
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante 
a tutela ou curatela. 
 
Art. 198. Também não corre a prescrição: 
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; (absolutamente incapazes) 
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou 
dos Municípios; 
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de 
guerra. 
 
E se nós afirmássemos que não corre a prescrição contra os menores. 
Isto estaria correto? 
 
Não. Isto estaria errado, porque o inciso I faz referência somente 
àqueles que forem absolutamente incapazes (lembre-se quem são eles). 
Quanto aos incisos II e III do art.198, você deve ter atenção aos 
termos grifados. 
 
 
 
1º. se o prazo não se iniciou teremos 
o IMPEDIMENTO
2º. se já iniciado o prazo prescricional 
será caso de SUSPENSÃO
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Art. 199. Não corre igualmente a prescrição: 
I - pendendo condição suspensiva; 
II - não estando vencido o prazo; 
III - pendendo ação de evicção4. 
 
Os dois primeiros incisos tratam de causas de impedimento, pois 
enquanto não há o direito não há de se falar em prescrição. Já o inciso III 
é causa de suspensão. 
 
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, 
não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva. 
 
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só 
aproveitam os outros se a obrigação for indivisível. 
 
O art. 201 já foi objeto de cobrança em prova de concurso público, 
se estivermos diante de uma obrigação com mais de um credor e estes 
forem solidários, quando houver suspensão da prescrição contra um 
dos credores, somente haverá a suspensão também para os credores 
solidários se a obrigação for indivisível5. O macete para você não 
esquecer este artigo está no fato que se a obrigação puder ser fracionada, 
não há motivos para a prescrição atingir todas as partes da obrigação, os 
efeitos da prescrição não atingem o que pode ser destacado. 
 
O impedimento e a suspensão da prescrição fazem cessar, 
temporariamente, seu curso. Uma vez superada a causa de suspensão, a 
prescrição retoma seu curso normal, computando o tempo 
anteriormente decorrido. 
 
Nos casos de impedimento, mantém-se o prazo prescricional íntegro, 
pelo tempo de duração do impedimento, para que seu curso somente tenha 
início com o término da causa impeditiva. Nos casos de suspensão, nos 
quais a causa é superveniente, uma vez desaparecida esta, o prazo 
prescricional retoma seu curso normal, computando-se o tempoverificado 
antes da suspensão. 
 
4 Evicção é a perda da coisa (propriedade, posse ou uso) em decorrência de decisão judicial 
ou administrativa, que a atribui a um terceiro. 
5 &&�$UW�������³A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou 
um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou 
GDGD� D� UD]mR� GHWHUPLQDQWH� GR� QHJyFLR� MXUtGLFR´�� Ou seja, obrigação indivisível é 
aquela que não pode ser fracionada. 
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Na interrupção da prescrição (que veremos a seguir) a situação é 
diversa, verificada alguma das causas interruptivas, perde-se por 
completo o tempo decorrido. O lapso prescricional iniciar-se-á 
novamente (passa a contar o prazo desde o início, recomeça). O tempo 
precedente decorrido fica totalmente inutilizado. Verificamos, portanto, a 
interrupção da prescrição quando ocorre fato hábil para destruir o efeito do 
tempo já transcorrido, anulando-se, assim, a prescrição já iniciada. Os 
casos de interrupção estão no artigo 202 do CC: 
 
Das Causas que Interrompem a Prescrição (Isto é BASTANTE cobrado 
em provas) 
 
Observe que a interrupção da prescrição sempre será provocada: 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma 
vez, dar-se-á: 
I- por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o 
interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; 
II- por protesto, nas condições do inciso antecedente; 
III- por protesto cambial; 
IV- pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em 
concurso de credores; 
V- por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
VI- por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe 
reconhecimento do direito pelo devedor. 
 
 
Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado. 
 
O titular do direito é o maior interessado em interromper a prescrição, 
geralmente é ele quem a promove. O representante legal também pode 
promover a interrupção, assim como o assistente dos menores 
relativamente capazes (contra os absolutamente incapazes não corre a 
prescrição). 
 
Geralmente, os efeitos da prescrição são pessoais, de maneira 
que a interrupção da prescrição feita por um credor não aproveita aos 
outros, assim como aquela promovida contra um devedor não prejudica 
aos demais. Isto está no artigo 204 de CC: 
 
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Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos 
outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o codevedor, ou seu 
herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados. 
§ 1o A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; 
assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os 
demais e seus herdeiros. 
§ 2o A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário 
não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de 
obrigações e direitos indivisíveis. 
§ 3o A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador. 
 
Observe que os três parágrafos apresentam situações especiais, 
diferentes da apresentada no caput, mas que estão relacionadas à 
solidariedade. 
Se a prescrição for interrompida em favor de um dos credores 
solidários a todos aproveita. O mesmo ocorre na solidariedade passiva6. 
(art. 204, §1) 
Ainda, de acordo com o artigo 204, §2º, se um dos herdeiros do 
devedor solidário sofre a interrupção, os outros herdeiros, ou devedores, 
não são prejudicados; o prazo para estes últimos, continuará a correr, a 
não ser que se trate de obrigações e direitos indivisíveis. Neste 
último caso, todos os herdeiros, ou devedores solidários sofrem os efeitos 
da interrupção da prescrição, passando a correr contra eles o novo prazo 
prescricional. 
Por fim, no caso do § 3º, em se tratando de fiança, que é obrigação 
acessória, se a interrupção for promovida apenas contra o afiançado, que 
é o devedor principal, o prazo, no entanto, restabelece-se também contra 
o fiador, conforme o princípio de que o acessório segue sempre o destino 
do principal. Entretanto, a interrupção operada contra o fiador não 
prejudica o devedor principal, já que a recíproca não é verdadeira, isto é, 
o principal não é afetado pelo destino do acessório. 
 
- Decadência (arts. 207 a 211) 
 
A decadência é a extinção do direito, tendo em vista a inércia do seu 
titular. Veja que o objeto da decadência é o próprio DIREITO. 
Enquanto a prescrição atinge diretamente a pretensão à ação e, por 
via oblíqua, faz com que a pessoa não possa exercer o direito por ela 
 
6 Solidariedade passiva é a dos devedores, aqueles que devem pagar alguma coisa. 
Credores são os que estão cobrando a dívida de alguém, os que querem receber 
determinada coisa ou valor. 
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tutelado; a decadência, ao contrário, atinge diretamente o direito 
material e somente por via oblíqua acaba por atingir a ação. 
Segundo Maria Helena Diniz7: ³$� GHFDGrQFLD� Gi-se quando um 
direito potestativo não é exercido extrajudicialmente ou judicialmente 
dentro do prazo´� 
 
Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência 
as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição. 
 
