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Aula 03 Tratados

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TRATADOS
1.	CONCEITO
 
1.1. Art. 2º da CVTI/1969:
 
a "tratado" significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica;
1.2. Desmembramento do conceito de Tratado:
 
a) Acordo internacional: 
 
 Partes soberanas livremente pactuam;
 
b) Celebrado por escrito:
 
 Acordos essencialmente formais;
c) Concluídos pelos Estados:
 
 Por entes capazes de assumir direitos e contrair obrigações no âmbito externo.
 
* OBS: Incluir Organismos Internacionais (ONU, OEA, etc).
 
d) Regido pelo Direito Internacional:
 
 Se não for regido pelo direito internacional não será considerado como tratado, mas sim como simples contrato internacional.
e) Celebrado em instrumento único ou em dois ou mais instrumentos conexos:
 
	 Protocolos adicionais e dos anexos;
 
	 Troca de notas.
 
f) Ausência de denominação particular:
 
 Expressão genérica, cujas denominações poderão variar conforme a sua forma, o seu conteúdo, o seu objeto ou a sua finalidade.
 
 Havendo os elementos/requisitos da CV será Tratado. 
2. ESTRUTURA DOS TRATADOS
a) O Título:
 
	 Indica a matéria tratada pelo acordo;
 
b) O preâmbulo:
 
	 Indica as partes contratantes;
 
c) os considerandos: 
 
	 indicam as intenções das partes em relação à celebração de acordo;
d) o Articulado:
 
 uma seqüência de artigos numerados onde ficam expressas todas as cláusulas de operatividade do acordo;
 
e) o fecho:
 
	 especifica o local e a data de celebração do tratado, o idioma em que o mesmo se acha redigido e o número de exemplares originais; 
f) a Assinatura:
 
	 Chefe de Estado, Ministro das Relações Exteriores ou de outra autoridade que tenha representado o Presidente da República na celebração do instrumento, desde que detentor de plenos poderes;
 
Acordos bilaterais: Sistema de Alternância  cada parte coloca sua assinatura em primeiro lugar no exemplar que ficará no seu poder;
 
Tratados multilaterais: ordem alfabética (poderá variar de acordo com a língua).
 
g) Selo de lacre com armas das altas partes contratantes.
3. CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS
a) Quanto ao número de parte:
	
	 Bilaterais;
 
	 Multilaterais.
 
b) Quanto ao procedimento:
 
	 Stricto sensu (complexo, observando todo o procedimento);
 
 Em forma simplificada (única fase, apondo um consentimento definitivo). 
Stricto sensu: duas fases distintas
	1ª iniciada com a negociação e culmina com a assinatura do texto;
	2ª Da assinatura até a ratificação;
Simplificado: fase única
	- Assinatura do acordo, prescinde de ratificação.
	Ex.: tratados bilaterais.
c) Quanto a execução no tempo:
 
 Transitórios: execução imediata;
 
Ex.: limites ou fronteiras; transmitem bens.
 
 Permanentes: execução se difere no tempo enquanto estiverem em vigor.
 
Ex.: compromissos internacionais.
 
 Mutalizáveis : A inexecução do tratado por alguma das partes não impede que o mesmo continue sendo aplicado em relação as demais que o estão executando fielmente;
 
 Não-mutalizáveis: não concebem divisão em sua execução. Se uma das partes não puder cumprir o pactuado, todas as demais irão sofre a sua violação, não havendo como deixar de aplicar o tratado somente às partes que o violaram.
d) Quanto a sua natureza jurídica:
 
 Tratados-leis: objetivo de fixar normas gerais de direito internacional público;
 
 Tratados-contratos: estipulação recíproca das respectivas prestações e contraprestações com fim comum.
 
* Obs: divergência da doutrina; tratados-contratos também contem elementos normatizadores. 
e) Quanto a possibilidade de adesão:
 
 Abertos: permitem a posterior adesão por parte dos Estados que não participaram da negociação ou mesmo não o ratificaram no momento devido.
 
