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XXVI CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA 
 ZOOTEC 2016 
 Cinquenta Anos de Zootecnia no Brasil 
 Santa Maria - RS, 11 a 13 de maio de 2016 
 
 
 
 
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Composição químico-bromatológica da silagens de cana-de-açúcar aditivada com farelo de 
mamona destoxificado1 
Chemical composition of silage of sugarcane added with castor bean meal detoxified 
 
Patrícia dos Santos2, Aline Cardoso Oliveira3, Vitor Visintin Silva de Almeida3, Hellenn Cardoso 
Oliveira4, Dorgival Morais de Lima Júnior3, Aryane da Silva Paulino5, Fátima Lira dos Santos2 e 
Kaline Maria Santos Ferreira2 
 
1 Projeto financiado CNPq. 
2Graduanda Zootecnia – UFAL, Arapiraca, AL, Brasil. Bolsista de Iniciação Científica CNPq. e-mail: 
ticynhaangellynnatavares@gmail.com 
3Professor (a) da Universidade Federal de Alagoas, Campus Arapiraca, Arapiraca, Alagoas, Brasil. 
4Pós-Doutorando - CNPq. Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, Brasil 
5Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, Alagoas, Brasil. 
 
Resumo: O experimento foi conduzido com objetivo de avaliar a composição químico-bromatológica de 
silagem de cana-de-açúcar aditivada com níveis crescentes de farelo de mamona destoxificado. Os 
tratamentos foram constituídos de cinco níveis de inclusão 0, 5, 10, 15 e 20% de farelo de mamona na 
ensilagem de cana-de-açúcar e distribuídos em delineamento inteiramente casualizado com cinco 
repetições. Os teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), nitrogênio insolúvel em detergente neutro 
(NIDN), nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA), matéria mineral (MM) e lignina, foram 
influenciados de forma linear crescente, enquanto os teores de fibra em detergente neutro (FDN) e fibra 
em detergente ácido (FDA) foram influenciados de forma linear decrescente pelos níveis de inclusão do 
farelo de mamona destoxificado. Os teores de extrato etéreo apresentaram comportamento quadrático pela 
inclusão dos níveis farelo de mamona. A inclusão de 15% de farelo de mamona aumenta os teores de 
matéria seca e proteína bruta e reduz os teores de fibra em detergente neutro e fibra em detergente ácido, 
melhorando a qualidade da silagem. 
 
Palavras–chave: conservação de forragem, ensilagem, resíduo agroindustrial 
 
Abstract: The experiment was conducted to evaluate the chemical composition of silage of sugarcane 
added with increasing levels of castor meal detoxified. The treatments consisted of five levels include 0, 
5, 10, 15 and 20% of castor meal in silage sugarcane and distributed in a completely randomized design 
with five replications. The dry matter (DM), crude protein (CP) , neutral detergent insoluble nitrogen 
(NDIN) , acid detergent insoluble nitrogen (NIDA) , mineral matter (MM) and lignin , were influenced in 
a linear way , while the fiber content in neutral detergent fiber (NDF) and acid detergent fiber (FDA). 
They were influenced decreasing linearly by inclusion levels of detoxified castor bean meal. The ether 
extract content presented quadratic behavior by including the bran levels of castor. The inclusion of 15% 
of castor bean meal increases dry matter and crude protein and reduces the fiber content in neutral 
detergent and acid detergent fiber, improving the quality of silage. 
 
Keywords: forage conservation, silage, agroindustrial residue 
 
Introdução 
A conservação de cana-de-açúcar na forma de ensilagem apresenta-se como uma alternativa 
viável. No entanto, existem limitações oriundas de características peculiares da planta que acarretam 
perdas significativas de matéria seca (MS) durante o processo fermentativo dessas silagens, prejudicando 
a qualidade final da mesma. 
Em razão das perdas do valor nutricional de silagens produzidas exclusivamente com cana-de-
açúcar, a utilização de resíduo do biodiesel como farelo de mamona destoxificado caracteriza-se como 
alternativa interessante, uma vez que poderá minimizar as limitações e contribuir para a elevação do teor 
de PB da forragem, uma vez que a cana-de-açúcar possui baixo teor deste nutriente. 
Tendo em vista que o farelo de mamona possui características absorvente e nutritiva, a inclusão do 
mesmo leva à diminuição da exigência dos carboidratos solúveis, proporcionando satisfação no processo 
fermentativo, evitando o desenvolvimento de microrganismos indesejáveis e fazendo com que as silagens 
de gramíneas tropicais tornem-se alimentos de valor nutricional adequado e de baixo custo. 
 
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A pesquisa foi realizada com objetivo de avaliar a composição químico-bromatológica de silagem 
de cana-de-açúcar ensilada com níveis crescentes de farelo de mamona destoxificado. 
 
