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metodos aprendizado cap i

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CAPÍTULO 1
EAD: AspEctos Históricos E sociAis
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Compreender o desenvolvimento histórico da educação a distância.
 3 Utilizar, em benefício do autoaprendizado, os recursos pedagógicos da 
educação a distância de mediação e interação.
10
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
11
EAD: AspEctos Históricos E sociAis Capítulo 1 
contExtuAlizAção
Este é o seu primeiro curso a distância? Já fez a graduação na 
modalidade EAD? Já fez algum curso de capacitação ou aperfeiçoamento em 
EAD? Conhece alguém que já estudou na modalidade a distância? Conhece 
ou trabalha em uma empresa que capacita seus colaboradores a partir dos 
recursos da educação a distância? É muito provável que você tenha dito sim a 
uma destas perguntas. Além disso, atualmente, é cada vez mais comum que 
várias pessoas respondam sim a várias destas indagações. 
Só no ano de 2007, foram mais de 2,5 milhões de brasileiros que 
estudaram em cursos com metodologias a distância. Este dado é fruto de um 
levantamento feito pelo Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e 
a Distância (AbraEAD) e publicado em sua edição 2008 (SANCHEZ, 2008). 
Neste mesmo anuário, encontramos outros dados significativos sobre a 
educação a distância em 2007: 
•	 582.985 pessoas obtiveram formação dentro das próprias empresas;
•	 972.826 pessoas inscritas em cursos ofertados por instituições 
credenciadas e em cursos autorizados pelo Sistema de Ensino para EAD 
(Educação de Jovens e Adultos (EJA), Fundamental, Médio, Técnico, 
Graduação, Pós-Graduação);
•	 218.575 pessoas participaram de cursos para empreendedores. 
(SANCHEZ, 2008). 
Assim segue a lista, até somar 2,5 milhões de pessoas. A parte que 
aqui destacamos ajuda a pensar sobre o nosso contexto educacional, que 
é marcado por um período de grandes transições. Transições que geram 
algumas inquietações: No que isso vai dar? Que impacto social te(re)mos? 
As pessoas aprenderão tanto quanto nas modalidades tradicionais? Qual é a 
legitimidade destes processos? 
O tempo nos dirá! Ou o tempo já nos diz? Na verdade, já nos diz muito, 
não é mesmo!? Então, vamos estudar mais a história da EAD. Para tanto, 
organizamos este capítulo para que você possa conhecer a história da EAD em 
suas três gerações, a característica do modelo EAD da UNIASSELVI para a pós-
graduação e, finalmente, os conceitos e oportunidades promovidos pela EAD. 
A EAD
Será que a história da educação a distância é tão recente quanto parece? 
É possível que você se lembre dos cursinhos técnicos disponíveis no correio, 
12
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
sempre muito simpáticos e convidativos. Era possível, e ainda é, fazer um 
curso de mecânica, desenho técnico, elétrica automotiva e tantos outros, tudo 
por correspondência. Lembrou? Será este o marco de início da EAD? 
Alguns autores afirmam que, na verdade, a educação a distância remonta 
aos tempos da escrita. Podemos imaginar a revolução que este invento 
proporcionou. O que antes só poderia ser transmitido oralmente, a partir da 
escrita, pôde ser comunicado sem a necessidade de um narrador presente. 
Outros autores preferem dizer que o ensino a distância só se tornou 
possível com a invenção da imprensa, no século XV. Estes autores destacam 
que a imprensa permitiu maior acesso à informação, facilitou o processo de 
divulgação de ideias, democratizou o conhecimento, potencializou reformas e 
revoluções. Enfim, outorga-se o início da EAD a partir deste marco.
Extra, extra! JOHANN GUTEMBERG inventou a imprensa, ou 
melhor, inventou o primeiro mecanismo de impressão. Analistas 
afirmam que este invento barateou o livro, tornando a cultura acessível 
a um maior número de pessoas, e revolucionou a comunicação. 
Antes de sua invenção, os livros eram reproduzidos manualmente 
por copistas, o que tornava o processo demorado, caro e acessível a 
poucos privilegiados.
