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Häberle,Peter. Pluralismo y Constitución: Estúdios de Teoría Constitucional de la Sociedad Abierta. Tecnos, Madrid, 2002. pp. 59-84.
Capítulo 1. Fundamentos Teóricos de la Constitución democrática a la luz del pensamiento possibilista.
CAPÍTULO I. FUNDAMENTOS TÉRICOS DA CONSTITUIÇÃO DEMOCRÁTICA À LUZ DO PENSAMENTO POSSIBILISTA.
INTRODUÇÃO, PROBLEMÁTICA E TESE INICIAL DE PARTIDA
Tanto a mera doutrina como qualquer ação baseada no Direito constitucional devem ser continuamente reconsideradas mediante uma reflexão permanente junto com um esforço de auto-análise paralelo para poder tomar consciência de seus próprios limites e possibilidades, assim como de seus prováveis êxitos e perigos potenciais, tudo isso em vista da defesa de sua causa, uma causa que não é outra coisa senão a consecução de uma ordem democrática básica para todos em liberdade e com dignidade. A estes aspectos precisamente se dirigem as considerações seguintes.
O pensamento possibilista – situado entre a realidade e a necessidade – deve ser analisado de uma forma muito mais intensa do que como vem sendo até agora como eixo central tanto por parte da doutrina com da práxis constitucional, sempre tomando como pontos de referência os múltiplos exemplos que emanam da legislação, da Administração, da jurisprudência e da Política, incluindo também textos procedentes da Dogmática e do jornalismo científico, todo o qual bem poderia refletir o âmbito denominado “público”, e a realidade subjacente a qualquer Constituição viva. O “pensamento possibilista”, (que chamaremos a partir de agora de “possibilismo filosófico”), entendido como problema de teoria constitucional é bastante desconhecido, enquanto que o “pensamento realista” (ou “realismo filosófico”), por sua vez,é quase popular – se diria – como demonstra a freqüência com que se remete a a chamada “necessidade material”. Seria, portanto, conveniente recordar aqui que foi H. Lenz autor que criou na Alemanha o termo conceitual de “pessoa real”, assumindo com ele uma posição intermediária entre aquele e o denominado “pensamento necessário” (que chamaremos também como “necessarismo filosófico”), conceito que se mostra palpável através da proibição de qualquer excesso, que hoje em dia se mostra mais premente do que nunca, quando se questiona que tarefas estatais devem ser inescusavelmente consideradas como “necessárias”, tudo isso evidentemente com a reserva do possível e do factível.
Consequentemente, todas e cada uma das três categorias supracitadas resultam ser indispensáveis no Estado de Direito – leia-se, no Estado Constitucional.
O ideário de pessoas e grupos concretos, a doutrina constitucional de certos textos sociais, assim como suas funções e procedimentos – tanto cogitáveis como praticáveis -, se orientam em forma de possibilidades, necessidades e realidades, se bem fazem não só de forma muito distinta, como também com resultados porventura divergentes. Não se trata de considerar qualquer tipo de possibilidade, de necessidade ou de realidade, mas também de fazê-lo com algumas especificidades que se encontram no seio ou campo gravitacional do Estado Constitucional, âmbito onde todas elas se ponderam (efeito denominado de “input constitucional”). Por sua vez, as Constituições liberais que se encontram no âmbito do Estado Constitucional são simultaneamente marcos referenciais e materiais – leia-se, desafio e legitimação. Estas Constituições não se apresentam ao cidadão como uma oferta lisa e plana, mas conjuntamente como oferta e convite à reflexão (como pensamento ontológico), de que não são senão resultados parciais configurados por sua vez como tais. 
A tomada de consciência prévia a respeito do pensar e atuar juridicamente aparece como uma contribuição à tão comentada “racionalização das decisões jurídicas”, igualmente ao pensamento científico-constitucional, que diz respeito à esfera do público. Vista desse modo, parecerá tanto mais importante quanto mais relevante seja o valor da própria Constituição no seio da respectiva comunidade pluralista�, entendido como “diretriz suprema da mesma”. 
As reflexões que aqui se seguem estarão unicamente a seu serviço, traçadas somente em linhas gerais, de modo que tanto os limites como as próprias possibilidades de vigor ou força normativa da Constituição sempre poderão ser postas a manifestação claramente com ajuda da mencionada tríade iusfilosófica, isto é, o pensamento possibilista, necessarista e realista�.
Consequentemente, o primeiro deles, o possibilista, se mostra como “normativo”, já incluído desde o âmbito constitucional, mas sempre em certa medida e tanto quanto se mantenha aberto (de espírito) no sentido filosófico popperiano do termo “abertura de espírito”, de modo que este tipo de filosofia, junto com os outros restantes (necessarista e realista), sirva como mediador entre a teoria e a práxis da seguinte forma, a saber: entre a teoria, de modo específico, e entre a práxis ante o todo, de maneira um tanto difusa inicialmente – como assim se demonstra toda uma multidão de exemplos tomados da legislação e da realidade administrativa e jurisprudencial cotidiana.
Agora bem, apesar de tudo isso, não se esgotam de modo algum as três vias acognitivas mencionadas, já que muito provavelmente existiam outras suscetíveis de desdobrar seus serviços em prol da Constituição. A tríade cognitiva aqui analisada permanece sempre aberta, ao mesmo tempo em que tudo parece indicar que uma “boa” exegese constitucional (ou um bom desenvolvimento da mesma em forma, por exemplo, de modificação ou de transformação constitucional,ou ainda de políticas constitucional), tenderá a ser a resultante de tais forças cognitivas, sem que jamais se produza algum mecanismo de automatismo. A força geradora desta tríade cognitiva é certamente muito ampla, face ao caráter fragmentário dos textos que ostentam as Constituições liberais; mas ao mesmo tempo esta estreitamente limitada pelas necessidades e penúrias econômicas gerais, que cada vez são mais amenas e globais. Não obstante, por ele não se deixa desdobrar todas suas potencialidades na medida em que a reflexão constitucional atual se conecta cada vez mais com o espírito dos tempos que correm, especialmente àquele a que o âmbito da reflexão científica se refere, que não é outro senão o da teoria e que em termos gerais advém desde 1989.
O racionalismo crítico, cujos procedimentos se baseiam nas premissas de avançar conjecturas e submeter-las a refutações – trial and error – , é o primeiro fator que cabe assinalar aqui, encontrando-se muito próximo do pensamento possibilista sem desprezar de modo algum o realista, razão pela qual a chamada teoria crítica pode contribuir com resultados visíveis bem diferenciados a respeito. E do mesmo modo que a doutrina científica pode mostrar-se muito frutífera para a teoria da Constituição de diversos ângulos ou texturas� e considerações, a tríade cognitivista (possibilista, necessária e realista) pode também, paralelamente, contribuir com o próprio sucesso dos âmbitos teóricos plurais, dos prós e contras, contribuindo assim para a configuração de diferentes ciências e âmbitos teóricos das chamadas ciências sociais.
