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A Reforma Sanitária e o SUS

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A Reforma Sanitária e o Sistema Único de Saúde
I-Problemas detectados no Sistema de Saúde Brasileiro
A preocupação com a saúde é mínima e pouco privilegiada em relação à doença
Reforma Sanitária
Uma tentativa de solução
Final da década de 70
Principais problemas detectados no Sistema de Saúde
Desigualdade no acesso aos serviços de saúde
Quem não tinha dinheiro, não tinha assistência médica.
 Início: século XX – assistência médica curativa.
Instituições de caridade – sustentadas pela Igreja e doações – Sem participação do Estado.
1923– empresas (comerciários, industriários, bancários) ofereceram a seus empregados assistência médica, além de aposentadorias; surgiram as CAPS (Caixa de Aposentadorias e Pensões).
Década de 30 – Getúlio Vargas
Corrente americana – construção de hospitais
Corrente européia – Postos de saúde
Opta-se pela americana – criação de hospitais com a renda dos fundos.
CAPS substituídas por IAPS (institutos),com alguma participação do Estado.
Por volta de 1966 – INPS e m 1977 INAMPS
Década de 60 – Ditadura
		Criação do INPS (Instituto Nacional da Previdência social) todos os hospitais eram acessíveis nacionalmente aos contribuintes. 
	= união das IAPS (controle central).
		Construção da usina de Itaipu, ponte Rio-Niterói, transamazônica – com a renda do INPS.
		Hospitais sucateados – não havia controle
		Financiamento do sistema privado, desvio de verbas.
1973 – falência do INPS
1977 – INAMPS ( Instituto Nacional da Previdência social) – estabeleceram um teto de gastos para os hospitais ( exames, medicações)- desvio de códigos para exames que pagavam mais, fraudes.
Brasil antes do SUS
REPÚBLICA VELHA (1889-1930) - Período das DIPS. Saúde pagando ou caridade de Governo com campanhas sanitárias.
“ERA VARGAS” (1930-1964) – Início da transição demográfica e epidemiológica. Fortalecimento das prevenções. Governo com campanhas sanitárias e programas especiais (tuberculose, maternidade,...)
AUTORITARISMO (1964-1984) – Principal causa de óbitos doenças circulatórias. Fortalecimento da medicina privada.
NOVA REPÚBLICA (1985-1988) - Aumento das causas externas, aids e dengue. Criação do SUDS como ponte para o SUS.
Os Problemas
O desempregado, o trabalhador informal não tinham acesso. Acesso restrito
Ênfase na cura
O MS não tinha responsabilidade pelas ações curativas ( responsabilidade do Ministério da Previdência), somente pelas preventivas (vacinação, saneamento)
Medicina ditatorial. 
Importante lembrar:
Até então, quem precisa de assistência médica ou deveria pagar diretamente por ela, ou ser atendido em instituições filantrópicas, ou ser um trabalhador vinculado formalmente ao mercado de trabalho.
Modelo de atenção à saúde
Inadequado às necessidades da população como um todo; e
Sem integralidade, já que havia uma nítida separação entre a prevenção e a cura.
Movimento da Reforma Sanitária
Finais da década de 80 
VIII Conferência Nacional de Saúde em 1986
Propõem que a saúde seja um direito do cidadão e um dever do Estado, e o acesso a todos os serviços seja universal.
Principais diretrizes do Sistema Único de Saúde
Modelos de Atenção à saúde
Modelo assistencial sanitarista
Modelo médico assistencial privatista
Modelos assistenciais alternativos
Resolver problemas / Atender necessidades
PRIVATISTA Predomina no Brasil
 Demanda espontânea...
Origem: assistência filantrópica e medicina liberal 
Fortalecido: expansão da previdência e capitalização
PRIVADO .... Público também!!!
Não altera muito o nível de saúde da população
 SANITARISTA Campanhas – vacinação, TRO...
 Prog. Especiais – BK, Hansen
Não enfatiza a integralidade e descentralização!!!
