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Grande Resumo de: Teoria da Constituição e do Estado, Dir. Fundamentais e Hermenêutica

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PUC MINAS VIRTUAL 
PÓS-GRADUAÇÃO 
CADERNO – Módulo 01 
Discente: Ivo Souza Martins Filho 
01 – ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E TEORIA DA CONSTITUIÇÃO 
Unidade 01 – Paradigmas do direito constitucional: 
Prof. Wilba Lúcia Maia Bernardes 
 
- 2 (dois) Ciclos Constitucionais (são os paradigmas do direito constitucional): Estes dois ciclos, em um 
primeiro momento, se rivalizam em termos de época por que o segundo ciclo sucede ao primeiro; logo 
após uma ruptura de visões de mundo. 
 1º) Pré-Constitucional. 
 2º) Constitucional: Subdivisão: Estado Liberal; Estado Social; Estado Democrático de Direito. 
 Séc. XVIII: Nascimento do arcabouço do direito Constitucional (as linhas mestras, as grandes 
premissas): Nascimento de um documento que passa a organizar a vida em sociedade  Constituição: 
 - Ideias iluministas: o indivíduo é o Centro do mundo, a toda uma tendência de se construir o 
progresso e a felicidade do homem baseado na construção de uma filosofia racional centrada no individuo; 
vai dar pano de fundo para as construções teóricas que nascem neste século. 
 - Aparece agora como Documento Escrito; em oposição aos documentos costumeiros e 
consuetudinários que eram características da idade média. Ele será escrito com algumas técnicas iniciais 
irrefutáveis, no sentido de que não temos como desconhecer dessas duas técnicas que veremos. 
 - Convivemos por meio de leis que nos são apresentadas por intermédio de documentos escritos. 
Essa ideia se prende ao triunfo ideológico dos liberais. 
 - Trará uma Segurança Jurídica maior aos Cidadãos. Isto porque estes passam a conhecer os seus 
direitos. Ele pode lê-los e compreendê-los. E como o homem agora é um homem racional ele tem como 
cumprir o que está previamente definido nesse documento legal. 
- Também nos referimos a este paradigma como sendo o Paradigma do Estado da Legalidade ou do 
Estado de Direito ou do Estado Constitucional. 
Assim, nesse primeiro momento, os liberais pensaram a constituição como tendo 2 (duas) técnicas: 1ª. 
Princípio da Separação dos poderes1; 2ª. Elenco de direitos individuais fundamentais2. 
1: Princípio estabelecido por Montesquieu e que vigora até os dias de hoje. Cada um dos poderes deverá 
deter uma função específica. Até então todas as funções estavam nas mãos do monarca. 
2: Categoria de direitos que pensam o indivíduo, enquanto um ser isolado, fora do meio social. Aqui são 
estabelecidos os grandes direitos individuais. Ex. liberdade de expressão, de ofício; sigilo de 
correspondência; propriedade privada. O homem deixa a condição de súdito e passa a condição de 
cidadão. 
- O Objetivo dessa estrutura era limitar o poder da autoridade governativa. Governantes x Governados. 
E a necessidade de que os que são governados tenham formas de controle com relação a atividade do 
governante. 
- Art. 16 da Declaração de direitos do homem e do Cidadão (1789): A sociedade em que não seja 
assegurada a garantia dos direitos e nem estabeleça a separação dos poderes não tem constituição. Deve 
ainda ser escrita. 
- Tem uma relação com a opressão vivida pelo homem burguês agora no sec. XVIII, durante todo o 
período da idade média. Era um homem que estava abastardo economicamente e que desejava se inserir 
politicamente e economicamente na sociedade. Ele queria poder participar, ele queria ter o direito ao voto. 
Durante a idade média tivemos diversos confiscos da propriedade privada. 
- Constituição dos EUA – 1787: É emblemática. Art.1º: legislativo; art. 2º: executivo; art. 3º Judiciário. Teve 
maior influencia de John Locke do que de Rousseau. Ela não tinha inicialmente um elenco de direitos 
individuais fundamentais. Só foi possível a partir das 10 primeiras emendas da constituição americana. 
