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CONDIÇÕES DA AÇÃO

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CONDIÇÕES DA AÇÃO – PROCESSO CIVIL – DANIEL BARBOSA
DIDIER, Fredie. Curso de direito processual civil, teoria geral do processo e processo de conhecimento. 9ed. PODIVM. 2008. Páginas 171-190
POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO
Há falta de possibilidade jurídica quando: Pedido juridicamente impossível ou quando da narração dos fatos não decorrer logicamente sua conclusão.
Moniz Aragão “A possibilidade jurídica, portanto, não deve ser conceituada, como se tem feito, com vistas a existência de uma previsão no ordenamento jurídico, que torne o pedido viável, em tese, mas, isto sim, com vias a inexistência, no ordenamento jurídico, de uma previsão que o torne inviável”. 
LEGITIMIDADE 
Impõe-se a existência de um vínculo entre os sujeitos da demanda e a situação jurídica afirmada, que lhe autorize a gerir o processo. Legitimidade ad causum.
A legitimidade para agir é condição da ação que instiga no elemento subjetivo da demanda: os sujeitos. Parte legitima é aquela que se encontra em posição processual (autor ou réu) coincidente com a situação legitimadora, “decorrente de certa previsão legal, relativamente àquela pessoa e perante o respectivo objeto litigioso”. Exemplo: Se alguém pretende obter uma indenização de outrem, é necessário que o autor seja aquele que está na posição jurídica de vantagem e o réu seja o responsável pelo dever de indenizar.
CLASSIFICAÇÃO: Legitimação ad causam
Ordinária: Legitimado ordinário é aquele que defende em juízo interesse próprio.
Extraordinária Autônoma: O Legitimado extraordinário está autorizado a conduzir o processo independentemente da participação do titular do direito litigioso. “O contraditório está instaurado com a só presenta do legitimado extraordinário”. Divide-se em exclusiva e concorrente.
Exclusiva: Atribui-se poder jurídico a apensar um sujeito.
Concorrente ou co-legitimação: Quando mais de um sujeito de direito estiver autorizado a discutir em juízo determinada situação jurídica.
Extraordinária Subordinada: A presença do legitimado ordinário é essencial para o contraditório (diferente da autônoma). Reserva-se ao legitimado extraordinário subordinado a possibilidade de coadjuvar o legitimado ordinário, assumindo “posições processuais acessórias”. A legitimação subordinada é atribuída a titular de relação jurídica distinta da que se discute, mas que mantenha nexo de interdependência com esta. É o caso do assistente simples (não é considerado um substituto processual).
Total e parcial: Total, quando existir para todo o processo, e parcial, quando se relacionar a algum incidente.
Isolada/simples e conjunta/complexa: A legitimação simples/isolada quando o legitimado puder estar no processo sozinho, e legitimação conjunta/complexa, quando houver a necessidade de formação de litisconsórcio. 
CARACTERISTICAS DA LEGITIMAÇÃO EXTRAORDINÁRIA
A legitimação extraordinária deve ser encarada como algo excepcional e somente pode ser autorizada por lei (art. 6º do CPC-73).
O legitimado extraordinário atua no processo na qualidade da parte, e não de representante, atua em nome próprio defendendo direito alheio.
A substituição processual pode ocorrer tanto no polo passivo quando no polo ativo.
Salvo disposição legal em sentido contrário, a coisa julgada porventura surgida em processo conduzido por legitimado extraordinário estenderá os seus efeitos ao substituído.
O substituto processual também pode ser sujeito passivo de sanções processuais, como a punição pela litigância de má-fé, e de medidas coercitivas, como a multa diária. 
Quanto aos poderes processuais, o substituto processual tem, ordinariamente, apenas aqueles relacionais a gestão do processo.
A inexistência de legitimação extraordinária não leva à resolução do mérito da causa.
SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL x SUCESSÃO PROCESSUAL x REPRESENTAÇÃO PESSOAL
Há SUCESSÃO PROCESSUAL quando um sujeito sucede outro no processo, assumindo sua posição processual. Há uma troca de sujeitos no processo, uma mudança subjetiva da relação jurídica processual. Exemplos: Morte (art. 43, CPC), assumindo a posição processual o espólio ou os herdeiros. Incorporação de uma pessoa jurídica por outra, assumindo aquela que incorporou, ou a fusão de pessoas jurídicas, gerando uma nova pessoa jurídica que assumira a posição processual daquela que se extinguiu.
Na SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL não há troca de sujeitos. Ocorre que um sujeito tem o poder (legitimidade) de estar legitimamente em um processo defendendo interesse de outrem. O substituto processual age em nome próprio defendendo interesse de alheio.
 Há REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL quando um sujeito está em juízo em nome alheio defendendo interesse alheio. NÃO É PARTE, parte é o representado, atua em juízo para suprir a incapacidade processual da parte. Exemplo: Em uma ação de alimentos proposta por um filho incapaz, o pai ou mãe pode ser o seu representante processual. A parte é o incapaz, o pai ou a mão pode ser apenas o seu representante, e não o seu substituto processual. 
LEGITIMAÇÃO NA TUTELA COLETIVA
Está regulada, inicialmente por lei (Art. 5 da lei federal n. 7.347/85; art. 82 do CDC) b) é conferida a entes públicos, a entes privados, a entes despersonalizados e, até, ao cidadão, na ação popular c) o legitimado coletivo atua em nome próprio na defesa de direitos que pertencem a um agrupamento humano (comunidade, coletividade ou grupo de pessoas, na forma do art. 81 do CDC) d) esse agrupamento humano não tem personalidade judiciária, portanto não pode atuar em juízo para proteger seus direitos, cuja defesa cabe aos legitimados coletivos, que possuem legitimação autônoma e exclusiva, embora disjuntiva (há co-legitimação).
INTERESSE DE AGIR
O exame do interesse de agir (interesse processual) passa pela verificação de duas circunstâncias: a) utilidade e b) necessidade do pronunciamento judicial. 
Interesse-utilidade: Há utilidade da jurisdição toda vez que o processo puder propiciar ao demandante o resultado favorável pretendido. É por isso que há falta de interesse processual quando não mais for possível a obtenção daquele resultado almejado. 
Interesse-necessidade e as ações necessárias: O exame da “necessidade da jurisdição” fundamenta-se na premissa de que a jurisdição tem de ser encarada como última forma de solução de conflito. Esse pensamento, só é correto para as situações em que se pretende exercitar, pelo processo, direitos a uma prestação (obrigacionais, reais e personalíssimos), pois há a possibilidade de cumprimento espontâneo da obrigação. Perceba-se, porém, que a pretensão penal somente pode ser exercitada pelo processo. Se não houver meios para a satisfação voluntaria, há necessidade da jurisdição. COMPLETAR LEITURA COM O LIVRO
Interesse-adequação: O processo, em seu aspecto formal, é procedimento. O exame da adequação do procedimento é uma exame de sua validade. Não há errado de escolha de procedimento que não porra ser corrigido, por mais discrepantes que sejam o procedimento indevidamente escolhido e aquele que se reputa correto. Exemplo: Se o caso não é de mandado de segurança, pode o magistrado determinar a emenda da petição inicial. COMPLETAR LEITURA COM O LIVRO.

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