Entretanto, o consenso mais comum é de que a educação a distância se 
desdobra em três gerações, a começar pelos cursos de correspondência que 
datam do século XIX. Vamos ver um pouco mais sobre cada geração. 
primEirA GErAção: corrEsponDênciA 
A referência mais concreta para o início da EAD está no século XIX, século 
em que se combinaram vários fatores: a melhoria das técnicas de impressão, o 
desenvolvimento dos meios de transporte e os mecanismos de comunicação. 
Isto permitiu uma primeira experiência com o ensino por correspondência que 
contava com materiais impressos e atividades que eram enviadas pelo correio. 
Na primeira geração da EAD, os materiais eram autoinstrutivos e permitiam 
um bom aproveitamento do cursista que fazia sua própria “caminhada”. Nesse 
contexto, foram aprofundadas as discussões sobre o processo de autoaprendizado 
e sobre a necessidade de disciplina e de autonomia do estudante.
O consenso mais 
comum é de que a 
educação a distância 
se desdobra em três 
gerações.
Na primeira geração, 
os materiais eram 
autoinstrutivos e 
permitiam um bom 
aproveitamento do 
cursista que fazia sua 
própria “caminhada”.
13
EAD: AspEctos Históricos E sociAis Capítulo 1 
sEGunDA GErAção: novAs míDiAs 
Com o desenvolvimento de novas mídias, como a televisão, o rádio e o 
telefone, tivemos uma segunda geração de EAD. 
Acompanhe a ideia que transcrevemos a seguir, de Maia e Mattar (2007, 
p. 22):
Um momento importante é a criação das universidades 
abertas de ensino a distância, influenciadas pelo modelo da 
Open University britânica, fundada em 1969, que se utilizam 
intensamente de rádio, TV, vídeos, fitas cassetes e centros 
de estudo, e em que se realizaram diversas experiências 
pedagógicas. Com base nessas experiências, teria crescido 
o interesse pela EaD. Surgiram assim as megauniversidades 
abertas a distância, em geral as maiores, em número de 
alunos, de seus respectivos países [...]. Essas experiências 
têm servido para repensarmos a função das universidades 
no futuro e modificar a educação de diversas maneiras, mas 
apenas na década de 1990 as universidades tradicionais, 
as agências governamentais e as empresas privadas teriam 
começado a se interessar por elas. 
Esta segunda geração, como podemos analisar, contou com o auxílio 
de novas tecnologias que enriqueceram o processo de aprendizagem, 
favoreceram a ampla difusão da informação, permitiram uma comunicação 
sincrônica e, por fim, contribuíram para confirmar a viabilidade do ensino a 
distância. Um lema se definiu: tecnologia a serviço da educação. Foi assim 
que chegamos à terceira geração, como veremos na sequência. 
A comunicação sincrônica se dá quando duas ou mais pessoas 
estão em contato, em espaços diferentes, mas em tempo real. 
Veremos mais sobre este conceito no capítulo que tratará dos “Novos 
conceitos, papéis e oportunidades”.
tErcEirA GErAção: On-Line 
Após o avanço das telecomunicações e com uma maior flexibilização dos 
processos informacionais e comunicativos, chegamos a uma terceira geração 
em EAD que passou a contar com um novo recurso tecnológico: computadores 
ligados em rede. Isto se deu principalmente a partir de 1995, com o grande 
Com o 
desenvolvimento de 
novas mídias, como a 
televisão, o rádio e o 
telefone, tivemos uma 
segunda geração 
de EAD. 
14
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
crescimento da internet, momento em que se configurou um novo espaço de 
interação, um espaço virtual.
Concordamos com Maia e Mattar (2007, p. 22), quando afirmam que, “em 
relação à geração anterior, não temos mais uma diversidade de mídias que 
se relacionam, mas uma verdadeira integração delas, que convergem para as 
tecnologias de multimídia eo computador”. Além disso, podemos destacar que 
essa geração disponibilizou vários recursos na própria residência do aluno, 
também chamado de aluno virtual. 
