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Micoses Sistêmicas Oportunistas São infecções cosmopolitas causadas por fungos de baixa virulência, que convivem pacificamente com o hospedeiro, mas ao encontrarem condições favoráveis, como distúrbios do sistema imunológico, desenvolvem seu poder patogênico, invadindo os tecidos. Atingem indivíduos de ambos os sexos, de todas as faixas etárias e de todas as raças. Os fatores que as predispõem podem ser classificados em: Fatores intrínsecos: neoplasias, diabetes, hemopatias, síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), todas as doenças que alteram a imunidade celular, velhice, gravidez, prematuridade, dentre outros. Fatores extrínsecos: antibioticoterapia, corticoidoterapia, antiblásticos, cirurgia de transplantes e ambientes hospitalares contaminados. A maioria dos fungos que produzem micoses oportunistas são saprófitos do meio ambiente, de crescimento rápido e que geralmente não são patogênicos. CRIPTOCOCOSE É uma infecção fúngica oportunista, ocorrendo com grande frequência em pacientes imunodeprimidos, com uma “doença de base” (neoplasia, diabete, hemopatia grave, etc), quase sempre sob a forma de lesões, principalmente, para o lado dos pulmões e sistema nervoso central. Esse fungo é um saprófito que vive no solo, em frutas secas/cereais e nas árvores; é isolado nos excrementos de aves, principalmente pombos. Transmissão A infecção natural ocorre por inalação de propágulos presentes no meio ambiente, sob a forma de leveduras desidratadas ou sob a forma de basidiósporos produzidos no ciclo sexuado. No entanto, até o momento a fase sexuada só foi reproduzida “in vitro” e ainda não foi verificada em natureza. Microfocos relacionados a habitats de aves, madeira em decomposição em árvores, poeira domiciliar, outros habitats como de morcegos e outros animais onde houver concentração estável de matéria orgânica, podem representar fontes ambientais potenciais para a infecção. Agentes Etiológicos A criptococose é provocada principalmente por duas variedades do gênero Cryptococcus: Cryptococcus neoformans variação neoformans (sorotipos A e D); Cryptococcus neoformans variação gattii (sorotipos B e C) – plantas Eucalyptus sp; Na C. neoformans variação grubii os sorotipos são: A, B, C, D, AD. Epidemiologia Devido ao seu caráter predominante de infecção oportunista, a ocorrência de criptococose por C. neoformans var. neoformans é cosmopolita e acompanha a prevalência dos casos humanos de condição de risco, principalmente imunodepressão por AIDS, linfomas, leucemias e uso de corticoides. A criptococose por C. neoformans variação gattii ocorre em regiões tropicais e subtropicais, em indivíduos sem evidência de imunodepressão, comportando-se como agente patogênico primário, de comportamento endêmico ou focal. Nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, predomina a criptococose associada à AIDS, em homens, causada pela variedade neoformans, sendo a letalidade de cerca de 35 a 40%. Diagnóstico Diferencial Criptococose meningoencefálica: meningite; Criptococose pulmonar: indistinguível; Criptococose cutânea: molusco contagioso, carcinoma basocelular e carcinoma escamoso; Diagnóstico É clínico e laboratorial, sendo a confirmação feita com a evidenciação do fungo pelo uso de “tinta da China”, que torna visíveis formas encapsuladas e em gemulação em materiais clínicos. Essa técnica é a consagrada para o diagnóstico das meningites criptocócicas (exame do líquor). Pode-se isolar o criptococo também na urina ou no pus, em meio de ágar Sabouraud. A sorologia no líquor e no soro, além da histopatologia podem ser úteis.
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