O PENSAMENTO POSSIBILISTA: FILOSOFIA PLURAL E FILOSOFIA DE ALTERNATIVAS
CONCEITUAÇÃO
O pensamento possibilista significa pensar sobre e a partir de outras alternativas. Não obstante, não parece procedente denominá-lo “pensamento alternativo”, pois assim se correria perigo, ou al menos um grande risco, de ser associado com conceitos antitétitco similares aos que aparecem com as disjuntivas gramaticais� “o – o”, ou seja, “ou um, ou outro”, que, como é bem sabido, são mutuamente� excludentes. 
Nosso conceito de possibilista ou, mais corretamente, de pensamento possibilista, está, por sua vez, sempre aberto a qualquer outra tábua de possibilidades mais ampla, isto é, também a uma terceira, uma quarta possibilidade, etc. assim como frente a compromissos todo tipo. Unicamente em alguns casos de cunhoeminentemente retórico, se poderia reconduzir à citada dupla disjuntiva de “ou um, ou outro” mencionada ut supra; Não obstante, sempre há que dizer que ao agir-se assim, nunca se entenderá que entre esses termos se encerra algo absoluto e excludente, como se realmente jamais coubesse outra alternativa. A razão dele é que este tipo de forma de pensamento ou reflexão possibilista parte da base da potencialidade intrínseca enquanto a questionabilidade de qualquer argumento, é dizer, da busca de qualquer resquício possível de que permita ampliar as próprias possibilidades inerentes ao mesmo, à luz do que poderia se chamar o lema por antonomásia, que resumido� seria: que outra coisa poderia também ser no lugar da que é ou parece ser?
Encontramo-nos, portanto, no fundo da res publica do denominado “Estado Constitucional”, onde aparece um ethos de pensamento alternativo especificamente jurídico, em que sempre está questionando qualquer outra possibilidade, incluídas as citadas perspectivas do real e do necessário, mas sem desejar se influenciar por elas. O pensamento possibilista –leia-se, se preferir, “pluralista alternativo” – amplia o horizonte visual para dar abo em seu seio a outras “novas” realidade, já que se considera que estas corregiram a trajetória das de antes, especialmente no que diz respeito as que se englobam na dimensão do temporal a nível normativo, adaptando-as e adequando-as, sobre tudo sem que signifique que necessariamente tenham que resultar melhores simplesmente por ser novidade. Este modo de reflexão possibilista é suscetível de desencadear enormes potencialidades produtivas. Outrossim, no tocante aos múltiplos indícios existentes no Direito contemporâneo vigente, somente uma minoria parecer ter plena consciência dele, conferindo, não obstante, certa prática freqüente mais ou menos encoberta. Consequentemente, quanto mais aberto, plural e político seja uma determinada ordem constitucional – junto com sua correspondente parte dogmática, entende-se -, tanto mais relevante será este tipo de reflexão possibilista, reflexão que cada vez se esforça com mais força à medida que a Ciência jurídica vai elaborando e perfilhando com mais nitidez seus próprios conceitos, entre os quais, por exemplo, convém nomear aqui os de Direito Público, tolerância, pluralismo, direito das minorias, representatividade de interesses não organizados ou institucionalizados e, finalmente, os direitos sociais e culturais fundamentais ou básicos.
Deste modo, observamos como nosso possibilismo se encontra muito próximo do pensamento alternativo� e do racionalismo crítico. Outros elementos do pensamento possibilista que aqui sugerimos, clássico ou moderno se preferir, se encontram em R. Musil e E. Bloch, com o qual deve-se ter sempre em conta que aqui não nos referimos tão somente ao pensamento blochiano primogênito, em torno da fábula de cerca de 1930, mas sobretudo ao princípio� denominado “de esperança”, ou , se preferir, a esperança como princípio que estende em seu estudo titulado “Façamos o possível”, onde encontramos citações como a seguinte�: “Somente esta é a prática, na medida do possível, cada vez dentro do âmbito de possibilidades ontológicas totais que aparece na história universal sempre inacabada. Somente uma prática semelhante poderá realizar sua grande causa inerente ao processo histórico. A naturalização do ser humano junto com a humanização da natureza sempre partindo de suas próprias possibilidades, transladando-as à realidade (...), da mesma forma que depois de Marx se configurou igualmente um espaço histórico, o futuro do tempo configura igualmente um espaço das possibilidades reais na história”. 
No âmbito da teoria dos sistemas� de Luhmann se define o termo “contingente”� como “possibilidade não necessária” no sentido que lhe atribui a tradição dos modos de ser; agora bem, tal conceito luhmanniano é uma das mais claras referências ao pensamento possibilista que aqui intentamos� desenvolver. Análoga referência logo a esta concepção possibilista se atribui também a Otto von Bismark ao considerar a política como “a arte do possível” (e também do necessário, acrescentamos). Finalmente, e em outro contexto bem distinto como é o do futebol, quizá poderíamos resenhar uma passagem do polêmico discurso de Walter Jens em razão da celebração da desta comemorativa da fundação da equipe nacional alemã, organizada sob o lema: “o futebol representa uma dupla realidade e um projeto simultâneo de possibilidades?”, lema que certamente se poderia entender tanto como um projeto como por usa vez uma retrospectiva�. Por acaso há igual na arte? 
O déficit atual existente logo a investigação no âmbito da teoria constitucional nos produz uma certa perplexidade tanto maior quanto mais claras resultam as provas que contribuem para a continuação da nitidez inequívoca com a que se mostra a realidade jurídica cotidiana, já que é precisamente neste enorme espaço que existe entre o conhecimento teórico e a demonstração prática que se deve situar o pensamento possibilista aqui aludido, é dizer, no centro da interseção de ambos. 
2.2 SITUAÇÃO ATUAL OU STATUS QUAESTIONIS
 
Em todo ordenamento jurídico aberto, plural e liberatório do ser humano surge um amplo espectro de múltiplas formas que se institucionalizam como alternativas jurídicas e que oferecem por sua vez um espaço suficientemente amplo para tomar decisões, como para estabelecer o terreno das liberdades individuais e, em geral, os da própria nacionalidade. Estas formas pressupõem uma comunicação o mais livre de coibições possível – no sentido habermasiano -, é dizer, que, portanto:
O projeto possibilista não se produz nem importando-o de fora, nem elevando-o ao vértice da Constituição. A concepção de U. Scheuner, que entende a Constituição� como “projeto”, já assinala claramente a tendência ao pensamento possibilista.
