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Curso Pró Técnico CEFET MG - Apostila Português

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CENTRO FEDERAL DE 
EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA 
DE MINAS GERAIS 
 
 
CCuurrssoo PPrróó--TTééccnniiccoo 
Disciplina: 
 
Língua Portuguesa e 
Literatura Brasileira 
TTeexxttoo EExxppeerriimmeennttaall –– 11aa EEddiiççããoo 
 
 
Professora Zelina Márcia Pereira Beato 
 
 
Varginha – Minas Gerais 
 Dezembro de 2006 
 
 ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. 
 
Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. ii
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Português é a língua oficial de Angola, Brasil, Cabo Verde, 
 Guiné Bissau, Moçambique, Macau, Portugal, 
São Tomé e Príncipe e Timor Leste. 
 
Fonte: http://www.linguaportuguesa.ufrn.br/ 
 
 ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. 
 
Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. iii
Sumário 
 
1. TEXTOS – LEITURA E PONTUAÇÃO .............................................................. 1 
ATIVIDADE DE PONTUAÇÃO I................................................................................... 8 
ATIVIDADE DE PONTUAÇÃO II .................................................................................. 9 
2. SINAIS DE PONTUAÇÃO................................................................................ 11 
2.1 - Emprego dos dois pontos...................................................................... 11 
2.2 - Emprego do ponto de interrogação ....................................................... 11 
2.3 - Emprego do ponto de exclamação........................................................ 11 
2.4 - Emprego das reticências ....................................................................... 11 
2.5 - Emprego das aspas .............................................................................. 11 
2.6 - Emprego do Travessão ......................................................................... 11 
2.7- Emprego dos Parênteses ....................................................................... 12 
2.8 - Emprego do ponto e vírgula .................................................................. 12 
2.9 - Emprego da vírgula: .............................................................................. 12 
EXERCÍCIOS.................................................................................................... 14 
3. ACENTUAÇÃO GRÁFICA............................................................................... 15 
3.1 - Para se acentuar uma palavra .............................................................. 15 
3.2 - Oxítonas ................................................................................................ 15 
3.3 - Paroxítonas ........................................................................................... 16 
3.4 - Proparoxítonas ...................................................................................... 16 
3.4.1 – Casos Especiais ................................................................................ 16 
3.5 - Acento Diferencial ................................................................................. 17 
EXERCÍCIOS.................................................................................................... 17 
4. ESTUDO DE TEXTO........................................................................................ 18 
4.1 - Progressão Textual - Fatores que Dão Unidade de Sentido. ................ 18 
4.2 - Mecanismos de Coesão Referencial - Coerência Extratextual e 
Coerência Intratextual ................................................................................... 20 
EXERCÍCIOS.................................................................................................... 20 
4.3 - Conexões .............................................................................................. 21 
4.3.1 - Tipos de Relações.............................................................................. 21 
EXERCÍCIOS.................................................................................................... 22 
4.4 - Intertextualidade e Metalinguagem ....................................................... 25 
4.4.1. Tipos de Intertextualidade ................................................................... 32 
4.5 - Figuras de linguagem............................................................................ 35 
EXERCÍCIOS.................................................................................................... 37 
5. VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA............................................................................... 39 
5.1 - PAISES LUSÓFONOS..................................................................................... 39 
5.1.2 - Algumas diferenças entre o português europeu e o português do 
Brasil: ............................................................................................................ 40 
5.2 - JARGÕES .................................................................................................... 42 
5.3 - DIFERENÇAS REGIONAIS .............................................................................. 44 
 
 ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. 
 
Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. iv
6. ORTOGRAFIA.................................................................................................. 47 
7. ESTUDO DE TEXTO........................................................................................ 49 
7.1 - RECURSOS POÉTICOS.................................................................................. 51 
7.1.1 - Assonância e aliteração ..................................................................... 51 
7.1.2 - Ritmo.................................................................................................. 53 
7.1.3 - Recursos Sonoros.............................................................................. 57 
7.1.4 - Figuras de linguagem:........................................................................ 57 
7.2 - NEOLOGIA ................................................................................................... 59 
7.3 - SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA........................................................................... 63 
EXERCÍCIOS.................................................................................................... 64 
7.4 - COERÊNCIA TEXTUAL ................................................................................... 67 
8. DUPLA POSSIBILIDADE DE LEITURA.......................................................... 71 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 86 
 
 
 ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. 
 
Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 1 
1. Textos – Leitura e Pontuação 
 
Sejam os textos: 
Pontuação é tudo 
 
Um homem rico estava muito mal. Pediu papel e caneta e escreveu assim: 
Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou 
aos pobres. 
Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava a fortuna? Eram quatro concorrentes. 
1) O sobrinho fez a seguinte pontuação: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho.Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres. 
2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito: Deixo meus bens à minha irmã. Não a 
meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres. 
3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele: 
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. 
Nada dou aos pobres. 
4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação: 
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? 
Nada! Dou aos pobres. 
Assim é a vida. Nós é que colocamos os pontos. E isso faz toda diferença. 
A Mosca 
A mosca saiu do açucareiro. 
Zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz 
zzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz. 
Pousou numa xícara. O homem espantou-a com a mão. 
Zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz 
zzzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz. 
Parou perto de outra mosca. Conversaram! 
- Zzzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz! 
- Zzzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz? 
 
 ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. 
 
Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 2 
- Zzzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz... 
- Zzzzzzzzzz zzzzzzzzz! 
- Zzzzzzzzz zzzz! 
- Z. 
E voltaram as duas. 
Zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz 
zz zz zz zz zz. 
O homem tornou a afastá-las. 
Zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz. 
Elas tornaram a voltar. Agora eram três. 
Zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz. 
O homem se levantou e foi embora. 
Moral: é mais fácil uma mosca espantar um homem do que um homem espantar uma mosca. 
(ELIACHAR, Leon. O homem ao quadrado. 
São Paulo: Círculo do Livro, 1960.) 
 
1 - Leia o texto em silêncio. 
2 - Leia-o em voz alta. 
3 - Você leu todas as seqüências de z do mesmo modo, ou seja, deu alguma pausa entre elas? 
Por quê? 
4 - Você leu todas as frases no mesmo tom ou não? Por quê? 
5 - Qual é a função do uso de z no texto? 
6 - Comente sobre a moral da história. 
7 - Imagine que palavras estariam sendo ditas no lugar dos zz e reescreva a história. 
Elefantes 
Os elefantes são os maiores dentre os animais terrestres. Há duas espécies de elefantes: o 
elefante africano e o asiático. Os elefantes vivem em pequenas famílias chamadas de clã. Cada 
clã tem algumas fêmeas adultas, com suas crias e outros elefantes ainda jovens. A fêmea maior e 
mais velha é quer-n dirige o clã. Os elefantes machos vivem sozinhos ou têm seus grupos 
separados. Juntam-se às fêmeas na época do cio. 
Depois de dar à luz, a mamãe elefante alimenta seu bebê com seu leite várias vezes ao dia. Este 
se mantém sempre junto dela durante os primeiros meses de vida, andando quase sempre por 
entre as duas patas da mãe para maior proteção. 
 
 ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. 
 
Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 3 
A alimentação do elefante adulto é composta por aproximadamente 250 a 320 quilos de folhas, 
frutos e raízes. Essa quantidade de alimentos corresponde a mais ou menos um quilômetro 
quadrado de vegetação rala. Além disso, precisam beber de 110 a 190 litros de água por dia, sem 
falar na água do banho. É por isso que, para não dizimar a vegetação de um lugar, os elefantes 
estão sempre viajando. 
Os elefantes mais velhos e doentes, geralmente, retiram-se do grupo principal e formam sua 
própria manada. Com eles vão alguns elefantes jovens, que lhes fornecem ajuda para procurar 
comida e proteção contra outros animais. 
Quando estão quase à morte, esses elefantes velhos e doentes procuram lugares calmos onde 
possam conseguir água e comida com mais facilidade. Os mortos ficam por ali, o que deu a falsa 
impressão de que existiriam “cemitérios de elefantes.” 
Os elefantes jamais morrem por ataque de outros animais, sendo o homem o seu maior inimigo. 
(Como vivem os animais. São Paulo: Abril: [s/d.]. p. 3-4.) 
1 - Quais são as principais informações que o texto nos traz sobre os elefantes? 
2 - Quais são as espécies de elefantes que existem? 
3 - Existem realmente cemitérios de elefantes? Comente, com base nas informações trazidas pelo 
texto. 
4 - De que modo os elefantes demonstram respeito à natureza? 
5 - Na linha 1, os dois pontos estão sendo usados para: 
 ( ) introduzir uma fala de personagem. 
 ( ) introduzir uma explicação. 
7 - Pontue as frases a seguir, usando os dois pontos com o mesmo objetivo apontado no item 5. 
a) As famílias de elefantes são formadas por estes componentes algumas fêmeas adultas, suas 
crias e outros elefantes ainda jovens. 
b) A alimentação do elefante adulto é composta por três elementos básicos folhas, frutos e raízes. 
 
 ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. 
 
Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 4 
c) Há bandos de elefantes formados por outros elementos elefantes mais velhos e doentes e 
elefantes mais jovens. 
 
8 - Observe bem as frases a seguir: 
Depois de dar à luz, a mamãe elefante alimenta seu bebê com seu leite várias vezes ao dia. 
Várias vezes ao dia, a mamãe elefante alimenta seu bebê seu leite depois de dar à luz. 
Agora responda. 
8.1. As expressões sublinhadas dão idéia de lugar ou de tempo? 
8.2. O que você pôde perceber que aconteceu com o uso da vírgula nas duas frases? Tem algo a 
ver com a posição em que as expressões sublinhadas se encontram? Comente. 
8.3 - Use a vírgula nas frases a seguir, quando se fizer necessária. 
a) Os elefantes machos adultos juntam-se às fêmeas na época do cio. 
b) Na época do cio os elefantes machos adultos juntam-se às fêmeas. 
c) Durante o período de um dia um elefante precisa beber de 110 a 190 litros de água. 
d) Um elefante precisa beber de 110 a 190 litros de água durante o período de um dia. 
 
9 - Agora observe estas frases: 
Para não dizimar a vegetação de um lugar, os elefantes estão sempre viajando. 
Os elefantes, para não dizimar a vegetação de um lugar, estão sempre viajando. 
Os elefantes estão sempre viajando para não dizimar a vegetação de um lugar. 
Quando estão quase à morte, esses elefantes velhos e doentes procuram lugares calmos onde 
possam conseguir água e comida com mais facilidade. 
 
 ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. 
 
Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 5 
Esses elefantes velhos e doentes, quando estão quase à morte, procuram lugares calmos onde 
possam conseguir água e comida com mais facilidade. 
Esses elefantes procuram lugares calmos onde possam conseguir água e comida com mais 
facilidade quando estão quase à morte. 
Agora responda: 
O que você pôde perceber com relação ao uso da vírgula nessas frases? Tem algo a ver de novo 
com a posição de certas expressões na frase? Comente, procurando dizer que tipos de idéias são 
por elas expressas. 
10 - Reescreva as frases a seguir, trocando de posição os elementos possíveis e pontuando com 
vírgula onde for preciso. Procure tomar como base as frases do item 9. 
a) O bebêelefante anda quase sempre por entre as patas da mãe para que fique mais protegido. 
b) Os elefantes retiram-se do grupo principal e formam sua própria manada quando ficam mais 
velhos e doentes. 
 
O primeiro beijo de Marcos 
Marcos era um adolescente que só pensava em jogar futebol e não ligava pra mais nada, até que 
um dia ele estava jogando e viu uma linda garota, que estava assistindo o jogo, foi amor a primeira 
vista, ele não tirava os olhos dela, até então a amiga da garota fazer um sinal para Beti que um 
menino estava à observá-la, quando ela percebeu achou que ele era um cara simpático e 
bonitinho. 
Depois de ter comentado isso, ela pediu para Vanessa sua amiga para falar que ela queria ficar 
com ele. Vanessa chegou e marcou um encontro entre os dois, mas Marcos já estava a pensar 
para si mesmo; e agora o que eu vou fazer nunca beijei nenhuma garota, eu não sei beijar só falta 
eu passar um vexame. 
Já estava na hora e Beti já o estava esperando a algum tempo, até que quando ela estava indo 
embora ele apareceu tímido e embaraçado, Beti que já tinha alguma experiência foi direta ao 
assunto pois percebeu que ela seria sua primeira namorada. 
 
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Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 6 
Ela perguntou a Marcos: - Você já beijou alguém em sua vida, ele não sabia o que falar, até que 
resolveu encarar a verdade eu nunca beijei uma garota. Beti chega e fala pra ele não existe 
segredo nisso. 
E quando ele menos esperava ele já estava à beijá-la, demorou, mas depois do primeiro beijo 
percebeu que não se tem nada a se temer. 
(Texto produzido por um aluno o 1o ano do ensino médio 
de uma escola pública estadual da Grande Porto Alegre). 
 
1 - Se formos pesquisar um conceito para frase, encontraremos algo semelhante a um enunciado 
lingüístico de sentido completo que começa com letra maiúscula e termina com algum sinal de 
pontuação final. Considerando esse conceito, releia com atenção o primeiro parágrafo. Será que 
todo ele se constitui realmente de apenas uma frase? Se você acha que não, reescreva-o, 
demarcando as frases com a letra maiúscula inicial e o sinal de pontuação final que julgar 
adequado. 
2 - Vamos rever uma questão gramatical: 
Aposto: é o termo da oração que sempre se liga a um nome que o antecede com a função de 
explicar, esclarecer, identificar, discriminar esse nome. Geralmente o aposto vem separado do 
nome a que se refere por sinais de pontuação. 
nome aposto Lúcia, aluna do terceiro colegial, foi bem na prova. 
nome aposto Desejo-lhe uma coisa: felicidade. 
nome aposto Roubaram tudo: discos, jóias, dinheiro, documentos. 
OBS.: Existe um tipo de aposto que normalmente não vem separado por sinais de pontuação, 
como nos exemplos que seguem: 
A cidade de São Paulo a rua Altinópolis o rio Amazonas 
A esse tipo de aposto dá-se o nome de aposto de especificação. 
(TERRA, Ernani. Curso prático de gramática. 
6ª ed. São Paulo: Scipione, 1993. p. 214-215). 
 
 ......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. 
 
Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 7 
Revista essa questão, releia atentamente o segundo parágrafo e procure ver em que situação 
temos caso de aposto. Constatada tal situação, verifique se há necessidade ou não de pontuar o 
aposto. Havendo, reescreva a frase em que ele encontrar-se, empregando o sinal de pontuação 
adequado. 
3 - Vamos relembrar mais algumas coisas: em um texto, quando aparece a fala de um 
personagem na voz dele mesmo, temos discurso direto. Tal tipo de discurso pode ser marcado, na 
escrita, por dois sinais de pontuação: 
Travessão: 
O empregado entra na sala do patrão e diz: 
- Sr. Rezende, desculpe-me, mas há três meses não recebo salário. 
O patrão olha fixamente nos olhos do empregado e diz: 
- Está desculpado. 
(Seleções, jun. 2004. p. 45.) 
 
Aspas: 
ANS e seguradoras transferem reunião 
Brasília - As negociações entre a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e as 
seguradoras de saúde emperram. Depois de afirmar que uma solução para o conflito causado 
pelos reajustes das mensalidades dos contratos antigos - anteriores a janeiro de 1999 - estava 
próxima, a diretora da ANS, Maria Stella Gregori, admitiu ontem que os entendimentos não 
avançaram. 
Um novo encontro que estava marcado para hoje acabou sendo transferido para a próxima 
semana. “Não conseguimos avançar”, disse Maria Stella. Nem a agência nem as seguradoras de 
saúde informaram os motivos do retrocesso nas negociações. As seguradoras querem cobrar dos 
clientes antigos reajustes médios de 80%, valor considerado abusivo, na avaliação da ANS. 
(Correio do Povo, 23 jul.2004. p. 11.) 
a) Com base nesses dois exemplos, responda: como se inserem nos parágrafos desses dois 
textos os discursos diretos marcados por travessão e os marcados por aspas? 
 
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Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 8 
b) Agora atente para o quarto parágrafo do texto do aluno que estamos analisando. Nele 
aparecem dois discursos diretos. Identifique-os e reescreva o parágrafo com a pontuação 
adequada. 
c) Ainda atentando para esses dois discursos diretos, que tipo de frase temos no primeiro? Será 
que a pontuação dela está adequada? Se não está, cuide também desse detalhe na re-escritura 
do parágrafo. 
d) Identifique um aposto no texto “ANS e seguradoras transferem reunião”. 
 
Atividade de Pontuação I 
Quem não desejou, pelo menos uma vez na vida, fazer um feitiçozinho? Sei lá? Mudar a nota de 
um teste que correu mal! Fazer calar um professor que fala, fala e nunca mais se cala! Coisas 
assim, do dia-a-dia! Quer saber como é que as bruxas aprendem? Decodifique a mensagem. 
1. Leia a mensagem secreta, "Lições de Feitiço” 
2. Decodifique-a , criando uma mensagem com a seguinte estrutura: 
3 parágrafos. 
1º parágrafo (como se faz uma poção mágica.) - um só período (2 vírgulas) 
2º parágrafo (a formação de uma bruxa) - 3 períodos (8 vírgulas) 
3º parágrafo (um feitiço simples) - 3 períodos (7 vírgulas, 1 x dois pontos, 1 x aspas) 
 
 
 
O seu trabalho ficará mais fácil se forem seguidos os seguintes procedimentos: 
 
a. Leia tudo uma primeira vez antes de começar a colocar qualquer sinal. É só para apanhar a 
idéia geral indicada para cada parágrafo. 
b. Faça uma segunda leitura, se possível em voz alta. Ouvir as palavras ajuda a encontrar o ritmo 
do texto, porque as palavras puxam-se umas às outras formando frases com sentido. 
c. Divida os parágrafos. 
d. Agora, procure os períodos. 
e. A seguir, coloque as vírgulas. 
 
