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Plano de Metas
Durante anos a América Latina tinha problemas em sua política econômica, e só a partir da década de 1950, foi que esses países começaram a modificar suas políticas e assim obter melhores resultados e alcançar o desenvolvimento. Os países latino-americanos até esse momento eram subdesenvolvidos e pobres. A deterioração dos termos de troca é uma das explicações para a falta de investimento na produção e, por conseguinte para o subdesenvolvimento. Existia assim, um desequilíbrio estrutural na balança de pagamentos resultante da exportação da periferia por bens de baixa elasticidade-renda e das importações por aqueles que possuíam uma alta elasticidade-renda, que no longo prazo, provocaria uma restrição externa do crescimento. 
Para que houvesse a superação do subdesenvolvimento era necessário que ocorre uma industrialização e uma economia voltada “para dentro” e o modelo de substituição de importações era o que melhor se encaixava para a busca do desenvolvimento. Só a indústria tem a capacidade de superar a restrição da balança de pagamentos e assim, facilitar o crescimento econômico robusto e sustentando chegando ao desenvolvimento. O Brasil era um país fundamentalmente pobre e subdesenvolvido, já que a sua produção interna era exclusivamente de bens primários, agrários, que são de baixa elasticidade-renda. Assim, pode-se entender o problema de crescimento além do pequeno mercado interno que possuía e dos problemas na balança de pagamentos. Para resolver com o problema do subdesenvolvimento era necessário que medidas que priorizassem o mercado interno fossem tomadas pelo Estado. Assim, durante o governo JK foi implantado o Plano de Metas cujo slogan era 50 anos em 5, onde iriam ocorrer diversos estímulos e investimentos em diversos setores os quais iriam contribuir para o crescimento e desenvolvimento do país no âmbito público e privado. Esse investimento público consistia no investimento em infraestrutura, pois é uma área de grande importância, contudo não é do interesse do capital privado investir em tal ramo, já que ele não acarreta em lucro.
Durante essa fase, o Brasil implantou uma política de importação de matriz tecnológica, capital-intensiva, ou seja, que priorizava a utilização de capital mais do que a utilização de mão-de-obra e assim era necessária uma utilização de mão-de-obra qualificada e eficiente. E assim gerou-se um grande problema distributivo, pois a mão-de-obra existente no país era abundante e sem nenhuma qualificação, o que provocou os investimentos em educação mesmo sendo medidas com resultas somente no médio-longo prazo.
Outra política adotada pelo governo foi à proteção auxiliar no desenvolvimento das indústrias nacionais e principalmente na competição delas com as estrangeiras. Foi necessário que ocorressem intervenções tanto nos preços dos produtos, pois assim a economia domestica iria sair prejudicada. Como também houve a necessidade proteger a tecnologia já que a tecnologia internacional era mais avançada e, por conseguinte diferente da nacional.
Durante o período, de crescimento e desenvolvimento brasileiro, a questão agrária também era um ponto relevante. O Brasil possuía um grave problema no preço dos alimentos e de distribuição populacional. Assim, era necessário que ocorresse uma reforma agrária no país que abrangesse a todos, criando dessa maneira, pequenos e médios produtores, que iram fornecer a alimentação para o resto da população, e somente com a distribuição de terras iria se evitar o surgimento de um gargalo.
O Estado viu no câmbio, como o mais importante instrumento para realizar a sua política econômica, e assim, realizou uma reforma cambial. O câmbio foi dividido em três categorias: Especial, Geral e Preferencial, cada uma dessas categorias representava um tipo importação de produtos diferentes e de acordo com a sua relevância. Deste modo, o governo punia a importação dos bens indesejáveis com uma taxa de câmbio desvalorizada e favorecia a importação daqueles que eram vistos como bens desejáveis com uma taxa de câmbio valorizada. A verdade é, que a taxa cambial era influenciava o volume de investimentos realizados pelo capital estrangeiro, para a balança de pagamentos e também para a taxa de inflação brasileira, deste modo, o câmbio deveria ser desvalorizando para que pudesse favorecer o balanço de pagamentos e o com possível fosse valorizada para que pudesse dessa maneira controlar a inflação. 