Vale ressaltar que uma geração não excluiu a outra, mas complementou, 
tanto pela experiência e estudo que promoveu, como pelo aperfeiçoamento 
dos materiais que foram desenvolvidos. Neste sentido, você pode observar 
que cada instituição apresenta cursos na modalidade de EAD em formatos 
diferentes. Isto se dá pela forma como cada instituição combina os recursos 
e estratégias. Por isso, vemos cursos on-line, cursos por correspondência, 
cursos semipresenciais, cursos totalmente a distância, cursos mistos etc. 
Maia e Mattar (2007, p. 53) nos sustentam em nossa constatação ao afirmarem 
que “A dose de multimídia é um dos fatores determinantes na diferenciação entre 
os modelos de EaD” e que, “De um lado, é possível conduzir um curso a distância 
utilizando apenas material impresso, inclusive sem computador”. Como exemplo 
desse modelo, temos os cursos ofertados pelo Instituto Monitor. 
Atividade de Estudo
Neste contexto, você deve estar se perguntando: Qual o modelo 
utilizado pelo programa de pós-graduação a distância da UNIASSELVI? 
A seguir, vamos saber um pouco mais. Entretanto, antes disso, que tal 
fazermos um exercício? Analise as afirmações da coluna à esquerda 
e associe-as à coluna à direita:
 
Após o avanço das 
telecomunicações 
e com uma maior 
flexibilização 
dos processos 
informacionais e 
comunicativos, 
chegamos a uma 
terceira geração 
em EAD.
A televisão possibilitou um novo recurso de comunicação.
Foram inaugurados os recursos virtuais.
As atividades de estudo eram essencialmente individualizadas.
Surgiram os recursos de interação on-line.
•	Primeira	Geração
•	Segunda	Geração
•	Terceira	Geração
Material instrutivo era enviado por correspondência.
Passou a contar com atividades síncronas.
15
EAD: AspEctos Históricos E sociAis Capítulo 1 
A propostA uniAssElvi pArA A pós EAD 
A proposta da UNIASSELVI, para o programa de pós-graduação na 
modalidade a distância, contempla diferentes características da EAD que 
potencializam o processo de ensino e de aprendizagem. São características 
que combinam as estratégias que deram bons resultados nas três gerações 
que acabamos de ver. Por isso, conta com a seguinte estrutura: 
• material autoinstrutivo;
• tutoria;
• plataforma virtual de aprendizagem;
• vídeoaula;
• 0800-723-9000.
Esta estrutura, combinada com algumas estratégias, contribui para a 
formação de um programa que pretende trazer bons resultados aos estudantes. 
Dentre as estratégias adotadas, podemos pontuar:
• escrita do material em estilo dialógico e conteúdo autoinstrutivo (o capítulo 3 
descreve como você poderá aproveitar todas as vantagens deste material); 
• desenvolvimento de momentos presenciais; 
• mediação on-line pró-ativa, desenvolvida por tutores com formação na área 
do curso, para estudo e troca de ideias;
• recursos virtuais de interação e aprendizagem colaborativa;
• central de atendimento (0800-723-9000) para ampliar e agilizar o contato 
do estudante com a tutoria e outros setores da instiruição;
• videoaula para enriquecimento dos conteúdos.
Observe que o papel do tutor é uma das variáveis que, combinada com 
os recursos multimídia, define a identidade dos cursos de pós-graduação da 
UNIASSELVI. Mas, na verdade, o mais importante não é o conteúdo do curso 
ou a tecnologia empregada. O fundamental ocorre no processo de construção 
do conhecimento pela interação de uma comunidade de aprendizagem. É 
importante lembrar que “A mediação tecnológica não pode eliminar ou querer 
se colocar no lugar da mediação humana”. (PRETTI, 2005, p. 25). Por isso, 
todos os participantes deste projeto (cursistas, coordenadores, professores-
autores, tutores...) são convocados à implementação e à melhoria contínua de 
recursos de participação, interação e diálogo. Veja, a seguir, nosso modelo de 
mediação pedagógica:
“A mediação 
tecnológica não pode 
eliminar ou querer se 
colocar no lugar da 
mediação humana.” 
(PRETTI, 2005, p. 25). 
16
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
No capítulo 4, você terá maiores esclarecimentos sobre o 
programa de pós EAD da UNIASSELVI. Neste momento, observe as 
relações existentes entre as diferentes gerações de EAD e o modelo 
utilizado pela UNIASSELVI.