O amplo e múltiplo elenco de possíveis Constituições é precisamente o fator que permite estabelecer disciplinas como a de “Direito constitucional comparado” ou comparatismo� constitucional, assim como a de “História do constitucionalismo”, ambas altamente significativas com respeito a teoria e doutrina constitucional. Isto significa, nem mais nem menos, que o pensamento alternativo que preconizamos não só o limitamos e projetamos em relação ao futuro, pois se fosse assim unicamente, restringiríamos seu horizonte de perspectivas, já que por ele e ipso facto desejaríamos excluída e a margem não só a própria história do constitucionalismo, mas também sobre toda a ampla palheta de considerações e possibilidades inerentes à mesma, tudo isso tanto mais quanto o material para resolver problemas históricos se encontra, como se sabe, bem cuidado – nunca melhor dito – na “câmara encouraçada do tesouro da história”, um material farto frequentemente esquecido depois de ser desprezada toda potencialidade inerente ao mesmo pela simples e pura realidade dos fatos. Não obstante, também existem renascimentos e regenerações dos tesouros constitucionais em s direitos fundamentais de cunho e proteção social resenhados pelas Constituições regionais dos Länder�, que depois de 1945 oferecem bom exemplo, e que, não obstante serem próprios do âmbito da cultura, aparecem geralmente como normas reguladoras dentro das cláusulas de deveres fundamentais.
Não há que esquecer que existe uma idéia consistente em possibilitar alternativas e que aparece, sobretudo, à hora de entabular procedimentos de reformas constitucionais (art. 79.1 e 2 da Lei Fundamental), idéia similar a análogas disposições existentes em outros países e que representam - diríamos – a mais atrevida das institucionalizações de alternativas dentro do âmbito político do Direito público. Daí que a dogmática relativa a direitos fundamentais considere a denominada “reserva do possível” como um elemento imprescindível que forma parte da dimensão própria� dos chamados direitos de participação. 
b) A manutenção de possibilidades como fator sempre aberto no seio dos ordenamentos constitucionaisvigentes representa o conteúdo central dos princípios jurídico-constitucionais mais relevantes. Daí a afirmação de que toda democracia que não se estabelece sobre a base da idéia de existência de uma vontade popular ou geral unitária “correta”, no sentido rousseauniano do termo, deverá em todo caso abrir-se às minorias como alternativas frente à maioria, da mesma forma que para Konrad Hesse democracia� significa “pluralismo de iniciativas e de alternativas”, ou para a doutrina angloamericana� a democracia se equipara aproximadamente com as idéias indissociáveis de “pluralismo e competitividade”, ou quando O. Stamer a define�, apoiado na chamada teoria da competência competitiva, como um “exercício de poder mediante uma combinação de grupos que alternativamente concorrem à liderança e ao governo, segundo mandatos e sob a supervisão do povo”. Até as eleições políticas�, entendidas como uma das formas de atuação especificamente democrática, pressupõem a todo momento a existência de alternativas (tem como mais claro exemplo a própria oposição política como clara expressão de direitos minoritários), tendo sempre muito presentes todos os partidos políticos mantêm as mesmas possibilidades e os mesmos direitos, como, por exemplo, os relativos à fundação e estabelecimento de partidos e sua estruturação interna em torno de princípios democráticos, ou os próprios direitos de seus representantes parlamentares de liberdade, igualdade e status público pessoal. 
N. Luhmann� definiu a democracia como “manutenção da complexidade perante um trabalho contínuo de domada de decisões que sempre comporta; sua racionalidade e humanidade se manifestam mediante o caráter de transitoriedade de suas negações”. Com isto se volta novamente a insistir e manifestar que o pensamento possibilista que neste ensaio propugnamos não necessita estar exclusivamente orientado somente ao futuro, já que a democracia permite em todo caso manter vivas e considerar sempre como virtualmente possíveis até mesmo todas aquelas possibilidades que já foram negadas no passado por quaisquer razões, idéia que temos assumido e cunhado sob o termo de “reversibilidade de toda possibilidade e alternativa que surja no marco constitucional”.
Apesar de tudo que foi dito, a atitude de abertura com que afrontamos os fatos tenderá que ser necessariamente realista; daí a necessidade de que possa submeter-se a crítica permanente toda ordem e ordenamento democrático. Tal abertura, não obstante, bem poderia correr o risco de desaparecer mediante a inclusão de cláusulas restritivas, como,por exemplo, a já existente de 5 por 100 do voto útil, ou a de exigir imperativamente uma determinada forma precisa no momento de financiar os partidos políticos, ou exigindo determinadas estruturações ou reestruturações tecnocráticas, como as denomina Duverger�, ou até quando os fatos favoreçam determinadas desigualdades no momento da aplicação do princípio da igualdade de oportunidades em temas de economia ou com critérios econômicos ou, finalmente, quando se consolidam certos estamentos claramente elitistas; e até mesmo caberia também perguntar-se se às vezes não se excluiriam alternativas de caráter fundamental mediante experimentos que pretendem lograr em princípio uma maior aproximação democrática, como, por exemplo, o que preconiza a inclusão de um princípio de revisão permanente de toda decisão que se adote, por menor que seja. 
Analogamente, os direitos fundamentais representam igualmente o veículo e o depósito de alternativas e inovações, sobretudo e especialmente ali, onde com eles se faz possível� o “pluralismo democrático”.
Na Alemanha existe toda uma gama de artigos constitucionais perfeitamente subsumíveis� sob as afirmações anteriores.
Deste modo, os direitos fundamentais típicos que nos indicam as alternativas a que nos referimos aparecem como garantes dos sistemas de eleições democráticas, a liberdade de sufrágio, a escolha de ofício, carreira ou profissão, a liberdade de escolha do lugar de trabalho e de formação profissional, a igualdade de oportunidade no acesso à informação e até mesmo a liberdade de escolha� do lugar de residência.
Liberdade é, portanto, sinônimo de alternativas sempre que assim apareça no texto constitucional, sem possibilidade de fazer distinções, da mesma forma que no âmbito dos direitos fundamentais – incluindo a liberdade de empresa -, no legislativo e na Administração Pública, igualmente na magistratura e no que regula a fundação de partidos políticos. Daí que liberdade seja sobretudo “possibilidades”. Aqui convém recordar o amplo debate surgido em torno da igualdade de oportunidades, de onde o horizonte discursivo apoiava-se na busca da ampliação de prestações inerentes aos direitos constitucionais� básicos, sempre com vista a lograr a realização das eleições alternativas por parte da cidadania. A cada vez mais densa normatividade inerente aos direitos fundamentais sociais não é senão o intento de liberalização das travas econômicas que paralisam referidas alternativas em concreto, tendo em conta que o chamado Estado de Bem-Estar Social ou Estado prestativo tão somente se limita à criação de possibilidades em matéria de direitos fundamentais e não à criação imediata de tais “realidades”, algo que, por outra parte, tão somente lhe caberia fazer� de forma muito limitada.