Para que o Plano de Metas, fosse implementado, houve a necessidade de o governo realizar uma emissão de recursos que fossem capazes de suprimir as necessidades iniciais do Estado, contudo ocorreram problemas e a inflação brasileira subiu. Tentou-se de diversas maneiras controlar os níveis de preços, através do Programa de Estabilização Monetária, o PEM, contudo foi logo foi abandonada pelo governo e novamente a industrialização brasileira passou a estar sujeita aos níveis de inflação.
Crise nos anos 60
O quadro econômico brasileiro no momento em que o presidente Jânio Quadros, assumiu a presidência e posteriormente João Goulart, não era nada favorável. Os efeitos negativos da implementação do Plano de Metas, que tinha como princípio, a industrialização do país, estavam surgindo. Desse modo, o quadro macroeconômico era de um grande aumento da inflação aliado a um desequilíbrio fiscal, e ainda com risco de surgimento de uma crise no balanço de pagamentos.
Jânio Quadros junto com sua equipe econômica, assim que assumiu o governo implementou a Instrução 204 da SUMOC (Superintendência da Moeda e do Crédito), que tinha como objetivo a desvalorização cambial e também a unificação do mercado de câmbio. Dessa maneira, seria possível, que a aceleração da inflação fosse controlada ao mesmo tempo em que a balança de pagamentos voltaria para o equilíbrio. Outra medida tomada, só que no âmbito político foi à aproximação com países como a URSS e com Cuba, além do apoio a independência dos países Africanos, essa política externa adotada, iria de encontro com as ideias dos países ditos capitalistas, como os Estados Unidos.
Em agosto de 1961, antes mesmo de se completar um ano de governo, o então presidente Jânio Quadros, renúncia ao seu mandato, e seu vice, João Goulart assume, mesmo a contra gosto de boa parte da elite brasileira. Após a renúncia de Jânio Quadros, os problemas econômicos brasileiros que já existiam, ampliaram-se, o descontrole de preços, os problemas fiscais e de crédito continuaram. Para controlar, esses problemas, Jango deixa de lado a medidas de estabilização e implementa, em substituição, o Plano Trienal. Esse novo plano era baseado na aceleração da inflação, devido ao descontrole fiscal. Assim, foi proposto reduzir o déficit publico e também à expansão do crédito ao setor privado, então, o governo decidiu cortar os subsídios tanto do trigo, como de produtos derivados do petróleo, pois dessa maneira os gastos públicos iriam se reduzir, contudo essa medida prejudica a renda dos trabalhadores, já que os custos são revertidos para eles. O então presidente, já possuía a antipatia da elite brasileira e após as medidas que iam de contra aos interesses do povo, conseguiu também a antipatia da população. Então, depois de cerca de 4 meses após o período de controle do nível de preços e conjunta estagnação, em abril de 1963, retornou a política econômica em favorecimento da demanda agregada, onde se teve o retorno aos subsídios tanto do trigo como dos derivados do petróleo, o aumento nos salários dos servidores públicos, o aumento do salário mínimo e uma ampliação ao credito para o setor privado
O Plano Trienal fracassou, devido ao esgotamento dos investimentos do Plano de Metas e também devido a uma crise institucional. O volume da produção brasileira foi menor depois dos anos do Plano de Metas, a crise institucional, após as trocas de poderes, favoreceram por um período de incerteza dos investidores, principalmente os estrangeiros, de investir no país. Com a crise econômica que o país vivia e a existência de um quadropotencial que favorece a ruptura com o regime político em vigor e assim, o regime militar assume no inicio de 1964.