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I. 
Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei. 
 
Conforme o art. 208 aplica-se também à decadência o que valia para 
a prescrição (art. 195 e 198, I). Estamos diante da primeira exceção 
legal, conforme o permitido no art. 207. 
 
Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os 
seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou 
não a alegarem oportunamente. 
... 
Art. 198. Também não corre a prescrição: 
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; (absolutamente incapazes) 
 
 
Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por 
lei. 
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-
la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação. 
 
Os art. 210 e 211 trazem as duas espécies de decadência, quais 
sejam: a ¹estabelecida por lei e a ²convencional (oriunda, por 
exemplo, de um negócio jurídico). 
 
A seguir, vamos fazer uma pequena distinção entre os institutos da 
prescrição e da decadência para uma melhor compreensão do tema. 
 
 
7 Maria Helena Diniz, Curso de Direito Civil 1, 28 ed., pág. 450. 
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A decadência extingue diretamente o direito, e com isto a pessoa 
ficaimpossibilitada de utilizar a ação que o protege, já a prescrição atinge 
a pretensão à ação e com isso atinge o direito que ela protege. 
 
É muito importante associar isto: 
 
Decadência perda do Direito potestativo 
Prescrição perda da Pretensão 
 
Ambos os institutos são prazos extintivos. A diferença está no 
momento em que começa a correr este prazo. 
O prazo decadencial começará a ser contado a partir do momento 
de nascimento do direito, tendo em vista que a decadência acarreta a 
perda de um direito subjetivo. 
Já o prazo prescricional começará a correr a partir do momento em 
que ocorrer a violação deste direito subjetivo, que estava sendo 
plenamente exercido. Com esta violação, nasce o direito de pretensão à 
ação para sua defesa. 
 
Outra diferença reside na natureza de cada instituto, pois a 
decadência supõe um direito que, embora ³nascido´, não se tornou 
efetivo pela falta de exercício; enquanto a prescrição supõe um direito 
³nascido´ e efetivo, mas que pereceu pela falta de proteção, pela falta da 
ação. 
 
Podemos, ainda, diferenciar prescrição e decadência da seguinte forma: 
 
I- A decadência tem por efeito extinguir o direito, enquanto a prescrição 
extingue a pretensão à ação. 
 
II- Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as 
normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição. A 
prescrição pode ser impedida, suspensa ou interrompida conforme 
expresso no código civil. 
 
III- O prazo de decadência pode ser estabelecido pela lei ou pela vontade 
unilateral ou bilateral (convencional). O prazo da prescrição é fixado por lei 
para o exercício da ação que o protege. 
 
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IV- A decadência pressupõe ação cuja origem é idêntica à do direito, sendo, 
por este motivo, simultâneo o nascimento de ambos. A prescrição 
pressupõe ação cuja origem é distinta da do direito, tendo nascimento 
posterior ao direito, quando da sua violação. 
 
V- tanto a decadência (desde que estabelecida por lei) quanto a 
prescrição8 serão reconhecidas de ofício pelo juiz, independente da 
arguição do interessado. 
 
VI- a decadência, quando legal, não admite renúncia. A prescrição admite 
renúncia por parte dos interessados, depois de consumada. 
 
VII- a decadência, a exceção dos absolutamente incapazes (CC art. 208), 
opera contra todos (não há impedimentos), já a prescrição conforme visto 
não opera para determinadas pessoas elencadas pela lei, de acordo com o 
artigo 197 e 198: 
 
Art. 197. Não corre a prescrição: 
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; 
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; 
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela 
ou curatela. 
 
Art. 198. Também não corre a prescrição: 
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; 
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos 
Municípios; 
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra. 
 
 
- Quanto aos prazos. 
 
Os prazos da prescrição são os discriminados nos artigos 205 e 
206 do CC. Vamos a eles! 
 
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado 
prazo menor. 
 
8 Mudança dada pela lei nº 11.280, de 16 de fevereiro de 2006, que revogou o artigo 194 
do CC, em busca de maior celeridade processual. Assim, o Juiz pronunciará de ofício, 
também, a prescrição. 
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A regra geral será o prazo de 10 anos, mas há prazos especiais que 
vão de um ano a cinco anos e isto está estabelecido do §1º ao § 5º, do art. 
206: 
 
Art. 206. Prescreve: 
 
§ 1º. Em um ano: 
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a 
consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos 
alimentos; 
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, 
contado o prazo: 
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que 
é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro 
prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador; 
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão; 
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, 
árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários; 
IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para 
a formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da 
assembleia que aprovar o laudo; 
V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os 
liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação 
da sociedade. 
 
§ 2º. Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir 
da data em que se vencerem. 
 
§ 3º. Em três anos: 
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos; 
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou 
vitalícias; 
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações 
acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização 
ou sem ela; 
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa; 
V - a pretensão de reparação civil; 
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, 
correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição; 
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VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou 
do estatuto, contado o prazo: 
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade 
anônima; 
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço 
referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou 
assembleia geral que dela deva tomar conhecimento; 
c) para os liquidantes, da primeira assembleia semestral posterior à violação; 
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do 
vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial; 
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, 
no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório. 
 
§ 4º. Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da 
aprovação das contas. 
 
§ 5º. Em cinco anos: 
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento 
público ou particular; 
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, 
curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão 
dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato; 
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo. 
 
Como dica, para a hora da prova, temos a seguinte situação: se estivermos 
diante de algum desses casos elencados nos arts. 205 e 206 teremos prazo 
prescricional, caso contrário serácaso de decadência. 
A decadência pode ocorrer em períodos diferentes que o período de ano, 
pode correr, por exemplo, em dias ou meses. 
 
São inúmeros os prazos decadências presentes no código civil, 
citamos abaixo alguns exemplos de prazos decadenciais que ³YROWD�H�
PHLD´ aparecem em provas: 
 
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou 
representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados 
requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão. 
 