Portanto, é decisivo face à manutenção das liberdades públicas que também se reconheça a liberdade de alternativas elegidas por todos aqueles que se pronunciam em prol de algumas delas muito corretas, dado que não só existem alternativas ao real, mas também alternativas às próprias alternativas cada vez que aquelas se formulam. Deste modo, ao esboçar as linhas gerais do que poderia considerar-se uma “teoria constitucional de alternativas”, o projeto se converte realmente em uma autêntica “teoria constitucional da tolerância”, como assim parece se inferir concretamente em matéria de objetivos educacionais nos Länder orientais da Alemanha, concretamente, por exemplo, no artigo 22 da Constituição da Tunísia. 
c) Diante de tudo pareceria uma trivialidade constatar que no âmbito legislativo já existe de fato a possibilidade de escolher entre toda uma gama de alternativas bem distintas. As leis “concretas” ad hoc unicamente podem ser inferidas, em parte, da “realidade” e, em parte, da própria Constituição, ainda que nem sempre possam ser consideradas sinônimos de “necessidade”, já que a liberdade de configurar-las como tais reside, por sua vez, no legislador. É evidente que as alternativas jamais existem per se, do mesmo modo que a legislação tampouco é somente um ato de mera eleição; agora bem os procedimentos para o estabelecimento de alternativas sempre deverão ser cuidadosamente organizados de forma que, sendo assim, possam ampliar o âmbito próprio de tais possibilidades. O assessoramento parlamentar em matéria de leis igualmente terá que ostentar tal função para o qual resultam de grande importância todas as garantias� que oferecem o Direito Público: os “métodos de invenção” que possibilitam novas idéias, que por sua vez servem para a resolução de novos problemas que se formulam, também deverão estar por sua vez bem desenvolvidos, sendo inclusive mais além das expectativas dos problemas legislativos atualmente existentes, de forma que o legislador possa fazer uso, pelo menos de forma experimental, o quanto antes for possível de tais alternativas. Tudo isso, bem entendido, sempre que a Lei não sirva por si só como objeto de experimento e tampouco inclua em seus artigos cláusulas experimentais, de modo que possa levar em consideração inclusive o Direito comparado como banco de provas de distintas possibilidades. 
Igualmente as chamadas “auditorias” legais, que não são senão uma forma de pluralismo ou de pluralizar o Direito�, não só tendem a conseguir todo um elenco de materiais fáticos, mas também representam por sua vez um excelente teste de reações por parte dos coletivos implicados com vistas à consecução de regularizações alternativas.
d) O pensamento alternativocomo possibilidade cognitiva do processo jurídico chega a mostrar sua maior relevância em nível de processo hermenêutico – leia-se, o instante da escolha metodológica -, o que se comprovou repetidas vezes a linha de debate sobre a tópica ou o pensamento tópico entendido como “força produtiva de interpretação”. A tópica, como se sabe, se baseia na busca de pontos de vista possíveis de interpretação; igualmente, o chamado “voto reservado” dos magistrado do Tribunal Constitucional Alemão não é outra coisa senão a expressão processual institucionalizada do conhecimento de que as normas jurídicas se encontram por si só abertas a toda uma gama de múltiplas e variadas possibilidades exegéticas e de alternativas� diferentes, sabendo que a adoção de uma delas não significa, atualmente, de modo algum a exclusão de outras de suas possíveis alternativas� no futuro.
O Tribunal Constitucional Alemão formulou, ademais, em sua sentença de 10 de junho de 1975� e dentro do contexto da problemática existente sobre exegese de cunho estritamente constitucional que quando uma determinada norma jurídica pura e simplesmente seja entendida no sentido que lhe confere a própria Constituição, e que de tudo isso resulta certas maneiras de interpretação possíveis não resultem adequadas ao sentido da própria Constituição, nenhum tribunal de ordem inferior poderá considerar tais possibilidades como conformes à Constituição. É evidente, portanto, que da análise da exposição de motivos desta sentença se depreende que ali se alude a “variantes normativas” resultantes de outras interpretações correntes e possíveis do Direito cotidiano. No mesmo sentido e do mesmo modo, o referido Tribunal Constitucional já havia sentenciado em 1954� que “a ordem social e econômica atual é somente uma das possibilidades de acordo com a Constituição, mas não é a única possível”. Como se pôde comprovar através destes exemplos tão brilhantes se trata de normatizar o pensamento possibilista ao que aludimos, restringindo o âmbito de decisões inerentes a certas possibilidades consideras como boas, isto é, de acordo com a Constituição, teses reforçadas em algumas das sentenças mais recentes dos últimos anos� em matéria de formação profissional. Também em outro lugar� se formula implicitamente o encabeçamento de uma tarefa constitucional que reflita esta mesma forma de pensamento possibilista a que continuamente fazemos referência.
O que evidentemente de tudo isso se infere é que o próprio Tribunal Constitucional Federal a quem seguimos tem se inclinado pela teoria do Direito de cunho moderno, a qual – segundo Kaufmann - apenas questiona a tese de que a lei não é algo totalmente acabado e perfeito�, senão simplesmente “pura possibilidade jurídica” – o que tampouco significa que se limite a ser de modo algum somente uma simples realidade – ou seja, que alei não é senão algo necessitado de interpretação para elucidar se um fato determinado da vida, que se submete a juízo, se adequa ou não� ao realmente intencionado pelo legislador.
Aqui não devemos esquecer que as possibilidades que “encerram” as normas jurídicas apenas podem ser conhecidas mediante sua confrontação com a própria realidade. Eis aqui porque a chamada “interpretação constitucional aberta” parte da base deste fato, do mesmo modo que também o faz mais ou menos consciente a doutrina do consuetudinarismo e a da transformação constitucional. Consequentemente, será, pois, a exegese encarregada de explorar todo o amplo potencial do campo probabilista, relacionando-o com outras perspectivas tópicas� como bens de concordância prática. 
O conhecimento teórico da hermenêutica de possibilidades que encerram as alternativas se projeta igualmente no âmbito da práxis em nível de reflexão jurídico-funcional, é dizer, na medida em que se garanta que uma das possíveis funções se volte tão dominante que impeça por si o desenvolvimento do potencial inovador das demais funções. 
e) Desde alguns anos, o legislador tem começado a institucionalizar como alternativas o que poderíamos denominar “possibilidades infralegais”. Resta evidente que se tem feito algo similar mediante a “margem de discricionariedade administrativa” aplicável, por extensão, a âmbitos não somente administrativos, como quando se fala de margens de atuação� e de eleição ou similares – também nas chamadas “normas em branco ou de conteúdo indeterminado” -, mas, sobretudo, é ali onde se cogita de adotar possíveis medidas emq eu realmente se faz palpável o pensamento possibilista. Um âmbito relativamente recente seria o que contempla a inclusão de cláusulas de reforma e/ou de experimentação� no seio daquelas disposições legislativas que em certa medida se criam a si próprias como alternativas através delas. 
Resumindo, são numerosíssimos os casos de disposições legislativas nos que aparecem indícios de pensamento possibilista em suas múltiplas manifestações impossíveis de descrever aqui em detalhes� ou se sistematizar.
f) A problemática descrita anteriormente também se perfilha através do chamado “espaço não legislado ou espaço livre de regulação” no âmbito administrativo. Aqui é onde se terá que experimentar, em particular, tanto em nível teórico como prático, com diferentes possibilidades e alternativas, especialmente no tocante à prática administrativa a que o bem comum liberdade� se refere. Recordemos neste contexto o chamado “direito de estabelecer as próprias tarefas”� dos entes públicos municipais.