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Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 9 
f. Finalmente coloque a restante pontuação. 
g. Releia tudo em voz alta, se possível. 
 
para produzir uma poção eficaz além de misturar os ingredientes corretos e colocá-los para 
cozinhar à temperatura adequada a bruxa precisa saber a fórmula que deve ser pronunciada para 
lançar o feitiço isso exige que a bruxa quando jovem passe por muitas horas de treino exaustivo 
depois daescola ela precisa ter aulas de culinária estudar receitas aprender taquigrafia datilografia 
e milhões de canções chamamentos gritos murmúrios e sortilégios para ter sucesso na carreira a 
bruxa precisa de uma boa base de conhecimento os feitiços mais simples referem-se ao tempo 
para desencadear uma tempestade no mar por exemplo é só a bruxa rodar um gato três vezes em 
volta da cabeça e atirá-lo ao mar cantando Raios e trovões bruum bruum catatrá façam mil 
vagalhões erguer-se no mar os feitiços para curar doenças são muito difíceis mas muito mais úteis 
 
 
Atividade de Pontuação II 
Apesar do ar carrancudo com que aparecem diante de princesas, reis e rainhas, as bruxas são 
bem humoradas e gostam de se divertir. Como? Decodifique a mensagem e descubra. 
1. Leia a mensagem secreta, "Grandes Festas” 
2. Decodifique-a, criando uma mensagem com a seguinte estrutura: 
5 parágrafos. 
1º parágrafo (o ano das bruxas) - 3 períodos (2 vírgulas) 
2º parágrafo (o dia das bruxas) - 3 períodos (9 vírgulas) 
3º parágrafo (a festa da Primavera) - 1 período (2 vírgulas) 
4º parágrafo (o dia dos namorados) - 2 períodos (1 vírgula) 
5º parágrafo (o dia das colheitas) - 3 períodos (1 vírgula) 
 
o ano das bruxas começa no Dia das Bruxas quando em alguns países fantasmas demônios e 
crianças saem pedindo dinheiro e fazendo travessuras as casas são enfeitadas com velas dentro 
de abóboras e morangas acendem-se fogueiras e as pessoas pescam maçãs num grande alguidar 
no dia das bruxas as bruxas reúnem-se à meia-noite e dançam ardentemente em torno das 
chamas até ao amanhecer valsam sapateiam dançam de um lado para o outro depressa devagar 
giram sacodem-se como só elas sabem o dia das bruxas é uma festa em que as roupas as 
diversões e os vôos são os mais fantásticos na Festa da Primavera as bruxas jovens dançam em 
 
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Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 10 
torno do mastro de fitas cada uma querendo chamar a atenção para ser eleita a Rainha da 
Primavera no dia dos Namorados as bruxas mais jovens colocam folhas de louro debaixo do 
travesseiro para sonhar com os seus futuros maridos não se sabe se esses sonhos são muito 
pacíficos a festa da colheita é a última oportunidade da jovem muitas bruxas fazem bolos mágicos 
com o trigo recém-recolhido para oferecer aos seus namorados quando não consegue seduzir um 
homem com a sua beleza a bruxa acaba por ter de usar os seus encantamentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato. 11 
2. Sinais de Pontuação 
Os sinais de pontuação são usados para: 
• assinalar pausas e inflexões de voz; 
• separar palavras, expressões e orações em destaque; 
• esclarecer o sentido da frase, eliminando possíveis ambigüidades. 
2.1 - Emprego dos dois pontos 
• enumeração (Tinha duas ambições: sucesso e dinheiro) 
• introduzindo uma citação ou diálogo (Ele respondeu secamente: "Não vou ao baile!") 
2.2 - Emprego do ponto de interrogação 
• após uma frase interrogativa direta (Espera por alguém?) 
2.3 - Emprego do ponto de exclamação 
• 2em frases que indiquem surpresa, espanto, admiração, alegria (Que espetáculo!) 
• após interjeições (Bravo!, Bis!!!) 
2.4 - Emprego das reticências 
• marcando interrupção do pensamento (Se for assim...) 
• deixando o sentido da frase ser interpretado pelo leitor (A resposta dela...) 
• denotando hesitação (Amanhã... Não sei não...) 
• realçando palavras ou expressões em ambiente literário (Para fazer pelos meus... 
ninguém ...) 
2.5 - Emprego das aspas 
• indicando citações de outros autores (Disse Fernando Pessoa: "Tudo vale a pena se a 
alma não é pequena") 
• em palavras ou expressões estrangeiras e gírias (Ele foi o "must", "tá"?!) 
2.6 - Emprego do Travessão 
• indicando diálogos (— Ele voltará?) 
 
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• destacando algum elemento frasal ou um aposto, podendo aparecer entre travessões 
(Jomar — primo de minha avó — sorria feliz) 
2.7- Emprego dos Parênteses 
• em algum comentário ou explicação, isolando-os da frase 
2.8 - Emprego do ponto e vírgula 
• separar itens de uma enumeração (em leis, decretos, portarias, regulamentos etc.) 
• separar orações com certa extensão, que dificultem a compreensão e respiração 
• para frisar o sentido adversativo antes da conjunção 
• separar orações que sejam quebradas por vírgula, para marcar pausa maior entre as 
orações 
 
2.9 - Emprego da vírgula: 
• Para o emprego correto da vírgula, deve-se considerar a ordem direta da frase: 
sujeito - verbo - complementos - adj. adverbial 
• Erros quando a ordem é direta: 
o não pode haver vírgula entre sujeito e predicado (O supervisor, distribuiu as 
tarefas - ERRADO) 
o não pode haver vírgula entre o verbo e seus complementos (Os alunos refizeram, 
todos os textos - ERRADO) 
o não pode haver vírgula entre o nome e o complemento nominal ou adjunto 
adnominal (A extração, do dente foi dolorosa - ERRADO) 
• Entre os termos da oração: 
o separar termos coordenados da mesma função e assindéticos, ainda que sejam 
repetidos. Mas, cuidado: havendo o "e" entre os dois últimos termos, não há 
necessidade da vírgula. 
o separar vocativos e o nome do lugar nas datas 
o indicar inversões: 
• do adjunto adverbial (se o adjunto for de pequena extensão, torna-se 
dispensável o uso da vírgula) 
• do complemento pleonástico antecipado 
o indicar intercalações: 
• de expressões explicativas, continuativas e conclusivas 
• do adjunto adverbial ou aposto (menos o especificativo) 
• da conjunção 
o indicar, às vezes, elipse do verbo (Ele virá hoje; eu, amanhã) 
 
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• Em período composto: 
o para separar as orações coordenadas assindéticas (sem conectivos) 
o para separar as orações coordenadas sindéticas, quando os sujeitos das duas 
orações forem diferentes 
o para separar as coordenadas adversativas. É bom saber que não se pode usar 
vírgula depois do mas e que, quando porém, contudo, todavia, no entanto e 
entretanto iniciarem a frase, poderão ou não ser seguidos de vírgula. Essas 
últimas conjunções sempre terão uma vírgula antes e outra depois quando 
estiverem intercaladas no período 
o para separar as coordenadas sindéticas alternativas em que haja as conjunções 
ou....ou, ora.....ora, quer....quer, seja......seja 
o para separar as coordenadas sindéticas conclusivas (logo, pois, portanto). O pois 
com valor conclusivo (= portanto) sempre deve vir entre vírgulas 
Ex.: Não era alfabetizado; não podia, pois, ter carta de habilitação. 
o para separar as coordenadas sindéticas explicativas (Não fale assim porque 
estamos ouvindo você) 
o para separar as adverbiais reduzidas e as adverbiais antepostas ou intercaladas 
na principal 
o para separar as orações consecutivas 
o isolar as subordinadas adjetivasexplicativas. As restritivas, geralmente não se 
separam por vírgula. Podem terminar por vírgula em casos de ter certa extensão 
ou quando os verbos se sucedem. Entretanto nunca devem começar por vírgula. 
(O rapaz, que tinha o passo firme, resolvei o problema / O aluno que estuda, 
aprende) 
 
• Vírgula antes do e: 
o não se emprega nas enumerações do tipo das seguintes: 
Ex.: Comprei um livro e um caderno / Fui ao supermercado e à farmácia 
o usa-se quando vier em polissíndeto 
Ex.: E fala, e resmunga, e chora, e pede socorro. 
o a vírgula separa elementos com a mesma função sintática, exceto se estiverem 
ligados pela conjunção e: 
Ex.: O João, o Antônio, a Maria e o Joaquim foram passear. 
o pode-se usar a vírgula se os sujeitos forem diferentes 
Ex.: Eles explicam seus pontos de vista, e a imprensa deturpa-os. 
o se o e assumir outros valores que não o aditivo, cabe o emprego de vírgula 
Ex.: Responderam a mãe, e não foram repreendidos (adversidade) 
 