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a 
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, 
de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas 
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as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo único. Decai em três 
anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, 
por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no 
registro. 
 
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os 
administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério 
Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se 
quiser, em dez dias. 
 
Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de 
interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de 
quem com aquele tratou. Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar 
da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência 
para pleitear-se a anulação prevista neste artigo. 
 
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do 
negócio jurídico, contado: 
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; 
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em 
que se realizou o negócio jurídico; 
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 
 
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer 
prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da 
conclusão do ato. 
 
 Atenção para o quadro da próxima página! 
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Prescrição
perde-se a PRETENSÃO à ação, por via 
reflexa não se consegue exercer o 
direito material
tem origem na LEI
é renunciável espressa ou tacitamente, 
MAS só valerá, sendo feita, sem prejuízo 
a terceiro, depois que a prescrição se 
consumar
abrange, via de regra, direitos 
patrimoniais; 
é passivel de impedimento, suspensão e 
interrupção.
Decadência
perde-se o próprio DIREITO material, o 
chamado direito potestativo
tem origem na lei (LEGAL) ou no negócio 
jurídico (CONVENCIONAL)
é irrenunciável, quando fixada em lei. 
(É nula a renúncia à decadência fixada 
em lei.)
abrange direitos patrimoniais e não 
patrimoniais.
Salvo disposição legal em contrário, 
não se aplicam à decadência as normas 
que impedem, suspendem ou 
interrompem a prescrição.
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Da Prova (arts. 212 a 232). 
 
A teoria geral da prova é matéria que cabe ao direito processual civil, 
entretanto o código civil no Livro III da parte geral - Dos Fatos Jurídicos, 
dedicou um Título ao assunto ³'D�SURYD´��DUWV������D����), versando sobre 
a prova de fatos, atos e negócios jurídicos. 
 
6H� FDLU� DOJXPD� FRLVD� GHVWH� DVVXQWR� HP� ³VXD� SURYD´�-, deverá ser algo 
literal do código civil. 
 
Caberá o direito civil regular os meios de prova, dar o seu valor jurídico 
e as situações em que serão aceitas. Ao direito processual civil caberá 
indicar a melhor técnica: para a produção da prova, e também para sua 
apresentação em juízo. 
 
Segundo Silvio de Salvo Venosa9: ³3URYD� p� R� meio de que o 
interessado se vale para demostrar legalmente a existência de um 
negócio jurídico´� 
Ainda sobre este assunto nos ensina Caio Mário da Silva Pereira10: ³8P�
direito é útil na medida em que se possa fazer a prova da sua 
existência, e, na impossibilidade desta, é como se não existisse´� 
 
Assim, a prova é a maneira utilizada para se comprovar a existência 
de um ato ou negócio jurídico. Pois de nada adiantaria ter um direito se 
não conseguíssemos prová-lo. O que na realidade se busca comprovar com 
a prova é o fato que gerou o direito e não a existência do direito em si. 
 
Para tanto é necessário que se obedeça a certas regras de cunho geral, 
deste modo, a prova deve ser: admissível, pertinente e concludente. 
 
x Será admissível aquela prova que não for proibida em lei, ou seja, 
que estiver de acordo com todo o ordenamento jurídico e que for aplicável 
ao caso que se quer provar. 
 
x Será pertinente aquela prova que está relacionada com a situação 
em questão, ou seja, é adequada aos fatos. 
 
 
9 Sílvio de Salvo Venosa, Direito Civil I, Parte Geral, ed. Atlas, 11 ed. 
10 Caio Mário da Silva Pereira, Instituições de Direito Civil, Volume I, Ed. Forense, 25ª ed. 
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x Será concludente aquela que só tiver legitimidade para provar os 
fatos que estão em questão, é a prova que esclarece os fatos. 
 
 
Importante: São inadmissíveis no processo as provas obtidas por meios ilícitos. 
 
Além das regras gerais, temos também, certos princípios básicos, como: 
 
x O ônus de provar recai sobre quem alega o fato, ou seja, quem 
alega a existência de um fato deve prova-lo ± ei incumbit probatio qui dicit 
non qui negat (a prova incumbe a quem afirma e não a quem nega). 
 
x Os fatos notórios e incontroversos não necessitam ser provados, 
uma vez aqueles são do conhecimento de todas as pessoas comuns, e sobre 
estes não restam dúvidas. 
 
x Como dito acima, o que se busca provar é o acontecimento ou a 
existência de um fato, pois o direito não precisa ser provado para sua 
aplicação, uma vez que é atribuição do juiz conhecer a direito que será 
aplicado a cada fato provado. 
 
x E não basta alegar a existência de determinados fatos, é preciso 
prová-los. 
 
 
- A Forma. 
 
Quanto à forma da prova temos o art. 107, já visto anteriormente: 
 
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma 
especial, senão quando a lei expressamente a exigir. 
 
Deste modo, podemos concluir que uma vez exigida forma especial 
para a validade de um negócio jurídico, nenhuma outra modalidade de 
prova será admitida. 
Contudo, não havendo exigência quanto à forma do ato, ou seja, 
sendo ato que pode ser feito de maneira livre, qualquer meio de prova 
poderá ser utilizado, é claro, desde que obedeça às regras e aos 
princípios gerais dasprovas. 
Este é o conteúdo do art. 332 do CPC11. 
 
11 CPC = Código de Processo Civil 
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Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não 
especificados neste código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que 
se funda ação ou defesa. 
 
O art. 212 do CC ao listar os meios de prova o faz de maneira 
exemplificativa. 
 
Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode 
ser provado mediante: 
I - confissão; 
II - documento; 
III - testemunha; 
IV - presunção; 
V ± perícia. 
 
Lembre-se que alguns atos exigem forma especial, como por exemplo: 
a alienação de bens que pertencem a menores sob tutela; o testamento; o 
casamento. 
A partir deste momento vamos estudar cada um dos meios de prova 
elencados no código civil, com os quais pode se analisar a existência, a 
validade e a eficácia dos fatos jurídicos. 
 
I. Confissão. 
 
Confissão é quando a parte reconhece o fato, como diz Barros 
Monteiro12, ³QXQFD� D� FHUWH]D� p� WmR� JUDQGH� FRPR� TXDQGR� SRGH� R� MXL]�
proclamar: temos um réu que confessa´. 
 