2.3. EXEGESES CONSTITUCIONAIS TEÓRICAS E SEUS LIMITES
Neste tópico deveremos considerar de início que o pensamento possibilista e a alternativa plural (ou pluralista, se preferir), que no presente ensaio preconizamos, de modo algum representa um fim em si mesmo, mas tão somente meios para conservar e recriar continuamente condições de liberdade para todos os cidadãos tendo em vista a consecução de um justo e razoável equilíbrio de interesses, assim como para a salvaguarda da Constituição através dos tempos e para poder desenvolver os bens públicos de todo ser humano em seu próprio bem e em benefício da comunidade. Agora bem, se até este momento temos podido ver que o pensamento realista e o necessário que temos resenhado protegem o ser humano da queda na pura utopia, como é a de pretender adiar a salvação inescusável do presente reenviando-a ao futuro, o pensamento possibilista, por sua vez, o concebemos como um meio idôneo para iluminar todo o potencial inovador intrínseco às normas jurídicas, ou, quando menos, para colocá-lo com clareza, já que as referidas normas são as que marcam claros limites ao pensamento possibilista, como mais adiante iremos expor.
E será precisamente sob o regime de liberdades públicas – que é próprio da democracia, como se sabe – de onde este tipo de alternativa possibilista permanecerá firme sem se afastar do marco da realidade, permanecendo aberto a todo compromisso graças à proteção das minorias a que se encontra obrigada. Este tipo de filosofia alternativa e possibilista servirá como prova para confirmar os sucessos que por via experimental hajam sido uma e outra vez alcançados, com é o caso quando se evidencia a inconsistência das exegeses tendentes a justificar os elevados custos que acarretariam qualquer interpretação discrepante. Com isto, queremos assinalar que nossa postura� não é de modo algum revolucionária, mas evolutiva. Aquela virtude considerada tão democrática, baseada no “tanto quanto” ou “tanto como” que não é senão expressão de sã tolerância e pluralismo�, deveria seguir mantendo suas diretrizes também em prol do pensamento alternativo. Intentar reduzir todo o esquema cogitativo a uma simples alternativa unicamente bidirecional – expressada linguisticamente sob os termos “ou este ou o outro” – poderia interpretar-se como uma forma de intolerância intelectual, por representar uma ameaça de obcecação ou de atrapalhar toda via que possa conduzir ao equilíbrio de “tanto faz assim, como de outra forma” –leia-se, por bloquear todo o compromisso democrático -, cuja etapa prévia, não obstante,aspirava a ser. Neste sentido, o supracitado pensamento alternativo possibilista representa o molde específico que configura o racionalismo crítico junto com o onipresente postulado de falseabilidade popperiano com respeito às conjecturas e refutações. Em todo caso, esta forma de filosofia alternativo-possibilista pressupõe um modelo de Constituição sempre aberto, como também aberto deve ser o modelo de Estado, de sociedade e de pensamento ou de filosofia, a par do que creia ser por si mesmo tal abertura, é dizer, sua própria condição intrínseca� de abertura. Aqui se encontra em tábua o racionalismo crítico frente a nossa forma de pensar, liberatória e alternativa, que ao o transformar� igualmente por ele se vincula, e o fará de tal modo que qualquer tipo de “Santa Aliança” do status quo já preexistente, ou que no futuro se adote, também deverá ser novamente submetido à consideração se for necessário, devido a toda teoria constitucional deste tipo, isto é, da “sociedade aberta”, se nutre e vive desta forma de filosofia possibilista, uma filosofia tão real, por sua vez, que se depreende por si mesma, por exemplo, de quaisquer garantias emanantes dos direitos fundamentais, especialmente no que se refere aos planos econômico e artístico, lugar onde se há institucionalizado muitas de suas possibilidades e incluindo também certas utopias muito concretas. 
Eis aqui as razões pelas quais se podem falar também de certo “vigor intrínseco à abertura de certas normas jurídicas”, em respeito ao pensamento possibilista, da mesma forma que se faz ao realista e ao necessário. Analogamente, tal possibilismo jurídico é também expressão e às vezes conseqüência, condição prévia e limite� e toda exegese constitucional de caráter aberto.
Por outra parte, não resulta nem muito menos relevante ao considerar que toda norma vigente poderia ser submetida ao que se poderia denominar o “teste do possibilismo” em todo momento, com o que através dele poderiam alcançar-se inclusive maiores níveis de legitimação das mesmas, já que, se as normas unicamente têm sido assumidas no próprio sistema sem considerar suas possíveis alternativas, então correm o risco de serem delegadas a uma espécie de mera possessão enfraquecendo-se em permanente tensão� - como diria A. Haenel -, senão como letra morta, que acaso possa ser acatada por seus destinatários sem que jamais seja sentida por estes como algo próprio e acordado por todos.
Os limites do pensamento alternativo se identificam praticamente com os da tolerância que ostentam as Constituições da liberdade. É evidente que os pensamentos, que as idéias são livres. Outrossim, as idéias jurídicas, isto é, as que comportam uma relevância prática na vida cotidiana, são as que se cristalizam muito rápido dentre toda uma gama de possibilidades puramente “teóricas”, passando a configurar-se assim de fato como realidades pré-constitutivas do possível, e em seguida se convertem em algo perigoso para a própria normatividade, sucedendo de imediato e adquirindo contornos prévios muito precisos legitimamente estabelecidos no seio do próprio ordenamento� jurídico do próprio Direito. 
Esta espécie de “potencial de efetividade prévia” que configura intrinsecamente toda possibilidade, uma vez que se tenha cristalizado no plano jurídico, se converte em “realidade atual”, e nos obriga a permanecer muito atentos e ponderar racionalmente a orientação de suas possíveis implicações e custos, é dizer, seu financiamento, já que é muito fácil que se possa desenvolver uma dinâmica própria incontrolável, de cunho essencialmente político, na que já não se busca nem o racional nem o possivelmente razoável que contenha a norma, mas o desprezo mais manifesto e ostensivo da mesma. Com isso se deverá evitar especialmente o abandono de toda boa possibilidade presente unicamente mediante o argumento de querer encontrar outra possibilidade melhor no futuro. Aqui seria melhor oportuno trazer à colação o famoso lema de Pascal de que “quem quer parecer um anjo, deve mostrar-se um diabo”. O corolário que se depreende de todas as considerações anteriores é evidente: “todo pensamento, toda idéia de alternatividade, sempre deverá permanecer imanente a seu próprio sistema”, entendendo por sistema todos os requisitos necessariamente constitutivos tanto de abertura como de pluralismo científicos, tanto em nível teórico como simultaneamente em nível sociopolítico prático do Estado Constitucional. No que pese a tudo isso, deverá se ter bem presente que é extremamente fácil lograr transformar globalmente qualquer sistema, com o que se põe em perigo de desaparecimento sua própria substantividade sob o pretexto de envolver no referido sistema algumas de suas alternativas, sejam de maior ou menor envergadura. Serve aqui como exemplo a polêmica em torno das escutas ilegais que se instalou na Alemanha e desembocou no próprio Tribunal Constitucional� .
