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Saneamento Básico_________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA 
DE 
SANEAMENTO 
BÁSICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saneamento Básico_________________________________________________ 
 
TENÍASE E CISTIRCERCOSE 
 
ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS 
 
Descrição - O complexo teníase/cisticercose é constituido por duas entidades mórbidas 
distintas, causadas pela mesma espécie de cestódio, em fases diferentes do seu ciclo de vida. 
 
A teníase é provocada pela presença da forma adulta da Taenia solium ou da Taenia saginata, 
no intestino delgado do homem. 
 
A cisticercose é causada pela larva da Taenia solium nos tecidos humanos. 
 
A teníase é uma parasitose intestinal que pode causar dores abdominais, náuseas, debilidade, 
perda de peso, flatulência, diarréia ou constipação. 
 
Quando o parasita permanece na luz intestinal o parasitismo pode ser considerado benigno e 
só, excepcionalmente, requer intervenção cirúrgica por penetração em apêndice, colédoco ou 
ducto pancreático, devido ao crescimento exagerado do parasita. A infestação pode ser 
percebida pela eliminação espontânea de proglotes do verme, nas fezes. Em alguns casos, 
podem causar retardo no crescimento e desenvolvimento das crianças, e baixa produtividade 
no adulto. 
 
As manifestações clínicas da cisticercose dependem da localização, tipo morfológico, número 
de larvas que infectaram o indivíduo, fase de desenvolvimento dos cisticercos e resposta 
imunológica do hospedeiro. As formas graves estão localizadas no sistema nervoso central e 
apresentam sintomas neuropsiquiátricos (convulsões, distúrbio de comportamento, 
hipertensão intracraneana) e oftálmicos. 
 
Sinonímia - Solitária, lombriga na cabeça. 
 
Agente etiológico - A Taenia solium é a tênia da carne de porco e a Taenia saginata é a da 
carne bovina. Esses dois cestódeos causam doença intestinal (teníase) e os ovos da T. solium 
desenvolvem infecções somáticas (cisticercose). 
 
Reservatório - O homem é o único hospedeiro definitivo da forma adulta da Taenia solium e 
da Taenia saginata. O suíno doméstico ou javali é o hospedeiro intermediário da T. solium e o 
bovino é o hospedeiro intermediário da T. saginata, por apresentarem a forma larvária 
(Cysticercus cellulosae e C. bovis, respectivamente) nos seus tecidos. 
 
Modo de transmissão - A teníase é adquirida através da ingesta de carne de boi ou de porco 
mal cozida, que contém as larvas. Quando o homem acidentalmente ingere os ovos de T. 
solium, adquire a cisticercose. A cisticercose humana por ingestão de ovos de T. saginata não 
ocorre ou é extremamente rara. 
 
Complicações - Da teníase: obstrução do apêndice, colédoco, ducto pancreático; da 
cisticercose: deficência visual, loucura, epilepsia, entre outras. 
 
Características epidemiológicas - A América Latina tem sido apontada por vários autores como 
área de prevalência elevada de neurocisticercose, relatada em 18 países latino-americanos, 
com estimativa de 350.000 pacientes. A situação da cisticercose suína nas Américas não 
Saneamento Básico_________________________________________________ 
 
está bem documentada. O abate clandestino de suínos, sem inspeção e controle sanitário, é 
muito elevado na maioria dos países da América Latina e Caribe, sendo a causa fundamental 
da falta de notificação. No Brasil, a cisticercose tem sido cada vez mais diagnosticada,principal- 
mente nas regiões Sul e Sudeste, tanto em serviços de neurologia e neurocirurgia quanto em 
estudos anatomopatológicos. A baixa ocorrência de cisticercose em algumas áreas, como, por 
exemplo nas regiões Norte e Nordeste, pode ser explicada pela falta de notificação ou porque 
o tratamento é realizado em grandes centros, como São Paulo, Curitiba, Brasília e Rio de 
Janeiro, o que dificulta identificar a procedência do local da infecção. 
 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
 
MEDIDAS DE CONTROLE 
 
 Trabalho educativo da população; 
 Bloqueio de foco do complexo teníase/cisticercose; 
 Inspeção sanitária da carne; 
 Fiscalização de produtos de origem vegetal; 
 Cuidados na suinocultura; 
 Isolamento; 
 Desinfecção concorrente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
*Esquema do ciclo da T. solium (porco) no estabelecimento da teníase. 
* O ciclo T. saginata (gado) é semelhante. 
*A cisticircose ocorre pela ingestão das larvas da tênia. 
 
 
 
 
Saneamento Básico_________________________________________________ 
 
ESQUISTOSSOMOSE 
 
ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS 
 
Descrição - Infecção produzida por parasito trematódeo digenético, cuja sintomatologia 
clínica depende de seu estágio de evolução no homem. 
 
A fase aguda pode ser assintomática ou apresentar-se como dermatite urticariforme, 
acompanhada de erupção papular, eritema, edema e prurido até cinco dias após a infecção. 
Com cerca de três a sete semanas de exposição, pode evoluir para a forma de 
esquistossomose aguda ou febre de Katayama, caracterizado por febre, anorexia, dor 
abdominal e cefaléia. Esses sintomas podem ser acompanhados de diarréia, náu- 
seas, vômitos ou tosse seca, ocorrendo hepatomegalia. 
 
Após seis meses de infecção, há risco do quadro clínico evoluir para a fase crônica, cujas 
formas clínicas são: 
 
 Intestinal - Pode ser assintomática ou caracterizada por diarréias re- 
petidas, mucossangüinolentas, com dor ou desconforto abdominal; 
 Hepatointestinal - Diarréia, epigastralgia, hepatomegalia, podendo ser 
detectadas nodulações à palpação do fígado; 
 Hepatoesplênica compensada - Hepatoesplenomegalia, hipertensão 
portal com formação de varizes de esôfago; 
 Hepatoesplênica descompensada - Considerada uma das formas mais graves. 
Apresenta fígado volumoso ou contraído devido à fibrose, es-plenomegalia, ascite, 
varizes de esôfago, hematêmase, anemia, desnutri-ção e hiperesplenismo. A fibrose de 
Symmers é característica da forma hepatoesplênica. O aparecimento de formas grave 
está relacionado à intensidade da infecção. 
 
Agente etiológico - Schistosoma mansoni, família Schistosomatidae. 
 
Reservatório - O homem é o principal reservatório. 
 
Hospedeiro intermediário - No Brasil, são os caramujos do gênero Biomphalaria 
 
Modo de transmissão - Os ovos do S. mansoni são eliminados pelas fezes do hospedeiro 
infectado (homem). Na água, eclodem, liberando uma larva ciliada denominada miracídio, que 
infecta o caramujo. 
Após quatro a seis semanas, abandonam o caramujo, na forma de cercária, ficando livres nas 
águas naturais. O contato humano com águas infectadas pelas cercárias é a maneira pela qual 
o indivíduo adquire a esquistossomose. 
 
Complicações - Fibrose hepática, hipertensão portal, insuficiência he- 
pática severa, hemorragia digestiva, cor pulmonale, glomerulonefrite. Pode haver 
comprometimento do sistema nervoso central e de outros órgãos secundários ao depósito 
ectópico de ovos. 
 
Características epidemiológicas - No mundo, ocorre em 54 países, destacando-se os da África, 
leste do Mediterrâneo e da América do Sul e Caribe. No Brasil, é considerada uma endemia, 
que atinge 19 estados, estando presente, de forma endêmica, do Maranhão até Minas 
Saneamento Básico_________________________________________________ 
 
Gerais, com focos no Pará, Piauí, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Goiás, 
Distrito Federal e Rio Grande do Sul. Possui baixa letalidade e as principais causas de óbito 
estão relacionadas às formas clínicas graves. 
 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
 
MEDIDAS DE CONTROLE 
 
 Controle dos portadores; 
 Controle dos hospedeiros intermediários; 
 Modificação permanente das condições de transmissão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
*Esquema mostrando o ciclo da esquistossomose.Saneamento Básico_________________________________________________ 
 
ASCARIDÍASE 
 
ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS 
 
Descrição - Doença parasitária do homem, causada por um helminto. Habitualmente, não 
causa sintomatologia, mas pode manifestar-se por dor abdominal, diarréia, náuseas e 
anorexia. Quando há grande número de parasitas, pode ocorrer quadro de obstrução 
intestinal. Quando há grande número de parasitas, pode ocorrer quadro de obstrução 
intestinal. 
 
