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Introdução ao Direito do Consumidor - Módulo IV

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MÓDULO IV - AS PRÁTICAS ABUSIVAS 
 
Módulo IV - As Práticas Abusivas 
 
 
 
- Conceituar e identificar as práticas abusivas; 
 
- informar o tipo de cobrança admitida pelo CDC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 1 - As práticas abusivas e o CDC 
 
 
Vimos, nas unidades anteriores, como diferenciar publicidade de propaganda e 
a identificar suas práticas ilícitas. Vamos, agora, especificar algumas das 
práticas abusivas previstas no Código de Defesa do Consumidor. 
 
 
 
O que são as práticas abusivas? 
 
As práticas abusivas dizem respeito a toda atitude contrária ao senso comum 
que afronta quaisquer benefícios ou direitos do consumidor, despreza o 
costume comercial ou se utiliza do abuso de direito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pág. 2 - As práticas abusivas e o CDC 
 
As práticas abusivas e o CDC 
 
Os fornecedores deveriam agir corretamente para não se enquadrarem no rol 
exemplificativo do artigo 39 do CDC, ou seja, nos seguintes quesitos: 
 
 
Das Práticas Abusivas 
 
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas 
abusivas: 
 
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de 
outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos; 
 
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de 
suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e 
costumes; 
 
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer 
produto, ou fornecer qualquer serviço; 
 
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista 
sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus 
produtos ou serviços; 
 
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva; 
 
VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização 
expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores 
entre as partes; 
 
VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo 
consumidor no exercício de seus direitos; 
 
 
 
 
 
Pág. 3 
 
 
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em 
desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se 
normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas 
Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, 
Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro); 
 
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem 
se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de 
intermediação regulados em leis especiais; 
 
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços; 
 
XI - (Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de 22.10.1999, transformado 
em inciso XIII, quando da converão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999); 
 
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a 
fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério; 
 
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente 
estabelecido. 
 
Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues 
ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras 
grátis, inexistindo obrigação de pagamento. 
 
 
 
Síntese 
O Código de Defesa do Consumidor elenca, em seu art. 39, diversas práticas 
que afrontam o consumidor, desprezam o costume comercial ou se utilizam do 
abuso de direito. 
 
 
 
Unidade 2 - Venda casada 
 
 
Na unidade anterior, vimos o conceito de práticas abusivas e os exemplos 
previstos no art. 39 do CDC. Vamos, nesta unidade, conhecer a primeira das 
quatro práticas que mais causa danos ao consumidor, prevista no inciso I. A 
saber: a venda casada. 
 
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas 
abusivas: 
 
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de 
outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos; 
 
(...) 
 
Como o CDC entende a venda casada? 
 
 O CDC explica a “venda casada” como sendo condicionar o fornecimento de 
um produto ou serviço, ao fornecimento de outro. A melhor maneira de 
entender a venda casada consiste nos exemplos que o dinamismo das ofertas 
e inserção de marketing têm a oferecer aos consumidores, sejam na forma de 
serviços, nas gôndolas de supermercados, nos restaurantes etc. Resta saber 
até que ponto podem os comerciantes se utilizar das chamadas vendas 
casadas para que assim sejam consideradas. 
Pág. 2 - Exemplos de venda casada 
 
 
Supermercado - Vejamos o mais simples exemplo do supermercado, quando 
vincula um certo produto a determinada quantidade, como nas promoções 
"leve 3, pague 2". A venda casada se configuraria caso o supermercado não 
oferecesse o produto isolado, ainda que por preço maior. A venda casada 
ilegal ocorre quando o consumidor não tem a opção de comprar somente um 
produto. Colocar preço especial para quem leva mais do mesmo produto não é 
venda casada. 
 
Telefonia móvel e fixa - Serve de exemplo a vinculação do valor de um 
telefone móvel a determinado plano de serviço, desde que fidelize junto à 
prestadora de telefonia. Não há obrigação de oferecer esse aparelho pelo 
melhor preço ofertado para todos, independente do plano; o que não pode é a 
prestadora não dar ao cliente a opção de comprar o produto sem fidelização, 
ainda que seja mais caro. Ver legislação (art. 40 da Resolução 477, de 
07/08/2007, que trata do Regulamento de Serviço Móvel Pessoal). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pág. 3 
 
Quanto aos serviços, caso uma determinada prestadora de telefonia ofereça 
um pacote com linha telefônica, internet e televisão a cabo, por um valor 
promocional: trata-se de venda casada? 
 