O que fica visível aqui é que esse formato de mediação não está sustentado 
no individualismo e na formação solitária do cursista. Você pode notar que 
o programa de pós-graduação da UNIASSELVI conta com uma estrutura de 
interações que é otimizada com a tutoria e com a Central de Atendimento, que 
promovem o sentimento de estar junto, de coletividade, de sociedade e de 
coleguismo, indispensáveis para o processo de aprender e de ensinar. São 
aspectos sociais do processo educativo que sempre foram e sempre serão 
fundamentais. Por isso, na sequência, vamos discutir um pouco mais como 
isto se caracteriza na educação a distância.
AspEctos sociAis DA EDucAção A DistânciA 
Sob o aspecto social, podemos afirmar que a EAD causou grandes impactos. 
Novos conceitos, papéis e oportunidades se estabeleceram e influenciam 
nossa organização social, econômica e política. Que tal alguns exemplos 
sobre estas afirmações? Veja as manchetes que são cada vez mais comuns:
• cursos da rede EAD chegam até os alunos soldados da PM
• educação a distância mais próxima da população
Videoaula Central de 
Atendimento
Tutor
Professor- Autor Material 
Autoinstrutivo
Cursista
Plataforma 
Virtual de 
Aprendizagem
17
EAD: AspEctos Históricos E sociAis Capítulo 1 
• telecentros auxiliam os profissionais da segurança em capacitação ...
• qualificação a distância para o desenvolvimento do turismo ...
• desenvolvimento agrário lança inclusão digital no meio rural
Atividade de Estudo:
Você se lembrou de alguma notícia relacionada à EAD? Anote aqui:
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Veja que a EAD tem auxiliado no desenvolvimento de pessoas e 
organizações que atuam nas mais diferentes áreas. Da PM ao meio rural, 
vemos a presença da EAD e logo percebemos que esta modalidade não se 
restringe à formação direcionada à graduação ou pós-graduação. O mundo 
corporativo também se beneficia desta modalidade. Se você gosta de 
estatísticas, observe o levantamento feito pela AbraEAD:
Os métodos de Ensino a Distância são um fenômeno 
crescente na educação corporativa brasileira, e os números 
referentes aos investimentos no ano de 2007 mostram que, 
embora sejam majoritariamente presenciais, os projetos de 
educação de funcionários, colaboradores e prestadores de 
serviços abrem cada vez mais espaço para a EaD. As 41 
empresas ouvidas na pesquisa da edição 2008 do AbraEAD 
indicam que um quarto (25,6%) de seus investimentos 
em educação corporativa foi aplicado no uso do conjunto 
de metodologias a distância. Nos dois anos anteriores, 
esse porcentual não havia chegado nem a um terço disso. 
(SANCHEZ, 2008, p. 99).
Esta pesquisa, somada às manchetes que vimos antes, é apenas um 
indício de que nosso modelo de educação está em transição, da mesma 
forma que as diversas instituições sociais. Estas mudanças estão intimamenteligadas à aplicação de novas tecnologias, principalmente da internet. Neste 
sentido, não é só na educação que ocorrem mudanças e oportunidades, mas 
em todas as áreas.
“As 41 empresas 
ouvidas na pesquisa 
da edição 2008 do 
AbraEAD indicam que 
um quarto (25,6%) de 
seus investimentos 
em educação 
corporativa foi aplicado 
no uso do conjunto 
de metodologias a 
distância.”
(SANCHEZ, 2008, 
p. 99)
18
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
muDAnçAs E oportuniDADEs nA ErA DA 
informáticA 
Como você reage diante do “novo”? Você fica ansioso diante das 
mudanças? É comum encontrarmos pessoas que compartilham a ideia de que 
o novo desperta ansiedade, gera tensão e preocupação. Por trás disto estão a 
incerteza e a insegurança causadas pelo novo. Contudo, neste novo residem 
as oportunidades. Você concorda?
Para avançar neste raciocínio, convidamos você a analisar um exemplo 
de mudança e oportunidade que as novas tecnologias estão trazendo para 
profissionais da área de comunicação. Para tal, enviamos um roteiro de 
questões para a jornalista Angèle Murad.