- Princípio da Separação dos poderes e a consagração de direitos individuais devem muito às: i. 
Revolução Gloriosa; ii. Revolução Americana (1776); iii. Revolução Francesa de 1789. Puxam a ideia de 
que agora devemos ser racionais, o homem senhor da razão e que ele possa construir a sociedade em 
que vive. 
 Convenção de Filadélfia – Federalismo; criaram um modelo novo que foi a forma federativa de estado. 
Exército – Defesa; Moeda mais forte. 
- Autores da Constituição americana de 1787 começaram a publicar artigos para convencer os Estados 
que eram contrários a ratificarem o documento. 
- “O Federalista”: John Jay; James Madison e Alexandre Hampton. Para que fosse ratificada pelos Estados 
ela deveria inserir um elenco de direitos fundamentais. 10 primeiras emendas de 1791. 
 Efetivado aqui, realmente, só teremos o ideal de Liberdade. Por exemplo, o sufrágio universal só será 
implementado no paradigma do estado de bem-estar social. 
- Constituição de 1824: Constituição Imperial do Brasil – Voto Censitário. Nos EUA na época os negros 
tinham que pagar para poder votar. Essa questão só vai cair nos paradigmas posteriores. 
 A partir do Séc. XIX o que vamos constatar é que aquelas liberdades defendidas e consagradas nos 
documentos do séc. XVIII e início do séc. XIX jamais permitiram que o homem pudesse ser um homem 
livre. Muito pelo contrário. 
- Essas liberdades desta época apenas patrocinaram a exploração do homem pelo homem. 
Distanciamento entre o setor Público e o Privado, durante o séc. XVIII. Entre o direito privado e o direito 
público. A esfera privada se rivaliza à esfera pública. Para o privado eu não devo trazer o público e para o 
público deve se restringir o mínimo possível. A ideia do Estado absenteísta. 
- Crítica à legalidade; a isonomia formal (lembrando que todos são iguais perante a lei); essa ideia passa a 
ser contestada e posta em xeque. Por alguns movimentos do séc. XIX. 
- Crise do Estado Liberal / Paradigma do Estado Constitucional – Fomentada por dois grandes 
documentos: i. Encíclica Papal (Papa Leão XIII); ii. Manifesto Comunista (Karl Marx e Friedrich Engels) – a 
ideia de que não temos meios materiais para concretizar os direitos - 1848. 
 A ideia principal do manifesto comunista: Não devemos mais pensar no homem de forma isolada, mas 
sim o homem inserido em seu meio social. 
- Encíclica: recupera o Princípio da Subsidiariedade (será resgatada posteriormente, principalmente, na 
formação dos macro blocos de poder – Nafta, Mercosul ): a autonomia deve ser levada para os 
pequenos lugares. Porque ali que encontro a resposta mais rápida e eficaz. 
- Séc. XX: Revolução Russa (1917) e a Primeira Grande Guerra. 
 Agora vamos pensar o homem inserido no seu meio social; o homem que vai discutir direitos que são 
direitos que são exercidos em coletividade. Pensar em Direitos Sociais (Década de 20 do Séc. XX): 2ª 
Dimensão / Geração de direitos: direitos trabalhistas. Estamos falando em cumulação de direitos sem 
desprestigiar os direitos individuais já alcançados. 
- “Igualdade”: Década de 20. Isonomia Material. A igualdade, assim como a liberdade foi o pressuposto do 
estado liberal, será a grande fonte de discussão do séc. XX. Estará muito emblemática nos Direitos de 
Participação Política. O sufrágio que foi proclamado lá no séc. XVIII como universal só será efetivado a 
partir dessa década. 
 - No Brasil: Código Eleitoral de 1932. Inserção da mulher. E a Constituição de 1934. É nessa 
constituição que vamos encontrar os direitos sociais consagrados e positivados. Vamos ter uma 
participação politica mais ampliada. 
- Estamos falando agora de uma Sociedade de Massas que reclama uma maior intervenção por parte do 
Estado. Eu não quero mais um Estado absenteísta. A ideia é de que o Estado agora promova a igualdade. 