 
Existindo a opção de contratar qualquer uma dessas opções em separado, não 
há o que falar em venda casada. Mais difícil é separar os serviços de telefonia 
fixa e internet banda larga, principalmente quando esta última é prestada via 
ADSL, que necessita da linha telefônica fixa para funcionar. Ainda assim, é 
direito do consumidor receber esses serviços isoladamente, caso assim queira. 
 
 
 
 
A realidade é que atualmente a necessidade de inclusão digital induz o 
consumidor, carente de informação e em posição vulnerável, a consumir dois 
serviços quando queria somente um. 
 
 
 
 
Veja a ação ajuizada pelo Ministério Público Federal relativamente ao assunto: 
Telefonia Móvel 
 
 
 Pág. 4 
 
 
 
Para refletir 
Você já percebeu que as lojas de telefone celular sempre têm dois preços para 
os celulares: um valor para aquisição no plano pré-pago e outro para o pós-
pago. Você nunca se perguntou por quê? 
 
 
 
A seguinte decisão revela essa mesma orientação: “Apelação cível. AÇÃO 
CIVIL PÚBLICA. CONTRATO DE FIDELIZAÇÃO DE SERVIÇO DE 
TELEFONIA MÓVEL. VALIDADE. OPÇÃO DE COMPRA CONCEDIDA AO 
CONSUMIDOR. 
1. A estipulação de multa de fidelização em contrato telefônico, por si só, não é 
nula, desde que a contrapartida de sua estipulação prime pelo equilíbrio 
contratual. (Precedentes). 
 
2. A multa prevista no contrato tem natureza jurídica de cláusula penal e 
objetiva prefixar o valor das perdas e danos sofridos pela operadora, no caso 
de o assinante infringir o prazo de fidelidade. 
 
 
 
 
 
Pág. 5 
 
3. Oconsumidor pode comprar ou não o aparelho celular, com ou sem 
desconto. Se com desconto, em contrapartida, fica vinculado à operadora pelo 
prazo de carência estipulado no contrato, salvo, dentre outras, nas hipóteses 
de fortuito, extravio ou furto do aparelho, casos em que se admite a rescisão do 
negócio jurídico, sem ônus para o consumidor. 
 
4. Recurso conhecido e desprovido, sentença mantida. (TJDFT - 
20060111303538APC, Relator JOÃO BATISTA TEIXEIRA, 3ª Turma Cível, 
julgado em 09/02/2011, DJ 17/03/2011, p. 182). 
 
 
Serviços bancários - Nos serviços bancários, também se condicionam a 
abertura de conta ou a aquisição de empréstimo a outros serviços, cuja 
vinculação não tem nenhuma explicação para tais contratações, senão onerar 
o consumidor. Ver legislação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Síntese 
 
Ver jurisprudência: para terminar e aguçar ainda mais o seu interesse, vamos 
conhecer o voto do acórdão, com o intuito de aprofundar sobre o significado da 
prática abusiva de venda casada. 
 
Vejamos também os exemplos colacionados pelo Tribunal de Justiça do Distrito 
Federal e Territórios em obra disponibilizada em seu site sobre o CDC. 
 
 
 Síntese 
Como vimos, o CDC explica o termo "venda casada" como sendo o 
condicionamento do fornecimento de um produto ou serviço, ao fornecimento 
de outro, sendo essa prática considerada abusiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 3 - Recusa de contratar pelo fornecedor 
 
Na unidade anterior, vimos o conceito de “venda casada”, a primeira das quatro 
práticas que mais causam danos ao consumidor. Agora estudaremos a “recusa 
de contratar pelo fornecedor”. Vejamos o CDC, art. 39: 
 
 
 
Das Práticas Abusivas 
 
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas 
abusivas: 
 
(...) 
 
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de 
suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e 
costumes; 
 
 (...) 
 