PAEG
Após os problemas econômicos vividos pelo Brasil no inicio da década de 60, como o fracasso do Plano Trienal e também os esgotamentos dos investimentos do Plano de Metas da década anterior, além é claro dos problemas políticos enfrentados pelo Brasil em Março de 1964, começa no Brasil um novo regime, o militar, o exército brasileiro assume o poder.
O quadro macroeconômico que se encontrava o Brasil era de uma desaceleração do crescimento, já que em comparação há anos anteriores o PIB estava bem abaixo, essa redução de crescimento pode ser explicada pelo fato da elevada inflação, que atingia cerca de 100% ao ano, oriundo dos problemas com o plano trienal, os limites dos investimentos dos anos JK, a crise institucional que gerava uma incerteza nos investidores que adiavam seus investimentos no Brasil, e também a restrição gerada no Balanço de Pagamentos. 
O Plano para solucionar os problemas econômicos brasileiros foi desenvolvido por dois economistas, Campos e Bulhões, em 1964, o PAEG, Plano de Ação Econômica do Governo, o restabelecimento do desenvolvimento econômico do país, junto com o controle do nível de preços e dos déficits da Balança de Pagamentos. Era necessário, equilibrar os investimentos nos mais diferentes setores, a fim de que, chega-se a todas as regiões brasileiras e também, criar novos empregos nos setores industriais.
Para o controle da inflação de demanda, que ocorria na época devido ao aumento de salários acima do nível de produção, uma expansão de crédito do setor privado e um o excesso de gasto público (déficit fiscal), era necessário, assim, que o Plano tivesse medidas de políticas tributárias, de investimentos públicos, bancarias e monetárias e as que visavam à economia internacional.
A estabilidade monetária poderia ser alcançada através da redução do ritmo de crescimento econômico. Assim, se teve a instituição da correção monetária – criação das obrigações reajustáveis do tesouro nacional (ORTN) – essa correção monetária era fundamental, já que não havia segurança e conforto em emprestar sobre o risco de perder sobre a inflação, assim, a defesa da inflação no futuro e a formação de preços e contratos da economia. A Criação do conselho monetário nacional (CMN), Criação do sistema financeiro de habitação (SFH) e do banco nacional de habitação (BNH) e uma reforma do mercado de capitais, foram outras ações, que aliados com a correção monetária serviam para que se alcançar a estabilidade desejada.
A reforma tributária foi baseada no aumento da arrecadação, assim, ocorreu à criação de impostos sobre os produtos importados (IPI), imposto da circulação de mercadorias (ICM) e do imposto sobre serviços (ISS) e também a criação do FGTS. A reforma da política externa era a respeito do comercio exterior, assim, a aplicação de isenções fiscais para as exportações e uma adoção de mini desvalorização. Outra medida que envolve as questões políticas externas foi a utilização de capital estrangeiro através da reaproximação com a política externa americana, a “aliança para o progresso”, as empresas passaram a ter um acesso direto ao Sistema Financeiro Internacional e também uma resolução onde os bancos comerciais poderiam captar recursos externos e repassar internamente.
O PAEG, bem como todos os planos seguintes, que desejam o controle da inflação dava um tratamento especial ao salário real. Assim, deveria controlar o preço- salário, pois dessa forma, iria manter equilibrada a renda, devendo então, gerar um “poder de compra médio” porque em tese, iria alcançar os dois objetivos à coerência em se estabilizar a inflação e também a manutenção neutra de salários de forma a não punir os trabalhadores. Apesar de conseguir manter o poder de compra, pelos 24 meses seguintes, através da média salarial e de conseguir reduzir a inflação, durante o período de subestimação da produtividade e pela alta de preços (repasse de metade da inflação) – arrocho salarial, o plano não deu certo e ocorre uma retração da demanda, e desse modo o governo decidiu adotar uma política monetária ortodoxia onde as empresas ineficientes não eram favorecidas, pois se as empresas aumentarem os preços não iriam conseguir vender então só aquelas que possuíam melhores estabilidade e preço conseguiam vencer a concorrência.