Por isso, a realidade substancial de toda “Constituição libertária” se apóia no fato de se apresentar como uma oferta para seus destinatários e não como um mero experimento de laboratório, oferta aberta� tal e como resultada Lei Fundamental, de onde suas próprias exigências são as marcas que assinalam os limites da própria filosofia possibilista entendida como categoria jurídica.
A TRÍADE “REALIDADE – POSSIBILIDADES – NECESSIDADES” EM SUA VERTENTE TEÓRICO-PRÁTICA COMO PROCESSOS DE EXEGESE POLÍTICO-CONSTITUCIONAL PÚBLICA
SUAS INTERRELAÇÕES NOS NÍVEIS DE COMPETÊNCIA, COOPERAÇÃO, CONFRONTAÇÃO E INTEGRAÇÃO
A tese que temos sugerido bem poderia enunciar-se do seguinte modo: afirmando que o conteúdo, vigência e transformação das normas jurídicas, junto com seus respectivos limites, podem inferir-se de todo caso da tríade aberta formada pelo que denominamos “pensamento possibilista, realista e necessário”, tendo bem presente que tal tríade atua sempre em consonância com o processo de produção ou criação normativa. Ademais, entre cada um dos supracitados fatores se produzem relações tanto de concorrência como, sobretudo, de cooperação, razão pela qual o problema jurídico que sempre se coloca consistirá em conseguir uma “dosagem correta” de cada um dos três supracitados componentes.
Visto tudo isso a partir de uma perspectiva procedimental puramente analítica, os três componentes mencionados (o possibilista, o realista e o necessário) bem poderiam harmonizar-se “de forma consecutiva” da seguinte maneira: antes de tudo, mediante uma análise prévia do realismo; logo, mediante uma investigação o mais exaustiva possível de todas assuas possíveis alternativas, alternativas que, por sua parte, deverão ser ponderadas e avaliadas corretamente para poder detectar nelas o grau de necessidades inerentes que possuam. Durante a realização deste processo, não haverá que insistir no estilo ou forma, epistemológica ou filosófica, a se adotar, senão – isso sim – sobretudo nas fases ou momentos procedimentais consecutivos, que jamais deverão ser alterados. Deste modo poderá estabelecer-se uma censura prévia e perfeitamente diferenciada no que tange a cada passo que se tenha de efetuar no transcurso do processo, algo que, por outra parte, apenas se resulta factível de levar à prática. Entretanto, se tal processo se tornara por sua vez um ponto de partida e de referência dobre a base das mais recentes considerações advindas da tópica, então de modo algum se produziria o já citado processo de forma “linear”, ou seja, formado por passos ou elos concatenados uns aos outros, mas outro tipo muito diferente de estrutura cogitativa “de tipo reticular multidimensional”, estrutura na qual sempre se produzem complexas interferências de impossíveis previsões.
No modelo que vamos seguindo, a “relação de mistura” dos três elementos ou componentes poderá resultar muito diferente em razão da função que se questione, é dizer, segundo se trate de política, de jurisprudência, de legislação ou de administração, servindo como referência o distinto grau de ênfase que possamos lhe atribuir no momento de distinguir – nuncade separar – cada uma das respectivas funções estatais, de tal forma que o jogo que se produza da interação conjunta resultante dos diferentes modi cogitandi e de sua respectiva organização será o que realmente se converte no problema central de uma teoria constitucional prática ou, rectius, de uma teoria constitucional� da própria práxis.
Já afirmamos que as três formas de pensar sobre as quais dissertamos se autolimitam mutuamente. Assim, por exemplo, a chamada “realista” serve de proteção à dogmática jurídica frente a qualquer pretensão de hegemonia procedente do correspondente status quo; agora bem, este efeito também se consegue de fato do extremo oposto, isto é, do que representa� as ideologias transformativas. Consequentemente, toda forma de entender a Constituição similar a que, por exemplo, se estabelece firmemente coma citada teoria constitucional da própria práxis junto com a idéia-chave da existência de uma política e uma exegese constitucional “boa” disposta e aberta a todo momento ao compromisso, desdobra toda sua potencialidade como fator de liderança sobre tudo nos âmbitos relativos à confrontação e à integração quanto aos resultados “momentaneamente” logrados que procedem dos três processos cogitativos a que nos referimos. 
Tudo isso se efetua mediante uma eleição cuidadosa através da planificação de objetivos “acumulando” o material procedente dos três processos cogitativos, sublinhando e colocando de manifesto dentre todos eles somente aqueles que se consideram os mais relevantes. E isso somente se pode lograr sem problema algum por tratar-se de uma tríade que não somente se encontra – insistimos – basicamente aberta, mas também porque é por si só muito maleável e porque, finalmente, os parâmetros de forças antagônicas da mesma forma que as possibilidades e necessidades de que dispõem, todos eles –reitero – permanecem sempre flexíveis até mesmo quando se lhes aplica uma norma que persegue determinados fins concretos.
De modo que de todo esse “acúmulo de possibilidades” se deverá escolher evidentemente não só aquelas que sejam capazes de um posterior e melhorável desenvolvimento da própria realidade existente, ao mesmo tempo que também possam evitar sua própria deterioração e seus próprios perigos de involução potenciais, de tal modo que a interação mútua dessas três formas de pensar que se produz passo a passo e sucessivamente requererá em todo caso a realimentação do sistema� acrescentando os correspondentes inputs normativos. 
AVALIAÇÃO PONDERADA DOS FATORES REAIS, POSSÍVEIS E NECESASÁRIOS NO HORIZONTE NORMATIVO
Eis aqui que nos encontramos, ao chegar a este ponto, frente a uma das “extremidades de fogo” do presente ensaio: onde se encontra o propriamente normativo frente à tríade epistemológica do “juridicamente real, possível e necessário”? Por acaso não se diluem um no outro, ou acaso não poderão ter permanecido tão minusculamente reduzidos que inclusive de início resulte impossível encontrar o horizonte prévio do possível, real e necessário? 
Nossa resposta a tudo isso é que “o normativo”, que é o que deve ser, nunca “se perde” no seio da citada tríade, tem-se em conta que é impossível, em princípio, colocar em prática todos os três níveis “independentemente” da norma jurídica subjacente aos mesmos. 
Precisamente por este motivo, tratamos sobretudo de avaliar, de ponderar tanto o real como suas possibilidades junto com o que se consideraria estritamente necessário. Se trata, em suma, de por em prática a tarefa de “delimitar o âmbito da normatividade”, e não de considerá-lo como se a referida tríade existisse sem ponderação nem condição alguma, já que seria ilusório supor que uma “boa” política constitucional poderia permanecer unicamente reduzida a um mero grupo de fatores justapostos carentes todos eles de algum tipo de input normativo prévio que predeterminasse sua própria configuração. 