Material e Métodos 
O experimento foi conduzido na Universidade Federal de Alagoas – Campus Arapiraca, localizado 
no município de Arapiraca – AL. A cana-de-açúcar utilizada (Saccharum officinarum L.), foi colhida 
manualmente e picada em ensiladeira, resultando em partículas de aproximadamente 2 cm. Após picado, 
todo material foi homogeneizado para posterior ensilagem. Os tratamentos foram constituídos de cinco 
níveis de inclusão, 0, 5, 10, 15 e 20% de farelo de mamona, distribuídos em delineamento inteiramente 
casualizado, com cinco repetições. 
O farelo de mamona destoxificado foi adicionado a matéria natural e o material foi armazenado 
por 60 dias em baldes com capacidade de 15 kg, com 28 cm de altura e 29 cm de diâmetro, providos de 
válvula de Bunsen, para possibilitar as saída de gases provindos da fermentação. 
Após a abertura dos silos, as amostras foram levadas à estufa de pré-secagem, à temperatura de 
65ºC, acondicionadas em sacos de papel por 72 horas. Em seguida, foram moídas em moinho de facas 
tipo Wiley, em peneira com malha 1 mm e submetidos à análise da composição químico-bromatológica 
onde foram determinados os teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), nitrogênio insolúvel em 
detergente neutro (NIDN), nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA), extrato etéreo (EE), cinzas e 
lignina, segundo metodologia descrita por Silva & Queiroz (2002). 
A análises de fibra insolúveis em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) 
foram realizadas segundo Van Soest et al. (1991). 
Os dados foram avaliados por meio de análises de variância e de regressão, utilizando-se o Sistema 
de Análises Estatísticas e Genéticas – SAEG. Os modelos estatísticos foram escolhidos de acordo com a 
significância dos coeficientes de regressão, utilizando-se o teste t em nível de 5% de probabilidade, e de 
determinação (r2). 
 
Resultados e Discussão 
Os teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), proteína insolúvel em detergente neutro 
(NIDN), proteína insolúvel em detergente ácido (NIDA), cinzas e lignina apresentaram resposta linear 
crescente (p<0,05), enquanto os teores de fibra em detergente neutro (FDN) e fibra e detergente ácido 
(FDA) reduziram linearmente com a inclusão do farelo de mamona destoxificado (Tabela 1). 
 
Tabela 1 – Teores médios de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), nitrogênio insolúvel em detergente 
neutro (NIDN), nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA), extrato etéreo (EE), cinzas, fibra em 
detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e lignina de silagens de cana-de-açúcar 
aditivadas ou não com farelo de mamona destoxificado. 
Variável Níveis de farelo de mamona (%MN) Equação deregressão r2 CV 
(%) 0 5 10 15 20 
MS (%) 19,3 22,8 27,1 30,1 32,4 Ŷ = 19,6931 + 0,669606 FM 0,99 2,93 
PB1 3,4 10,3 12,7 15,5 18,5 Ŷ = 5,02916 + 0,709516 FM 0,95 8,82 
NIDN2 1,1 3,8 6,1 8,7 11,1 Ŷ = 1,27465 + 0,495202 FM 0,99 15,0 
NIDA2 0,8 3,2 4,9 6,8 8,2 Ŷ = 1,14604 + 0,368737 FM 0,99 18,2 
EE 3,0 1,26 1,21 2,27 2,71 Ŷ = 2,82967 – 0,3109797 FM 
+ 0,0158 FM2 
0,79 21,1 
Cinzas 2,6 4,7 5,9 7,0 8,0 Ŷ = 3,03834 + 0,264639x 0,97 5,93 
FDN 75,4 66,4 61,0 59,9 58,9 Ŷ = 72,2722 – 0,788944x 0,83 2,14 
FDA1 63,0 58,2 53,0 53,0 52,5 Ŷ = 61,2794 + 0,522115FM 0,83 2,35 
Lignina 13,7 18,7 17,6 19,7 22,1 Ŷ = 14,8369 + 0,358212 FM 0,84 19,2 
1 % MS, 2 % PB, MN: matéria natural 
 
Os teores de MS apresentaram aumento de 0,67 unidades percentuais para cada unidade de farelo 
de mamona adicionado. Comportamento semelhante ao observado por Oliveira et al. (2015) ao avaliar 
silagem de cana-de-açúcar com aditivadas com farelo de mamona, onde encontrou os teores de 19,9, 26,1, 
31,1 e 35,3% pela inclusão dos teores 0, 7, 14 e 21%, respectivamente. Esse aumento é devido ao aditivo 
 