Milagre Econômico 
Ao termino, do esforço para a realização do PAEG, a expectativa era de que em regime militar a economia tivesse a volta do crescimento robusto, e assim evitando os questionamentos a respeito da ditadura. As questões que mais atrapalhavam a realização dos objetivos (a estabilidade econômica, o crescimento do produto e o nível de emprego) traçados pelo governo eram a inflação e a balança de pagamentos. O governo, durante o período do Milagre Brasileiro, tinha como objetivo principal estimular a atividade econômica no âmbito de gerar a infraestrutura necessária para o desenvolvimento. Segundo Delfim Neto, Ministro da Fazenda, da época a inflação era provocada pela escassez de recursos (trabalhadores, insumos, bens de capitais). O combate da inflação de custos deveria ser compatibilizado com a retomada do crescimento econômico. 
A economia apresentava um quadro de ociosidade, em um primeiro momento, devido ao crescimento modesto do período anterior, de 1963 até 1967, assim, tinham-se um problema de elasticidade na oferta. Deste modo, a inflação deveria ser superada através da solução dos problemas com essa capacidade ociosa e com o controle do nível de preços, e assim Defim Neto, cria a CIP com o objetivo de instalar controle sobre o aumento dos preços. Outras maneiras encontradas para a inibição da inflação foi via política salarial, via política agrícola - através de subsídios e de sansões fiscais para a compra de tratores e também de fertilizantes – e via política cambial; A política agrícola teve impacto direto na produção de alimentos que foram barateados, já a política cambial eram medidas de minidesvalorizações, que tentavam solucionar as defasagens existentes entre as correções do câmbio e inflação, essas minidesvalorizações iriam oferecer produtos externos mais caros que os produtos nacionais.
A Balança de Pagamentos que possuía saldos negativos também deveria ser estabilizada, assim, as minidesvalorizações cambiais também tinham impacto para o favorecimento do saldo comercial. Elas iram incentivar as exportações e desfavorecer as importações, assim, o volume de exportações será maior que o de importações, o que geraria uma desorganização dos preços domésticos. O incentivo das exportações, ira gerar um “efeito- renda domestico”, torna mais caro a importação. Existe assim, uma contração no saldo dos importados, pois existem muitos produtos que são inelásticos ao preço dos importados, isto é, mesmo com preços altos, devido ao câmbio, continuam importando, e desse modo, o prejuízo é repassado ao preço do produto aos consumidores isso é feito para manter a margem de lucro. Qualquer alteração do preço doméstico dos produtos gera inflação. 
Existe crescimento, quando existe uma pressão nos preços das importações/ commodities queima de reservas. Durante o período do milagre econômico existe uma maior entrada de capitais devido ao aumento do fluxo de investimentos, existe também um aumento do preço das exportações, e um acumulo de capital (liquidez internacional, melhora do comércio e aumento das exportações, investimento estrangeiro e aumento do comércio mundial). A demanda agregada teve problemas na consolidação da planta tecnológica já que o modelo de crescimento incluía apenas a elite e parte da classe média. O crescimento não podia esperar, por isso incluía inicialmente só para alguns, enfrentando o controle da inflação e controlando a Balança de Pagamentos – crescendo, exportando e com uma demanda apenas para parte da população, já que se quisesse incluir toda a população levaria muito mais tempo. O Ministro Delfim Neto, disse“tem que esperar o bolo crescer, para depois dividir” e o então presidente Médice complementou “A economia vai bem, mas o povo vai mal”, ambos os comentários explicam bem a situação brasileira, que a economia crescia, mas nem todos eram beneficiados com esse crescimento.