Agora bem, o inquestionável é que sempre existiu e esteve em jogo toda uma gama de diferentes escalas de valores, inclusive entre as que também se reputaram sempre como mais empíricas e realistas, nas que se exibiram todas as possibilidades normativas de uma forma, digamos, “incontrolada”, inclusive no que tange as que renunciaram previamente parte de seu próprio caráter normativo vinculante, que inclui as erradicadas, todas as quais tem liberado sua força ou vigor inovador e produtivo que procede precisamente deste possibilismo do qual temos tratado. Finalmente, é indissociável que haverá que considerar a existência de objetivos normativos claros com caráter de pretensões ou aspirações que também deverão ser lançadas à luz. 
O EXEMPLO DO MANDATO CONSTITUCIONAL
Um dos exemplos de colaboração interativa das diferentes formas cogitativas ut supra enunciadas no tocante ao âmbito normativo aparece no que posteriormente se designou por mandato� constitucional, expressamente mencionado no artigo 6, parágrafo 5, da Lei Fundamental alemã (analogamente também se produziu algo similar nas Constituições regionais dos Länder alemães). 
Bom seria recordar que mediante tal mandato se pretendeu corregir uma realidade de Direito Público deficiente. Se tratava, em concreto, da denominada “discriminação negativa” dos filhos “extra-matrimoniais”, já que o marco referencial na ocasião empregado como referente era somente o dos filhos “legítimos”. Aqui se coloca necessariamente nítido em toda sua envergadura o que chamamos pensamento “realista”, especialmente visível dentro do teor literal do artigo 6.5 da Constituição alemã, lugar onde a própria norma jurídico-constitucional teve que enfrentar uma realidade prévia e predeterminada. Convém também recordar que uma das causas primordiais para o estabelecimento deste artigo foi precisamente o que denominamos “pensamento necessário”, ou seja, o tipo de raciocínio que tende a permanecer oculto tendo em vista, sobretudo, após os mandatos constitucionais. No caso aqui analisado, é evidente que a discriminação ocorrida aos filhos incluía prejuízos indubtáveis para o sistema considerado em sua totalidade, que parecia pouco confiável aos olhos do correspondente coletivo democrático dos cidadãos por basear-se unicamente e exclusivamente no mero fato do nascimento extra-matrimonial dos filhos e de todas as desvantagens que estes eram vítimas. Aqui se evidencia meridianamente como o pensamento possibilista representava já aquela época o substrato filosófico dos “motivos” da mudança ocorrida posteriormente, da mesma forma que seus “limites”; os primeiro, ao convencerem o legislador constitucional da possibilidade de equiparação de ambos os filhos, enquanto os limites se baseariam no mero fato de que uma equiparação total não poderia de modo algum conduzir-se sobre a base da própria proteção que se deve dispensar ao matrimônio e à família� conforme o teor do próprio texto constitucional. 
3.4. LIMITES
Há que se contemplar igualmente, portanto, os limites e/ou as limitações que aparecem tanto no marco como no contexto da problemática inerente à normativização que surge ao contemplar as três formas de filosofar ou os três fatores aludidos. Sabe-se que a capacidade seletiva da norma jurídica consiste justamente em poder excluir determinadas “possibilidades” concretas reputadas intrinsecamente como “ruins”, mas que intentam manter-se inclusive contra outras presumíveis “necessidade do bem comum”, ou contra a razão de Estado ou outras similares, em que pese apareçam evidentemente com uma péssima cédula de presunção pública. Precisamente por este motivo, insistimos no fato de que quanto mais aberta seja a aludida tríade cognoscitiva em nível jurídico, tanto mais atentos deveremos estar ante qualquer limitação ou limite que surja de seus processos, já que as normas jurídicas também deverão enfrentar e se impor a certas realidades, possibilidades e necessidades muito específicas e concretas. A relação de ambivalência é, como se nota, inevitável, mas muito frutífera. Sem algum dos três níveis ou fatores a que continuamente nos referimos,e, sobretudo, sem sua mútua confrontação e integração, cremos que não poderá ocorrer nenhuma exegese nem nenhum posterior desenvolvimento das normas jurídicas “por evolução”, nem material, nem formal, baseada em critérios de liberdade, assim como tampouco poderão estabelecer-se normas análogas de procedimento que se baseiem na liberdade. Do mesmo modo, deduzimos que sem normas jurídicas tampouco poderá ocorrer nenhum tipo de filosofia jurídica de cunho possibilista, realista ou necessarista, uma vez que estes modi cogitandi resultam no próprio veículo do mencionado tridimensionalismo, o que os converte por si só em indispensáveis. 
O posterior desenvolvimento constitucional, a prova de consistência que oferecerá com o passar do tempo, a liberdade e a responsabilidade das instituições públicas, tudo isso tão somente poderá manter-se em equilíbrio quando se encontrarem inseridos no seio devidamente interrelacionados de nossa tríade. Do mesmo modo, a interpretação de cada um dos princípios constitucionais deverá igualmente mover-se dentro dos respectivos níveis, ponderando-se e comprovando-se vez ou outra os resultados que se atinjam.
A ética jurídica dos intérpretes constitucionais e também a dos políticos, que desde seu seio se encarregam e se ocupam de servir ao Estado Constitucional, deverá desenvolver-se igualmente neste mesmo sentido triplo. Sua abertura ao compromisso, ao equilíbrio de interesses, ao pluralismo, à tolerância e à opinião pública, assim como ao princípio da maioria�, respeitando as minorias, a sua representatividade e à representação de interesses não organizados, às liberdades básicas, à Justiça e ao bem comum, todas estas formas não são outra coisa que manifestações específicas do triplo modus cogitandi analisado ao longo dos parágrafos anteriores. 
� P. LERCHE, Übermass und Verfassungrecht, 1961, pp. 61 ss.
� K. HESSE, Die normative Kraft der Verfassung, 1959. Vid. Ademais, meu artigo homólogo em AOR, 102, 1977, pp. 27 ss.
� P. HÄBERLE, “Verfassungsthesen Naturrecht”, AOR, 94, 1974, pp. 437 y 447 ss.
� Cfr. As diferentes opções conceituais de “alternativas” em: J. RÖDIG, Die Denkform der Alternative in der Jurisprudenz, 1969m pp. 9 ss. 
� H. P. BULL, Die Staatsaufgabe nach dem GG, 1973, p. 182. 
� J. RÖDIG, ibidem, p. 26.
� V. gr., H. L. HART, Der Begriff des Rechts, 1973, pp. 173 ss. Também pp. 26 e 230. Vid. P. SCHWERDNTNER, Rechtswissenschaft und kritische Rationalismus, Rechtstheorie, Bd. 2, 1971, pp. 67 ss e 224-225. Também P. NOLL, Gesetzgebungslehre, 1973, pp. 125 ss. 
� Das Prinzip Hoffnung, 1. Bd. Suhrkampf Taschenbuch, 1974, pp. 284 ss. 
� Completar com o artigo resenhado em FAZ de 5 de julho de 1975, “Zur Kategorie des ‘Noch Nicht’ bei E. Bloch”. A. SCHMIDT, Materialismus und Eschatologie.
� N. LUHMANN, em J. HABERMAS, N. LUHMANN, Theories der Gesellschaft oder Sozialtechnologie, 1971, p. 310.
