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Manual de doenças do algodoeiro
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1 MANUAL DE DOENÇAS DO ALGODOEIRO Paulo Edimar Saran 2 3 Agradecimentos Aos familiares de Paulo E. Saran Alzira Catarina B. Saran (mãe) João Saran (pai) João Saran (filho) Mauro Edson Saran (irmão) Selma F. dos Santos Saran (esposa) “Mas, tão certo quanto o erro de ser barco a motor e insistir em usar os remos, é o mal que a água faz quando se afoga e o salva-vidas não está lá porque não vemos” Daniel na cova dos leões Legião Urbana 4 5 Sumário Introdução ...................................................................................................................... 6 Períodos de ocorrência de doenças no algodoeiro .................................................. 8 Ilustração de planta adulta .......................................................................................... 9 Tombamento ................................................................................................................. 10 Mosaico comum ........................................................................................................... 19 Mosaico das nervuras .................................................................................................. 27 Vermelhão ..................................................................................................................... 42 Mela – Rhizoctonia solani .............................................................................................. 48 Mela – Thanatephorus cucumeris .................................................................................. 59 Murcha de verticilium ................................................................................................. 70 Murcha de fusarium ................................................................................................... 74 Nematoides .................................................................................................................. 79 Pinta-preta..................................................................................................................... 93 Mofo-branco ............................................................................................................... 108 Mancha de corinespora ............................................................................................. 117 Mancha de mirotécio ................................................................................................. 124 Ramulária .................................................................................................................... 143 Ramulose ..................................................................................................................... 174 Ferrugem do algodoeiro ........................................................................................... 200 Mancha angular ......................................................................................................... 204 Apodrecimento de maçãs ......................................................................................... 216 Bibliografia .................................................................................................................. 232 6 7 Para o cotonicultor é extremamente importante identificar as causas de aumento do custo de controle de doenças na sua lavoura. Amostragens confiáveis e amostradores técnicos de campo capacitados são excelentes ferramentas que identificam as condições de ambiente e clima favoráveis à evolução dos patógenos, antecipando as ocorrências; identificam as lesões iniciais, corrigindo os problemas em tempo hábil, e as lesões evoluídas, diagnosticando a severidade da ocorrência; e diferenciam as lesões de ocorrência simultânea. Importante Este manual é destinado a orientar os profissionais amostradores técnicos de campo, responsáveis em amostrar, identificar e monitorar a evolução de doenças nas lavouras de algodão, e todas as pessoas que necessitam de auxílio para identificação e para supervisão dos trabalhos de amostragens feitas a campo. O material fotográfico nele contido busca representar com máxima fidelidade a evolução dos sintomas, preservando cores, relevos e depressões das lesões, facilitando a identificação não só da doença, mas do estágio da infecção na planta ou nas mais variadas partes infectadas da planta, e as diferentes características de cada uma delas. Introdução As doenças que ocorrem no algodoeiro sempre tiveram importância pela capacidade de provocar perdas na rentabilidade, reduzindo a produtividade ou depreciando a qualidade do produto colhido de forma direta ou indireta. São conhecidos mais de 250 agentes que ocorrem no algodoeiro, sendo que apenas alguns têm capacidade de provocar danos econômicos às lavouras. Nas últimas safras se observou um sensível aumento do custo de produção para controle de doenças tanto por meio do aumento do número de novas doenças que ganharam importância econômica quanto por meio do aumento do número de aplicações para as doenças já conhecidas. O aumento do número de aplicações para as novas doenças é consequência do plantio de novas variedades, das variações climáticas atípicas em períodos críticos para a cultura, dos períodos de plantio prolongados e dos plantios sequenciais de algodão sobre algodão. O aumento do número de aplicações para as doenças já conhecidas é consequência de um menor intervalo ou menor efeito residual observado no controle dessas doenças e das combinações necessárias para um melhor controle de uma ou mais doenças, diversificando o modo de ação ou aumentando o espectro de controle para as doenças de ocorrência simultânea. A ocorrência de novas doenças em plantio de novas variedades com tolerâncias e susceptibilidades ainda desconhecidas está associada à exposição das lavouras às condições climáticas atípicas, a novos períodos de plantio e a plantios sequenciais (algodão sobre algodão). As condições climáticas atípicas expõem os cultivos a umidades e temperaturas desfavoráveis à cultura e favoráveis à evolução de patógenos. A umidade excessiva ou deficiente favorece a evolução de agentes existentes do solo (fungos e nematoides) nas raízes e as temperaturas baixas aumentam o tempo de germinação das plântulas e favorecem a evolução de alguns fungos para as plantas adultas. Os plantios prolongados expõem a cultura a condições climáticas variadas e a patógenos disseminados de outras lavouras com datas de plantios deferentes. Os plantios de algodão sobre algodão expõem os novos cultivos aos patógenos já existentes nas áreas que evoluem, influenciados por variedades susceptíveis e/ou condições climáticas favoráveis. O aumento do número de aplicações é a consequência de todos esses fatores associados ou isolados. 8 9 1/3 superior 1/3 médio 1/3 inferior Caule Raízes Planta adulta Divisão em terços, caule e raiz para melhor identificação da localização dos danos Desenvolvimento vegetativo 0 7 15 30 45 65 80 100 135 170 (dias após emergência da cultura) Apodrecimentos Ferrugem Mancha de corinespora Mirotécio Mancha angular Ramulária Ramulose Mosaico das nervuras Mofo-brancoMosaico comum Rizoctonia Vermelhão Tombamento Mela Fusarlose Verticulose Pinta-preta Períodos de ocorrência de doenças no algodoeiro 10 11 Tombamento (Fig. 01) Tombamento (damping off ou rizoctoniose) Agente causal — Fusarium spp., Pythium sp., Alternaria sp., Colletotrichum gossypii, Rhizoctonia solani, Macrophomina phaseolina, Thielaviopsis basicola, Glomerella gossypii e Botriadiplodia theobromae. Disseminação — Pela semente, por restos culturais, pelo solo contaminado e pela chuva. Condições favoráveis — Temperaturas baixas aumentam o tempo de germinação e favorecem o complexo de patógenos. Temperaturas entre 18ºC e 30ºC e a umidade