 
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EXERCÍCIOS 
1. Pontue as frases se necessário: 
a) Brasília Capital da República foi fundada em 1960 
b) A poesia a dança a escultura a música tudo é forma de expressão 
c) Minha casa tem dois dormitórios dois banheiros uma cozinha uma sala e um pequeno quintal 
d) A poluição ambiental meus senhores tem sido um grave problema 
e) O senhor Carlos chefe da empresa adiou a decisão 
f) Maria o chefe da firma vai promover você e eu 
g) Naquele dia porém ninguém se manifestou 
h) No inverno ela me deixou Felizmente tudo acabou bem 
i) Quero que você volte ou melhor fique comigo para sempre 
j) O lobo com cautela caça 
l) Não tenho tudo que amo mas amo tudo que tenho 
m) O programa quando é bom não trava a operação da máquina 
n) São Paulo 25de janeiro de 2000 
o) Eu vou mas volto Ficarei aqui até Lídia a orgulhosa resolver olhar para mim 
p) O deputado disse o presidente é um safado 
q) Minha vaca é igual às outras tem dois chifres em quatro patas sustenta seu corpo tem um rabo 
abaixo dos olhos um focinho dá leite e muge 
2. Pontue o período abaixo de forma que sejam possíveis dois sentidos opostos: 
“Irás voltarás não morrerás” 
a) com sentido de que não vai morrer: 
 
R. 
b) com sentido de que vai morrer: 
 
R. 
 
2.3. A pontuação pode transformar uma frase relativa restritiva em relativa explicativa, o que 
interfere no sentido a ser compreendido. Qual a diferença de sentido que podemos perceber em 
cada uma das orações relativas? 
 
a) os índios brasileiros, que abandonaram suas tradições, estão em fase de extinção. 
b) os índios brasileiros que abandonaram suas tradições estão em fase de extinção. 
 
 
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3. ACENTUAÇÃO GRÁFICA 
 
O português, assim como outras línguas neolatinas, apresenta acento gráfico. Toda 
palavra da língua portuguesa de duas ou mais sílabas possui uma sílaba tônica. Observe as 
sílabas tônicas das palavras arte, gentil, táxi e mocotó. Você constatou que a tonicidade recai 
sobre a sílaba inicial em arte, a final em gentil, a inicial em táxi e a final em mocotó. Além disso, 
você notou que a sílaba tônica nem sempre recebe acento gráfico. Portanto, todas as palavras 
com duas ou mais sílabas terão acento tônico, mas nem sempre terão acento gráfico. A tonicidade 
está para a oralidade (fala) assim como o acento gráfico está para a escrita (grafia). 
 
3.1 - Para se acentuar uma palavra 
 
1º - Divida-a em sílabas; 
2º - Classifique-a quanto à tonicidade (oxítona, paroxítonas, proparoxítonas); 
3º - De acordo com sua terminação, encaixe-a nos exemplos abaixo. 
 
3.2 - Oxítonas 
 
São assinaladas com acento agudo as palavras oxítonas que terminam em a, e e o abertos, e com 
acento circunflexo as que terminam em e e o fechados, seguidos ou não de s: 
a........ já, cajá, vatapá 
as...... ás, ananás, mafuás 
e....... fé, café, jacaré 
es..... pés, pajés, pontapés 
o...... pó, cipó, mocotó 
os..... nós, sós, retrós 
e....... crê, dendê, vê 
es..... freguês, inglês, lês 
o....... avô, bordô, metrô 
os..... os bisavôs, propôs 
 
- Incluem-se nesta regra os infinitivos seguidos dos pronomes oblíquos lo, la, los, las: dá-lo, matá-
los, vendê-la,fazê-las, compô-lo, pô-los etc. 
 
- Cuidado: Nunca se acentuam: (a) as oxítonas terminadas em i e u, e em consoantes — ali, 
caqui, rubi, bambu, rebu, urubu, sutil, clamor etc.; (b) os infinitivos em i, seguidos dos pronomes 
oblíquos lo, la, los, las — fi-lo, puni-la, reduzi-los, feri-las. 
 
 
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3.3 - Paroxítonas 
 
Assinalam-se com acento agudo ou circunflexo as paroxítonas terminadas em: 
i....... dândi, júri, táxi 
is....... lápis, tênis, Clóvis 
ã/ãs.... ímã, órfã, ímãs 
ão/aos .... bênção, órfão, órgãos 
us....... bônus, ônus, vírus 
l..... amável, fácil, imóvel 
um/uns...... álbum, médium, álbuns 
n...... albúmen, hífen, Nílton 
os...... bíceps, fórceps, tríceps 
r......... César, mártir, revólver 
x........ fênix, látex, tórax, ônix. 
 
 
3.4 - Proparoxítonas 
 
Todas as proparoxítonas são acentuadas graficamente: abóbora, bússola, cântaro, 
dúvida, líquido, mérito, nórdico, política, relâmpago, têmpora etc. 
 
3.4.1 – Casos Especiais 
 
- Acentuam-se sempre os ditongos tônicos abertos éi, éu, ói: boléia, fiéis, idéia, céu, chapéu, véu, 
apóio, herói,caracóis etc. 
- Acentuam-se sempre o i e o u tônicos dos hiatos, quando estes formam sílabas sozinhas ou são 
seguidos de s: aí, balaústre, baú, egoísta, faísca, heroína, saída, saúde, viúvo, etc. 
- Acentua-se com acento circunflexo o primeiro o do hiato ôo, seguido ou não de s: abençôo, 
enjôo,corôo, perdôo, vôos etc. 
- Mantém-se o acento circunflexo do singular crê, dê, lê, vê nas formas do plural desses verbos — 
crêem, dêem, lêem, vêem — e de seus compostos — descrêem, relêem, revêem. 
- Acentua-se com acento agudo o u tônico pronunciado precedido de g ou q e seguido de e ou i, 
com ou sem s: argúi, argúis, averigúe, averigúes. 
- Acentuam-se graficamente as palavras terminadas em ditongo oral átono, seguido ou não de s: 
área, ágeis, importância, jóquei, lírios, mágoa, extemporâneo, régua, tênue, túneis. 
- Emprega-se o trema no u que se pronuncia depois de g ou q, sempre que for seguido de e ou i: 
agüentar, argüição, ungüento, eloqüência, freqüente, tranqüilizante. 
 
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- Emprega-se o til para indicar a nasalização de vogais: afã, coração, devoções, maçã, relação, 
etc. 
 
3.5 - Acento Diferencial 
 
O acento diferencial é utilizado para distinguir uma palavra de outra que se grafa de igual maneira. 
ás (subst.) as (artigo) 
côa/côas (verbo coar) coa/coas (com + a/as) 
pára (verbo parar) para (preposição) 
péla/pélas e péla pela/pelas (verbo pelar e subst.) 
pêra (subst.fruto da pereira) pêra (preposição) 
pôde/ (pret. perf. do ind. de poder) pode (pres. do ind. de poder) 
pólo/pólos norte ou sul 
pelo, pela (preposição) pêlo (subst.) 
pôr (verbo) por (preposição) 
porquê (subst.) porque (conjunção) 
quê (substantivo ou pronome no fim da frase) que (pronome, conjunção) 
 
EXERCÍCIOS 
A) Assinale a opção em que todas as palavras são acentuadas pelo mesmo motivo de: também, incrível e 
caráter. 
a) alguém, inverossímel, tórax 
b) hífen, ninguém, possível 
c) têm, anéis, éter 
d) há, impossível, crítico 
e) pólen, magnólias, nós 
B) Em que série nem todas as palavras se acentuam pelo mesmo motivo: 
a) juízo, aí, saíste, saúde 
b) poética, árabes, lírica, metáfora 
c) glória, apóia, série, inócuo 
d) réptil, fêmur, contábeis, ímã 
e) assembléia, dói, papéis, céu 
C) Assinale a opção em que todos os vocábulos deveriam estar acentuados graficamente: 
a) perdoo, balaustre, bambu 
b) itens, assembleia, cafeína 
 
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c) tuneis, juri, pessoa 
d) aerodromo, estrategia, néctar 
e) agape, apoio (subst.), nuvens 
 
4. ESTUDO DE TEXTO 
 
 (As Cobras, Luís Fernando Veríssimo, Zero Hora, Segundo Caderno, 13 fev. 1995) 
Num texto, o sentido de cada parte é definido pela relação que mantém com as demais 
constituintes do todo. Assim como uma receita não é o amontoar dos ingredientes, o sentido do 
todo não é mera soma das partes, mas é dado pelas múltiplas relações que se estabelecem entre 
elas. 
 Eu sabia que você era collorido por fora, mas caiado por dentro. (PRN/PFL) 
 Você tem cores por fora, mas é revestido de cal por dentro. 
 Você apresenta um discurso moderno, de centro-esquerda, mas é reacionário. 
 