Em suma, o circuito do milagre era bem simples, a classe média e a classe alta, consumiam os bens de luxo – carro, compravam apartamentos através do SFH, e trocavam os bens de consumo – as empresas, que produziam esses bens eram de capitais intensivas, aumentavam assim a sua procura por pessoas qualificadas, aumentando o numero de pessoas empregadas e aumentava de renda. A herança do período foi um crescimento de 11% ao ano, com uma concentração regional e pessoal da renda, super concentra no sudeste, com uma inflação média de 15% ao ano. O Balanço de Pagamentos, com crescimento robusto empurra as exportações. Aumento da dependência de importação de bens de capital e insumos básicos, como maquinas e insumos, para continuar crescendo, têm que importar mais, assim, existe a dependência dos fluxos financeiros. Em 1970, a oferta domestica dava sinais de falhas.
II PND
Quando o presidente Ernesto Geisel assumiu teve que lidar com os resultados do Milagre Econômico, em que teria que lidar com os problemas no Balanço de Pagamentos. O Balanço de pagamentos dependia dos fluxos externos, ou seja, possuía grande dependência externa. O Brasil dependia essencialmente da importação de bens de capital e de insumos básicos (petroquímica, aço, entre outros). Assim, Geisel, junto com os seus Ministros da Fazenda (Mario Henrique Simonsen) e do Planejamento (João Paulo dos Reis Veloso), teve que resolver os problemas de déficit existentes, levando em consideração o cenário externo preocupante. O mundo vivia o Primeiro Choque do Petróleo, em 1973, em que os preços chegavam a custar quatro vezes mais caro. Desse modo, o Brasil tinha dois caminhos a seguir: um mais conservador e o outro menos conversador que visava o crescimento.
A idéia mais conservadora consistia na redução da importação do petróleo, o que indiretamente reduziria os problemas futuros de crise macroeconômicos, contudo geraria um aumento do desemprego. A idéia basicamente era que com um crescimento mais lento, haveria menos importação e isso levaria a um equilíbrio. Esse crescimento menos acelerado, também implica em preços maiores, visto que, esses seriam afetados pelo impacto causado na demanda agregada. Essa redução do ritmo de atividades de crescimento ocorria com a redução dos gastos públicos, que comprimiria a pauta dos importados, e também com uma forte política monetária e fiscal contracionista, em que os juros seriam elevados evitando, assim, os investimentos e o consumo. Essa política mais contracionista também influenciava uma desvalorização cambial, que impactaria sobre os preços, para tentar chegar ao equilíbrio.
 	Já a idéia menos conservadora, visava continuar importando o petróleo, mesmo com o alto custo, para que, desta forma, o ritmo de crescimento se mantivesse e permanecesse tendo que arcar e fazer alterações no ajuste do BP para que pudesse se pagar a conta petróleo.
O caminho escolhido pelo governo militar foi arrojado, o país necessitava continuar com o crescimento robusto de anos anteriores mesmo com a existência de uma tensão no sentido macroeconômico (emprego e crescimento). Levando em consideração os aspectos do modelo IS/LM/BP, a idéia era que para se chegar ao equilíbrio desejado, acabando com o déficit existente, era necessário o deslocamento do BP para a direita, ampliando, assim, o nível do produto. Desse modo, realizaram o II Plano Nacional de Desenvolvimento.
O momento particular da economia brasileira era, segundo os ministros, que estava claro que a matriz brasileira necessitava de um segundo e último esforço para consolidar a indústria brasileira, focando, assim, nos investimentos em insumos básicos e bens de capital, para a substituição de importações que já havia sido iniciada nos 25 anos anteriores. Dessa forma seria possível que o Brasil saltasse para o primeiro mundo. Com a conclusão da matriz tecnológica industrial, o país deixaria de importar e, assim, iria aumentar o seu nível de produção e consequentemente geraria um equilíbrio econômico.
O segundo motivo, pela escolha desse caminho, foi que o mundo possuía dinheiro barato disponível para o financiamento do esforço de substituições de importações e de compra de petróleo caro. Diferentemente do Brasil, a grande maioria dos países, incluindo os ricos, decidiram tomar a decisão conservadora, de reduzir o crescimento, existindo, dessa forma, poucos tomadores de empréstimo. O excesso de liquidez, juntamente com poupança, gerava uma taxa de empréstimo baixa. Alocando essa poupança externa barata nos setores carentes, dinâmicos e estratégicos (no longo prazo), o resultado seria de um saldo tecnológico importante na matriz produtiva comprimindo assim as importações e estimulando as exportações, dando, assim, o saldo qualitativo positivo sem causar problemas no balanço de pagamentos.