O conceito jurídico de confissão está no art. 348 do CPC. 
Há confissão quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu 
interesse e favorável ao adversário. A confissão é judicial ou extrajudicial. 
 
Conforme o lugar, a confissão pode ser: 
 
 
12 Washington de Barros Monteiro, Direito Civil 1, Parte geral, 43 ed., p. 323. 
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1. judicial ± quando feita perante uma autoridade em juízo, podendo 
ser espontânea (feita por depoimento) ± quando a própria pessoa faz por 
sua vontade e consciência, ou provocada (feita mediante petição); 
 2. extrajudicial ± quando feita fora do processo, fora do juízo. 
 
Conforme a sua forma, a confissão pode ser: 
 
1. expressa ± é a pessoa mesmo quem faz a declaração, 
intencionalmente, por escrito ou em palavras. 
2. presumida (= ficta ou tácita) ± nos casos de revelia, quando a 
pessoa não aparece aos atos processuais mesmo tendo sido citada, é por 
dedução de um fato. 
 
A confissão não permite arrependimento, é ato irrevogável e irretratável. 
 
Para que se configure uma confissão é necessário que se tenha 
agente capaz, com plena titularidade sobre os direitos controvertidos, 
este é o teor do art. 213: 
 
Art. 213. Não tem eficácia a confissão se provém de quem não é capaz de dispor 
do direito a que se referem os fatos confessados. 
Parágrafo único. Se feita a confissão por um representante, somente é eficaz nos 
limites em que este pode vincular o representado. 
 
Conforme parágrafo único do art. 213, observe que a confissão até 
pode ser feita por representante, mas somente será válida se este 
representante for voluntário e que lhe tenha sido atribuído este poder 
(poderes especiais e expressos), ou seja, o mandante (representado) 
precisa ter atribuído tal poder expressamente para o mandatário 
(representante). 
 
O representante legal de incapaz está proibido, em regra, de 
confessar, tendo em vista que não pode fazer negócio em conflito de 
interesses com seu representado. 
 
Por último, o art. 214 diz que: 
 
Art. 214. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de 
fato ou de coação. 
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Assim, temos expressamente neste artigo dois casos em que uma 
confissão pode ser anulada, quais sejam: quando decorreu de um dos 
vícios, erro de fato ou coação. Embora não mencionado no artigo há 
entendimentos que a anulação da confissão é válida também quando 
existe: lesão ou estado de perigo. 
 
II. Documentos. 
 
Segundo Caio Mário da Silva Pereira13: ³$�PDLV�QREUH�GDV�SURYDV�p�D�
documental. Por via do escrito perpetuam-se o ato, enunciando-se a 
declaração de vontade de modo a não depender sua reconstituição da 
IDOLELOLGDGH�GH�IDWRUHV�SUHFiULRV´� 
 
Deste modo os documentos podem ser públicos ou privados. 
x São documentos públicos os que foram fabricados por autoridades 
públicas, no exercício de suas funções. 
x São documentos privados aqueles que foram elaborados por 
pessoas interessadas. Por particulares. 
 
Cuidado! Existe uma pequena diferença entre documentos e 
instrumentos. Os instrumentos são feitos com a finalidade especial de 
promoverem a existência do negócio jurídico ou lhes serem provas, já os 
documentos não possuem esta finalidade específica. 
 
³O que isto quer dizer?´ 
 
Pegue como exemplo uma carta, ela é um documento, não tem como 
objetivo (finalidade) criar negócio jurídico ou prova, embora em 
determinadas situações até possa vir a constituir um elemento de prova. 
 
Dando continuidade à análise dos artigos chegamos ao art. 215, que 
primeiramente nos falará da escritura pública, depois informará os 
requisitos que uma escritura pública deve conter: 
 
Art. 215. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado 
de fé pública, fazendo prova plena. 
 
 
13 Caio Mário da Silva Pereira, Instituições de Direito Civil, Volume I, Ed. Forense, 25ª ed. 
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§ 1º. Salvo quando exigidos por lei outros requisitos, a escritura pública 
deve conter: 
I - data e local de sua realização; 
II - reconhecimento da identidade e capacidade das partes e de quantos hajam 
comparecido ao ato, por si, como representantes, intervenientes ou testemunhas; 
III - nome, nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e residência das partes 
e demais comparecentes, com a indicação, quando necessário, do regime de bens 
do casamento, nome do outro cônjuge e filiação; 
IV - manifestação clara da vontade das partes e dos intervenientes; 
V - referência ao cumprimento das exigências legais e fiscais inerentes à 
legitimidade do ato; 
VI - declaração de ter sido lida na presença das partes e demais comparecentes, 
ou de que todos a leram; 
VII - assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem como a do tabelião 
ou seu substituto legal, encerrando o ato. 
 
§ 2º. Se algum comparecente não puder ou não souber escrever, outra 
pessoa capaz assinará por ele, a seu rogo. 
 
§ 3º. A escritura será redigida na língua nacional. 
§ 4º. Se qualquer dos comparecentes não souber a língua nacional e o 
tabelião não entender o idioma em que se expressa, deverá comparecer tradutor 
público para servir de intérprete, ou, não o havendo na localidade, outra pessoa 
capaz que, a juízo do tabelião, tenha idoneidade e conhecimento bastantes. 
 
§ 5º. Se algum dos comparecentes não for conhecido do tabelião, nem puder 
identificar-se por documento, deverão participardo ato pelo menos duas 
testemunhas que o conheçam e atestem sua identidade. 
 
A inobservância de qualquer um destes requisitos resultará na 
nulidade da escritura pública. 
 
Em princípio, um instrumento deve ser sempre exibido em sua forma 
original. Porém, o art. 216 nos traz os instrumentos que farão a mesma 
prova que os originais. 
 
Art. 216. Farão a mesma prova que os originais as certidões14 textuais de 
qualquer peça judicial, do protocolo das audiências, ou de outro qualquer livro a 
cargo do escrivão, sendo extraídas por ele, ou sob a sua vigilância, e por ele 
 
14 Certidão é uma reprodução do que se encontra transcrito em determinado livro ou 
documento. 
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subscritas, assim como os traslados de autos, quando por outro escrivão 
consertados. 
Art. 217. Terão a mesma força probante os traslados15 e as certidões, extraídos 
por tabelião ou oficial de registro, de instrumentos ou documentos lançados em 
suas notas. 
Art. 218. Os traslados e as certidões considerar-se-ão instrumentos públicos, 
se os originais se houverem produzido em juízo como prova de algum ato. 
 