Sinonímia - Infecção por Ascaris, lumbriga 
 
Agente etiológico - Ascaris lumbricoides. 
 
Reservatório - O homem. 
 
Modo de transmissão - Ingestão dos ovos infectantes do parasita, procedentes do solo, água 
ou alimentos contaminados com fezes humanas. 
 
Período de transmissibilidade - Durante todo o período em que o indivíduo portar o parasita e 
estiver eliminando ovos pelas fezes. Portanto, longo quando não se institui o tratamento 
adequado. As fêmeas fecundadas no aparelho digestivo podem produzir cerca de 200.000 
ovos por dia. 
A duração média de vida dos parasitas adultos é de 12 meses. Quando os ovos embrionados 
encontram um meio favorável, podem permanecer viáveis e infectantes durante anos. 
 
Complicações - Obstrução intestinal, volvo, perfuração intestinal, colecistite, colelitíase, 
pancreatite aguda e abcesso hepático. 
 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
 
MEDIDAS DE CONTROLE 
 
 Gerais - Medidas de educação em saúde e de saneamento. 
 
 Específicas - Evitar as possíveis fontes de infecção, ingerir vegetais cozidos e lavar bem 
e desinfetar verduras cruas, higiene pessoal e na manipulação de alimentos. 
 
Contudo, se não for associada a medidas de saneamento, a reinfecção pode atingir os níveis 
anteriores em pouco tempo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saneamento Básico_________________________________________________ 
 
GIARDÍASE 
 
ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS 
 
Descrição - Infecção por protozoários que atinge, principalmente, 
a porção superior do intestino delgado. A maioria das infecções são 
assintomáticas e ocorrem tanto em adultos quanto em crianças. A in- 
fecção sintomática pode apresentar diarréia, acompanhada de dor ab- 
dominal. Esse quadro pode ser de natureza crônica, caracterizado por 
fezes amolecidas, com aspecto gorduroso, fadiga, anorexia, flatulência e 
distensão abdominal. Anorexia, associada com má absorção, pode oca- 
sionar perda de peso e anemia. Não há invasão intestinal. 
 
Sinonímia - Enterite por giárdia. 
 
Agente etiológico - Giardia lamblia, protozoário flagelado que existe 
sob as formas de cisto e trofozoíto. O cisto é a forma infectante encon- 
trada no ambiente. 
 
Reservatório - O homem e alguns animais domésticos ou selvagens, 
como cães, gatos e castores. 
 
Modo de transmissão - Fecal-oral. Direta, pela contaminação das mãos 
e conseqüente ingestão de cistos existentes em dejetos de pessoa infecta- 
da; ou indireta, através da ingestão de água ou alimento contaminado. 
 
Características epidemiológicas - É doença de distribuição mundial. 
Epidemias podem ocorrer, principalmente em instituições fechadas que 
atendam crianças, sendo o grupo etário mais acometido e situado entre 
oito meses e 10 a 12 anos. A Giardia lambria é reconhecida como um 
dos agentes etiológico da “diarréia dos viajantes” em zonas endêmicas. 
Os cistos podem resistir até dois meses no meio exterior e são resisten- 
tes ao processo de cloração da água. A infecção pode ser adquirida pela 
ingestão de água proveniente da rede pública, com falhas no sistema de 
tratamento, ou águas superficiais não tratadas ou insuficientemente tra- 
tadas (só por cloração). Também é descrita a transmissão envolvendo 
atividades sexuais, resultante do contato oro-anal. 
 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
 
 Específicas - Em creches ou orfanatos deverão ser construídas adequadas instalações 
sanitárias e enfatizada a necessidade de medidas de higiene pessoal. 
 Educação sanitária - em particular o desenvolvimento de 
hábitos de higiene: lavar as mãos após o uso do banheiro; 
 Gerais - Filtração da água potável. Saneamento; 
 Isolamento 
 
 
 
 
Saneamento Básico_________________________________________________ 
 
 
AMEBÍASE 
 
ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS 
 
Descrição - Infecção causada por protozoário que se apresenta em du- 
as formas: cisto e trofozoíto. Esse parasito pode atuar como comensal 
ou provocar a invasão de tecidos, originando as formas intestinal e ex- 
tra-intestinal da doença. O quadro clínico varia de até uma forma bran- 
da, caracterizada por desconforto abdominal leve ou moderado, com 
sangue e/ou muco nas dejeções, a uma diarréia aguda e fulminante, de 
caráter sanguinolento ou mucóide, acompanhada de febre e calafrios. 
Podem ou não ocorrer períodos de remissão. Em casos graves, as for- 
mas trofozoíticas se disseminam pela corrente sangüínea, provocando 
abcesso no fígado (com maior freqüência), nos pulmões ou cérebro. 
Quando não diagnosticadas a tempo, podem levar o paciente a óbito. 
 
Agente etiológico - Entamoeba histolytica. 
 
Reservatório - O homem. 
 
Modo de transmissão - As principais fontes de infecção são a in- 
gestão de alimentos ou água contaminados por fezes contendo cistos 
amebianos maduros. Ocorre mais raramente na transmissão sexual, 
devido a contato oral-anal. A falta de higiene domiciliar pode facilitar 
a disseminação de cistos nos componentes da família. Os portadores 
assintomáticos, que manipulam alimentos, são importantes dissemina- 
dores dessa protozoose. 
 
Complicações - Granulomas amebianos (amebomas) na parede do 
intestino grosso, abcesso hepático, pulmonar ou cerebral, empiema, 
pericardite, colite fulminante com perfuração. 
 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
 
MEDIDAS DE CONTROLE 
 
 Gerais - Impedir a contaminação fecal da água e alimentos através de 
medidas de saneamento, educação em saúde, destino adequado das fe- 
zes e controle dos indivíduos que manipulam alimentos; 
 Específicas - Lavar as mãos, após o uso do sanitário e lavar cuidado- 
samente dos vegetais com água potável, e deixando-os imersos em 
hipoclorito de sódio a 2,5% (uma colher de sopa de hipoclorito em 
1 litro de água filtrada) durante meia hora, para eliminar os cistos. 
Evitar práticas sexuais que favoreçam o contato fecal-oral. 
 Isolamento; 
 Desinfecção - Concorrente, destino adequado das fezes. 
 
 
 
 
Saneamento Básico_________________________________________________ 
 
DENGUE 
 
ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS 
 
Descrição - Doença infecciosa febril aguda, que pode ser de curso be- 
nigno ou grave, dependendo da forma como se apresente: infecção ina- 
parente, dengue clássico (DC), febre hemorrágica da dengue (FHD) ou 
síndrome de choque da dengue (SCD). 
 
A DC, em geral, se inicia abruptamente com febre alta (39° a 40°C), seguida de cefaléia, 
mialgia, prostração, artralgia, anorexia, astenia, dor retroorbitária, náuseas, vômitos, 
exantema, prurido cutâneo, hepatomegalia (ocasional), dor abdominal generalizada 
(principalmente em crianças). Pequenas manifestações hemorrágicas (petéquias, epistaxe, 
gengivorragia, sangramento gastrintestinal, hematúria e metrorragia) podem ocorrer. Dura 
cerca de 5 a 7 dias, quando há regressão dos sinais e sintomas, podendo persistir a fadiga. 
 
Na FHD e SCD, os sintomas iniciais são semelhantes aos da DC, mas no 
terceiro ou quarto dia o quadro se agrava com dor abdominal, sinais de 
debilidade profunda, agitação ou letargia, palidez de face, pulso rápido e 
débil, hipotensão com diminuição da pressão diferencial, manifestações 
hemorrágicas espontâneas (petéquias, equimoses, púrpura, sangramento 
do trato gastrintestinal), derrames cavitários, cianose e diminuição brusca 
da temperatura. 
 
Sinonímia - Febre de quebra ossos. 
 
Agente etiológico - O vírus do dengue(RNA). Arbovírus do gênero 
Flavivírus, pertencente à família Flaviviridae, com quatro sorotipos co- 
nhecidos: 1, 2, 3 e 4. 
 
Vetores hospedeiros - Os vetores são mosquitos do gênero Aedes. Nas 
Américas, o vírus da dengue persiste na natureza mediante o ciclo de 
transmissão homem - Aedes aegypti - homem. 
 