4.1 - Progressão Textual - Fatores que Dão Unidade de Sentido. 
 
Pavloviana - José Paulo Paes 
 
a comida 
 a sineta 
 a saliva 
 
a sineta 
 a saliva 
 a saliva 
 
a saliva 
 a saliva 
 a saliva 
 
o mistério 
 o rito 
 
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 a igreja 
o rito 
 a igreja 
 a igreja 
a igreja 
 a igreja 
 a igreja 
 
a revolta 
 a doutrina 
 o partido 
a doutrina 
 o partido 
 o partido 
o partido 
 o partido 
 o partido 
 
a emoção 
 a idéia 
 a palavra 
a idéia 
 a palavra 
 a palavra 
a palavra 
 a palavra 
 a PALAVRA. 
(Paes, José P. Um por todos, São Paulo: Brasiliense, 1986, pp. 92-3). 
 
 
Canadá em São Paulo 
Parque canadense será inaugurado hoje. 
 
 São Paulo ganha hoje um parque que reúne duas grandes “paixões” do paulistano: o 
verde e a água. O verde está na farta arborização do novo local de lazer: 2100 árvores de 120 
espécies diferentes. E a água está no lago que recobre 70% dos 110 mil metros quadrados de 
área do parque Cidade de Toronto. 
 A vegetação procura fazer jus ao nome do novo local de lazer. Batizado com este nome 
graças ao Programa Municipal de Intercâmbio Profissional firmado entre São Paulo e Toronto – 
 
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que doou parte das verbas necessárias à sua construção -, o parque, situado na zona Oeste, 
presta uma homenagem à cidade canadense através da vegetação típica de clima temperado, 
como o pinheiro e o plátano, introduzida junto às plantas nativas. 
(Jornal da Tarde, 1º de Julho de 1992) 
 
4.2 - Mecanismos de Coesão Referencial - Coerência Extratextual e Coerência Intratextual 
 
Coerência extratextual liga-se ao nosso conhecimento de mundo: 
 
a) Portugal, jardim plantado à beira do Pacífico. 
b) Virgem dá à luz trigêmeos. 
 
Coerência intratextual liga-se aos elementos internos ao texto. 
• 1. As crianças estão viajando. Elas só voltarão no final do mês. 
• 2. O juiz condenou o réu a dez anos de prisão. Ele achou essa pena condizente com as 
circunstâncias do crime. 
• 3. O juiz condenou o réu a dez anos de prisão. Ele não se conforma com o rigor da pena. 
• 4. Na estação, José avistou o visitante. Ele lhe pareceu cansado e apreensivo. 
• 5. Na estação, José avistou o visitante. Ele havia esperado ansiosamente pelo reencontro. 
A coesão referencial também se faz por elipse (omissão de termos). 
a) André e Pedro são fanáticos torcedores de futebol. Apesar disso, são diferentes. Este não briga 
com quem torce para outro time; aquele o faz. 
b) Ele é meu cunhado. Casou-se com ela há pouco tempo... 
c) Beth está namorando. Ele parece ser um cara legal. 
 
EXERCÍCIOS 
As piadas costumam ser engraçadas porque tiram partido da confusão na referenciação. Leia as 
piadas abaixo e explique o motivo que as torna engraçadas. 
 
 
Texto 1 
Juquinha chegou esbaforido e todo sujo, além de atrasado, na primeira aula. A professora se 
indignou: 
- Isso é hora? E sujo desse jeito? Isso não tem mesmo uma explicação! 
- Tem sim, professora: tive que levar a vaca lá de casa pro touro cobrir. 
- Mas seu pai não podia fazer isso? 
- Poder, podia, mas acho que a vaca prefere o touro. 
 
 
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Texto 2 
 
- Não deixe sua cachorra entrar mais na minha casa. Ela está cheia de pulgas. 
- Princesa, não entre mais na casa porque ela está cheia de pulgas. 
 
4.3 - Conexões 
Como vimos anteriormente, os elementos de um texto estão em relação uns com os outros, 
formando um "tecido" em que os fios se acham tramados. Mas essas relações não dizem respeito 
somente aos referentes que aparecem no texto; dizem respeito também às relações entre 
proposições. É o que veremos neste tópico e que chamamos "coesão seqüencial". Por exemplo, 
as duas frases "Está chovendo. Vou pegar o guarda-chuva" são ligadas por uma relação de 
causa-efeito sem a presença de um conectivo. Mas, na maioria dos casos, principalmente em 
textos escritos, a ligação entre duas proposições deve ser expressa lingüisticamente. 
4.3.1 - Tipos de Relações 
 
1. Condição: se, caso, desde que, contanto que etc. 
 2. Causa/conseqüência: porque, pois, visto que, já que, como (no início do período).../ 
desse modo, (tanto, tão, tamanho) que, por isso, então, portanto etc. 
 3. Meio/fim: para, para que, a fim de, a fim de que, com o intuito de, com o objetivo de, 
com o propósito de etc. 
 4. Disjunção: ou. Esse conector é ambíguo em língua natural, podendo ter um valor 
exclusivo (isto é um ou outro, mas não ambos), ou inclusivo (ou seja, um ou outro, 
possivelmente ambos) 
 5. Tempo: assim que, em seguida, até que, quando, por fim, depois, antes que, à medida 
que, etc. 
6. Conformidade: conforme, segundo, de acordo com etc 
 7. Conjunção ("adição"): e, também, não só ... mas também, tanto ... como, além de, além 
disso, ainda, nem (= e não) etc. 
 8. Contrajunção (oposição): mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto / 
embora (ainda que, apesar de, apesar de que etc. 
 9. Explicação ou justificativa:que, pois, porque etc. 
 10. Conclusão: portanto, logo, por conseguinte, pois etc. 
 11. Correção/redefinição/reafirmação/exemplificação: isto é, quer dizer, ou seja, em 
outras palavras, ou melhor, de fato, pelo contrário, por exemplo etc. (introduzem esclarecimentos, 
retificações ou desenvolvimentos do que foi dito anteriormente). 
 
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EXERCÍCIOS 
Nos dois textos abaixo, preencha as lacunas com os conectivos adequados: 
Texto 1 
O mesmo boné que aparecia na cabeça de um homem preso na zona da mata de Pernambuco 
__________ ele saqueou um caminhão de cargas apareceu na cabeça do Presidente da 
República. Esse fato pode sinalizar uma identidade entre os que usam o mesmo boné. 
__________ assim interpretarmos, podemos dizer que o Presidente da República e o MST 
assumem uma causa comum, __________, eles comungam a idéia de que a reforma agrária é 
necessária, o que ninguém contesta. ___________, neste episódio particular, há quem veja no 
gesto do Presidente um apoio aos saques realizados pelo MST. Trata-se, __________, de um 
fato que pode ter conseqüências políticas negativas. 
 
(jornal Folha de S.Paulo em 03/07/2003, cujo título “O boné da insensatez”) 
Texto 2 
No segundo semestre, os franceses deverão modificar sua Constituição ___________ introduzir o 
conceito de proteção ambiental. __________ a proposta do presidente Jacques Chirac for 
aprovada sem grandes modificações, estará assegurado o direito a um ambiente equilibrado, 
saudável e protegido. O texto torna a proteção ambiental “norma que se impõe a todos, poderes 
públicos, jurisdições e sujeitos de direito”. O projeto também consagra o chamado princípio da 
precaução, __________, a noção de que, ____________ houver dúvida, __________ pequena, 
sobre os efeitos de uma determinada medida, deve-se sempre optar pela solução que resguarde o 
meio ambiente. 
(Jornal Folha de São Paulo, 30/06/03) 
Texto 3 
Faça as compras, mas boicote as sacolas. 
Qualquer saco plástico é um transtorno ecológico; leve sua sacolinha para as compras ou 
exija embalagem de papel. 
 Do ponto de vista ecológico, o papel é a melhor matéria-prima. É biodegradável, 
decompondo-se em poucos anos. Sua produção não causa desmatamento porque as principais 
fábricas do mundo trabalham com reflorestamento. 
(A coesão textual, Curso de redação, Prof. Zamponi, Faenquel, 2005) 
 