Angèle Murad é jornalista, professora do Centro Universitário 
de Vila Velha-ES (UVV), mestre em Comunicação e Imagem 
pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e especialista em 
Comunicação Organizacional pela Universidade Federal do Espírito 
Santo. Analista de comunicação da Prefeitura Municipal de Vitória (ES).
Veja como chegamos a ela: primeiro buscamos na internet um exemplo 
utilizando as seguintes palavras: mudança na era da informática. Dentre 
os conteúdos, encontramos um artigo que falava do “complexo mundo da 
comunicação”. Veja um trecho:
A difusão das tecnologias digitais e a consequente 
convergência das áreas de comunicação, informática 
e telecomunicações está transformando a atividade 
jornalística. As mudanças atingem a pesquisa, a produção 
e a difusão da informação. Possibilitam outras formas de 
relacionamento entre leitor e jornalista, exigindo a redefinição 
de técnicas. O novo quadro demanda, assim, alteração no 
perfil do profissional de informação. (MURAD, 2008).
 
A partir disto, entramos em contato, via e-mail, com a jornalista e 
realizamos a seguinte entrevista:
19
EAD: AspEctos Históricos E sociAis Capítulo 1 
Que novas oportunidades a internet	criou	para	sua	profissão?
Para os jornalistas, a internet possibilitou novas formas de obter 
informação (ex.: consulta à página pessoal das fontes envolvidas; 
entrevista por e-mail); novas formas de “tratar” a informação (ex.: 
construção de texto, integrando-o a áudio e vídeo); novas formas de 
difundir a informação (ex.: entrevistas on-line; “debates” virtuais).
Que novos modelos de comunicação jornalística se 
inauguram	com	a	internet?
Atribui-se à internet a implementação do modelo todos-todos, 
no qual potencialmente todos são emissores e receptores. Uma 
das experiências que melhor traduz esse conceito é o jornalismo 
colaborativo, no qual o cidadão constrói a notícia, e ela é publicada. 
Os blogs também expressam essa relação dialógica. Podemos dizer 
também que a internet também tem espaço para fomentar os modelos 
um-um (e-mail, por exemplo, trocado entre jornalista e um internauta 
leitor) e um-todos (listas de discussão sobre assuntos pautados pelo 
veículo jornalístico). 
Quais	os	principais	“medos”	dos	profissionais	do	jornalismo	
neste	contexto	da	informatização?
O novo assusta, mas é extremamente sedutor e desafiador. 
Veja, por exemplo, o caso das “novas formas de ler”. Pesquisas 
indicam que o internauta lê o texto como imagem, o que requer de 
nós, jornalistas, feeling para escrever de forma atrativa, utilizando 
recursos para “prender” o internauta no texto o maior tempo 
possível. Dizem que, no ambiente da internet, é preciso escrever 
textos curtos. Mas acho que não podemos nos esquecer da missão 
do jornalista e da sua responsabilidade social de contribuir para que 
as pessoas compreendam o mundo em que vivem. Este deveria ser 
o principal temor do profissional: escrever, escrever e sua fala não 
ajudar o outro a apreender o mundo. 
 
Quais as novas formas de relacionamento entre leitor e 
jornalista,	inauguradas	pela	internet?
Já falei de algumas iniciativas, como o jornalismo colaborativo 
e o blog. No primeiro, quase sempre há a mediação do jornalista. 
Já no segundo, é o cidadão escrevendo e postando suas ideias 
20
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
e notícias. Isso retira do jornalista a segurança de que ele é o 
único mediador social possível entre fatos e leitores. No mínimo, 
inquietante para uma profissão cujo pólo ideológico se constrói a 
partir de eixos, como verdade, isenção e a missão de ser “o relator” 
do real.
 
Em	um	de	seus	artigos,	você	afirma	que	o	novo	quadro	demanda	
alterações	 no	 perfil	 do	 profissional	 de	 informação.	Que	 alterações	
são	estas?
Uma das principais exigências, creio, é quanto à nova 
linguagem. O jornalista precisa (re)aprender a escrever. Isso 
implica, de um lado, apropriar-se dos recursos multimídia. De 
outro, estabelecer uma nova “escrita”, hipertextual, na qual as 
informações são organizadas em camadas, visando a atender a 
receptores com diferentes graus de interesse. 