Nesse sentido o Estado passa a intervir na atividade econômica. Nesse sentido surge a ideia de Isonomia 
material. Significa que não é só dá a igualdade perante a lei, mas é a possibilidade de tratarmosigualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de suas desigualdades. Política de cotas e 
ações afirmativas. Há uma intervenção maior por parte do Executivo. 
- Estado do Bem-Estar Social: vai dar os meios materiais para a concretude dos direitos propostos desde o 
séc. XVIII. Consequências: Aumento das funções do Estado; Inclusão de Normas Programáticas 
(mudança da feição das normas constitucionais) – vão permitir uma maior abertura da constituição. 
- Crise do Estado Social: Década de 40 / 50. 2 (duas) Questões: 
 1ª. A proteção dos direitos sociais se baseia na Negação dos direitos individuais ou das premissas 
do Estado Liberal  Estados Totalitários. Ex. Estado Novo brasileiro (1937). 
 2ª. Ao aumentar suas funções, o Estado Social tem sua maquina estatal inchada, o que causaria 
uma crise financeira. 
#: Vai trazer uma nova concepção do Estado social com o Retorno de algumas diretrizes do Estado 
Liberal. Vai fazer o Estado rever se assume certas funções que talvez ele não tenha como dar conta. 
Movimentos contestatórios da Década de 60 e finalzinho da década de 50. Refluxos da economia estatal e 
da economia mundial. 
Aula 02 
Estado democrático de Direito: 
- Nova forma de ver a sociedade: Direito Privado x Direito Público  Aqui há uma grande aproximação 
entre essas áreas. Fatores: 
a. Crise do Estado Social; 
b. Era da Globalização: transnacionalização dos mercados. 
- Vamos ter agora a certeza de que somos um conjunto de pessoas diferentes. Aqui deságua a ideia do 
Pluralismo + Como pensar a ideia de justiça para uma sociedade pluralista, sociedade heterogênea. 
- No Brasil: a partir da CF de 1988. Espaço democrático a ser trabalhado. O que é ser uma democracia? A 
partir da CF/88 podemos falar em um Estado de Direito com democracia. 
- A democracia vem da ideia de Participação. Os direitos individuais-liberais e os direitos sociais serão 
recuperados, mas agora com um novo viés. Terão uma leitura participativa. O espaço público aqui não é 
composto apenas pelo Estado, vamos ter a Sociedade Civil organizada como grande ator nessa CF/88. 
 3ª Dimensão de Direitos: Direitos Difusos. Assegurar juridicamente: Agentes: Ministério Público; 
Defensoria Pública; Advogado. 
- Habermas: Possibilidade de construirmos uma sociedade de riscos compartilhados. 
- Devido Processo Legal. 
- Participação da construção das nossas decisões. É uma sociedade que busca indivíduos ativos. 
UNIDADE 02 
Aula 01 – Separação dos Poderes e Teorias Políticas: 
- Há teorias políticas subjacentes a cada um destes modelos. 
- Estado Liberal: Teoria do liberalismo sendo colocada em Prática. É o liberalismo em seu aspecto mais 
denso – a partir do Séc. XIX. A ideia de um liberalismo político vai ser muito difundida. Liberdade do 
individuo, este vai levar suas potencialidades ao mercado, inclusive o seu próprio corpo, e lá ele vai 
estabelecer quais são as suas formas de atuação, até que preço e até quanto ele pode negociar sua força 
de trabalho. 
- Estado Social: Socialismo: calcado na ideia de igualização. Não se fala aqui em um socialismo 
ortodoxo. Mas um socialismo ligado a noção de Isonomia material. 
- Estado Democrático de Direito: Republicanismo: nasce no Estado Grego. Centralidade do bem público; 
virtude cívica; não se fala em uma estrutura parecida com o que tinha no Estado grego (era uma 
sociedade estratificada). Hoje recupera a ideia de república no sentido de que toda sociedade deve 
participar da construção das decisões. 