Modo de transmissão - A transmissão se faz pela picada da fêmea 
do mosquito Aedes aegypti, no ciclo homem - Aedes aegypti - homem. 
Após um repasto de sangue infectado, o mosquito está apto a transmitir 
o vírus. Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secre- 
ções com uma pessoa sadia, nem por fontes de água ou alimento. 
 
Complicações - Choque decorrente do aumento da permeabilidade 
capilar, seguido de hemoconcentração e falência circulatória. 
 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
 
Objetivo - Controlar a ocorrência da doença através do combate ao 
mosquito transmissor. 
Notificação - É doença de notificação compulsória e de investigação 
obrigatória, principalmente quando se trata dos primeiros casos de DC 
diagnosticados em uma área, ou quando se suspeita de FHD. Os óbitos 
decorrentes da doença devem ser investigados imediatamente. 
Saneamento Básico_________________________________________________ 
 
 
Definição de caso 
 
 Suspeito - Dengue clássico (DC) - Paciente que tenha doença febril 
aguda com duração máxima de 7 dias, acompanhada de, pelo menos, dois dos seguintes 
sintomas: cefaléia, dor retroorbital, mialgia, 
artralgia, prostração, exantema. Além desses sintomas, o paciente 
deve ter estado, nos últimos quinze dias, em área onde esteja ocorrendo transmissão de 
dengue ou presença de Aedes aegypti. 
 
 Confirmado - Dengue clássico (DC) - O caso confirmado laboratorial- 
mente. No curso de uma epidemia, a confirmação de DC pode ser feita 
através de critérios clínico-epidemiológicos, exceto nos primeiros casos 
da área, que deverão ter confirmação laboratorial. 
 Suspeito - Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) - Os sintomas iniciais 
são semelhantes aos de Dengue Clássico (DC), porém há agravamento do quadro no terceiro 
ou quarto dia de evolução com aparecimento de manifestações hemorrágicas e colapso 
circulatório. A fragilidade capilar 
pode ser evidenciada pela positividade da prova do laço positiva. Outras 
manifestações hemorrágicas incluem: petéquias, equimoses, epistaxe, 
gengivorragia, hemorragia em diversos órgãos (gastrointestinal etc) e 
hemorragia espontânea pelos locais de punção venosa. 
 Confirmado - Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) - É o caso em 
que todos os critérios abaixo estão presentes: Febre ou história de febre 
recente de 7 dias ou menos; Trombocitopenia (< 100.000/mm3 
); Tendências hemorrágicas evidenciadas por um ou mais dos seguintes sinais: 
prova do laço positiva, petéquias, equimoses ou púrpuras e sangramentos de mucosas, do 
trato gastrointestinal e outros; Extravasamento de 
plasma devido ao aumento de permeabilidade capilar. 
 
MEDIDAS DE CONTROLE 
 
As medidas de controle se restringem ao vetor Aedes aegypti, uma vez 
que não há vacina ou drogas antivirais específicas. O combate ao vetor 
deve desenvolver ações continuadas de inspeções domiciliares, elimina- 
ção e tratamento de criadouros, priorizando atividades de educação em 
saúde e mobilização social. A finalidade das ações de rotina é manter 
a infestação do vetor em níveis incompatíveis com a transmissão da 
doença. Em situações de epidemias deve ocorrer a intensificação das 
ações de controle, prioritariamente a eliminação de criadouros e o tra- 
tamento focal. Além disso, deve ser utilizada a aplicação espacial de in- 
seticida a ultra-baixo volume (UBV), ao mesmo tempo em que as ações 
de rotina são reestruturadas. Em função da complexidade que envolve 
a prevenção e o controle da dengue, o programa nacional estabeleceu 
dez componentes de ação: vigilância epidemiológica; combate ao ve- 
tor; assistência aos pacientes; integração com a atenção básica (Pacs/ 
PSF); ações de saneamento ambiental; ações integradas de educação em 
saúde, comunicação e mobilização; capacitação de recursos humanos; 
legislação de apoio ao programa; acompanhamento e avaliação. Estes 
componentes de ação, se convenientemente implementados, contri- 
buirão para a estruturação de programas permanentes, integrados e 
Saneamento Básico_________________________________________________ 
 
intersetoriais, características essenciais para o enfrentamento desse im- 
portante problema de saúde pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saneamento Básico_________________________________________________ 
 
GONORRÉIA 
 
ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS 
 
Descrição - A gonorréia é uma doença infecciosa do trato urogenital, de 
transmissão por via sexual, que pode determinar desde infecção assinto- 
mática até doença manifesta, com alta morbidade. Clinicamente, apresenta-se de forma 
completamente diferente no homem e na mulher. Há maior proporção de casos em homens. 
Em 70% dos casos femininos, a doença é assintomática. 
 
 Gonorréia no homem - Em sua forma localizada, é representada por um processo 
inflamatório da uretra anterior. Inicia com um prurido discreto junto ao meato 
urinário, com o desenvolvimento de um eritema localizado; logo após, surge um 
corrimento inicial claro que, gradativamente, torna-se purulento. O corrimento é 
acompanhado de ardor e urgência miccional. 
 
 Gonorréia na mulher - O quadro é oligossintomático, caracterizado 
por corrimento escasso, leitoso, muitas vezes não percebido pela paciente, chegando a mais 
de 70% o número de portadoras assintomáticas. O canal endocervical é o local prioritário da 
infecção gonocócica. Os sintomas podem se confundir com as infecções do trato genital 
inferior e se caracterizam pelo aumento da freqüência urinária, disúria e secreção vaginal 
mucóide ou francamente purulenta. O colo apresenta-se edemaciado, com ectopia acentuada. 
O corrimento torna-se irritativo, podendo levar ao edema de grandes e pequenos lábios. Os 
recém-nascidos de mães doentes ou portadoras podem apresentar conjuntivite gonocócica 
por contaminação no canal de parto. 
 
Sinonímia - Blenorragia, esquentamento, pingadeira, purgação, fogagem, gota matutina e 
uretrite gonocócica. 
 
Agente etiológico - Neisseria gonorrhoeae. 
 
Reservatório - O homem. 
 
Modo de transmissão - Contato sexual e via parto. 
 
Características epidemiológicas - Doença de distribuição universal que 
afeta ambos os sexos, principalmente adultos jovens sexualmente ativos. 
 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
 
MEDIDAS DE CONTROLE 
 
 Aconselhamento; 
 Promoção do uso de preservativos; 
 Educação em saúde, de modo geral; 
 Observação. 
 
 
 
 
 
Saneamento Básico_________________________________________________ 
 
AIDS 
 
ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS 
 
Descrição - Doença caracterizada por uma disfunção grave do sistema 
imunológico do indivíduo infectado pelo vírus da imunodeficiência hu- 
mana (HIV). Sua evolução é marcada por uma considerável destruição 
de linfócitos T CD4+ e pode ser dividida em três fases: infecção aguda, 
que pode surgir semanas após a infecção inicial, com manifestações 
variadas que podem se assemelhar a um quadro gripal. Nessa fase, os sintomas são 
autolimitados e quase sempre a doença não é diagnosticada devido à semelhança com 
outras doenças virais. 
 
A seguir, o paciente entra na fase de infecção assintomática, de duração variável por 
alguns anos. 
 
A terceira fase evolutiva, a doença sintomática, da qual a aids é a manifestação mais grave 
da imunodepressão, é definida por diversos sinais e sintomas, tais como febre prolongada, 
diarréia crônica, perda de peso importante (superior a 10% do peso anterior do indivíduo), 
sudorese noturna, astenia, tuberculose, pneumonia por Pneumocistiscarinii, 
toxoplasmose cerebral, candidíase e meningite por criptococos, dentre outras. Tumores 
como o sarcoma de Kaposi e linfomas não-Hodgkin, podem surgir. 
 
Sinonímia - Sida, aids, doença causada pelo HIV, síndrome da imuno- 
deficiência adquirida. 
 
Agente etiológico - É um retrovírus (RNA) denominado Vírus da 
Imunodeficiência Humana (HIV), que apresenta 2 tipos conhecidos: o 
HIV-1, predominante no Brasil, e o HIV-2. 
 
Reservatório - O homem. 
 
Modo de transmissão - Sexual, sangüínea (via parenteral e da mãe 
para o filho, no curso da gravidez, durante ou após o parto) e pelo 
leite materno. São fatores de risco associados aos mecanismos de 
transmissão do HIV: variações freqüentes de parceiros sexuais sem 
uso de preservativos; utilização de sangue ou seus derivados sem 
controle de qualidade; uso compartilhado de seringas e agulhas não 
esterilizadas (como acontece entre usuários de drogas injetáveis); 
gravidez em mulher infectada pelo HIV; e recepção de órgãos ou 
sêmen de doadores infectados. 
 