� Completar com W. LEPENIES, “Der Möglichkeitssinn in den Sozialwissenchaften”, NZZ, 24-25 de fevereito de 1996, p. 53.
� N. LUHMANN, em Loccumer Protokolle, 8/1974, pp. 53-54.
� FAZ, 30 de maio de 1975, p. 19.
� U. SCHEUNER, artigo “Verfassung”, em Staatslexikon, Bd. 8, 1963, pp. 117-118. 
� J. M. MÖSSNER, “Rechtsvergleinchung und Verfassungsrechtsprechung”, AÖR, 99, 1974, pp. 193 ss.
� B. BEUTLER, Das Staatsbild in denLänderverfassungen nach 1945, 1973, resenhado por P. HÄBERLE em AÖR, 100, 1975, pp. 520 ss. Completar com M. BLOCH, Apologie der Geschichte odcer der Beruf des Historikers, 1974. 
� P. HÄBERLE, “Grundrechte im Leistungsstatt”, em VVDStRL, 39, 1972, p. 43 e posteriores reenvios. 
� K. HESSE Grundzüge des Verfassungrechts der Bundesrpublik Deutschland”, 2ª ed. 1995, p. 62.
� Vid., entre outros, F. SCHARP, Demokratietheorie zwischen Utopie und Anpassung, 1970, pp. 29 ss. 
� J. A. SCHUMPETER, Kapitalismus, Sozialismus und Demokratie, 3ª ed. 1972, pp. 428 ss (7ª ed. 1993).
� O. STAMMER, Politische Soziiologie, 3ª ed. 1995, pp. 277 e 282. 
� N. LUHMANN, “Komplexität und Demokratie”, PVS, 4, 1968, pp. 494 ss. 
� M. DUVERGER, Demokratie im technischen Zeitalter, 1973, pp. 149 ss. 
� Compara com o preâmbulo da Constituição do Gabão de 1994 
� Lei Fundamental alemã (Grundgesetz): artigos 4 e 5, parágrafos 1 e 3; artigo 7, parágrafo 4; artigo 9, parágrafos 1 e 3.
� Ibdem, artigos 38.1 e 12.1 da LF; artigo 8 da Constituição de Mecklenburg (pomerania) em relação com o artigo 11.1 LF.
� Minha comparação em “Griundrechte im Leistungsstaat” é bem significativa a respeito. 
� A respeito de reservas constitucionais referentes a possibilidades em matéria de proteção de bens culturais enunciadas na Constituição, vid. o artigo 1.8 da Constituição do Gabão mencionada ut supra, de 1994, em H. BAUMANN / M. EBERT(eds.), Die Verfassung der frankophonen und lusophonen Stataen der subsaharischen Afrikas, 1997. 
� P. HÄBERLE, Öffentliches Interesse als juristisches Problem, 1970, p. 103, entre outras. 
� P. HÄBERLE, “Leistungrecht im Sozialen Rechtstaat”, em FS für Kuchenhof, 1972, pp. 453, 465 e 472 ss. 
� W. HOIFFMANN-RIEM, “Beharrung oder Innovation. Zu Bindungwirkung verfassungsrechtlicher Entscheidungen”, Der Staat, 13, 1974, pp. 335 e 344. 
� P. HÄBERLE, Probleme der Verfassungsinterpretation, 1976, pp. 293 e 318 ss.
� E 40, 88, 94. Também R. ZIPPELIUS, “Normenkontrolle und Konkrestisierungsprimat”, NJW, 1975, p. 914. 
� E 4, 7 (18)
� BVG 83, 201 E 214 ss
� Como, por exemplo, a sentença 85, 80.
� Referimo-nos a “Ipsa Res Iusta”, resenhada em FS Für Larenz, 1973, pp. 27 e 37. 
� H. OTTO. “Dogmatik als Aufgabe der rechtswissenschaft”, em Internationales Jahbuch für interdisziplinarer Forschung, Bd. II, Teil 2, 1975, pp. 116 e 120. 
� BerfGE 35, 79 (124).
� BverwGE, JZ, 1972, p. 206.
� Resenhas em meu artigo “Zeit und Verfassung”, Zpf, 21, 1974, pp. 111 e 132 ss. 
� F. HUFEN, Gleichheitssats und Bildungsplanung, 1975, pp. 67, 69 e 186. 
� Der Städtetag, 1975, pp. 353 ss.
� N. de T,: Häberle se refere unicamente à legislação alemã, que cita de forma bastante exaustiva no texto original alemão, mas aqui omitimos por não ser indispensável para a compreensão do texto.
� Vid. a consideração de H. SCHMIDT sobre a categorização da dicotomia “amigo/inimigo”, em Kritischer Rationalismus und Sozialdemokratie, 1975, p. IX. Também minhas considerações à “Allgemeine Staatslehre”, em AÖR, 98, 1973, pp. 119 e 130 ss., e em Ein PLädoyer für schrittweise Reformen in BverfGE, 40, 121 (140). 
� U. SCHEUNER, “Das System der Beziehungen von Staat und Kirchen im GG”, HdbStKiR, I, 1974, pp. 54 ss.,entre outras.
� H.- P. SCHNEIDER, Die parlamentarischer Oppoosotión im Verfassungsrecht der Bundesrepublik Deutschland, Bd. I, 1974, p. 27.
� Meu trabalho anterior, cit. ut supra, “Verfassungstheorie ohne Naturrecht”, pp. 437 e 449. 
� Vid., como complemento, as considerações de W. HÖFFLING, “Offene Grundrechtsinterpretation”, de 1987. 
� Das Gesetz im formellen und materiallen Sinne, 1988, p. 119.
� P. HÄBERLE, Öffentliches Interesse als juristisches Problem, 1970, p. 396, nota 148, e pp. 486 ss.
� E, 30, I, (25).
� Adolf ARNDT.
� A possibilidade existente de que especialistas em determinadas matérias não tenham sido convocados pelo Parlamento se apresentem diretamente diante dele para expor seus pontos de vista seria outra possibilidade, mas em prol da necessidade de apresentar alternativas tendentes a advertir previamente ante os riscos desnecessários. 
� P. lerche, “Stiller Verfassungswandel als aktuelles Politikum”, em FS für Maunz, 1971, pp. 285 e 289 ss.
� N. do T.: neste ponto, o autor introduz uma amplíssimo aparato analítico a respeito do direito dos Tratados de Roma constitutivos da CEE,de 1957 – hoje União Européia -, impossível de refletir aqui, tendente a mostrar os detalhes referentes aos aludidos três pontos iusfilosóficos possibilista, realista e necessário.
� Também neste contexto o artigo 29 a.F da supracitada Lei Fundamentalalemã.
� Artigo 6.I.2 LF, in fine. Admais, BverfGE 84, 168 (185 ss); 85, 80 (87 ss); 92, 158 (176 ss). 
� P. HÄBERLE, “Das Mehrheitsprinzip als Struktureelement der freiheitlichdemokratischen Grundordnung”, JZ, 1977, pp. 241 ss.

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