- Ideias de Montesquieu – Executivo, Legislativo e Judiciário. 
- Séc. XVIII – 1º Ciclo: 
 - Supremacia ou hipertrofia do Poder Legislativo. Câmara dos lordes (1213) e Câmara dos 
Comuns (1324) – Vai desaguar na Revolução Gloriosa. As Assembleias são espaços que vão garantir a 
participação de todos. O homem racional pode produzir leis para viver em sociedade. 
Séc. XIX – Esse legislativo se hipertrofiou, a ponto de ter uma produção legislativa exagerada. Crítica: no 
sentido de que essas leis do legislativo, que teoricamente era oriundo de toda a representação da 
sociedade à época – ainda que eu restringisse às boas pessoas da época -, ele produziu uma quantidade 
enorme de leis e que essas leis em muitos casos ou jamais geraram leis justas, permitindo grandes 
injustiças na prática. 
 - Desvirtuamento no parlamentarismo: resultado desse exagero, resultando na preponderância das 
assembleias no final do sec. XIX e início do séc. XX. 
- Séc. XX – Vamos ter a partir do Início deste Século: formação de Câmaras com a participação do povo, 
mas que permitem certa racionalização do poder: Parlamentarismo Racionalizado. Vamos ter nesse 
parlamentarismo técnicas de correição constitucional. Vamos trabalhar agora com um parlamentarismo 
com todo o desdobramento constitucional previamente definido. 
- 2º Ciclo: Welfare State: 
 - O cenário apresentado vai permitir a ocupação do Executivo do lugar que antes era ocupado pelo 
Legislativo. Lugar ocupado pelo Legislativo, isto é, o lugar “central”, passa para o Executivo. Vamos ver 
que nessa época trabalhamos com a Sociedade de Massas, que tem crescimento e pede respostas 
rápidas. 
- Brasil: Instrumentos do Executivo que permitem respostas rápidas e urgentes. Decreto-lei; Medidas 
Provisórias (hoje; apesar de que tem origem inspirada no procedimento provisório italiano). 
 - Atuação rápida e eficiente do executivo. Então vai fazer com que esse poder busque 
instrumentos capazes de lhe possibilitar essa atuação. Isso fez com que o Executivo assumisse o papel 
principal entre os três poderes. Bem como, permitiu a formação de grandes Estados Totalitários, porque se 
entregava à necessidade de respostas rápidas, independentemente de perquirir sobre a legitimidade 
desse poder. 
- Crítica: Final da Década de 40 / 50. Deságua em uma crise muito pontual durante a década de 60. A 
entrega de instrumentos tão poderosos ao Estado (Executivo) eu poderia acabar ajudando na formação 
destes Estados Totalitários. 
- Começo a vislumbrar então que não é o excesso de leis ou uma atuação tão drástica, enérgica e pronta, 
do Executivo, como foi pedido durante o Estado do Bem-estar social, que trazem ou permitem uma 
sociedade mais justa. 
3º Ciclo – ou Paradigma do Estado Democrático de Direito: 
Novo Ator a ser requerido – Poder Judiciário: teve um período de grande desconfiança durante o sec. 
XVIII, XIX e toda a primeira metade do XX. Esperança de que agora, falando em: 
 - Sociedade pluralista, diferenciada, heterogênea e que coloca em xeque alguns pressupostos do 
Estado-Nação. Novo conceito de soberania ou de cessão de direitos de soberania. 
 - Nesse momento eu quero um Judiciário forte e que possa atuar para a defesa do cidadão. Isso 
vai superar o período de desconfiança quanto a atuação dos juízes por parte do Estado. 
- Desde o início da separação dos três poderes, o judiciário foi o que deveria ter o maior desdobramento 
com a Teoria de Montesquieu, no entanto, não teve. Exatamente porque é um dos poderes que mais 
interfere na esfera privada do indivíduo e algo que o homem do estado liberal não queria ou não conseguia 
ver com bons olhos. Na medida em que, durante toda a idade média, o judiciário foi um desdobramento 
(longa manus) com relação a atuação do executivo. Os juízes eram cargos de confiança do monarca, 
durante a idade média. 