 
 
 
Pág. 2 
 
 
A vedação à recusa em vender ou fornecer um produto ao consumidor, 
conforme o artigo citado, revela que o intuito do fornecedor deve ser oferecer 
seu produto ou serviço e se inserir no mercado. Não se poderia imaginar sua 
atuação de forma diferente, já que está obrigado a vender o produto ou prestar 
o serviço se assim for solicitado. 
 
Tal regra não pode ser analisada sem a vinculação da oferta, prevista no art. 
30 do CDC, pela mesma razão aqui explicitada. Confira: 
 
 
 
Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por 
qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços 
oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se 
utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado. 
 
 
 
Ora, a oferta nada mais significa que atrair o consumidor a determinado 
estabelecimento, faltando motivos ao fornecedor para se recusar a oferecer o 
produto ou serviço ofertado. Aliás, a oferta sugere que o consumidor compre o 
produto ou contrate o serviço, ainda que tal venda não seja feita no 
estabelecimento, como a possibilidade de compra pela Internet, por exemplo. 
 
O motorista de táxi, pelo CDC, não poderia se recusar em fazer uma corrida, 
ainda que a distância seja pequena, segundo exemplo colocado pela nossa 
doutrina. 
 
 
 
Síntese 
 
Vale recordar outra prática abusiva, cujo assunto está interligado com a recusa 
de contratar do fornecedor. 
 
Trata-se do art. 39, inciso IX, que veda recusar a venda de bens ou a prestação 
de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto 
pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis 
especiais. Nessa situação, por pronto pagamento entenda-se a moeda 
brasileira e não o cheque, haja vista que o cheque se trata de uma ordem de 
pagamento, e sua efetivação como preço dar-se-á apenas com a sua 
compensação. 
 
 
 Síntese 
Conforme o art. 39 do CDC, é considerada prática abusiva a recusa ao 
atendimento às demandas dos consumidores, assim como descumprir oferta 
veiculada e recusar a venda de bens ou a prestação de serviços diretamente a 
quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento. 
 
 
Unidade 4 - Execução de serviço sem orçamento prévio 
 
 
Vistas duas das práticas abusivas consideradas pelo CDC (venda casada e 
recusa de contratar pelo consumidor), vamos entender a terceira: execução de 
serviço sem orçamento prévio. 
 
 
 
. O CDC e a execução de serviço sem orçamento prévio: 
 
O Código de Defesa do Consumidor veda também a feitura de um determinado 
serviço sem que o consumidor saiba quanto vai despender e se o mesmo 
autorizou a realização do serviço. Veja a redação do artigo 39, inciso VI: 
 
 
“VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização 
expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores 
entre as partes;” 
 
 
 
Esse artigo deve ser analisado juntamente com o artigo 40, que trata 
especificamente da questão do orçamento prévio: 
 
 
 
“Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor 
orçamento prévio discriminando o valor da mão de obra, dos materiais e 
equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como 
as datas de início e término dos serviços. 
 
§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de 
dez dias, contado de seu recebimento pelo consumidor. 
 
§ 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e 
somente pode ser alterado mediante livre negociação das partes. 
 
§ 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos 
decorrentes da contratação de serviços de terceiros não previstos no 
orçamento prévio.” 
 
 
 
Síntese 
 
Basta que o orçamento esteja feito? 
Vale mencionar que a simples elaboração do orçamento não viabiliza a 
realização do serviço: é necessário que haja autorização expressa do 
consumidor. 
Assim também entende o STJ, quando adota os posicionamentos abaixo 
transcritos sobre o tema. Observe: 
 
“O art. 39, VI, do Código de Defesa do Consumidor, determina que o serviço 
somente pode ser realizado com a expressa autorização do consumidor. Em 
consequência, não demonstrada a existência de tal autorização, é imprestável 
a cobrança, sendo devido, apenas, o valor autorizado expressamente pelo 
consumidor." 
 
“Se o consumidor deixa de impugnar os valores cobrados pelos serviços 
prestados, não discordando, por conseguinte, do montante da dívida, não se há 
falar em prática abusiva pelo fornecedor, mesmo que ausente o orçamento 
prévio. 
 