 
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a) No último parágrafo, encontramos uma relação argumentativa, em que, a partir de dois 
argumentos se chega uma conclusão. Aponte a conclusão e os argumentos. 
b) Reescreva o último parágrafo, construindo um único período explicitando as relações por meio 
dos conectivos adequados. 
c) O conector “ou” que aparece no primeiro parágrafo tem valor inclusivo ou exclusivo? Por quê? 
d) Entre os dois segmentos do primeiro parágrafo há idéia(s) implícita(s). Explicite-a(s). 
Nos períodos abaixo foi empregado o pronome "onde". Em alguns deles, esse emprego é 
inadequado. Assinale as alternativas ocorre o problema e reescreva o trecho de modo a 
saná-lo 
(a) A literatura médica de vários países serviu de base para uma pesquisa, onde o resultado 
mostrou que dois terços dos cegos do mundo estão concentrados na Índia, China e na África. 
(b) Para as crianças de países pobres, onde as condições de saúde são precárias, o risco de 
cegueira é dez vezes maior comparativamente ao risco de cegueira que correm as crianças de 
países ricos. 
(c) Após mais de uma década de controvérsia, os artefatos da caverna sul-africana, onde se 
encontram também ossadas humanas, já estão sendo aceitos como a mais antiga evidência de 
que o homem surgiu na África. 
(d) Talvez por conta de um maior número de pobres, o Nordeste é a região do país onde as 
marcas dos produtos estão menos presentes nas cabeças das pessoas. 
(e) Aqueles produtos da pesquisa Top of Mind onde as marcas estão mais presentes nas cabeças 
femininas são margarina, chocolate e desodorante. 
(f) Para a Unilever Brasil, fabricante do produto, é mais do que razão para comemorar, já que o 
Brasil é o país onde mais se vende Omo no mundo. 
A oração grifada expressa a idéia entre parênteses, EXCETO: 
 
a) Trabalhava tanto, que a mulher, a dona Evarista, se chateou. (causa) 
 
b) Não ousava fazer-lhe nenhuma queixa, (…) mas ficava calada e emburrada. (contradição) 
 
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c) As mulheres, quando os maridos saíam, mandavam acender uma lamparina à Nossa Senhora. 
(tempo) 
 
d) Se quereis emendar a administração da Casa Verde, estou pronto a ouvir-vos. (condição) 
Os dois trechos que se seguem foram extraídos da letra da música “Último desejo", de Noel 
Rosa. 
Perto de você me calo 
Tudo penso e nada falo 
Tenho medo de chorar 
Nunca mais quero seu beijo 
Mas meu último desejo 
Você não pode negar 
.............................. 
Às pessoas que eu detesto 
Diga sempre que eu não presto 
Que meu lar é o botequim... 
 
Na biografia do autor, Noel Rosa, consta que a cantora Aracy de Almeida andou alterando a letra 
do ilustre compositor. O amigo de Noel Rosa, Armênio Mesquita Veiga, deu-lhe a notícia nestes 
termos: “... em vez de ‘Mas meu último desejo’, ela canta ‘Pois meu último desejo’ e em lugar de 
‘Que meu lar é o botequim’, ela diz ‘que meu lar é um botequim’". Diante da informação do amigo, 
Noel Rosa reagiu: “Juro que nunca mais dou música minha para ela gravar”. 
 
(João Máximo e Carlos Dider. Noel Rosa, uma biografia. Brasília, Ed. UNB, 1990, pp 446-52). 
 
 
O cantor Noel Rosa tem razão de ficar irritado com as alterações que a cantora Aracy de Almeida 
introduziu na letra da canção? 
 
 
a) Por que a conjunção pois é inadequada para exprimir a relação que vem expressa pela 
conjunção mas? 
 
b) Sob que ponto de vista do significado, que diferença faz trocar o artigo o por um em “meu lar é 
o botequim”? 
 
 
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4.4 - Intertextualidade e Metalinguagem 
Metalinguagem é uma das possibilidades de produção de texto - poético ou não, sem perder de 
vista a originalidade de expressão - é ter um ponto de partida referencial. "Em literatura não há 
geração espontânea": as linguagens se cruzam, se relacionam, se complementam... dão a 
possibilidade criativa de fazer nascer obras sempre novas, fortes, únicas e vivas. 
ÓBOLO 
SEM VIÚVA 
 
“...mas esta, da sua pobreza, deitou tudo.” 
(Mc. 12:41-44) 
 
Mas, 
Estes pedaços marcados e suados, 
Que morrem 
Sem febre e sem realidade, 
Não são nossa fuga... 
São fantasmas 
Que velam o nosso silêncio 
(poema experimental de Kakau, acesso em 
http://www.infonet.com.br/users/experimental/Poesias 
 
(parte de uma fotografia de Sebastião Salgado) 
 
 
 
A metalinguagem se caracteriza pela auto-referência, isto é,quando a linguagem se volta para o 
próprio código de que se constitui. No caso literário, por exemplo, o texto contém uma reflexão – 
das formas mais variadas possíveis – sobre si mesmo. 
 
Poética 
Estou farto do lirismo comedido 
Do lirismo bem comportado 
 
 
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Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações [de apreço 
ao sr. Diretor. 
(...) 
Estou farto do lirismo* namorador 
Político 
Raquítico 
Sifilítico 
Manuel Bandeira 
 
(BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993). 
 
*Lirismo é o "fazer poesia". 
Assinale a opção correta: 
 
( ) o lirismo caracterizado no 3º verso é o oposto do lirismo comedido do 1º verso. 
( ) No 4º verso, o eu lírico repudia o envolvimento amoroso. 
( ) Raquítico e sifilítico, nesse contexto, são palavras sinônimas. 
( ) No 3º verso, as expressões que caracterizam o lirismo pertencem a campos semânticos 
diferentes. 
( ) a palavra lirismo, no poema, é índice de função metalingüística, isto é, revela que o 
assunto do poema é o próprio fazer poético. 
 
A palavra intertextualidade significa interação entre textos, um diálogo entre eles. E texto no 
sentido amplo: um conjunto de signos organizados para transmitir uma mensagem, portanto, no 
mundo atual da multimídia, ela acontece entre textos de signos diferentes. 
 
Veja um exemplo de intertextualidade: 
 
■ Gonçalves Dias, 1846 
(DIAS, Gonçalves. In Primeiros Cantos, 1846. Trad. do texto de Goethe: Manuel Bandeira) 
CANÇÃO DO EXÍLIO 
 
 Kennst du das Land, wo die Zitronen blühen, 
 Im dunklen Laub die Gold-Orangen glühen? 
 Kennst du es wohl? — Dahin, dahin! 
 Möcht ich... ziehn. 
 [Conheces o país onde florescem as laranjeiras? 
 Ardem na escura fronde os frutos de ouro... 
 
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 Conhecê-lo? Para lá, para lá quisera eu ir!] 
 
Goethe 
 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá. 
 
Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores. 
 
Em cismar, sozinho, à noite, 
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 
 
Minha terra tem primores, 
Que tais não encontro eu cá; 
Em cismar — sozinho, à noite — 
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 
 
Não permita Deus que eu morra, 
Sem que eu volte para lá; 
Sem que desfrute os primores 
Que não encontro por cá; 
Sem qu'inda aviste as palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 
 
 Coimbra, julho de 1843 
 
 
 
■ Casimiro de Abreu, 1859 (ABREU, Casimiro de, In Primaveras, 1859) 
 
CANÇÃO DO EXÍLIO 
 
Eu nasci além dos mares: 
Os meus lares, 
Meus amores ficam lá! 
― Onde canta nos retiros 
Seus suspiros, 
Suspiros o sabiá! 
 
Oh! Que céu, que terra aquela, 
Rica e bela 
Como o céu de claro anil! 
Que seiva, que luz, que galas, 
Não exalas, 
Não exalas, meu Brasil! 
 
Oh! Que saudades tamanhas 
Das montanhas, 
Daqueles campos natais! 
Que se mira, 
Que se mira nos cristais! 
 
Não amo a terra do exílio 
Sou bom filho, 
Quero a pátria, o meu país, 
Quero a terra das mangueiras 
E as palmeiras 
E as palmeiras tão gentis! 
 
Como a ave dos palmares 
Pelos ares 
Fugindo do caçador; 
 
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Eu vivo longe do ninho; 
Sem carinho 
Sem carinho e sem amor! 
 
Debalde eu olho e procuro... 
Tudo escuro 
Só vejo em roda de mim! 
Falta a luz do lar paterno 
Doce e terno, 
Doce e terno para mim. 
 
Distante do solo amado 
― Desterrado ― 
a vida não é feliz. 
Nessa eterna primavera 
Quem me dera, 
Quem me dera o meu país! 
 
 Lisboa, 1855 
 ■ Osório Duque Estrada, 1909 
 
HINO NACIONAL BRASILEIRO 
 
 Do que a terra mais garrida 
Teus risonhos, lindos campos têm mais 
flores; 
"Nossos bosques têm mais vida", 
"Nossa vida" no teu seio "mais amores". 
 