- Isso se reflete principalmente no modelo de controle de constitucionalidade típico francês. Hoje já há 
concessões ao modelo judicial de controle de constitucionalidade no direito francês, desde de 2011. Mas a 
premissa é de um controle de constitucionalidade politico, exercido por um político, que foi no início o 
senado conservador. 
- Será que hoje podemos trabalhar com a técnica tradicional da maioriadentro do direito? hoje 
trabalhamos com a ideia de minorias e de conceitos transitórios. 
- Judiciário como agente para a Cidadania. Papel contramajoritário do Judiciário: defesa das minorias. Vai 
levar à discussão de se temos hoje a prevalência da soberania popular ou a dignidade da pessoa humana. 
- Todo esse embate é para evitarmos decisões arbitrarias o que vamos conseguir através do Devido 
Processo Legal (envolve a possibilidade de termos o contraditório, ampla defesa, duplo grau de jurisdição): 
princípio do Juiz natural; tribunal do júri. São mecanismos que vamos ter assegurados dentro de nosso 
texto constitucional. A ideia é que tenhamos agora um judiciário com participação popular, assim, 
construiríamos uma sociedade muito mais democrática. É justamente a ideia de um Devido processo: 
Legal, Administrativo e Legislativo. 
Aula 02 – Poder Judiciário: 
- 3º Ciclo: Judiciário mais atuante. Mas antes nós vamos ver a sua evolução ao longo dos anos e a partir 
do princípio da separação dos poderes. 
- Estado liberal: atuação de um judiciário acanhado, que vai se guardar para a Lei e que permite a leitura 
objetiva da lei. O Juiz passa a ser um leitor das leis. O Juiz é a boca da lei. Quando houvesse dúvidas 
deveria recorrer ao legislativo que era o criador das leis. Aqui vamos observar o apogeu do poder 
legislativo e a desconfiança na atuação do Juiz. 
- Estado do Bem-Estar: Um judiciário um pouco mais criativo. Ligado mais a se vincular ao espírito da lei. 
No entanto, dentro ainda da visão de um positivismo científico. Ideia ligada a toda a ciência, desde a 
Filosofia da Consciência. Em uma ideia cartesiana de formação do conhecimento. Até a premissa da 
filosofia da linguagem. Aqui: o Juiz ainda vai estar preso a uma cadeia de leis, embora com um pouco 
mais de liberdade: ele pode escolher entre um quadro de respostas possíveis é a Visão Kelseniana do 
direito: o juiz tem agora uma possibilidade um pouco maior de atuação, mas ainda está preso a ideia de 
vinculação a um positivismo científico (subsunção do fato à norma). 
- Estado Democrático de Direito: há o risco, que é inerente, de que a decisão dada pelo Judiciário seja 
uma decisão, não discricionário, mas até arbitrária e esse risco será coberto com a possibilidade de que 
agora nós vamos participar das decisões. Republicanismo (uma das características da CF/88). Os 
espaços de deliberação pública devem ser dinamizados, devem ser ampliados. Possibilidade de 
participação: audiências públicas; amicus curiae. Estes mecanismos fazem ver que a sociedade participa 
da construção da decisão judicial. 
- Possibilidade da Concorrência de paradigmas na solução do caso concreto. 
- Possibilidade de criarmos Espaços onde a participação da sociedade civil nas decisões, seja uma 
participação efetiva. 
- Nosso Judiciário, a partir de 88, tem dado maior abertura à Participação Popular: 
- Estado Liberal: Essa abertura estava vinculada ao Legislativo, na medida que as camadas populares 
poderiam ser representados no Legislativo. 
- Estado Social: Séc. XX, Década de 20, o Executivo representa o anseio do povo na construção de 
políticas públicas a seu favor. 
- Estado democrático de direito: Agora o Judiciário será responsável pela ideia de que há a possibilidade 
de se construir uma decisão justa, com o devido processo legal, com participação popular, com viés 
republicano, dentro de uma sociedade que é heterogênea e pluralista. 