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apresentar alto teor de matéria seca, o que permitiu que as silagens que o receberam, apresentassem 
acréscimo nos teores desta fração. 
Os teores de PB foram influenciados de forma linear crescente (p<0,05) pela inclusão do farelo de 
mamona, partindo de 3,4% na silagem controle, para 18,5% nível máximo de inclusão. Resultado 
semelhante encontrado por Oliveira et al. (2015) que ao avaliar silagem de cana-de-açúcar aditivada com 
farelo de mamona destoxificado, observou que os valores foram influenciados pela inclusão do aditivo, 
partindo de 2,8% na silagem controle, para 20,0% ao nível de 21% de inclusão. O aumento de proteína 
bruta na silagem está associado à concentração deste nutriente matéria seca. 
Os teores de extrato etéreo apresentaram comportamento quadrático (p<0,05), em função da 
inclusão dos níveis crescentes de farelo de mamona (Tabela 1). Estimando-se valor mínimo de 1,21% no 
nível de 9,84% de inserção de farelo de mamona destoxificado. Esse resultado era esperado, uma vez que 
como consequência da extração por meio de solvente, o farelo de mamona apresenta baixo teor de EE. 
Os teores de NIDN e NIDA foram (p<0,05) apresentando resposta linear crescente pelos níveis de 
farelo de mamona adicionado com aumento de 0,49 e 0,37 unidades percentuais para cada unidade de 
farelo de mamona acrescidos. 
As cinzas foram influenciadas (p<0,05) de forma linear crescente pela inclusão do aditivo. A 
elevação dos teores de cinza é devido a destoxificação do farelo de mamona, pois por meio do tratamento 
químico, há a adição de minerais. 
As frações de FDN e FDA apresentaram resposta linear decrescente (p<0,05) pela inclusão do 
farelo de mamona, apresentado valores de 72,2% na silagem controle e 58,9% no nível máximo de 
inclusão para FDN. Resultado superior ao encontrado por Evangelista et al. (2009) ao avaliar silagens de 
cana-de-açúcar aditivadas com milho desintegrado da palha e sabugo, onde observou-se redução de 0,17 
unidades percentuais no teor desta variável, apresentando valor médio de 40,8% de FDN. 
 Os teores de FDA decresceram de 56,75% na silagem controle para 52,5% quando adicionado 
20% de farelo de mamona. O decréscimo de FDN nas silagens aditivadas, possivelmente está relacionado 
ao fato de apresentarem menores perdas, quando comparadas à silagem controle, uma vez que o aditivo 
reduz a intensa utilização de carboidratos solúveis, diminuindo dessa forma, o efeito de concentração. 
Resultado semelhante foi obtido por Schmidt et al. (2007), que ao avaliarem silagens de cana-de-
açúcar aditivadas com 0,5% de ureia, encontrou 39,4% nas silagens aditivadas contra 42,8% nas silagens 
que não continham o aditivo. 
E os teores de lignina foram influenciadas (p<0,05) de forma linear crescente pela inclusão do 
farelo de mamona destoxificado, apresentando acréscimo de 0,41 unidades percentuais para cada unidade 
de farelo de mamona destoxificado. A explicação para esse acréscimo está na casca da semente da 
mamona, pois a mesma apresenta altos teores de lignina e cutina. 
 
Conclusões 
A inclusão de farelo de mamona destoxificado melhora a qualidade de silagens de cana-de-açúcar, 
recomendando-se a inclusão de 15% do aditivo em silagens de cana-de-açúcar. 
 
Literatura citada 
EVANGELISTA, A. R; SIQUEIRA, G.R. LIMA, J.A. de et al. Alterações bromatológicas e 
fermentativas durante o armazenamento de silagens de cana-de-açúcar com e sem milho 
desintegrado com palha e sabugo. Revista Brasileira de Zootecnia. V38, n1, 2009. 
OLIVEIRA, A. C.; GARCIA, R.; PIRES, A. J.V.; OLIVEIRA, H. C.; ALMEIDA, V.S DE.; SILVA, 
R.R.; SOUZA FILHO, C.N.; FILHO, G.A. Chemical composition and fermentation 
chacacteristics of sugar cane silage enriched with detoxified castor bean meal. Arquivo 
Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia (on line). v.67, n.1. p.181-188. 2015. 
SCHIMIDT, P.; MARI, L.J.; NUSSIO, L.G.; PEDROSO, A.F.; PAZIANI, S.F.; WESCHSLER, F.S. 
Aditivos químicos e biológicos na ensilagem de cana-de-açúcar. 1. Composição química das 
silagens, ingestão, digestibilidade e comportamento ingestivo. Revista Brasileira de Zootecnia. 
V.36, n.5, 2007. 
SILVA, D. J.; QUEIROZ, A. C. Análise de alimentos: métodos químicos e biológicos. 3 ed. Viçosa: 
UFV, 2002. 
VAN SOEST, P. J.; ROBERTSON, J. B.; LEWIS, B. A. Methods for dietary fiber, neutral detergent 
fiber, and nonstarch polyssacarides in relation to animal nutrition, Journal of Diary Science, v. 
74, n.10, 1991.