De fato, o jornalismo conta com novos recursos, o que gerou novas 
oportunidades de comunicação. Isto nos leva a considerar oportuno falar da 
mudança de paradigma pela qual as profissões e instituições estão passando. 
Paradigma é o modelo predominante entre as pessoas. “[...] os 
indivíduos pensam e agem, em conformidade com os paradigmas neles 
inscritos culturalmente. O paradigma instaura relações primordiais que 
constituem axiomas, determinam conceitos, comandam discursos e/
ou teorias.” (MORIN apud NEDER, 2005, p. 49).
 
Segundo Neder (2005, p. 49), “o novo paradigma, que se estrutura em 
nosso contexto, enfatiza a totalidade indivisa e compreende que o todo só 
pode ser compreendido se relacionado às suas partes, às suas conexões”. Em 
outras palavras, a compreensão da realidade não é completa no fragmento 
isolado, mas na teia de sua organização. Neste sentido, na extensão desta 
reflexão, vamos falar dos dois principais modelos educativos. Porém, antes, 
que tal você responder à entrevista do nosso amigo Leo!?
21
EAD: AspEctos Históricos E sociAis Capítulo 1 
Atividade de Estudo:
Vimos, nesta seção, que as novas tecnologias, em especial a 
informática, favoreceram mudanças e oportunidades para as 
diferentes profissões e para a educação. Neste sentido, gostaríamos 
de saber sua opinião sobre as seguintes questões:
1) Qual sua profissão e quais as principais mudanças que ela vem 
passando diante das novas tecnologias?
_______________________________________________________
_______________________________________________________
2) Quais as novas oportunidades que a internet criou para sua profissão?
_______________________________________________________
_______________________________________________________
3) Como os modelos de educação poderiam ser mais úteis para o 
novo contexto da sua profissão?
_______________________________________________________
_______________________________________________________
moDElos EDucAtivos 
Ao estudar a terceira geração da EAD, você percebeu que a internet surgiu 
e se tornou uma excelente ferramenta para desenvolver a educação on-line. Por 
sua vez, passamos a experimentar redes de aprendizagem e aprendizagens 
colaborativas, contexto que se transformou em palco de intensos debates: de 
um lado, os instrucionistas e, do outro, os construcionistas.
Para os instrucionistas, manteve-se a ideia de que a aprendizagem era um 
processo de transmissão da informação. Para estes, bastava que o material 
didático fosse autoinstrucional. Do outrolado dos debates, os construcionistas, 
para quem a aprendizagem se desenvolve a partir de trocas, de interação e 
colaboração entre pessoas que utilizam redes de comunicação mediada por 
computador para aprender juntas. 
Será que as duas vertentes se excluem? Poderíamos considerá-las 
complementares? De forma geral, vemos que se instalou um debate extremista 
sobre as duas visões. De um lado, o discurso é entusiasmado e positivo 
A internet surgiu 
e se tornou uma 
excelente ferramenta 
para desenvolver a 
educação on-line. 
22
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
sobre as novas tecnologias, com comentários hostis em relação aos recursos 
chamados de tradicionais; do outro, o discurso de que as novas tecnologias e 
a EAD não são suficientes para garantir os mesmos resultados da educação 
presencial. Que tal ponderarmos sobre isto e identificarmos os pontos positivos 
que poderiam ser somados para a elaboração de um programa misto? Para 
ajudar na nossa investigação, veja o quadro a seguir. Nele, podemos visualizar 
os itens de cada vertente.
Quadro 01 – Comparativo entre instrucionismo e construcionismo
Fonte: Os autores (2008).
Na primeira coluna do Quadro 01, vemos as características do modelo 
instrucionista, o qual, em síntese, pode ser identificado pelo modelo de estudo 
individualizado, e, na segunda coluna, o modelo construcionista que apresenta 
vários recursos de interação virtual. Porém, não são modelos excludentes. A 
partir da soma dessas características, podemos perfeitamente desenvolver um 
modelo misto e multidirecional. 
Instrucionista
Material didático 
autoinstrutivo e impresso.