Período de incubação - Compreendido entre a infecção pelo HIV 
e o aparecimento de sinais e sintomas da fase aguda, podendo variar 
de cinco a 30 dias. 
 
Período de latência - É o período compreendido entre a infecção pelo 
HIV e os sinais e sintomas que caracterizam a doença por ele causada, 
a aids. Atualmente, esse período está entre 5 e 10 anos, dependendo da 
via de infecção. 
 
Saneamento Básico_________________________________________________ 
 
Período de transmissibilidade - O indivíduo infectado pelo HIV 
pode transmiti-lo em todas as fases da infecção, risco esse proporcional 
à magnitude da viremia. 
 
*Tratamento - Nos últimos anos, foram obtidos grandes avanços no 
conhecimento da patogênese da infecção pelo HIV. Várias drogas anti- 
retrovirais em uso combinado, o chamado “coquetel”, se mostram efica- 
zes na elevação da contagem de linfócitos T CD4+ e redução nos títulos 
plasmáticos de RNA do HIV (carga viral). Com isso, temos diminuido 
a progressão da doença, o que se demonstra por uma redução da inci- 
dência das complicações oportunistas, da mortalidade, por uma maior 
sobrevida, bem como por uma significativa melhora na qualidade de 
vida dos indivíduos. 
 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
 
MEDIDAS DE CONTROLE 
 
 Prevenção da transmissão sexual; 
 Prevenção da transmissão sangüínea; 
 Transfusão de sangue; 
 Hemoderivados; 
 Injeções e instrumentos perfurocortantes; 
 Prevenção da transmissão vertical; 
 Prevenção de outras formas de transmissão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saneamento Básico_________________________________________________ 
 
TUBERCULOSE 
 
ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS 
 
Descrição - A tuberculose é um problema de saúde prioritário no Brasil, que, juntamente com 
outros 21 países em desenvolvimento, alberga 80% dos casos mundiais da doença. O agravo 
atinge a todos os grupos etários, com maior predomínio nos indivíduos economicamente 
ativos (15-54 anos) e sexo masculino. 
 
Doença infecciosa, atinge principalmente o pulmão. Após a inalação dos bacilos estes atingem 
os alvéolos (primoinfecção), onde provocam uma reação inflamatória e exsudativa do tipo 
inespecífico. A infecção benigna pode atingir linfonodos e outras estruturas; em 90% dos 
indivíduos infectados o sistema 
imunológico consegue impedir o desenvolvimento da doença. 
 
Os sinais e sintomas mais freqüentes são comprometimento do estado geral, febre baixa 
vespertina com sudorese, inapetência e emagrecimento. A forma pulmonar, apresenta-se com 
dor torácica, tosse inicialmente seca e posteriormente produtiva, acompanhada ou não de 
escarros hemoptóicos. Nas crianças, é comum o comprometimento ganglionar mediastínico e 
cervical. Nos 
adultos, a forma pulmonar é a mais freqüente. Pode afetar qualquer órgão ou tecido, como 
pleura, linfonodos, ossos, sistema urinário, cérebro, meninges, olhos, entre outras. A forma 
extrapulmonar é mais comum nos hospedeiros com pouca imunidade, surgindo com maior 
freqüência em crianças e indivíduos com infecção por HIV. 
 
Agente Etiológico - Mycobacterium tuberculosis. 
 
Reservatório - O homem (principal) e o gado bovino doente (em al- 
gumas regiões específicas). 
 
Modo de transmissão - Através da tosse, fala e espirro. 
 
Período de transmissibilidade - Enquanto o doente estiver elimi- 
nando bacilos e não houver iniciado o tratamento. Com o início do 
esquema terapêutico recomendado, a transmissão é reduzida, gradati-vamente, em duas 
semanas. 
 
Complicações - Distúrbio ventilatório, infecções respiratórias de repe- 
tição, formação de bronquiectasias, hemoptise, atelectasias, empiemas. 
 
 
Características epidemiológicas - Doença de distribuição universal. 
No Brasil, estima-se que mais de 50 milhões de pessoas estejam in- 
fectadas pelo M. tuberculosis, com aproximadamente 85 mil novos 
casos por ano e 5 mil óbitos anuais. Ocorre, com maior freqüência, 
em áreas de grande concentração populacional e precárias condições 
socioeconômicas e sanitárias. 
 
 
 
 
Saneamento Básico_________________________________________________ 
 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
 
MEDIDAS DE CONTROLE 
 
 
 Controle de contatos; 
 Pacientes internados; 
 Medidas de isolamento respiratório; 
 Vacinação com BCG; 
 Educação em Saúde - Esclarecimento quanto aos aspectos importantes 
da doença, sua transmissão, prevenção e tratamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SANEAMENTO BÁSICO 
 
INTRODUÇÃO 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saneamento pode ser entendido 
como o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer 
efeitos nocivos sobre o bem estar físico, mental e social. Neste enfoque, o saneamento tem 
por objetivo minimizar os danos ao meio ambiente que interferem na saúde da população, 
pode-se dizer que saneamento caracteriza o conjunto de ações socioeconômicas que têm por 
objetivo alcançar salubridade ambiental. Também é fator essencial para saúde, economia e 
produção de um país. 
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas - ONU (2008), A população 
mundial ultrapassa a marca impressionante de mais de 6 bilhões de habitantes. Destes, 2,6 
bilhões, ou seja, 40% não têm acesso à rede de coleta de tratamento de esgotos. São 200 
milhões de toneladas de dejetos humanos lançados anualmente em nossos rios e lagos. Como 
conseqüência, a cada 20 segundos uma criança morre em função de doenças como (diarréia, 
cólera, tifo, etc.). Isto significa 1,5 milhões de mortes de crianças a cada ano. O saneamento 
básico, considerado uma das mais importantes Metas do Milênio, ainda inexiste para uma 
parcela significativa da população mundial. 
No caso específico do Brasil, país de destaque no cenário econômico mundial ainda 
não cumpriu uma tarefa fundamental: garantir saneamento básico a sua população. 
Hoje de acordo com os dados da Fundação Getúlio Vargas 53% dos brasileiros não tem 
acesso á rede geral de esgoto. Isso possibilita afirmar que apesar de ter evoluído muito nos 
últimos anos, o país ainda tem sérios problemas de saúde pública em virtude da falta de 
saneamento. Crianças morrem, e muitas são hospitalizadas com doenças ocasionadas pela 
falta desse recurso. Neste aspecto, permite-se assegurar que a questão do saneamento básico 
é uma problemática urbana e ambiental, como um dos piores serviços públicos no País. 
Somente 20% dos esgotos produzidos no Brasil são tratados, o que significa que os demais 
80% vão parar em rios, lagos, mares e mananciais. Além disso, só um em cada três brasileiros,conta com coleta e tratamento de esgoto simultaneamente. A partir desse contexto, 
saneamento no Brasil é um problema de saúde pública de grande destaque para a população e 
que na maioria das vezes não é dada a real importância e passa, por conseqüência, 
despercebido, apesar da sua relevância para a saúde do homem e do meio ambiente. 
 
Saneamento Básico_________________________________________________ 
 
 
 
CRIAÇÃO DA LEI NACIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL 
No Brasil, o saneamento básico ingressou efetivamente na agenda de preferência 
dentre as políticas públicas do país. A ampliação da oferta de recursos para investimentos e a 
criação de um ambiente legal e jurídico para o setor asseguram este novo ciclo. Os últimos 
anos assinalaram aumento significativo dos recursos para investimentos em saneamento 
básico. 
A Lei 11.445 vem preencher uma lacuna na legislação específica para o setor. 
Sancionada em 5 de janeiro de 2007, estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento 
básico e para a política federal de saneamento básico. Com a finalidade de atrair mais 
investimentos públicos e privados, e acelerar o acesso à água e à coleta de esgoto no país, a 
Lei nº. 11.445/07 é definida como o marco regulatório do Saneamento Básico no Brasil; 
estabelece a universalização dos serviços de abastecimento de água, rede de esgoto e 
drenagem de águas pluviais, além da coleta de lixo para garantir a saúde da população 
brasileira. 
 