■ Oswald de Andrade, 1925 (ANDRADE, Oswald de. In Pau-Brasil, 1925) 
 
CANTO DO REGRESSO À PÁTRIA 
 
Minha terra tem palmares 
onde gorjeia o mar 
Os passarinhos daqui 
Não cantam como os de lá 
 
Minha terra tem mais rosas 
E quase que mais amores 
Minha terra tem mais ouro 
Minha terra tem mais terra 
 
Ouro terra amor e rosas 
Eu quero tudo de lá 
Não permita Deus que eu morra 
Sem que volte para lá 
 
Não permita Deus que eu morra 
Sem que volte pra São Paulo 
Sem que veja a Rua 15 
E o progresso de São Paulo 
 ■ Murilo Mendes, 1930 (MENDES, Murilo. In Poemas, 1930) 
 
CANÇÃO DO EXÍLIO 
 
Minha terra tem macieiras da Califórnia 
onde cantam gaturamos de Veneza. 
Os poetas da minha terra 
são pretos que vivem em torres de ametista, 
os sargentos do exército são monistas, 
cubistas, 
os filósofos são polacos vendendo a 
prestações. 
A gente não pode dormir 
com os oradores e os pernilongos. 
 
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Os sururus em família têm por testemunha a 
 [ Gioconda. 
Eu morro sufocado 
em terra estrangeira. 
Nossas flores são mais bonitas 
nossas frutas mais gostosas 
mas custam cem mil réis a dúzia. 
 
Ai quem me dera chupar uma carambola de 
 [ verdade 
e ouvir um sabiá com certidão de idade! 
■ Carlos Drummond de Andrade, 1945 
(ANDRADE, C. D. In A Rosa do Povo, 1945) 
 
NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO 
 
Um sabiá na 
palmeira, longe. 
Estas aves cantam 
um outro canto. 
 
O céu cintila 
sobre flores úmidas. 
Vozes na mata, 
e o maior amor. 
 
Só, na noite, 
seria feliz: 
um sabiá, 
na palmeira, longe. 
Onde tudo é belo 
e fantástico, 
só, na noite, 
seria feliz. 
(Um sabiá, 
na palmeira, longe.) 
 
Ainda um grito de vida e 
voltar 
para onde tudo é belo 
e fantástico: 
a palmeira, o sabiá, 
o longe. 
 
■ Mario Quintana, 1962 (QUINTANA, Mario, Poesias, 1962) 
 
UMA CANÇÃO 
 
Minha terra não tem palmeiras... 
E em vez de um mero sabiá, 
Cantam aves invisíveis 
Nas palmeiras que não há. 
 
Minha terra tem relógios, 
 
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Cada qual com sua hora 
Nosmais diversos instantes... 
Mas onde o instante de agora? 
 
Mas onde a palavra "onde"? 
Terra ingrata, ingrato filho, 
Sob os céus da minha terra 
Eu canto a Canção do Exílio! 
 
 ■ José Paulo Paes, 1973 (PAES, José Paulo. In Meia Palavra, 1973) 
 
CANÇÃO DO EXÍLIO FACILITADA 
 
lá? 
ah! 
sabiá... 
papá... 
maná... 
sofá... 
sinhá... 
 
cá? 
bah!
 
■ Cacaso, 1985 (CACASO. In Beijo na Boca e Outros Poemas, 1985) 
 
JOGOS FLORAIS 
 
Jogos Florais I 
 
Minha terra tem palmeiras 
onde canta o tico-tico 
Enquanto isso o sabiá 
vive comendo o meu fubá 
 
Ficou moderno o Brasil 
ficou moderno o milagre 
a água já não vira vinha 
vira direto vinagre 
 
 
 
 
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Jogos Florais II 
 
Minha terra tem palmares 
memória cala-te já 
Peço licença poética 
Belém capital Pará 
 
Bem, meus prezados senhores 
dado o avanço da hora 
errata e efeitos do vinho 
o poeta sai de fininho. 
 
(será mesmo com esses dois esses 
que se escreve paçarinho?) 
 
 
 
■ Ferreira Gullar, 2000 (GULLAR, Ferreira. In O Globo, caderno Prosa & Verso, 02/09/2000) 
NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO 
 
 Para Cláudia 
 
Minha amada tem palmeiras 
Onde cantam passarinhos 
e as aves que ali gorjeiam 
em seus seios fazem ninhos 
 
Ao brincarmos sós à noite 
nem me dou conta de mim: 
seu corpo branco na noite 
luze mais do que o jasmim 
 
Minha amada tem palmeiras 
tem regatos tem cascata 
e as aves que ali gorjeiam 
 
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são como flautas de prata 
 
Não permita Deus que eu viva 
perdido noutros caminhos 
sem gozar das alegrias 
que se escondem em seus carinhos 
sem me perder nas palmeiras 
onde cantam os passarinhos 
 
Guilherme de Almeida 
 
Canção do Expedicionário brasileiro 
 
Por mais terras que eu percorra, 
Não permita Deus que eu morra 
Sem que volte para lá; 
Sem que leve por divisa 
Esse "V" que simboliza 
A vitória que virá: 
Nossa vitória final, 
Que é a mira do meu fuzil, 
A ração do meu bornal, 
A água do meu cantil, 
As asas do meu ideal, 
A glória do meu Brasil. 
 
 
4.4.1. Tipos de Intertextualidade 
 
Citação é a menção, no texto, de uma informação extraída de outra fonte: A citação é a forma 
mais explícita de marcar a reprodução de discurso no discurso. Falamos de citação sempre que 
um determinado locutor reproduz, no seu ato de enunciação, um outro ato de enunciação 
originário de um locutor diferente (ou de si próprio, num outro momento). É raro que as palavras 
citadas correspondam textualmente às palavras proferidas. É uma transcrição de texto alheio, 
marcada por aspas. A música Cinema Novo, de Caetano Veloso, faz citações: 
 
 
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O filme quis dizer ‘Eu sou o samba’ 
A voz do morro rasgou a tela do cinema 
E começaram a se configurar 
Visões das coisas grandes pequenas 
Que nos formaram e estão a nos formar 
Todos e muitos: Deus e o Diabo, Vidas Secas, os Fuzis, 
 
Os Cafajestes, o Padre e a Moça, a Grande Feira, o Desafio 
Outras conversas, outras conversas sobre os jeitos do Brasil. 
(Letra e música de Caetano Veloso) 
 
Na citação sobre o samba, Caetano Veloso diz que o Cinema Novo quer representar o Brasil, 
como fez o samba da época de Carmem Miranda. 
 
Epígrafe, do grego gráphein (“inscrição”), é um texto breve, em forma de inscrição solene, que 
abre um livro ou uma composição poética. ver a introdução do texto do Gonçalves Dias; A “canção 
do exílio”, de Gonçalves Dias, apresenta versos introdutórios de Goethe, com a seguinte tradução: 
“Conheces o país onde florescem as laranjeiras? Ardem na escura fronde os frutos de ouro... 
Conhecê-lo? Para lá, para lá quisera eu ir!” 
A epígrafe e o poema mantêm um diálogo, pois os dois têm características românticas, pertencem 
ao gênero lírico e possuem caráter nacionalista. 
 
Alusão é uma referência explícita ou implícita a uma obra de arte, um fato histórico ou um autor, 
para servir de comparação, e que apela à capacidade de associação de idéias do leitor. O recurso 
à alusão literária torna clara a relação de um autor com a tradição com a qual se identifica. A 
alusão é a referência direta ou indireta a um texto preexistente. Machado de Assis, em seu livro 
Dom Casmurro cita Otelo, personagem de Shakespeare, para que o leitor analise o drama de 
Bentinho. 
 
Paráfrase, do Gr. paráphrasis, desenvolvimento, s. f., acto ou efeito de parafrasear; explicação ou 
tradução mais desenvolvida do que o texto ou enunciado original; tradução livre e desenvolvida; 
comentário. A paráfrase é a reprodução do texto de outrem com as palavras do autor. Ela não 
confunde com o plágio porque seu autor explicita a intenção, deixa claro a fonte. Exemplo de 
paráfrase é o poema Oração, de Jorge de Lima: 
 
“- Ave Maria cheia de graças...” 
A tarde era tão bela, a vida era tão pura, 
 
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as mãos de minha mãe eram tão doces, 
havia, lá no azul, um crepúsculo de ouro... lá longe... 
“- Cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita!” Bendita! 
Os outros meninos, minha irmã, meus irmãos menores, 
meus brinquedos, a casaria branca de minha terra, a burrinha do vigário 
pastando junto à capela... lá longe... 
Ave cheia de graça 
-... “bendita sois entre as mulheres, bendito é o fruto do vosso ventre...” 
E as mãos do sono sobre os meus olhos, 
E as mãos de minha mãe sobre o meu sonho, 
E as estampas de meu catecismo 
Para o meu sonho de ave! 
E isto tudo tão longe... tão longe... 
 
(LIMA, Jorge de. Poesia. Org. Luiz Santa Cruz. 3.ed. Rio de Janeiro: Agir, 1975) 
 
O autor retoma explicitamente a oração Ave Maria e mantém-se fiel a ele, justapõe a figura de 
Maria à da sua mãe, refere-se à hora do Ângelus. 
 