APAGA INCÊNDIOS
ALTERNATIVO SUS ... Oferta organizada
 Vigilância da Saúde
Custos
	Assistência médica curativa no Brasil – desde o século XIX, passando pelo CAPS, IAPS, INPS e INAMPS – caracterizada por uma compra de serviços privados.
	Responsável – junto à tecnificação crescente da medicina e aos interesses privados com forte lobbies – levam a um crescimento desordenado dos gastos, sem melhor assistência ou melhores condições de saúde.
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Ainda....
Diversificação excessiva das formas de remuneração dos serviços;
A multiplicidade e a descoordenação das instituições
	Temos o grande problema da desorganização dos recursos empregados nas ações de saúde, curativas e preventivas.
Sugestão
Importante Diretriz do SUS
Descentralização
Com regionalização e hierarquização dos serviços, o controle público do setor privado.
Financiamento
 - Na década de 20, nas CAPS: assistência médica financiada pela empresa e seus empregados.
 - Nas IAPS : inicia-se a parceria do Estado nesse financiamento, participação crescente com a criação do INPS e INAMPS.
 - O direito à assistência estava condicionado à contribuição do trabalhador.
 - As ações médicas preventivas (campanhas de vacinação, controle de endemias, etc.) , eram totalmente financiadas pelo Estado.
 - Com a falta de uma política que privilegiasse essas ações – final da década de 60, durante regime militar – recursos escassearam.
 - Ressurgimento de doenças já controladas (febre amarela, leishmaniose).
Principal Proposta da Reforma Sanitária
Gestão
Início do século XX: ações de saúde pública de modo centralizado (conhecimento nas mãos de poucos) e pouco participativo.
Empresa ( CAPS) ou Estado-empresa, o órgão centralizador das decisões de prestação de serviços.
Partindo do pressuposto da democratização, o SUS propõe...
II- O Movimento da Reforma Sanitária
-Aspectos Históricos
No início da década de 70, a previdência entrou em crise, devido:
Má aplicação dos recursos (uso dos recursos em obras sem retorno para o caixa)
Incorporação tecnológica e aumento dos custos.
Assistência baseada predominantemente no hospital.
Privilegiamento do setor privado.
	Governo militar em crise – possibilitou a expansão e a formulação de propostas que atendessem os excluídos de qualquer proteção social
Surge o Movimento da Reforma Sanitária
O que era o Movimento da Reforma Sanitária?
Buscava reverter a lógica da assistência à saúde, com os seguintes princípios:
 - Universalizar o direito à saúde
 - Integralizar as ações de cunho preventivo e curativo, desenvolvidas pelo Ministério da saúde e da Previdência separadamente.
 - Inverter a entrada do paciente no sistema de atenção 
 - Descentralizar a gestão administrativa e financeira
 - Promover a participação e o controle social.
2. Denunciava a forma de organização do sistema: crise, gastos, privilegiamento, concentração de renda.
Quem era do 
movimento sanitarista?
Técnicos do setor saúde,acadêmicos, secretários de saúde, simpatizantes da discussão de saúde, etc.
Em 1983 – surgem o Plano CONASP e Asa Ações Integradas de Saúde (AIS).
Tentam solucionar a crise previdenciária.
As AIS – gestão do MS –INAMPS- Secretarias Estaduais; consistiam:
 convênios com os Municípios e Estados
Repasse de dinheiro da Previdência social para o nível mais descentralizado
Ampliação da oferta de serviços
Criação de instâncias interinstitucionais de gestão
Ênfase nas ações preventivas
Maior ambulatorização
Integração entre MS e INAMPS
O LEMA da VIII CNS
Saúde, direito de todos e dever do Estado
Principais estratégias utilizadas para viabilizar as intervenções propostas pela VIII CNS:
Criação das bases jurídicas para sua implantação( Constituição Federal, Constituições Estaduais, Leis Orgânicas Municipais e complementares).
Mobilização da opinião pública e setores organizados.