SAÚDE E SANEAMENTO BÁSICO 
O conceito de Promoção de Saúde proposto pela Organização Mundial de Saúde 
(OMS), desde a Conferência de Ottawa, em 1986, é visto como o princípio orientador das 
ações de saúde em todo o mundo. Assim sendo, parte do pressuposto de que um dos mais 
importantes fatores determinantes da saúde são as condições ambientais. O conceito de 
saúde entendido como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, não restringe 
ao problema sanitário ao âmbito das doenças. 
Hoje, além das ações de prevenção e assistência, considera-se cada vez mais 
importante atuar sobre os fatores determinantes da saúde. É este o propósito da promoção da 
saúde, que constitui o elemento principal da proposta da Organização Mundial de Saúde e da 
Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). 
Dados divulgados recentemente pela ONG Planeta Sustentável (2008) afirma que: 80% 
de todas as moléstias e mais de um terço dos óbitos dos países em desenvolvimento sejam 
causados pelo consumo de água contaminada e, em média, até um décimo do tempo 
produtivo de cada pessoa se perde devido a doenças relacionadas à água, especialmente, em 
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virtude da falta de saneamento básico. E que as doenças relacionadas à água estão entre as 
causas mais comuns de morte no mundo e afetam, especialmente, países em 
desenvolvimento. 
O saneamento básico é um dos principais indicadores da qualidade de vida e do 
desenvolvimento econômico e social de uma cidade. Todas as esferas, são responsáveis pelo 
saneamento, são ações essenciais para o bem-estar da população e têm forte impacto sobre a 
vida do ser humano. 
As doenças oriundas da falta de saneamento básico são decorrentes tanto da 
quantidade como da qualidade das águas de abastecimento, do afastamento e destinação 
adequada dos esgotos sanitários, do afastamento e destinação adequada dos resíduos 
sólidos, da ausência de uma drenagem adequada para as água pluviais e principalmente pela 
falta de uma educação sanitária. 
Para que a educação sanitária seja efetiva é necessário que o indivíduo aceite a 
informação e o conhecimento e integre este conhecimento em sua vida. 
O objetivo da educação em saúde é ajudar as pessoas na preservação e promoção de 
saúde através de medidas pessoais e coletivas, desenvolvendo hábitos saudáveis quando a 
higiene, habitação, alimentação, prática desportiva, ao trabalho, ao lazer, postura e exercício, 
permitindo-lhes a sua utilização imediata e futura no sentido de preservar a saúde de todos, 
desenvolvendo também no individuo a atitude correta quanto as suas responsabilidades na 
conservação da própria saúde, da sua família e da comunidade em que vive. 
SANEAMENTO BÁSICO: CENÁRIO BRASILEIRO 
Na recente pesquisa divulgada pelo IBGE (2008) afirmou-se que o saneamento básico 
melhorou nos últimos anos, mas que, 1 em cada 4 domicílios ainda não tem rede de esgoto. 
Cerca de 230 mil pessoas morrem todo ano no Brasil por exposição a fatores de risco 
ambiental, como poluição, água não tratada e grandes estruturas urbanas. Neste enfoque, 
Significa dizer que 19% de todas as mortes no país poderiam ser evitadas se fossem adotadas 
políticas públicas eficientes na área de saneamento básico. A falta de saneamento básico é 
uma das principais causas da mortalidade infantil no Brasil causado por doenças parasitárias, e 
doenças infecciosas. Males que geralmente se proliferam em áreas sem coleta e tratamento 
de esgoto. No que se refere ao sistema de saúde pública, em torno de 700 mil internações 
anuais foram causadas por doenças relacionadas à falta ou inadequação de saneamento básico 
somente na última década. 
Saneamento Básico_________________________________________________ 
 
Conforme dados da ONU (2006) entre 2000 e 2004 no Brasil, morreram por diarréia 
aproximadamente 26 mil pessoas, principalmente crianças entre zero e cinco anos. O simples 
ato de lavar as mãos reduz a incidência de diarréia e de infecções hospitalares. No entanto, é 
difícil manter as mãos limpas se a casa sequer dispõe de uma torneira com água limpa. 
 
 EFEITOS POSITIVOS DO SANEAMENTO BÁSICO 
 Melhoria da Saúde da População e redução dos recursos aplicados no tratamento de 
doenças, uma vez que grande parte delas está relacionada com a falta de uma solução 
adequada de esgoto sanitário; 
 Diminuição dos custos de tratamento da água para abastecimento (que seriam 
ocasionados pela poluição dos mananciais); 
 Melhoria do potencial produtivo das pessoas; 
 Dinamização da economia e geração de empregos; 
 Eliminação da poluição estético-visual e desenvolvimento do turismo; 
 Eliminação de barreiras não-tarifárias para os produtos exportáveis das empresas locais; 
 Conservação ambiental; 
 Melhoria da imagem institucional; 
 Valorização dos imóveis residenciais e comerciais; 
 Viabilização da “abertura” de novos negócios nos bairros beneficiados, que passam a 
reunir requisitos básicos para certos tipos de empreendimento; 
 Crescimento de negócios já instalados; 
 Crescimento da atividade de construção civil para atender ao aumento da procura por 
imóveis residenciais e comerciais num bairro mais “saudável”; 
 Criação de novos empregos a partir da dinamização da construção civil, da abertura de 
novos negócios ou do crescimento daqueles já existentes; 
 Aumento da arrecadação municipal de tributos 
 
 
 
 
 
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ABASTECIMENTO DE ÁGUA 
O Brasil, assim como demais países em desenvolvimento e em franca urbanização, 
enfrenta um desafio especial no setor de fornecimento de água. O rápido aumento de centros 
urbanos acarreta um descontrole, por parte do governo, no que diz respeito à garantia de 
acesso à população a serviços básicos de saneamento, como no caso da água com qualidade 
para consumo, bem como em quantidade satisfatória para o metabolismo humano. Diante de 
tal fato, depende de ações políticas estratégicas que, de um lado, conservem o ambiente e, de 
outro, promovam a saúde da população. 
O Brasil possui 11,6% da água doce do mundo e mesmo assim corre o risco da falta de 
água no país, pela falta da conservação do meioambiente, principalmente onde se encontram 
os mananciais. 
A água própria para o consumo humano chama-se água potável. Para ser considerada 
como tal ela deve obedecer a padrões de potabilidade. Se ela tem substâncias que modificam 
estes padrões ela é considerada poluída. 
 A falta de água afeta especialmente, países em desenvolvimento, propiciando a 
disseminação de doenças, sendo a causa mais comum de morte no mundo, entre as doenças 
veiculadas pela água, as mais comuns são: Leptospirose, Giardíase, Amebíase, Diarréias 
Infecciosas, Esquistossomose, Ascaridíase, Cólera, Febre Tifóide e Hepatite A, são doenças 
relacionadas com a água contaminada, bem como as conseqüências da falta de tratamento. 
TRATAMENTO DA ÁGUA 
As estações de tratamento se utilizam de várias fases de decantação e filtração, além de 
cloração. A água necessita de tratamento para se adequar ao consumo. Mas todos os métodos 
têm suas limitações, por isso não é possível tratar água de esgoto para torná-la potável. Os 
métodos vão desde a simples fervura até correção de dureza e corrosão. 
O conceito de qualidade da água relaciona-se a seu uso e características por ela 
apresentadas, determinadas pelas substancias presentes. A cada uso corresponde uma 
qualidade e quantidade, necessárias e suficientes. Seu padrão de potabilidade e composto por 
um conjunto de parâmetros que lhe confere qualidade própria para o consumo humano. 
Água potável é aquela que pode ser consumida sem risco à saúde e sem causar rejeição ao 
consumo. 
Saneamento Básico_________________________________________________ 
 
O padrão brasileiro de potabilidade é composto por: 
• padrão microbiológico; 
• padrão de turbidez para a água pós-filtração ou pré desinfecção; 
• padrão para substancias químicas que representam risco a saúde (inorgânicas, 
orgânicas, agrotóxicos, desinfetantes e produtos secundários da desinfecção); 
• padrão de radioatividade; 
• padrão de aceitação para consumo humano. 
Em geral, no tratamento da água as bactérias e vírus são inativados no processo de 
desinfecção, enquanto os protozoários e helmintos são, preponderantemente, removidos por 
meio da filtração. 
Apos a desinfecção, a água deve conter um teor mínimo de cloro residual 
livre de 0,5mg/l, sendo obrigatória a manutenção de, no mínimo, 0,2mg/l em 
qualquer ponto da rede de distribuição, recomendando-se que a cloração seja 
realizada em pH inferior a 8,0 e tempo de contato mínimo de 30 minutos. 
 