Quanto ao instrumento particular temos o art. 221: 
 
Art. 221. O instrumento particular, feito e assinado, ou somente assinado por 
quem esteja na livre disposição e administração de seus bens, prova as obrigações 
convencionais de qualquer valor; mas os seus efeitos, bem como os da cessão, 
não se operam, a respeito de terceiros, antes de registrado no registro público. 
 
Mesmo que neste documento particular não conste testemunhas, ele 
será válido entre as partes por força do art. 219: 
 
Art. 219. As declarações constantes de documentos assinados presumem-se 
verdadeiras em relação aos signatários. 
 
Continuando com os artigos, temos agora o art. 220: 
 
Art. 220. A anuência ou a autorização de outrem, necessária à validade de 
um ato, provar-se-á do mesmo modo que este, e constará, sempre que se 
possa, do próprio instrumento. 
 
A validade de determinados atos é condicionada, necessariamente, à 
anuência ou autorização de outrem. Sem esta anuência ou autorização, o 
ato que se deseja praticar não poderá ser validamente realizado. Como 
exemplo temos a chamada outorga conjugal (uxória ou marital) ± que é a 
autorização de ambos os cônjuges para a realização de determinados 
negócios jurídicos. 
 
Art. 222. O telegrama, quando lhe for contestada a autenticidade, faz prova 
mediante conferência com o original assinado. 
 
O telegrama, assim como as cartas, bilhetes, memorandos, livros e 
folhetos, artigos de jornais, e etc., também podem ser oferecidos como 
 
15 Translado é uma cópia do que se encontra lançado em um livro ou em autos. 
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provas documentais particulares, nas ações privadas. Servem para revelar 
opiniões e pontos de vista particulares. 
 
Atenção: mesmo não constando no artigo 222, entende-se que se incluem 
neste dispositivo e também tem força probante no campo jurídico o fax e 
mensagens enviadas através de correio eletrônico (e-mail). 
 
Art. 223. A cópia fotográfica de documento, conferida por tabelião de notas, 
valerá como prova de declaração da vontade, mas, impugnada sua autenticidade, 
deverá ser exibido o original. 
 
Assim, mesmo que o tabelião tenha conferido a autenticidade de 
determinado documento, se este for posto em dúvida, deve-se trazer ao 
processo o documento original. 
 
Art. 223. Parágrafo único. A prova não supre a ausência do título de crédito, 
ou do original, nos casos em que a lei ou as circunstâncias condicionarem o 
exercício do direito à sua exibição. 
 
Em determinados casos, para que se exerça um direito, é exigido por 
lei, que se apresente o documento original ou o título de crédito (exemplos: 
uma duplicada, um cheque). Nestes casos, qualquer prova que seja 
produzida não será suficiente, se não for apresentado o documento 
correspondente. Esta exigência de certo modo visa à segurança jurídica da 
relação. 
 
Art. 224. Os documentos redigidos em língua estrangeira serão traduzidos 
para o português para ter efeitos legais no País. 
 
A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do 
Brasil. A língua nacional é expressão da soberania do Estado e aspecto da 
nacionalidade do cidadão. As peças processuais devem ser redigidas em 
português e seu conteúdo deve ser acessível a todos. Por este motivo a 
tradução será feita por tradutor juramentado, que, portanto, tem fé 
pública. 
 
Art. 225. As reproduções fotográficas, cinematográficas, os registros fonográficos 
e, em geral, quaisquer outras reproduções mecânicas ou eletrônicas de fatos ou 
de coisas fazem prova plena destes, se a parte, contra quem forem exibidos, não 
lhes impugnar a exatidão. 
 
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Sobre este artigo temos a resolução nº 298 da IV Jornada do STJ: 
³2V�arquivos eletrônicos incluem-se no conceito de reproduções eletrônicas de 
fatos ou de coisas, do CC 225, aos quais deve ser aplicado o regime jurídico da 
SURYD�GRFXPHQWDO´� 
 
Portanto quaisquer meios eletrônicos serão tratados como provas 
documentais, não se exigindo que sejam autenticados. 
 
Art. 226. Os livros e fichas dos empresários e sociedades provam contra as 
pessoas a que pertencem, e, em seu favor, quando, escriturados sem vício 
extrínseco ou intrínseco, forem confirmados por outros subsídios. 
Parágrafo único. A prova resultante dos livros e fichas não é bastante nos casos 
em que a lei exige escritura pública, ou escrito particular revestido de requisitos 
especiais, e pode ser ilidida pela comprovação da falsidade ou inexatidão dos 
lançamentos. 
 
Os livros e as fichas dos empresários provam contra as pessoas a eles 
relacionadas. Se não houver vício, a interpretação poderá ser favorável a 
sócios, empresários e administradores. 
A força probante de livros e fichas empresariais não é absoluta, uma 
vez que cairá frente aos casos nos quais a lei exige escritura pública ou 
documento particular para aprova de fato, ato ou negócio jurídico. 
 
III. Testemunhas. 
 
A prova testemunhal, segundo Silvio de Salvo Venosa16, ³p� D� TXH�
resulta do depoimento oral de pessoas que viram, ouviram ou souberam 
GRV�IDWRV�UHODFLRQDGRV�FRP�D�FDXVD´� 
 
Portanto, a testemunha, é uma pessoa que é ³estranha´ ao processo, 
mas que tem conhecimento sobre algum fato do processo. Assim, as 
testemunhas podem ser: 
 
x Judiciárias: pessoas naturais, que dão seu depoimento em juízo. 
x Instrumentárias: são aquelas que se manifestam sobre o conteúdo do 
documento que assinam ± são duas testemunhas para as escrituras 
públicas e cinco para o testamento ordinário. 
 
 
16 Sílvio de Salvo Venosa, Direito Civil I, Parte Geral, ed. Atlas, 11 ed. 
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Por se tratar de um meio de prova menos seguro que a prova 
documental, o art. 227 traz restrições quanto a sua admissão. 
 