Ver jurisprudência sobre: execução do serviço sem orçamento prévio 
 
 
 Síntese 
Como vimos no art. 39, inciso VI, o CDC veda a execução de um determinado 
serviço sem que o consumidor tenha conhecimento do valor que será cobrado 
e sem sua autorização expressa. Porém, esse artigo deve ser analisado 
juntamente com o art. 40, que trata especificamente da questão do orçamenteo 
prévio. 
 
 
 
 
 
 
Unidade 5 – Cobrança de dívidas 
 
 
Finalizaremos o módulo com a última prática abusiva relacionada pelo Código: 
a forma de cobrança de dívidas. 
 
 
Primeiramente, observemos como o assunto está normatizado pelo CDC: 
 
“Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto 
a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à 
repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, 
acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano 
justificável. 
 
Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de débitos apresentados ao 
consumidor, deverão constar o nome, o endereço e o número de inscrição no 
Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa 
Jurídica – CNPJ do fornecedor do produto ou serviço correspondente. (Incluído 
pela Lei nº 12.039, de 2009)” 
 
 
 
Pág. 2 
 
 
Há de se esclarecer que causar vexame, transtorno ou medo gera uma 
situação muito constrangedora para qualquer ser humano, ainda que seja 
devedor. 
 
 
 
 
 
Exemplo: Pode-se ilustrar essa situação por meio do filme “Os delírios de 
consumo de Becky Bloom”, cuja protagonista tem compulsão por compras, e 
gasta muito em cartões de crédito. No decorrer da história, com uma dívida de 
milhares de dólares, um determinado cobrador liga e manda correspondências 
continuamente para a sua casa. Impossibilitada de pagar, a protagonista 
inventa mil desculpas. Até que, por força do destino, ela consegue o emprego 
de consultora de economia pessoal numa revista e ganha prestígio nacional. 
Mas o cobrador continua a persegui-la. 
 
Quer saber o final dessa história de cobrança que causa vexame? Procure 
assistir ao filme, que além de tudo proporciona boas risadas. 
 
 
 
 
 
Síntese 
 
 Então, como podem ser cobradas as dívidas, na prática? 
 
Existem formas específicas de se proceder à cobrança de dívidas: a judicial e a 
extrajudicial. 
 
Vamos entendê-las: 
 
 
Cobrança judicial: possui todo um rito próprio, que foi modificado para inserir 
como principal forma de pagamento o dinheiro, tornando-se mais fácil sua 
utilização. 
Cobrança extrajudicial: não possui rito ou forma previamente delineado, e é 
onde por vezes a criatividade de cobradores chega ao inadmissível e à 
ilegalidade, tantas são as maneiras inventadas para que o devedor seja 
compelido a efetuar o pagamento. 
 
 Síntese 
Como vimos, a cobrança de dívidas de consumidores deve respeitar normas 
estabelecidas pelo CDC, para evitar constrangimentos aos devedores. Os 
abusos comumente são realizados no meio extrajudicial, e para coibi-los 
existem penas e multas para os casos de abusos relacionados no art. 71 do 
Código. 
 
 
 
 
 
Pág. 4 
 
 
Antes de terminar este módulo... 
 
 
... vale mencionar a questão do superendividamento. Embora não seja objeto 
desta unidade, é importante destacarmos o assunto, haja vista a relativa 
facilidade de crédito atualmente, o que leva muitos a não se preocuparem com 
o montante pago ao final de cada empréstimo, contabilizando apenas o 
pequeno valor da parcela e progressivamente se afundando em débitos. A 
cobrança de dívidas de consumidores nesta situação é difícil porque quando 
renegociam, já pensam em comprar novamente. 
 
Ver jurisprudência sobre o tema 
Parabéns! Você chegou ao final do Módulo IV do curso (parceria ILB e 
ANATEL). 
 
Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você faça uma 
releitura do mesmo e resolva os Exercícios de Fixação. O resultado não 
influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de avaliar o seu 
domínio do conteúdo. Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz a 
correção imediata das suas respostas! 
 
Porém, não esqueça de realizar a Avaliação Final do curso, que encontra-se no 
Módulo de Conclusão. Lembramos que é por meio dela que você pode receber 
a sua certificação de conclusão do curso.

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