CLORO: 
Vantagens: Elevada eficiência na inativação de bactérias e vírus; Efeito residual 
relativamente estável; Baixo custo; Manuseio relativamente simples. 
Desvantagens: Grande disponibilidade no mercado; Limitada eficiência na inativação de cistos 
e oocistos de protozoários e ovos de helmintos; Na presença de matéria orgânica pode formar 
compostos tóxicos, principalmente trihalometanos (THM); 
Em doses elevadas pode produzir forte odor e sabor; Alguns subprodutos, como clorofenóis, 
também provocam odor e sabor. 
 
 
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DIÓXIDO DE CLORO 
 Vantagens: Desinfetante mais potente, inclusive na inativação de cistos e oocistos de 
protozoários; Não forma trialometanos; Eficiência estável em amplas faixas de Ph. 
Desvantagens: Na presença de matéria orgânica pode formar outros subprodutos 
tóxicos (cloritos); Residuais desinfetantes menos estáveis; Em doses elevadas pode produzir 
forte odor e sabor; Operação mais delicada e complexa. 
RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA 
Vantagens: Elevada eficiência na destruição dos mais diversos microrganismos em 
tempo de contato reduzido; Não forma subprodutos; Não provoca odor e sabor. 
Desvantagens: Não apresenta poder residual; Redução significativa da eficiência com o 
aumento da cor ou turbidez da água; Custos elevados; Técnicas de aplicação mais sofisticadas. 
TIPOS DE ÁGUA BRUTA: 
 Água de superfície: rios, riachos, represas, lagoa. 
 Água de poços: artesianos, semi-artesianos, rasos e profundos 
 Águas meteóricas: Cisternas aproveitando as águas que caem sobre os telhados. 
 
DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA 
Configuram-se as seguintes modalidades de fornecimento de água: 
• sistemas de abastecimento e soluções alternativas coletivas providas de rede de distribuição; 
• soluções alternativas coletivas desprovidas de rede de distribuição, com fornecimento 
coletivo de água; 
• soluções individuais: As soluções individuais de abastecimento e instalações prediais 
também devem ser objeto de vigilância (incluindo a inspeção sanitária), haja vista que a 
qualidade da água da fonte de abastecimento e/ou problemas decorrentes de defeitos, ma 
conservação ou manutenção das instalações podem representar risco a saúde de populações 
ou indivíduos que não tem acesso as soluções coletivas de fornecimento de água, ou acarretar 
a deterioração da qualidade da água fornecida pelas soluções coletivas de abastecimento. 
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 De modo geral, porém, impõe-se a colocação da chamada caixa-d'água superior, que, 
nos casos de pressão externa intensa, é suprida diretamente, mas nos grandes centros 
costuma ser alimentada através de cisternas inferiores, trabalhadas por bombas. A fim de 
evitar desperdícios e estabelecer um sistema de cobrança do imposto devido à prestação dos 
serviços de abastecimento de água, o consumo é controlado por meio de medidores os 
hidrômetros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ÁGUAS RESIDUAIS OU ESGOTAMENTO SANITÁRIO 
A rede de esgoto no Brasil ainda é precária, e devido ao lançamento indiscriminado de 
esgotos domésticos é também um dos maiores problemas ambientais e de saúde pública, 
devido aos agentes patogênicos que podem causar doenças como a cólera, a difteria, o tifo, a 
hepatite e muitas outras. A solução é um sistema adequado de saneamento básico que pode 
incluir uma Estação de Tratamento de Águas Residuais, conforme o caso a ser estudado. A 
devolução do esgoto ao meio ambiente deverá prever o tratamento de águas residuais 
seguido do lançamento adequado no corpo receptor que pode ser um rio, um lago ou no mar. 
Isso confirma que no Brasil os mananciais são poluídos e que isso dificulta cada vez 
mais as possibilidades de abastecimento normal. Essa é mais uma importante questão e que 
deve ser cobrada das autoridades. 
Diariamente são produzidos 32 milhões de metros cúbicos de águas residuais por dia 
no Brasil. Deste total, apenas 14 milhões são coletados e somente 4,8 milhões de metros 
cúbicos de esgoto são tratados, volume que corresponde a apenas 15% do total produzido; o 
serviço é estendido a apenas 44% das famílias brasileiras. O restante é descartado de forma 
indiscriminada nos rios. 
A construção do sistema público de esgotamento sanitário tem como objetivos: a 
coleta do esgoto individual ou coletivo; o transporte e afastamento rápido e seguro do esgoto, 
seja através de fossas ou de sistemas de redes coletoras; e o tratamento e disposição final, isto 
é, o destino a ser dado ao esgoto tratado. 
Na sua inexistência, pode-se utilizar a construção de fossa séptica, que recebe os 
dejetos transportados através da água 
Você parou para pensar que ao lavar seus pratos, tomar banho ou utilizar o banheiro 
gera certa quantidade de dejetos? E que estes devem ser processados no sistema de esgoto? 
A partir de agora, ao realizar essas atividades, lembre-se do quanto estão relacionadas 
com o uso da água, ou seja, com o sistema de abastecimento de sua cidade. Essa função 
compete aos serviços de esgotamento sanitário: separar os resíduos sólidos da água, tratá-la edevolvê-la para o meio ambiente, de forma a não causar danos à nossa saúde. 
A devolução das águas residuais ao meio ambiente deverá prever, se necessário, o seu 
tratamento, seguido do lançamento adequado que pode ser um rio , um lago ou no mar. 
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As águas residuais podem ser transportadas por tubulações diretamente aos rios, lagos 
, lagunas ou mares ou levado às estações de tratamento, e depois de tratado, devolvido aos 
cursos d'água. 
O esgoto pluvial pode ser drenado em um sistema próprio de coleta separado ou 
misturar-se ao sistema de esgotos sanitários. 
A contribuição domiciliar para o esgoto está diretamente relacionada com o consumo de água. 
Existem soluções para a retirada do esgoto e dos dejetos, havendo ou não água encanada. 
Existem três tipos de sistemas de esgotos: 
Sistema unitário: é a coleta dos esgotos pluviais, domésticos e industriais em um único 
coletor. Tem custo de implantação elevado, assim como o tratamento também é caro. 
 Sistema separador: o esgoto doméstico e industrial fica separado do esgoto pluvial. É 
o usado no Brasil. O custo de implantação é menor, pois as águas pluviais não são tão 
prejudiciais quanto o esgoto doméstico, que tem prioridade por necessitar tratamento. Assim 
como o esgoto industrial nem sempre pode se juntar ao esgoto sanitário sem tratamento
 especial prévio. 
 Sistema misto: a rede recebe o esgoto sanitário e uma parte de águas pluviais. 
 Estação de Tratamento de Águas Residuais são estações que tratam as águas residuais 
de origem doméstica e industrial, comumente designados por esgotos, para depois serem 
escoados para o mar ou rio com um nível de poluição inofensivo para o meio ambiente 
receptor. 
As águas residuais passam por vários processos de tratamento com o objetivo de 
separar a matéria poluente da água. 
 
 
 
 PRÉ-TRATAMENTO 
No pré-tratamento, o esgoto é sujeito aos processos de separação dos sólidos mais 
grosseiros como sejam a gradagem e o desarenamento. Apesar de o esgoto apresentar um 
aspecto bem mais razoável após a fase de pré-tratamento, possui ainda praticamente 
inalterado as suas características poluidoras. 
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TRATAMENTO PRIMÁRIO 
Trata-se do tratamento propriamente dito, tratamento primário, onde a matéria 
poluente é separada de água por sedimentação nos sedimentadores primários. 
Após o tratamento primário, a matéria poluente que permanece na água é de reduzidas 
dimensões, não sendo por isso passível de ser removida por processos exclusivamente físico-
químicos. 
 
TRATAMENTO SECUNDÁRIO 
 São os processos de tratamento biológicos, onde a matéria poluente é consumida por 
microorganismos nos chamados reactores biológicos. Estes reactores são normalmente 
constituídos por microorganismos aeróbios, havendo por isso a necessidade de promover o 
seu arejamento. 
Findo este tratamento, as águas residuais tratadas apresentam um reduzido nível de 
poluição, podendo na maioria dos casos, serem admitidas no meio ambiente receptor. 
 