Paródia é uma forma de apropriação que, em lugar de endossar o modelo retomado, rompe com 
ele, sutil ou abertamente”. Ela acontece no famoso poema de Carlos Drummond de Andrade, No 
meio do caminho, que faz uma paródia do soneto Nel Mezzo Del Camin, de Olavo Bilac que, por 
sua vez, remete ao primeiro verso da Divina comédia, de Dante Alighieri: “Nel mezzo del camin de 
nostra vita”. Além do título, Drummond imitou o esquema retórico do soneto de Bilac, ou seja, em 
vez de parodiar o significado, promoveu uma paródia na forma: empenhou-se na imitação irônica 
da estrutura, reproduzindo apenas o quiasmo (repetição invertida) do texto. 
 
No meio do caminho 
 
No meio do caminho tinha uma pedra 
tinha uma pedra no meio do caminho 
tinha uma pedra 
no meio do caminho tinha uma pedra. 
Nunca me esquecerei desse acontecimento 
Na vida de minhas retinas tão fatigadas. 
Nunca me esquecerei que no meio do 
caminho........................................................ Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha. 
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Tinha uma pedra 
Tinha uma pedra no meio do caminho 
No meio do caminho tinha uma pedra. 
 
Carlos Drummond de Andrade (Alguma poesia, 1930) 
 
Nel Mezzo del Camin 
 
Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada 
E triste, e triste e fatigado eu vinha. 
Tinhas a alma de sonhos povoada, 
E a alma de sonhos povoada eu tinha... 
E paramos de súbito na estrada 
Da vida: longos anos, presa à minha 
A tua mão, a vista deslumbrada 
Tive da luz que teu olhar continha. 
Hoje, segues de novo... Na partida 
Nem o pranto os teus olhos umedece, 
Nem te comove a dor da despedida. 
E eu, solitário, volto a face, e tremo, 
Vendo o teu vulto que desaparece 
Na extrema curva do caminho extremo. 
 
Olavo Bilac ("Poesias", Ediouro - Rio de Janeiro, 1978) 
 
 
4.5 - Figuras de linguagem 
 
1) Joana é a estrela da novela. 
2) Você é burra como uma porta. 
3) Já li Machado de Assis e Drummond. 
4) Vivo do suor do meu rosto. 
5) Tomei um copo d’água. 
6) “Moça linda, bem tratada 
 Três séculos de família 
 Burra como uma porta: 
 Um amor!” 
 
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7) “Foi desta para outra melhor” (morreu) 
8) “As ruas desertas estão tristes” 
9) “Riu tanto que rasgou a boca” 
10) “Já falei mil vezes para você parar com isso” 
11) “Não sou alegre nem triste sou poeta” 
12) “Na manifestação foram chegando, dez, cem, mil, dez mil pessoas parando o 
 trânsito.” 
13) “Você sabe o que a cadeira falou para a mesa? Feche as pernas que estou vendo tudo" ou 
"O que o chão falou para a cama? Você tem as canelas finas mas tem um colchão” 
14) “Vozes veladas, veludosas vozes, volúpias de violões, vozes veladas” 
15) “Ó formas alvas, brancas 
 Formas claras” 
16) “E fala e ri e gesticula e grita” 
 
 
 
MENTIRAS 
 
Mário Quintana 
 
Lili vive no mundo do faz de conta... 
Faz de conta que isto é um avião. 
Zzzzzuuu... 
Depois aterrizou em um piquê e virou um trem. 
Tuc tuc tuc tuc... 
Entrou pelo túnel, chispando. 
Mas debaixo da mesa havia bandidos. 
Pum! Pum! Pum! 
O trem descarrilou. 
E o mocinho? 
Onde é que está o mocinho? 
Meu Deus! onde é que está o mocinho?! 
No auge da confusão, levaram Lili para cama, à força. 
E o trem ficou tristemente derribado no chão, 
Fazendo de conta que era mesmo uma lata de sardinha. 
 
(QUINTANA, Mario, Poesias, 1962) 
 
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EXERCÍCIOS 
As questões de 1 a 5 referem-se ao texto seguinte: 
 
Bruta Flor do Querer 
 
Quando era menino, o pintor mexicano Diego Rivera entrou numa loja, numa daquelas antigas 
lojas cheias de mágicas e surpresas, um lugar encantado para qualquer criança. 
Parado diante do balcão e tendo na mão apenas alguns centavos, ele examinou todo o universo 
contido na loja e começou a gritar, desesperado: “O que é que eu quero ???”. 
Quem nos conta isso é Frida Kahlo, sua companheira por mais de 20 anos. Ela escreveu que a 
indecisão de Diego Rivera o acompanhou a vida toda. Ao ler isso, me perguntei: 
quem de nós sabe exatamente o que quer? A gente sabe o que não quer: não queremos 
monotonia, não queremos nos endividar, não queremos perder tempo com pessoas mesquinhas, 
não queremos passar em branco pela vida. Mas a pergunta inicial continua sem resposta: o que a 
gente quer, o que iremos escolher entre tantas coisas interessantes que nos oferece esta loja 
chamada Futuro? Sério, a loja em que o pequeno Diego entrou chamava-se, ironicamente, Futuro. 
O que é que você quer? Múltiplas alternativas. Medicina. Arquitetura. Música. Homeopatia. Casar. 
Ficar solteiro. Escrever um livro. Fazer nada o dia inteiro. Ter dois filhos. Ter nenhum. Cruzar o 
Brasil de carro. Entrar para a política. Tempo para ler todos os livros do mundo. Conhecer a 
Grécia. Morrer dormindo. Não morrer. Aprender chinês. Aprender a tocar bateria. Desaprender 
tudo o que aprendeu errado. Acupuntura. Emagrecer. Ser famoso. Sumir. O que você quer? Morar 
na praia. Filmar um curta. Arrumar os dentes. Abrir uma pousada. Recuperar a amizade com seu 
pai. Trocar de carro. Meditar. Aprender a cozinhar. Largar o cigarro. Nunca mais sofrer por amor. 
Nunca mais. O que você quer? Viver mais calmo. Acelerar. Trancar a Faculdade. Cursar uma 
Faculdade. Alta na terapia. Melhorar o humor. Um tênis novo. Engenharia Mecânica. Engenharia 
Química. Um mundo justo. Cortar o cabelo. Alegrias. Chorar. Abra a mão, menino, deixe eu ver 
quantos centavos você tem aí. Olha, por esse preço, só uma caixinha vazia, você vai ter que 
imaginar o que tem dentro. Serve. 
(MEDEIROS, Marta . Montanha russa. Porto Alegre: LPM, 2003. p.199-200.) 
 
1) A idéia expressa pelo título do texto é identificada na frase: 
 
a) “Abra a mão, menino, deixe eu ver quantos centavos você tem aí”. (linha 35) 
b) “Ao ler isso, me perguntei: quem de nós sabe exatamente o que quer?” (linha 9) 
c) “... antigas lojas cheias de mágica e surpresas, um lugar encantado para qualquer criança.” 
(linha 2) 
 
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d) “Parado diante do balcão e tendo na mão apenas alguns centavos, ele examinou todo o 
universo contido na loja...” (linha 4) 
 
2) Em relação às possibilidades de experiências de vida, o texto apresenta 
a) amplitude de perspectivas. 
b) pessimismo em face do futuro. 
c) indignação devido à monotonia da vida. 
d) imparcialidade diante da sociedade atual. 
 
3) A expressão “O que é que você quer?”, (linha 19), denota a(o) 
a) interlocução da autora do texto com o leitor. 
b) susto da vendedora devido ao desespero de Rivera. 
c) desinteresse da autora mediante os desejos humanos. 
d) apreensão da vendedora diante dos questionamentos dos clientes. 
 
4) A autora empregou as figuras de linguagem em todas as passagens abaixo, EXCETO em: 
a) “...não queremos passar em branco pela vida.” (linha 13) 
b) “ Tempo pra ler todos os livros do mundo.” (linha 23) 
c) “Quando era menino, o pintor Diego Rivera entrou numa loja...” (linha 1) 
d) “... tantas coisas interessantes que nos oferece esta loja chamada Futuro?” (linha 15) 
 
5) “Abra a mão, menino, deixe eu ver quantos centavos você tem aí.” (linha 35) 
 
A função da linguagem predominante, nesse trecho, é a 
a) poética, pois a mensagem é colocada em realce. 
b) referencial, porque o trecho está centrado no referente. 
c) metalingüística, por explicar o conteúdo da mensagem. 
d) conativa, uma vez que o receptor é posto em destaque. 
 
6) A relação de intertextualidade está corretamente determinada em 
 
a) “O que é que eu quero ???” (linha 6) (EPÍGRAFE) 
b) “Quem nos conta isso é Frida ...” (linha 7) (ALUSÃO) 
c) “O que você quer? Morar na praia.” (linha 27) (METALINGUAGEM) 
d) “Ela escreveu que a indecisão de Diego Rivera o acompanhou 
a vida toda.” (linha 8) (PARÓDIA) 
 
 
 ........................................................

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