 O Judiciário trabalha nesse momento com Duas Situações, colocadas pela Prof. Gisela Citadino, a 
respeito da definição do pluralismo. Então vai depender muito da corrente que eu adoto na visão de 
pluralismo. Se eu sou Liberal: eu vou ter uma ideia de Constituição com Valores Deônticos (que defendem 
os direitos humanos); Se eu sou Republicano: eu vou ter uma visão de pluralismo como aquele conjunto 
de identidades sociais e culturais de uma dada sociedade, em um dado momento. E nesse sentido a 
minha Constituição se refere a aqueles Valores que são consagrados por uma determinada sociedade, ou 
seja, o valor principal aí é a Soberania Popular. 
- Visão de Pluralismo dos Críticos Deliberativos: vão entender que nesse caso eu tenho como conciliar a 
visão liberal e a visão republicana, no sentido de que eu posso ter uma Constituição com Valores 
deônticos (ou seja, um ponto de vista moral que pode ser compartilhado por todos, e ele é imparcial) e 
posso permitir um intercâmbio com Valores éticos de uma dada sociedade  Um dos Principais autores 
dessa visão: Jurgen Habermas. No sentido de que eu posso ampliar a prática das regras argumentativas 
ou eu posso permitir uma ampliação dos espaços de deliberação pública. Nesse 3º tipo de pluralismo 
que se propõe uma conciliação: é através da Adequação entre a visão liberal e a visão republicana que 
nós vamos trabalhar a ideia de que o judiciário é um judiciário que também vai permitir a ampliação dos 
espaços de deliberação públicas. É aqui que retomamos a ideia de um judiciário mais participativo e mais 
próximo do povo. 
 Vídeo sobre a 1ª atividade Aberta. [Não tem assunto, em razão disso não transcrevi]. 
Unidade 03 
Vídeo 01 [Só tem um vídeo]. Prof. Wilba Lúcia. 
Nascimento e Especificidade do seu Objeto: 
- Nós vamos falar agora sobre a Teoria da Constituição. 
- O início das discussões a respeito da Constituição, aos seus limites, sua força normativa, ocorreram 
dentro da disciplina da Teoria geral do Estado, cuja matriz estava muito vinculada ao direito Alemão. 
Vinculado na época a uma ciência positivista ou um positivismo cientifico. São discussões sempre 
vinculadas a aspectos estáticos e abstrato. 
- A ideia era construir uma sociedade vinculada a uma ciência neutra, imparcial e linear. 
- A definição do Estado passa pelo povo, território, poder e para alguns a finalidade. Como se isso fosse 
uma equação matemática. 
- É a partir de 1900, com o lançamento de algumas obras, principalmente alemães, na TGE que nós 
vamos ter trabalhado as questões a respeito da Constituição, no entanto, com essa visão muito 
normativista. 
 Final do Séc. XIX e início do Séc. XX: vamos ter uma discussão de como aproximar este da realidade 
social. Ou seja, não admitir uma dicotomia entre Constituição Formal e uma Constituição Real. 
- Constituição de Weimar (1919): apesar dos avanços, ainda peca em alguns sentidos, na medida em que 
apesar de ter uma técnica legislativa muito boa, ele precisava ser implementado e para isso as premissas / 
postulados da disciplina TGE talvez fossem incapazes de efetivar a ideia de Constituição Real, que se 
queria produzir na Alemanha a partir deste documento. 
 Schmitt: Vai propor uma nova disciplina. O Autor defendia que a constituição fosse uma “decisão 
política fundamental” e que efetivamente produzisse seus efeitos. 1ª ideia de momento que surgiu a 
matéria Teoria da Constituição. Ideia patrocinada por autores alemãs e que questionam a efetividade da 
Constituição. Afasta-se, nesse momento, do envolvimento da disciplina TGE (padrões muito normativista). 
- Visão nova de Constituição: a ideia de efetividade é central. 
- A ideia kelseniana ainda é muito difundida neste momento. Ou seja, a ideia de constituição não escapa o 
formalismo do direito. 