Art. 227. Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se 
admite nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário 
mínimo vigente no País ao tempo em que foram celebrados. 
Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova 
testemunhal é admissível como subsidiária ou complementar da prova por escrito. 
 
Por depender de pessoas e de seus sentidos, a prova testemunhal, 
carrega uma carga grande de subjetividade, motivo pelo qual é 
condicionada a certas restrições. Além disso, temos casos de pessoas que 
não podem ser admitidas como testemunhas ± art. 228. 
 
Art. 228. Não podem ser admitidos como testemunhas: 
I - os menores de dezesseis anos; 
II - aqueles que, por enfermidade ou retardamento mental, não tiverem 
discernimento para a prática dos atos da vida civil; 
III - os cegos e surdos, quando a ciência do fato que se quer provar dependa dos 
sentidos que lhes faltam; 
IV - o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes; 
V - os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colaterais, até o terceiro 
grau de alguma das partes, por consanguinidade, ou afinidade. 
Parágrafo único. Para a prova de fatos que só elas conheçam, pode o juiz admitir 
o depoimento das pessoas a que se refere este artigo. 
 
Ainda temos no CPC, em seu art. 405, os incapazes, impedidos e os 
suspeitos para testemunhar. É importante que vocês leiam apenas para ter 
uma ideia do assunto. 
 
CPC Art. 405. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as 
incapazes, impedidas ou suspeitas. 
 
§ 1º. São incapazes: 
I - o interdito por demência; 
II - o que, acometido por enfermidade, ou debilidade mental, ao tempo em que 
ocorreram os fatos, não podia discerni-los; ou, ao tempo em que deve depor, 
não está habilitado a transmitir as percepções; 
III - o menor de 16 (dezesseis) anos; 
IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes 
faltam. 
 
§ 2º. São impedidos: 
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I - o cônjuge, bem como o ascendente e o descendente em qualquer grau, ou 
colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por consanguinidade ou 
afinidade, salvo se o exigir o interesse público, ou, tratando-se de causa relativa 
ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova, que o juiz 
repute necessária ao julgamento do mérito; 
II - o que é parte na causa; 
III - o que intervém em nome de uma parte, como o tutor na causa do menor, 
o representante legal da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros, que 
assistam ou tenham assistido as partes. 
 
§ 3º. São suspeitos: 
I - o condenado por crime de falso testemunho, havendo transitado em julgado 
a sentença; 
II - o que, por seus costumes, não for digno de fé; 
III - o inimigo capital da parte, ou o seu amigo íntimo; 
IV - o que tiver interesse no litígio. 
 
§ 4º. Sendo estritamente necessário, o juiz ouvirá testemunhas impedidas ou 
suspeitas; mas os seus depoimentos serão prestados independentemente de 
compromisso (art. 415) e o juiz lhes atribuirá o valor que possam merecer. 
 
 
 
De volta ao CC, temos o art. 229, que dispõe sobre os assuntos que 
ninguém pode ser obrigado a depor: 
 
Art. 229. Ninguém pode ser obrigado a depor sobre fato: 
I - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar segredo; 
II - a que não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, parente 
em grau sucessível, ou amigo íntimo; 
III - que o exponha, ou às pessoas referidas no inciso antecedente, a perigo de 
vida, de demanda, ou de dano patrimonial imediato. 
 
IV. Presunção 
 
Segundo Carlos Roberto Gonçalves17�� ³3UHVXQomR� p� D� LODomR� TXH� VH�
H[WUDL�GH�XP�IDWR�FRQKHFLGR�SDUD�VH�FKHJDU�D�XP�GHVFRQKHFLGR´� 
 
Ainda, segundo Silvio de Salvo Venosa18��³3UHVXQomR�p�D�FRQFOXVmR�TXH�
se extrai de fato conhecido para provar-se a existência de outro 
GHVFRQKHFLGR´� 
 
17 Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, ed. Saraiva, 2ª ed. 
18 Sílvio de Salvo Venosa, Direito Civil I, Parte Geral, ed. Atlas, 11 ed. 
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As presunções dividem-se em legais (juris) e comuns (hominis). 
 
As presunções legais são aquelas que advêm de lei, e, por sua vez, 
dividem-se em: 
 
x Presunções legais absolutas (juris et de jure) ± são as que não 
aceitam prova em contrário. Pois a lei estipula que são verdadeiros, 
tornando-os, assim, insusceptíveis de serem contestados. Como exemplo, 
temos a presunção de que a venda feita por ascendente a descendente seja 
fraudulenta. 
 
x Presunções legais relativas (juris tantum) ± são as que admitem 
prova ao contrário. Como exemplo temos a presunção de que, em uma 
família o marido seja o pai dos filhos, mas esta presunção pode ser 
contestada através de uma ação chamada de negatória de paternidade ± 
art. 1.601 CC. 
 
 
A presunção comum, pelo contrário, não é prova legal, mas sim 
real e indireta. Fundam-se naquilo que ordinariamente acontece e se 
impõe pela lógica. Por exemplo, presume ± se que os pais amem seus 
filhos, e que nada farão que os prejudique, mas esta conclusão não é 
absoluta. Assim este tipo de presunção só poderá ser aceita em juízo, 
quando não for ao encontro do restante do material probatório constante 
do processo. Sobre a presunção comum temos o art. 230: 
 
Art. 230. As presunções, que não as legais, não se admitem nos casos em que 
a lei exclui a prova testemunhal. 
 
V. Perícia. 
 
Segundo art. 420 do CPC, temos como provas periciais o exame a 
vistoria e a avaliação. 
 
Art. 420. A prova pericial consiste em exame19, vistoria20 ou avaliação21. 
Parágrafo único. O juiz indeferirá a perícia quando: 
 
19 Exame é a análise de alguma coisa ao fato, feita por pessoas especializadas, para 
auxiliar na formação da opinião do magistrado. 
20 Vistoria é também uma análise, porém visual sobre determinada coisa. 
21 Avaliação visa dar ao bem seu valor de mercado. 
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I - a prova do fato não depender do conhecimento especial de técnico; 
II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas; 
III - a verificação for impraticável. 
 
No CC temos dois artigos sobre perícia. 
 
Art. 231. Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário não 
poderá aproveitar-se de sua recusa. 
 