Contudo, o II Plano de Desenvolvimento Econômico não deu certo. A conta furou devido a alterações na política macroeconômica americana que elevaram a taxa de juros, acarretando no crescimento da divida externa e no não pagamento da mesma. 
Anos 80
Quando o Presidente Figueiredo, o último do Regime Militar assumiu o país, o Brasil enfrentava um quadro grave no Balanço de Pagamentos, devido ao segundo choque do petróleo. Assim, a medida tomada pela equipe econômica do governo é pelo tripé. Que era baseado através da defesa do Balanço de Pagamentos, via uma desvalorização cambial que melhoraria o saldo comercial e de uma alteração no preço relativo. Outro fundamento do tripé era através de uma política fiscal e monetária contracionista na qual, uma teria redução do volume de investimentos realizados pelo governo, ou seja, iriam ocorrer cortes de crédito, gasto público e ajuste com corte aos subsídios, assim, a pauta dos importados fica comprimida, logo mais caros.
Essa medida mais conservadora, que reduziria o ritmo de crescimento evitando os problemas com gastos maiores com a importação do petróleo entre outros, era à medida que devia ter sido tomada no momento do primeiro choque do petróleo evitando assim a grave crise do balanço de pagamentos durante os anos 80.
Após a demissão de Simonsen, Figueiredo resolve convidar Delfim Neto para ocupar a posição de ministro do planejamento. Em sua gestão, ele maximiza a desvalorização cambial, em cerca de 30%, afetando assim, os preços relativos domésticos o que era uma tentativa de gerar mais reservas e tornar o saldo comercial positivo. Com a contração da demanda, a renda é reduzida e essa menor renda faz com que os empresários que tenham seus produtos inelásticos ao preço não transmitam os preços para a população, evitando assim também uma elevação na inflação. Devido à alta inflação do período, alterou-se a periodicidade do reajuste dos salários, que passou a ser semestral. Em Janeiro de 1980, na tentativa de induzir quedas na expectativa inflacionaria – já que, a inflação passada era transferida para a inflação futura pela correção que era repassada via preço aos consumidores pelos agentes - ocorria uma correção monetária a níveis inferiores a da inflação inercial.
Entre os anos de 1981 e 1983 o PIB caiu em média de 2% ao ano. A recessão existente mais os resultados do II PND geravam um superávit na balança comercial mesmo assim, o país continuou a perder reservas devido aos juros elevados e em 1983, devido ao cenário econômico, foi possível se ter uma pequena queda da inflação.
Quando o México quebra no final de 1982, ocorre o “efeito tequila”. Imagina-se que a todos os países latino-americanos, principalmente o Brasil, irá quebrar também, e assim o volume de investimentos no país cai drasticamente, o que afeta diretamente as reservas brasileiras, ou seja, o Brasil passa a não ter mais dinheiro pela conta financeira devido à faltade confiança mesmo com juros externos altos. Delfim Neto prefere salvar o Balanço de Pagamentos, e deixa o problema da inflação inercial para o próximo governo solucionar.
