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Polígono Cerebral IV

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A circulação sanguínea do cérebro
O sangue chega ao cérebro através das artérias vertebrais e das artérias carótidas internas, que se comunicam através do polígono de Willis ou também conhecido como polígono cerebral ou ainda, círculo de Willis, este é uma anastomose arterial que fornece o suprimento sanguíneo para os hemisférios cerebrais, sendo formado pelas artérias cerebrais anteriores e posteriores, artérias comunicantes anterior e posteriores e pela carótida interna. Descrito pela primeira vez no ano de 1664, em publicação do anatomista e fisiologista inglês Thomas Willis, o círculo arterial cerebral tem forma poligonal e está localizado no espaço subaracnoideo da base do crânio, imerso na cisterna basal, onde mantém intimas relações anatômicas com a fossa interpeduncular e substância perfurada anterior, circundando o quiasma óptico, infundíbulo da hipófise, tuber cinéreo, corpos mamilares e nervo oculomotor. Estas artérias possuem paredes muito finas, o que as torna mais vulneráveis a hemorragias. A artéria cerebral que é mais comumente acometida por AVC é a artéria cerebral média.
A neurogênese e a vasculogênesi do polígono cerebral é variada e apesar de essa descrição clássica estar presente em diversos livros de neuroanatomia, e ter um caráter didático interessante, ela só representa 34,5% dos casos. Portanto, a ciência detalhada das variações anatômicas do círculo arterial cerebral é imprescindível na neuroanatomia, neuroclínica, neurocirurgia e neurorradiologia, já que a maioria dos casos não corresponderão à apresentação clássica descrita nos livros. A figura a seguir demonstra variações anatômicas possíveis de ser encontradas nos pacientes, lembrando que não se restringem a essas.
As lesões que acometem esses vasos ou as artérias que dão origem ao polígono cerebral podem causar uma série de distúrbios vasculares que acometem o sistema nervoso central e periférico, exigindo intervenção médica o quanto antes, são exemplos: os aneurismas cerebrais, as malformações arteriovenosas (MAV), hemorragias subaracnóideas (HSA), intraparenquimatosas e formações de hematomas extradurais e subdurais. O polígono de Willis vêm para suprir o cérebro no caso de uma obstrução vascular isto é, quando uma artéria é ocluída, o polígono fornece uma circulação colateral responsável pela irrigação vascular daquela região obstruída. As causas mais comuns geradoras de sequelas são os acidente vascular cerebral e os aneurismas.
AVC e Neuroplasticidade
O acidente vascular cerebral (AVC) é a doença neurológica que mais freqüentemente acomete o sistema nervoso e é a principal causa de incapacidades físicas e mentais. Ocorre devido a uma interrupção do fluxo sangüíneo para o cérebro, que pode ser por obstrução de uma artéria que o supre, caracterizando o AVC isquêmico ou por ruptura de um vaso – AVC hemorrágico.
Os principais fatores relacionados à ocorrência dos AVCs são: hipertensão arterial, diabetes mellitus, doenças cardíacas, obesidade, sedentarismo e tabagismo.
As sequelas dependem da localização e do tamanho da área cerebral que foi atingida e do tempo que o paciente levou para ser atendido ( melhor o prognóstico quanto mais rápido for iniciada a recuperação), sendo as mais comuns hemiparesia, alterações visuais, da fala e da memória. 
 
Lesões e plasticidade neural
O estrago causado no cérebro por um AVC pode provocar perda de sua função, mas através de um fenômeno denominado “neuroplasticidade”, o cérebro pode se reajustar funcionalmente, havendo uma reorganização dos mapas corticais que contribui para a recuperação do AVC.
As mudanças descritas na organização do córtex incluem o aumento dos dendritos, das sinapses e de fatores neurotróficos essenciais para a sobrevivência de células nervosas. Após ocorrer uma lesão, em algum lugar do córtex motor, mudanças de ativação em outra regiões motoras são observadas. Essas mudanças podem ocorrer em regiões homólogas do hemisfério não afetado, que assumem as funções perdidas, ou no córtex intacto adjacente a lesão. Graças a essas reorganizações corticais, que podem ter início de um a dois dias após o AVC e podem se prolongar por meses, os pacientes podem recuperar, pelo menos em parte, as habilidades que haviam sido perdidas.
A recuperação da função nos membros ,promovida pela plasticidade, é dificultada por um fenômeno conhecido como “não-uso aprendido”. Com a perda da função de uma área do cérebro atingida pelo AVC, a região do corpo que estava ligada a essa área também é afetada, perdendo a sua capacidade de movimentação. Como o paciente não consegue mover o membro mais afetado, compensa usando o outro, deste modo, após um certo tempo, quando os efeitos da lesão não estão mais presentes e ocorreram readaptações no cérebro, os movimentos poderiam ser recuperados, no entanto, o paciente já “aprendeu” que aquele membro não é mais funcional. 
Terapia de movimento
No período seguinte ao AVC, é observada uma diminuição nas áreas de representação cortical dos músculos afetados, pois como estes não estão trabalhando, sua área correspondente no cérebro não é estimulada. Para tentar superar ou diminuir os efeitos do não-uso aprendido, uma das práticas que vem sendo utilizada é a Constraint-Induced Movement Therapy (CI-therapy) ou uso-forçado, que tem demonstrado aumentar as mudanças plásticas favoráveis à recuperação.
A técnica consiste no uso forçado do braço afetado pela restrição do uso do braço não afetado (veja a figura abaixo). Durante um período de 10 a 15 dias, o paciente fica com o braço não afetado imobilizado, assim, as diversas atividades como comer, vestir-se, escrever, cozinhar são realizadas pelo braço afetado, havendo novamente estimulação do córtex danificado. O paciente faz nesse período treinamento fisioterápico por seis horas diárias, praticando tarefas repetitivas com o braço afetado. Por causa desse uso aumentado do braço afetado, a área do cérebro relacionada a este volta a ser estimulada, ocorre uma intensa reorganização cortical que aumenta a área de representação deste membro no córtex e melhora o funcionamento motor. Assim, a CI-therapy pode ser considerada efetiva no combate ao não-uso aprendido.
Pelo que foi visto, podemos concluir que a neuroplasticidade é essencial para a reabilitação de paciente portadores de AVC, e um dos métodos usados para estimulá-la é a CI-therapy, que vem obtendo resultados satisfatórios na reorganização do córtex motor e na superação do não-uso aprendido. 
REFERÊNCIAS
CRAMER, S. C., MOORE, C. I., FINKLESTEIN, S. P., ROSEN, B. R. (2000). A Pilot Study of Somatotopic Mapping After Cortical Infarct. Stroke 31: 668-671
LIEPERT, J., BAUDER, H., MILTNER, W. H. R., TAUB, E., WEILLER, C. (2000). Treatment-Induced Cortical Reorganization After Stroke in Humans. Stroke 31: 1210-1216
LIEPERT, J., MILTNER, W.H.R., BAUDER, H., SOMMER, M., DETTMERS, C., TAUB, E., WEILLER, C. (1998). Motor cortex plasticity during constraint-induced movement therapy in stroke patients. Neurosci Lett. 250:5–8.
 TAUB ,E., USWATTE, G., PIDIKITI, R.D. (1999). Constraint-induced movement therapy. a new family of techniques with broad application to physical rehabilitation-a clinical review. J Rehab Res Dev. 36: 237–251. 
BRITO, M., PONTES, T. N. Acidente vascular cerebral e neuroplásticidade. Disponível em: http://pt.slideshare.net/Jumooca/acidente-vascular-enceflico-parte1. Acesso em 28 de abril de 2016.

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