Se a perícia médica depender necessariamente de exame para cuja 
realização é imprescindível o assentimento de quem vá a ele submeter-se, 
eventual recusa manifestada pelo examinado, à totalidade, ou à parte do 
exame, não pode ser invocada em seu favor. 
 
Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juizpoderá suprir a prova que 
se pretendia obter com o exame. 
 
Este artigo trata da hipótese em que aquele que deve submeter-se à 
perícia médica por ordem judicial se recusa a fazê-lo. A solução dada pelo 
legislador para esta hipótese é a de considerar sanada a prova que se 
pretendia conseguir com o exame, em prejuízo de quem se recusou a 
submeter-se ao crivo do perito médico. Isso significa que o legislador 
procurou preservar a intangibilidade do corpo humano e a intimidade 
pessoal do sujeito de direito, ao não permitir que a pessoa seja conduzida 
a força para fazer o exame. Exemplo clássico é o caso de investigação de 
paternidade. 
 
 
Bem amigos! - Por hoje era isto! 
Dedique um tempo razoável de seu estudo à prescrição e à decadência 
(principalmente no que diz respeito às suas semelhanças e suas 
diferenças). São dois assuntos que costumam ser pedidos em provas. 
 
Um abraço! 
 
Aline & Jacson 
 
 
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QUESTÕES FCC E SEUS RESPECTIVOS COMENTÁRIOS. 
 
01. FCC 2013/TCE-SP/Auditor. A prescrição 
 
a) Somente pode ser conhecida no primeiro grau de jurisdição. 
b) Não corre pendendo condição resolutiva. 
c) Poderá ser interrompida, em relação a uma mesma pretensão, tantas 
quantas forem as causas de interrupção. 
d) Pode ser interrompida por ato do devedor. 
e) É suspensa pelo protesto cambial. 
 
Comentário: 
$OWHUQDWLYD�³D´�± errada. 
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela 
parte a quem aproveita. 
$OWHUQDWLYD�³E´�± errada. 
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição: 
I - pendendo condição suspensiva; 
II - não estando vencido o prazo; 
III - pendendo ação de evicção22. 
$OWHUQDWLYD�³F´�± errada. 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, 
dar-se-á: 
$OWHUQDWLYD�³G´�± correta. 
Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado. 
$OWHUQDWLYD�³H´�± errada. 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, 
dar-se-á: III - por protesto cambial; 
Gabarito letra D. 
 
02. FCC 2013/TRT 1ª Região/Analista Judiciário. Miguel ajuizou ação 
de indenização contra Mauro, julgada procedente. Antes de transitar em 
julgado a sentença, quando ainda tramitava recurso de apelação, Mauro e 
Miguel resolveram assinar um termo, aumentando em um ano o prazo 
prescricional para cobrança das despesas desembolsadas pelas partes no 
curso do litígio. Mantida a sentença pelo E. Tribunal de Justiça do Estado 
do Rio de Janeiro, para cobrança das despesas despendidas em juízo do 
 
22 Evicção é a perda da coisa (propriedade, posse ou uso) em decorrência de decisão 
judicial ou administrativa, que a atribui a terceiro. 
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vencido Mauro, Miguel terá, a partir do trânsito em julgado, o prazo 
prescricional, de acordo com o CC, de 
 
a) 6 anos. 
b) 5 anos. 
c) 3 anos. 
d) 1 ano. 
e) 2 anos. 
 
Comentário: 
Art. 206. § 5º. Em cinco anos: 
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento 
público ou particular; 
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, 
curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão 
dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato; 
III - a pretensão do vencedor para havHU�GR�YHQFLGR�R�TXH�GHVSHQGHX�HP�MXt]R�´ 
Gabarito letra B. 
 
03. FCC 2013/TRT 1ª Região/Analista Judiciário ± execução de 
mandato. Se a decadência for convencional, nos termos preconizados pelo 
Código Civil Brasileiro, a parte a quem aproveita pode alegá-la 
 
a) Em qualquer grau de jurisdição, e o juiz poderá suprir a alegação. 
b) Em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a 
alegação. 
c) Até o término do prazo para contestação, mas o juiz não pode suprir 
a alegação. 
d) Até o término do prazo para contestação, e o juiz poderá suprir a 
alegação. 
e) Até a data da prolação da sentença de primeiro grau, mas o juiz não 
pode suprir a alegação. 
 
Comentário: 
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-
la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação. 
Gabarito letra B. 
 
04. FCC 2013/TRT 1ª Região/Analista Judiciário ± Área 
Administrativa. Tício é Tabelião de um determinado Cartório de Notas e 
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Protestos de uma cidade do Estado do Rio de Janeiro. Mauro compareceu 
em um determinado dia para elaboração de uma procuração pública para 
sua irmã vender um imóvel de sua propriedade situado na cidade de Porto 
Alegre, Estado do Rio Grande do Sul. Realizada a escritura Mauro não pagou 
as custas e emolumentos inerentes ao ato. Neste caso, para cobrança das 
custas e emolumentos, o Tabelião Tício terá o prazo prescricional de 
 
a) 02 anos. 
b) 01 ano. 
c) 03 anos. 
d) 04 anos. 
e) 05 anos. 
 
Comentário: 
Art. 206. Prescreve: 
§ 1o Em um ano: 
... 
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, 
árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários; 
Gabarito letra B. 
 
05. FCC 2013/DPE-AM/Defensor. A prescrição 
 
a) Deve ser arguida em preliminar de contestação, sob pena de 
preclusão. 
b) Não corre contra o relativamente incapaz. 
c) Pode ser convencionada entre as partes. 
d) Não corre contra ascendentes e descendentes, mesmo depois de 
extinto o poder familiar. 
e) É interrompida pelo protesto cambial. 
 
Comentário: 
AlternDWLYD�³D´�± errada. 
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela 
parte a quem aproveita. 
$OWHUQDWLYD�³E´�± errada. 
Art. 198. Também não corre a prescrição: 
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; (absolutamente incapazes) 
$OWHUQDWLYD�³F´�± errada. 
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Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes. 
$OWHUQDWLYD�³G´�± errada. 
Art. 197. Não corre a prescrição: 
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; 
$OWHUQDWLYD�³H´�± correta. 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, 
dar-se-á: III - por protesto cambial; 
Gabarito letra E. 
 