Planos Heterodoxos
Em 1984, com o fim do regime militar, Tancredo Neves vence as eleições presidências e a economia brasileira tem a esperança de uma retomada de crescimento com controle dos problemas macroeconômicos, com uma inflação crônica. Assim, Tancredo convida para Ministro da Fazenda Francisco Dorneles e para o ministério do planejamento João Sayad, contudo Tancredo falece antes mesmo de assumir e seu vice, José Sarney, toma posse. Após de 6 meses de governo, ocorre uma troca de Ministro da Fazenda, entra Edson Sonaro. Existem quatro propostas para enfrentar o grave problema da inflação:
A primeira seria um pacto social: Uma combinação entre os setores econômicos e os atores – trabalhadores, empresários e governo- para regular a estrutura de preços; um acordo nacional. A segunda, de visão ortodoxa, seria uma política fiscal e monetária contracionista que induziria a redução do crescimento. A terceira proposta era de visão heterodoxa, onde iriam ocorrer intervenção nas vendas e um congelamento tanto de preços como de salários. A quarta proposta seria um processo de transição no combate a inflação passando por uma criação de uma quase moeda que seria um instrumento paralelo a moeda oficial, assim, as reformas monetárias reorganizariam os preços. A inflação brasileira era conseqüência da inércia, os agentes econômicos inseguros com a participação no futuro, para formar preços induziam a inflação passada como instrumento indexador. A evidência empírica entre 81 e 83: tem-se uma queda do produto, tornando a oferta elástica pode correr o risco de não torná-la, ou seja, baixa a demanda, gerando um grande hiato do produto, com elevada capacidade ociosa, inibindo dessa forma o crescimento do preço. Contudo, o cenário macroeconômico brasileiro não funcionava, porque mesmo com esse elevado hiato a inflação não recebia influência já que as sua causa era devido à inércia e não relacionada ao preço/oferta. A terceira proposta para se enfrentar a inflação, que nela existia um automatismo, via contratos, então o devia interromper a cadeia, pois era só intervir nos preços, congelando, pois os agentes perdem a capacidade de alterar os preços, acabando com a inflação, contudo existia um problema a respeito da formação dos preços, que estava dominando a transferência de inflação. Todos aumentam os preços de uma forma irregular, ou seja, existia de uma forma dispersa ao longo do tempo, dispersão dentro da mesma estrutura de preços relativos e assim tem problemas, pois só acaba com a inércia, mas analisando pelo âmbito microeconômico, existem problemas; já que não é analisado em quais momentos (pico e vale), estão setores industriais. A quarta proposta consistia em um segundo momento, depois da regulação dos preços, em realizar uma reforma monetária através da criação de uma quase moeda que iria fazer a transição para a regulação de preços, ela “expulsaria” a moeda já existente, já que esta passa a ter inflação, a solução viria por meio de uma hiperinflação. O problema é o das defasagens de preço dispersas ao longo do tempo, com uma hiperinflação todos os agentes passam a regular os preços ao mesmo tempo, assim mesmo que hiperinflacionados estariam ocorrendo ao mesmo tempo. A precificação ocorre através da quase moeda, contudo existe uma enorme complexidade em realizar o congelamento de preços por tempo indeterminado. A introdução da nova moeda – o cruzado, o congelamento da taxa de câmbio desvalorizada (uma exigência macroeconômica para se evitar uma crise externa), o congelamento, coloca em risco, o saldo comercial e por isso, foi necessário o congelamento da taxa de câmbio.
Passou-se a ter uma indexação sob os preços dos bens, então deixou de se pagar pela inflação e passou-se a pagar os juros. O governo realizou uma política salarial que garantia assim, o poder de compra médio através dos últimos 6 meses, além, de um abono de 8% sob o salário mais um aumento de 16% sob o salário mínimo. Outra medida tomada pelo governo é que no acumulado quando a inflação atingisse a marca superior a 20% o governo iria repassar um reajuste para reequilibrar o poder de compra, em uma espécie de reposição automática.
Depois de 28 de fevereiro de 1986, a melhora significativa da economia com os benefícios dados ao povo, o congelamento de preços e de salários, fez com a população apóia-se o governo, e até fiscaliza-se caso algum comerciante aumenta-se seus preços – os chamados fiscais do Sarney. O resultado em um primeiro momento foi um sucesso, com deflação e assim, um aumento do consumo, esse aumento do consumo esta relacionado com a transição da alta inflação para uma estabilidade.