TRATAMENTO TERCIÁRIO 
Em certos casos, porém, é necessário proceder à desinfecção das águas residuais 
tratadas ou à remoção de determinados nutrientes como o azoto e o fósforo, que podem 
potenciar, isoladamente ou em conjunto, a eutrofização das águas receptoras. 
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Modelo de fossa séptica com sumidouro, construído em pequenas 
residências. 
 
 
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DOENÇAS INFECCIOSAS RELACIONADAS COM EXCRETAS (ESGOTOS) 
São aquelas causadas por patogênicos (vírus, bactérias, protozoários e 
helmintos) existentes em excretas humanas, normalmente nas fezes. 
Grupos de 
Doenças 
Formas de 
Transmissão 
Principais Doenças 
Relacionadas 
Formas de Prevenção 
Feco-orais 
(não 
bacterianas) 
Contato de pessoa 
para pessoa, quando 
não se tem higiene 
pessoal e doméstica 
adequada. 
 Poliomielite 
 Hepatite tipo A 
 Giardíase 
 Disenteria 
amebiana 
 Diarréia por vírus 
» Melhorar as moradias e as 
instalações sanitárias 
» Implantar sistema de 
abastecimento de água 
» Promover a educação 
sanitária 
Feco-orais 
(bacterianas) 
Contato de pessoa 
para pessoa, ingestão 
e contato com 
alimentos 
contaminados e 
contato com fontes de 
águas contaminadas 
pelas fezes. 
 Febre tifóide 
 Febre paratifóide 
 Diarréias e 
disenterias 
bacterianas, como 
a cólera 
» Implantar sistema adequado 
de disposição de esgotos 
melhorar as moradias e as 
instalações sanitárias 
» Implantar sistema de 
abastecimento de água 
» Promover a educação 
sanitária 
Helmintos 
transmitidos 
pelo solo 
Ingestão de alimentos 
contaminados e 
contato da pele com o 
solo. 
 Ascaridíase 
(lombriga) 
 Tricuríase 
 Ancilostomíase 
(amarelão) 
» Construir e manter limpas as 
instalações sanitárias 
» Tratar os esgotos antes da 
disposição no solo 
» Evitar contato direto da pele 
com o solo (usar calçado) 
Tênias 
(solitárias) 
na carne de 
boi e de 
porco 
Ingestão de carne mal 
cozida de animais 
infectados 
 Teníase 
 Cisticercose 
» Construir instalações 
sanitárias adequadas 
» Tratar os esgotos antes da 
disposição no solo 
» Inspecionar a carne e ter 
cuidados na sua preparação 
Helmintos 
associados à 
água 
Contato da pele com 
água contaminada 
 Esquistossomose » Construir instalações 
sanitárias adequadas 
» Tratar os esgotos antes do 
lançamento em curso d’água 
» Controlar os caramujos 
» Evitar o contato com água 
contaminada 
Saneamento Básico_________________________________________________ 
 
Insetos 
vetores 
relacionados 
com as 
fezes 
Procriação de insetos 
em locais 
contaminados pelas 
fezes 
 Filariose 
(elefantíase) 
» Combater os insetos 
transmissores 
» Eliminar condições que 
possam favorecer criadouros 
» Evitar o contato com 
criadouros e utilizar meios de 
proteção individual 
 LIXO 
O lixo é o conjunto de resíduos sólidos resultantes da atividade humana. Ele é 
constituído de substâncias putrescíveis, combustíveis e incombustíveis. 
O lixo, também chamado resíduo sólido, é todo o resto de qualquer produto produzido 
pelo ser humano e jogado fora, tanto de residências como de atividades sociais ou industriais. 
 Na saúde pública, representa fator indireto de transmissão de doenças, pois polui o meio 
ambiente e gera conseqüências adversas. Seu acúmulo em locais não apropriados propicia a 
proliferação de vetores que nele encontram alimento, abrigo e condições favoráveis, 
ocasionando doenças ao homem. Essas doenças podem, inclusive, ser de natureza química, 
motivo pelo qual as autoridades sanitárias devem constantemente fiscalizar fábricas e 
indústrias que jogam lixo químico em rios (chumbo, cromo enitratos, outros), mares ou outras 
fontes de água utilizadas para consumo pela população. 
Mas como podemos livrar-nos dos vetores associados ao lixo? 
A resposta parece simples: devemos acondicionar e desprezar, de maneira adequada, o lixo 
produzido em nossa casa ou trabalho. Nessa fase, mais uma vez deparamo-nos com algo que 
envolve não apenas a responsabilidade individual, mas também a governamental. E aí a coisa 
deixa de ser simples - por exemplo, se colocarmos o lixo em sacolas resistentes e 
adequadamente fechadas, mas a Prefeitura não o recolher, nosso problema persiste. Assim, 
para que a limpeza pública seja considerada eficaz, faz-se necessário cumprir quatroetapas: 
adequado acondicionamento do lixo, limpeza das ruas, coleta e transporte e seu tratamento 
ou disposição final. 
O lixo orgânico, como restos de alimentos, também pode ser reaproveitado, sendo 
transformado em adubo através do processo de compostagem, um método de tratamento 
dessa parcela orgânica existente no lixo que consiste na transformação de restos de origem 
vegetal ou animal em adubo a ser utilizado na agricultura e jardinagem, sem ocasionar riscos 
ao meio ambiente. 
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É um verdadeiro descaso do governo, que cobra tantos impostos, desvia tanta 
verba, em não fornecer um sistema descente de coleta seletiva de lixo em todo país, 
para evitar diversos problemas ao meio ambiente quando o lixo é mandado para os 
lixões sem nenhuma preocupação, entre eles a contaminação do ar com gases 
poluentes como o metano e dos rios e águas subterrâneas pelo chorume. Nos lixões, é 
comum ver famílias morando ao lado de chiqueiros, onde criam porcos que são alimentados 
com os restos de comida trazidos do lixo. 
Por isso, além da reciclagem do lixo é muito importante que haja a coleta do 
lixo que não pode ser reciclado para que possam ser enviados para locais apropriados 
como aterros sanitários e não ser jogados em rios, matos, na rua, ou lixões comuns 
próximos a áreas urbanas, onde irá causar sérios problemas. Por isso não basta cobrar 
que o lixo seja coletado, mas o destino final desse lixo. 
Então concluímos que o ideal é a reciclagem de todo lixo possível para 
reaproveitar matéria fornecida pelo meio ambiente, transformando o lixo em 
matéria-prima, conseqüentemente diminuindo o lixo a ser aterrado, e a coleta 
do lixo que não pode ser reciclado, deve ser enviado para aterros sanitários 
que consiste em espalhar e dispor o lixo em camadas cobertas com material 
inerte, de forma que não ocorra a poluição do meio ambiente. 
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE 
Dentre os diferentes tipos de resíduos gerados em áreas urbanas, os resíduos 
produzidos em serviços de saúde, mesmo constituindo-se uma pequena parcela em relação ao 
total dos resíduos sólidos urbanos gerados (cerca de 2%), são particularmente importantes 
pelo risco potencial que apresentam, podendo ser fonte de microorganismos patogênicos, cujo 
manuseio, tratamento e/ou descarte inadequado pode acarretar a disseminação de doenças 
infecto-contagiosas, principalmente devido ao caráter infectante de algumas de suas frações 
componentes, além da existência eventual de quantidades tóxicas que aumentam os riscos e 
os problemas associados a esse tipo de resíduos. 
O manuseio com o lixo hospitalar necessita de cuidados especiais, tanto dos 
administradores hospitalares, quanto das autoridades municipais, desde a sua produção até a 
destinação final. É necessário possuir um local adequado para o armazenamento do lixo 
hospitalar, é necessário que a vigilância sanitária acompanha de perto esse armazenamento e 
coleta. 
 