Criação do SUDS(Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde) enquanto momento para a transição para o SUS.
Exercícios:
Residência Médica-2008 Hospital do Câncer – Instituto do Câncer do Ceará- HC – ICC
A VIII Conferência Nacional de Saúde, realizada em março de 1986, teve como proposta final a:
Aprovação da PREV-SAÚDE
Implantação nacional das Ações Integradas de Saúde.
Rejeição do modelo CONASP
Criação do Sistema Único de Saúde
Ratificação dos termos da Conferência de Alma-Ata, sobre cuidados básicos de saúde.
Residência Médica- 2012 Faculdade de Medicina do ABC – SP
Antes da implantação do Sistema Único de saúde (SUS), havia dois Ministérios que eram responsáveis pelos serviços de saúde no Brasil. Os serviços hospitalares que atendiam os trabalhadores do mercado formal eram administrados pelo:
Ministério da Saúde
Ministério do trabalho
Ministério da Previdência e Assistência Social
Ministério da Educação
Residência Médica – 2011
Secretaria de Estado de Saúde – SES – RJ
“Muitas foram as conquistas nestes mais de 20 anos de criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Saímos de uma estrutura que atendia apenas 30 milhões de filiados à Previdência Social para outra, de recorte universal, que atende 190 milhões de brasileiros”. Esta afirmativa do Ministro José Gomes Temporão, em editorial publicado em 29 de setembro de 2009, fala de mudanças significativas na Política de saúde. A estrutura extinta corresponde a:
Distritos sanitários
Institutos de trabalhadores
Postos de assistência médica
Unidades de pronto-atendimento
Residência Médica – 2012
Universidade Federal do Piauí – PI
O Sistema Único de Saúde é resultado de movimentos sociais cujas origens podem ser localizadas nos primórdios do século passado, no Brasil, e até mesmo em movimentos sociais e práticas de atenção à saúde dos europeus do século XIX, comumente denominados medicina social. É de se esperar, portanto que o SUS:
Apoie-se em práticas de saúde baseadas no paradigma da história natural da doença e no princípio da unicausalidade.
Apoie-se nos pressupostos da chamada medicina científica delineada no documento Medical Education in the United States and Canada, o famoso e polêmico Relatório Flexner, publicado em 1910.
Adote os princípios médicos apresentados ao mundo pelo cientista francês Louis Pasteur, que comprovou a existência das bactérias e, portanto, de uma causa biológica irrefutável para as doenças.
Considere que condições econômicas e sociais possam ter influência sobre o processo saúde-doença da população, cabendo ao Estado o dever de implementar políticas públicas objetivando a promoção, proteção e recuperação da saúde.
Paute-se em ações de promoção da saúde que visem prioritariamente à atenção terciária, visando a modificação do perfil epidemiológico da população, mercê dos avanços sociais recentes e da ascensão à condição de classe média de amplos setores da sociedade.
Residência Médica 2010
Sistema Único de saúde – SUS – Bahia
Sobre as Políticas de Saúde no Brasil do período da República Velha (1889-1930) até o da Nova República (1985-1988), pode-se afirmar, exceto:
As epidemias e as doenças pestilenciais no início do século XX que ameaçavam o modelo econômico agrário exportador trouxeram como resposta do Estado a organização dos serviços de saúde pública e a realização de campanhas sanitárias.
A medicina previdenciária na “Era Vargas” (1930-1964) organizou-se através dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPS) para os trabalhadores rurais e do mercado informal.
As políticas de saúde executadas pelos governos militares privilegiaram o setor privado através da compra de serviços de assistência médica e empréstimos com subsídios.
No período da Nova república, os movimentos sociais que defendiam a democratização da saúde difundiram a proposta da Reforma Sanitária, debatida durante a 8ª Conferência Nacional de Saúde.
A concepção ampliada de saúde presente na Constituição de 1988 aponta para a necessidade de políticas públicas intersetoriais que envolvam a área econômica e os setores sociais.

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