·        Subclassificação: limitados e ilimitados;
 
 Fechados: não permitem qualquer tipo de adesão posterior. 
4. PROCESSO DE FORMAÇÃO DOS TRATADOS
 Art. 11 da Convenção de Viena:
 
“Meios de Manifestar Consentimento em Obrigar-se por um Tratado
 
O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado pode manifestar-se pela assinatura, troca dos instrumentos constitutivos do tratado, ratificação, aceitação, aprovação ou adesão, ou por quaisquer outros meios, se assim acordado.”
 
 a) Negociação; b) assinatura; c) Ratificação; d) Adesão ou acessão; e) Reserva.
4.1. Negociação:
 
	 Elaboração do texto;
 
 É levada a termo pelos plenipotenciários (munidos de plenos poderes), os quais constam de documentação emanada pelo Chefe do Estado;
 
Art. 2º da CV/1969:
       "plenos poderes" significa um documento expedido pela autoridade competente de um Estado e pelo qual são designadas uma ou várias pessoas para representar o Estado na negociação, adoção ou autenticação do texto de um tratado, para manifestar o consentimento do Estado em obrigar-se por um tratado ou para praticar qualquer outro ato relativo a um tratado;
Chefe do Poder Executivo;
Ministro das Relações Exteriores;
Delegação a pessoa ou grupo;
4.2. Assinatura:
 
 Firma que põe termo a negociação fixando e autenticando sem dúvidas o texto do compromisso; 
Art. 12 da CV/1969:
 
Consentimento em Obrigar-se por um Tratado Manifestado pela Assinatura 
1. O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado manifesta-se pela assinatura do representante desse Estado:
a) quando o tratado dispõe que a assinatura terá esse efeito;
b) quando se estabeleça, de outra forma, que os Estados negociadores acordaram em dar à assinatura esse efeito; ou
c) quando a intenção do Estado interessado em dar esse efeito à assinatura decorra dos plenos poderes de seu representante ou tenha sido manifestada durante a negociação.
2. Para os efeitos do parágrafo 1:
a) a rubrica de um texto tem o valor de assinatura do tratado, quando ficar estabelecido que os Estados negociadores nisso concordaram;
b) a assinatura ad referendum de um tratado pelo representante de um Estado, quando confirmada por esse Estado, vale como assinatura definitiva do tratado. 
Não vincula o Estado;
Determina a vontade do Estado;
Aceita o conteúdo do tratado sem por o aceite definitivo.
4.3. Ratificação:
 
 Modo pelo qual o sujeito de DI, partícipe do tratado internacional, manifesta unilateralmente a sua vontade em definitivo de obrigar-se segundo os termos do compromisso internacional.
 
 No Brasil: ato do Presidente, autorizado pelo CN.
 
 Iniciam-se os efeitos na órbita internacional, observando os procedimentos internos, dependendo do sistema jurídico nacional; 
Ato eminentemente externo;
Não confundir com aprovação pelo Poder Legislativo;
 
Artigo 14 
Consentimento em Obrigar-se por um Tratado Manifestado pela Ratificação,
Aceitação ou Aprovação 
1. O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado manifesta-se pela ratificação:
a) quando o tratado disponha que esse consentimento se manifeste pela ratificação;
b) quando, por outra forma, se estabeleça que os Estados negociadores acordaram em que a ratificação seja exigida;
c) quando o representante do Estado tenha assinado o tratado sujeito a ratificação; ou
d) quando a intenção do Estado de assinar o tratado sob reserva de ratificação decorra dos plenos poderes de seu representante ou tenha sido manifestada durante a negociação.
2. O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado manifesta-se pela aceitação ou aprovação em condições análogas às aplicáveis à ratificação. 
4.4. Adesão ou acessão:
  Modo pelo qual o sujeito de DI manifesta unilateralmente sua vontade em definitivo de aderir a um tratado internacional multilateral já constituído;
Não confundir com Ratificação;
Somente possível em tratados abertos; 
Artigo
15
Consentimento em Obrigar-se por um Tratado Manifestado pela Adesão
 
O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado manifesta-se pela adesão:
a) quando esse tratado disponha que tal consentimento pode ser manifestado, por esse Estado, pela adesão;.
b) quando, por outra forma, se estabeleça que os Estados negociadores acordaram em que tal consentimento pode ser manifestado, por esse Estado, pela adesão; ou
c) quando todas as partes acordaram posteriormente em que tal consentimento pode ser manifestado, por esse Estado, pela adesão. 
4.5. Reserva:
 
 Consiste em uma declaração unilateral feita por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições em sua aplicação a esse pactuante.
 Artigo 19
 
Formulação de Reservas
Um Estado pode, ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir, formular uma reserva, a não ser que:
a) a reserva seja proibida pelo tratado;
b) o tratado disponha que só possam ser formuladas determinadas reservas, entre as quais não figure a reserva em questão; ou
c) nos casos não previstos nas alíneas a e b, a reserva seja incompatível com o objeto e a finalidade do tratado.
Intuito: eximir-se da obrigação internamente;
Tratados bilaterais: inexiste reservas / compromissos harmônicos;
Possibilidades de reservas no próprio texto do Tratado.

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