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COLETA DO LIXO 
O sistema de coleta tem que ter periodicidade regular, intervalos curtos, e a coleta 
noturna ainda é a melhor, apesar dos ruídos. 
O QUE DEVE IR PARA A COLETA SELETIVA: 
PAPAEL: Jornais, revistas, papelão, formulários, papéis brancos, cartões, aparas de papel, 
papel tolha, cartolina, embalagens de ovos, fotocópias, envelopes e caixas em geral. 
PLASTICO: Copos plásticos, vasilhas, embalagens de refrigerantes, sacos de leite, frasco de 
shampus e de detergentes, embalagens de margarina, tubos de cano de PVC, sacolas plásticas. 
VIDROS: Copos, garrafas, potes, frascos e vidros. 
METAL: Chapas metálicas, latas de alumínio, panelas, fios, arames, pregos, sucatas de ferro e 
cobre 
 
Reciclagem: O material é reaproveitado passando por um processo de transformação 
e retornando ao ciclo produtivo. 
Vantagem: Diminuição dos problemas ambientais (menos poluição, menos gastos com água e 
energia) 
Desvantagem: Nenhuma 
 
 
 
 
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HIGIENE E PROFILAXIA 
HIGIENE 
 A parte da medicina que estuda os meios próprios para conservar a saúde, permitindo 
o funcionamento normal do organismo e a harmonização das relações entre o homem e o 
meio no qual vive. 
 Dentre as condições desejáveis para uma habitação higiênica, temos como necessário 
o ar puro, isento de poeiras, gases tóxicos e de germes tóxicos. 
 A iluminação solar e outra condição básica, pois mata os micróbios. 
 Todos os cômodos devem ser rigorosamente limpos diariamente, para isso é preciso 
uma atenção especial com o lixo domestico, que não deve ser acumulado. Deve haver em 
todas as casas medidas que visam proteger a saúde da população, chamado de saneamento 
básico, os principais serviços deste esta relacionado com: o abastecimento de água, coleta de 
lixo, rede de esgotos entre outros. 
Quando falamos em higiene, falamos em um conjunto de ações que visam proteger o 
individuo ou toda população em geral. 
HIGIENE CORPORAL 
BANHO: ASPERSÃO, IMERSÃO E BANHO DE LEITO 
A pele tem milhões de glândulas especiais que produzem suor, e outras que 
produzem uma substância parecida com o sebo. A falta de banho provoca o acumulo 
progressivo dessas substâncias, que se somam às sujeiras exteriores (poeiras, terra, areia, etc.). 
A conseqüência de um banho mal tomado é o aparecimento de vermelhidão na pele, além do 
odor desagradável, o risco de aparecimento de piolhos e sarna, micoses, seborréia, infecções 
urinárias e corrimento vaginal nas meninas. 
O banho é importantíssimo e é indispensável à saúde do corpo. O banho de ducha é o 
mais econômico, o mais prático e o mais higiênico. Depois do banho, certifica-te que estejam 
bem limpos e secos os espaços entre os dedos, virilhas, ouvidos, nariz e outras dobras. 
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A LIMPEZA DAS MÃOS: 
 As mãos têm de estar sempre limpas. 
 Nunca devemos comer ou mexer em alimentos sem antes termos lavado as mãos. 
 Após defecação e micção é fundamental a lavagem das 
mãos. 
 Antes e após manipularmos pacientes é obrigatório a higienização das 
mãos. 
 
 UNHAS: 
 Cortar as unhas e mantê-las sempre limpas são medidas importantes para prevenir 
certas doenças. Quando a pessoa coloca a mão na boca, a sujeira armazenada debaixo das 
unhas pode dar origem a verminoses e outras doenças intestinais. Além disso, devemos 
valorizar os aspectos estéticos relacionados à beleza das unhas. 
CABELOS 
Devem estar sempre lavados (duas vezes por semana no mínimo) e penteados. 
Devem ser cortados regularmente. 
 Nos cabelos acumulam-se poeiras e gorduras que precisam ser eliminadas. É sempre 
agradável observarmos cabelos limpos, brilhantes, cheirosos e bem cortados. 
 Os cabelos grandes e sujos facilitam o aparecimento e a multiplicação de piolhos. 
 
 
 
 
 
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VESTUÁRIO 
A roupa e o calçado devem estar sempre limpos e serem adequados ao tempo que 
faz: frescos no Verão, quentes no Inverno e impermeáveis nos dias de chuva. Devem ser 
cômodos e folgados. 
 HORAS DE SONO 
 O sono é a forma que o nosso organismo tem de descansar. O sono assegura o repouso 
do cérebro. 
 As horas de sono variam de pessoa para pessoa e são diferentes 
conforme a idade, etc. 
 Deitare levantar sempre à mesma hora ajudam a criar um ritmo 
de sono regular. 
DENTES: 
 
 Aqui, fica apenas o lembrete para que não te esqueças de fazeres a correta 
limpeza dos dentes a fim de evitar o aparecimento de cáries e de mau hálito. 
 Além disso, quem não gosta de ter um sorriso bonito ? Quem não sente mal-
estar quando está junto de alguém com mau hálito? 
 Uma boa “escovação” demora, no mínimo, três minutos com movimentos verticais, 
horizontais e circulares. 
 Atenção: A escova de dente deve ser trocada a cada três meses. 
 Usar fio dental pelo menos uma vez ao dia. 
 
 
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EXERCÍCIOS FÍSICOS 
O Exercício Físico, como todo mundo já sabe, faz muito bem à saúde. Traz muitos 
benefícios ao Sistema Respiratório e Cardiovascular, fortalece os 
músculos, é bom para regularizar o intestino, baixar o colesterol, 
perder peso e muitas outras coisas. É recomendado para todas as 
idades, sendo que para os idosos é sempre melhor consultar um 
médico antes de começar a rotina dos exercícios físicos. Para um bom 
desenvolvimento e crescimento, começar a atividade física desde 
criança é o ideal. Jovens e adultos levam uma vida mais tranqüila e 
saudável quando tem o hábito de se exercitarem. Caminhar é um dos melhores exercícios 
físicos, um estudo feito na Universidade de Harvard revelou que este tipo de atividade reduz 
até 50% o risco de males cardíacos nas mulheres. Previne a hipertensão arterial, reduz os 
níveis de colesterol, ativa a circulação sanguínea, diminui em 17% o risco de um infarto, 
aumenta a capacidade cardiopulmonar e melhora também a freqüência cardíaca. 
Para quem faz atividade física tem também que estar sempre de olho na quantidade 
de água que está perdendo. A reposição de água é super importante para o organismo. A dica 
é beber água antes, durante e depois da caminhada. 
Quando um indivíduo está praticando atividades físicas, o corpo libera uma substância 
chamada endorfina que é responsável pelo bem estar, auto-estima, assim esta pessoa 
desenvolve melhor seu lado psicológico. 
Quando falamos em higiene, não podemos esquecer que tudo em nossa volta precisa 
de cuidados para se manter tudo limpo e organizado só assim teremos uma vida mais 
saudável. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Eduardo, MBP. Vigilância Sanitária. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de 
São Paulo, 1998. 
Jacobi, P. Saúde e meio ambiente em uma realidade tão desigual. Debates socioambientais. 
Centro de Estudos de Cultura Contemporânea. São Paulo, ano 3, nº8, nov./dez./jan./fev. 
1997/98. 
Saneamento Básico_________________________________________________ 
 
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de 2007. São Paulo, site: www.ibge.gov.br 
OMS-Organização Mundial de Saúde, 2008. 
 
MARTINS, Getúlio. Benefícios e custos do Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário em 
pequenas comunidades. Dissertação de mestrado da Faculdade de Saúde Pública da 
Universidade de São Paulo. SP: 1995. 
 
CARVALHO, Benjamim de. Glossário de Saneamento e Ecologia. Editado por Associação 
Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. Rio de Janeiro:1981. 
 
IBGE. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - 1989. Rio de Janeiro: 1992 
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Rio de Janeiro: 1981. 
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de 2007. São Paulo, site: www.ibge.gov.br 
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PIMENTEL, C. E. B. & CORDEIRO NETTO, O. M., 1998. Proposta Metodológica de Classificação e 
Avaliação Ambiental de Projetos de Saneamento. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica 
Aplicada. 
 
HELLER, L., 1997. Saneamento e Saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da 
Saúde/Organização Mundial da Saúde. 
Fundacao Nacional de Saude. Manual de saneamento. 3a ed. Brasilia: Ministerio da 
Saude,1999. 
 
Fundacao Nacional de Saude. Programa nacional de vigilancia ambiental em saude relacionada 
a qualidade da agua para consumo humano. Brasilia: Ministerio da Saude, 2000 
 
BRASIL. Ministério das Cidades. Programa de Aceleração do Crescimento – investimentos em 
saneamento. Documento apresentado no II Seminário de Tecnologia em Saneamento, 28 a 30 
de março, Araraquara/SP. Documento disponível em: http://www.snis.gov.br/. Acesso em 15 
de outubro de 2008.

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