Os motivos para esse aumento de consumo estão ligados a quatro fatores principais: O fim da ilusão monetária, o fim do “imposto inflacionário”, a volta do crédito e também aos abonos.
O fim da ilusão monetária ocorre com a redução significativa dos rendimentos da poupança, que na verdade tinha rendimentos elevados devido à correção monetária, assim, a população prefere retirar o dinheiro aplicado e ampliar os gastos. O fim do “imposto inflacionário” ocorre porque o pobre ficou menos pobre, a população de baixa renda consumia ao receber para evitar que seu poder de compra diminui-se, e deixava uma pequena margem para consumos pequenos ao longo do mês, devido ao fim da inflação esse dinheiro, não perdia valor e assim, os gastos ampliaram. A volta do crédito pode ser explicada pelo fato, das financeiras voltarem a emprestar com prazos maiores, o que gera também esse aumento de consumo. Já os abonos salariais, uma especificidade do plano cruzado, fazem com que a população tenha mais recursos financeiros para serem gastos.
Devido ao aumento da renda e consequentemente do consumo, gerou-se uma grande demanda por diversos produtos, parte desse excesso de demanda vinha do estoque especulativo, contudo a maior parte vinha mesmo do choque de consumo. As indústrias não estavam preparadas para suprir a demanda elevada após o aumento de crédito, todavia os preços não aumentavam, pois os preços estavam congelados.
O ano de 1986 era um ano bastante importante no âmbito político, pois era um ano de eleições para governadores, deputados e também senadores que iriam reformular a constituição do país. Em Julho desse ano, lançou o Cruzadinho – que colocou em dúvida a estabilidade do cruzado. O cruzadinho era um pacote fiscal que serviria para conter o consumo e melhorar o desempenho fiscal elevando assim, o preço dos combustíveis e também dos automóveis via imposto, assim, o Brasil melhoraria a sua arrecadação sem ocorrer elevação da inflação - já que depois esse dinheiro arrecadado seria devolvido – e também iria desacelerar o consumo demasiado. 
Entretanto, a população temerosa com o fim do congelamento de preços, começou a consumir mais, e aumentou ainda mais a demanda. O Brasil tentou utilizar as importações para tentar amenizar os problemas causados no Balanço de Pagamentos (uma crise cambial) que ficou comprometido pela balança comercial. Só o congelamento de preços não resolveu o problema dos preços relativos, apenas da inércia. Após a vitória do governo nas eleições, e foi lançado o Cruzado II. No qual, ocorreu o descongelamento total de preços, primeiro os públicos e logo em seguida os privados. Com isso, se teve a volta da indexação e também da inflação inercial.
Dispersão dos preços relativos.
Inércia -> Transferência de inflação passada pra inflação futura, contudo existia uma falta de sincronia entre os agentes no momento em que acontecia esse aumento de preços relativos. Os setores não passavam a inflação de forma conjunta, ou seja, a inflação inercial era igual, entretanto não no mesmo tempo.
O equilíbrio da BP dependia do Saldo Comercial. O país vinha de uma série de Max desvalorizações cambiais ( desde a década de 80) para poderatingir o saldo comercial positivo no BP, ou seja, as políticas macroeconômicas eram dependentes das desvalorizações. O congelamento coloca em dúvida o comportamento do saldo comercial, com medo de ter problemas, o governo não congela a taxa de câmbio (que favorece o saldo), entretanto, é uma decisão incoerente com o congelamento de preços.
O povo comprou a idéia do governo de congelamento de preços e salários, pois a inflação era igual a zero e assim, o poder de compra da população aumentou e consequentemente o consumo também aumentou devido á quatro fatores: fim da ilusão monetária, que foi a redução significativa dos rendimentos da poupança – que era elevada devido a correção monetária; também devido ao imposto inflacionário, onde o pobre fica menos pobre, pois seu poder de compra fica maior; a volta do crédito – na qual as financeiras voltaram a emprestar dinheiro com prazos maiores; e também devido aos abonos salariais.
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