06. FCC 2012/TRF 2ª/AJAJ ± Execução de Mandatos. A prescrição 
 
a) Da pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários 
judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas 
e honorários, ocorre em três anos. 
b) Ocorrerá em cinco anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo 
menor. 
c) Interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, 
ou do último ato do processo para ainterromper. 
d) Da pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de 
instrumento público ou particular ocorre em um ano. 
e) Iniciada contra uma pessoa não continua a correr contra o seu 
sucessor, seja ascendente, descendente, cônjuge ou colateral. 
 
Comentário: 
a) errado. 
Art. 206. Prescreve: 
§ 1o Em um ano: 
... 
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, 
árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários; 
b) errado. 
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo 
menor. 
c) correto. 
Art. 202, parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data 
do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper. 
d) errado. 
Art. 206. Prescreve: 
... 
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§ 5o Em cinco anos: 
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público 
ou particular; 
e) errado. 
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu 
sucessor 
Gabarito letra C. 
 
07. FCC 2012/TRF 2ª/AJAJ. Gabriela, perita, é proprietária de um 
conjunto comercial na região da Av. Copacabana, no Rio de Janeiro - 
Capital. Seu inquilino Sandoval está injustamente sem pagar os aluguéis 
devidos desde Fevereiro de 2008. De acordo com o Código Civil brasileiro, 
Gabriela 
 
a) Terá direito ao recebimento de todos os aluguéis devidos, tendo em 
vista que o prazo prescricional neste caso é de sete anos. 
b) Terá direito ao recebimento de todos os aluguéis devidos, tendo em 
vista que o prazo prescricional neste caso é o comum de dez anos. 
c) Não terá direito ao recebimento de todos os aluguéis devidos, tendo 
em vista que o prazo prescricional neste caso é de dois anos. 
d) Terá direito ao recebimento de todos os aluguéis devidos, tendo em 
vista que o prazo prescricional neste caso é de cinco anos. 
e) Não terá direito ao recebimento de todos os aluguéis devidos, tendo 
em vista que o prazo prescricional neste caso é de três anos. 
 
Comentário: 
Art. 206. Prescreve: 
... 
§ 3o Em três anos: 
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos; 
Gabarito letra E. 
 
08. FCC 2012/TRT 4ª/Juiz. Com relação à prescrição, é correto afirmar 
que 
 
a) Iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor. 
b) Não corre contra os relativamente incapazes. 
c) Se admite apenas a renúncia expressa à prescrição. 
d) Não pode ser declarada de ofício. 
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e) Os prazos de prescrição podem ser alterados, mas desde que por 
acordo expresso. 
 
Comentário: 
$OWHUQDWLYD�³D´�FRUUHWD� 
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu 
sucessor. 
$OWHUQDWLYD�³E´�HUUDGD� 
Art. 198. Também não corre a prescrição: 
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; 
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos 
Municípios; 
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra. 
$OWHUQDWLYD�³F´�HUUDGD� 
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo 
feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a 
renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a 
prescrição. 
$OWHUQDWLYD� ³G´� errada. Lembre-se do que estudamos em aula tanto a 
decadência (se estabelecida por lei) quanto a prescrição serão 
reconhecidas de ofício pelo juiz, independente da arguição do interessado. 
$OWHUQDWLYD�³H´�HUUDGD� 
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes. 
Gabarito letra A. 
 
09. FCC 2012/TCE-AP/Analista. Em matéria de prescrição, é correto 
afirmar: 
 
a) A renúncia da prescrição só pode ser expressa. 
b) Os prazos de prescrição podem ser alterados por acordo das partes. 
c) O juiz não pode reconhecer a prescrição de ofício. 
d) A interrupção da prescrição poderá ocorrer mais de uma vez. 
e) A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão. 
 
Comentário: 
$OWHUQDWLYD�³D´�HUUDGD� 
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo 
feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a 
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renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a 
prescrição. 
$OWHUQDWLYD�³E´�HUUDGD� 
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes. 
$OWHUQDWLYD�³F´�HUUDGD��1RYDPHQWH�OHPEUH-se da aula: tanto a decadência 
(se estabelecida por lei) quanto a prescrição serão reconhecidas de ofício 
pelo juiz, independente da arguição do interessado. 
$OWHUQDWLYD�³G´�HUUDGD� 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-
se-á: 
$OWHUQDWLYD�³H´�FRUUHWD� 
 Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão. 
Gabarito letra E. 
 
10. FCC 2012/TJ-PE/Oficial de Justiça. O Código Civil brasileiro 
estabeleceu prazos específicos para a ocorrência da prescrição em diversas 
hipóteses. Assim, segundo este diploma legal a pretensão para juros, 
dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não 
maiores de um ano, com capitalização ou sem ela, prescreve em 
 
a) Um ano. 
b) Dois anos. 
c) Três anos. 
d) Quatro anos. 
e) Cinco anos. 
 
Comentário: 
Art. 206. Prescreve: § 3o Em três anos: III - a pretensão para haver juros, 
dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não 
maiores de um ano, com capitalização ou sem ela; 
Gabarito letra C. 
 
11. FCC 2012/TJ-PE/Oficial de Justiça. De acordo com o Código Civil 
brasileiro, salvo disposição legal em contrário, à decadência 
 
a) Não se aplicam as normas que impedem, suspendem ou interrompem 
a prescrição. 
b) Aplicam-se as normas que impedem, suspendem ou interrompem a 
prescrição. 
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c) Aplicam-se apenas as normas que impedem a prescrição, sem 
exceção. 
d) Aplicam-se apenas as normas que suspendem ou interrompem a 
prescrição. 
e) Aplicam-se as normas que impedem a prescrição, com exceção das 
relacionadas à pessoa absolutamente incapaz de exercer os atos da 
vida civil. 
 
Comentário: 
Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as 
normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição. 
Gabarito letra A. 
 
12. FCC 2011/TRE-AP/Analista Judiciário - Área Judiciária. Marina, 
advogada, foi contratada por Gabriela para ajuizar execução de contrato 
particular não cumprido mediante o pagamento de honorários advocatícios 
no valor de R$ 7.000,00, a serem pagos até o trânsito em julgado da 
demanda. O mencionado processo transitou em julgado, mas Gabriela

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