Linguagem dialógica.
Fácil de transportar e de 
ler em qualquer lugar.
Permite acesso, de forma 
acadêmica, a conteúdos 
clássicos, atuais e 
universais com registro de 
procedência confiável. 
Permite escolher o melhor 
horário para estudo.
Apresenta as informações 
fundamentais. 
Permite atividade assíncrona.
Construcionista
Material didático 
autoinstrutivo on-line.
Linguagem interativa.
Permite trocar ideias 
com outras pessoas 
(colegas de turma).
Permite interagir com 
pessoas e conhecimentos 
do mundo inteiro. 
Permite escolher o melhor 
horário para estudo e interação.
Permite buscar informações 
complementares.
Permite atividades 
síncronas e assíncronas. 
23
EAD: AspEctos Históricos E sociAis Capítulo 1 
Atividade de Estudo
Dentre as características e recursos para EAD apresentados a seguir, 
assinale 5 que você considera mais favoráveis para o seu estilo de 
estudo e aprendizagem: 
( ) Material didático autoinstrutivo e impresso.
( ) Material didático autoinstrutivo on-line.
( ) Material impresso com linguagem dialógica.
( ) Material virtual com linguagem interativa.
( ) Videoaula.
( ) Atividades assíncronas (atividades que independem da presença 
simultânea de colegas ou tutores. Ex.: fórum, enquete etc.).
( ) Atividades síncronas (encontros virtuais com a presença 
simultânea dos colegas e tutores. Ex.: chat).
( ) Atividades on-line que permitem trocar ideias com outras pessoas 
(colegas de curso).
( ) Interação com pessoas e conhecimentos do mundo inteiro via 
internet. 
( ) Estudos individualizados a partir do material autoinstrutivo.
Outro: __________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
AlGumAs consiDErAçõEs
Neste primeiro capítulo, estudamos um pouco da história da EAD e 
identificamos que ela é costumeiramente dividida em três gerações: a primeira 
geração que é identificada pelos cursos por correspondência; a segunda 
geração que aproveitou as novas mídias; e a terceira geração que passou a 
explorar os recursos da internet. Neste contexto, consideramos que o modelo 
de mediação pedagógica dos cursos de pós-graduação da UNIASSELVI reúne 
qualidades das diferentes gerações. 
Outro ponto que destacamos foi a repercussão social da EAD. Neste ponto, 
verificamos que proporcionou algumas facilidades ao processo de formação 
24
 Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado
de diferentes pessoas e instituições. Vimos, também, que a EAD caminha em 
paralelo ao desenvolvimento das novas tecnologias da comunicação que, por 
sua vez, igualmente criaram oportunidades e desafios às diferentes profissões 
do nosso tempo. 
A EAD é vista por muitos teóricos como uma forma de democratização 
do ensino. Entretanto, só se efetivará se for capaz de incorporar referências 
que superem os modelos arbitrários de transmissão de informações. Por isso, 
estimamos que você consiga fazer uso dos diferentes recursos disponíveis para 
seu curso e que, assim, consiga desenvolver um estilo de autoaprendizagem. 
Para tanto, é interessante estudarmos as diferentes metodologias de 
autoaprendizagem, pois cada um de nós tem um ritmo e um tempo diferentes 
para aprender, tem mais habilidade para calcular ou comunicar, enfim, tem 
uma habilidade mais saliente. O próximo capítulo ajuda a entender como 
esses aspectos agem sobre nosso aprendizado, especialmente na EAD.
rEfErênciAs
MAIA, Carmem; MATTAR, João. ABC da EaD. São Paulo: Pearson Prentice 
Hall, 2007.
MURAD, Angèle. Oportunidades e desafios para o jornalismo na internet. 
Disponível em: <http://www.uff.br/mestcii/angele1.htm>. Acesso em: 1º out. 
2008.
PRETTI, Oreste (Org.). Educação a distância: sobre discursos e práticas. 
Brasília: Líber Livro, 2005.
SANCHEZ, Fábio (Coord.). Anuário Brasileiro Estatístico de Educação 
Aberta e a Distância. 4. ed. São Paulo: Instituto Monitor, 2008.

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