2º momento da Teoria da Constituição: Ocorre depois da 2ª guerra mundial. Década de 50 do século XX. 
Relação direta com a atuação da Suprema Corte norte-americana. Diáspora de diversos autores da 
Europa. 
- Lowenstein: lança um livro: Teoria da Constituição. E vai trabalhar com ideia de efetividade e 
legitimidade. Trabalha a classificação ontológica da constituição. 
Constituição: Normativa: adequação perfeita entre a norma constitucional e a realidade social (padrão 
ideal); Nominal: aquela que ainda não há umaadequação perfeita. Semântica: traduz a vontade daqueles 
que titularizam o poder. 
 Década de 70: 
- Crises para a formulação de um novo paradigma do direito: fenômeno da globalização e das novas 
tecnologias. Não vai deixar de centrar sua questão na efetividade das normas, ou seja, continua evitando a 
dicotomia entre o que é a constituição formal e o que é a constituição real. Segue também a discussão a 
respeito da legitimidade que é também um viés republicano. 
- Vamos entrar agora em um 3º momento: vai trabalhar a questão do pluralismo e da democracia. Outra 
questão é produzida. A crise do direito agora vai ser uma crise interna, sobre o conceito de justiça. Vai 
gerar na aproximação do direito com outras disciplinas: filosofia, ciência política. 
- Efetividade + Legitimidade + Pluralismo e Democracia. 
- Canotilho: qual a força normativa da constituição? 
 - Habelle: trabalhar a sociedade aberta de interpretes constitucionais. 
 - Konrad Hesse: com a força normativa da constituição. 
- Desde a Década de 20 já traz uma ideia mais principiológica. Constituição aberta. 
- Vamos trabalhar aqui com a possibilidade de concorrência de princípios. Vai pedir uma maior densidade 
na decisão judicial. Buscar novos métodos de interpretação. Vai buscar no problema ou caso concreto. 
Métodos: concretista; tópico (Hesse); científico-espiritual. 
 Construção da decisão judicial não é algo simples. Por isso, vai pedir inclusive a participação cívica nas 
decisões judiciais. 
- Ativismo judicial. 
- O Novo paradigma impõe maior participação. Uma atuação para além dos limites da sua função. No 
entanto, deve ser preservado a atuação e competência dos demais poderes. 
- Temos que construir hoje uma sociedade pluralista para assim discutir as premissas da constituição. 
- 3º momento: trabalhar uma nova visão de constitucionalismo. Neoconstitucionalismo. Nova forma de ver 
a constituição e trabalhar seus pressupostos. 
Unidade 04: 
Vídeo 01: Sentidos e Classificação da Constituição e Eficácia das Normas Constitucionais: 
- Vamos Abordar agora o conteúdo da Disciplina Teoria da Constituição: 
 Sentidos da Constituição: 
- Sentido Clássico: nos dão apenas um enfoque e não uma visão total da constituição. 
a. Visão Sociológica: define a Constituição como os fatores reais de poder de uma dada sociedade 
– Ferdinand Lassalle. Remete a ideia da efetividade da Constituição. Constituição Real / Formal – Só terá 
validade se tiver correspondência com os fatores reais de poder, senão não passa de uma folha de papel. 
Esta nos colocando a questão da efetividade dessas normas. Paralelo entre o que é a Constituição Real e 
o que é a Constituição Formal. 
b. Visão Política: Carl Schmitt. A Constituição é uma decisão concreta de conjunto sobre o modo e 
a forma de uma determinada sociedade política. “A Constituição é uma decisão política fundamental”. Faz 
uma distinção entre Constituição (são as decisões políticas fundamentais: estrutura do estado; direitos 
fundamentais; modos de aquisição e exercício de poder) e Leis Constitucionais (demais assuntos que 
estando em um documento Constitucional não se referem a estas decisões políticas fundamentais). Esta 
muito próxima da distinção atual entre Constituição Material e Constituição Formal. 
c. Visão defendida por Hans Kelsen: parte da premissa do “dever ser”, onde as coisas se dão 
segundo as vontades dos homens. É desse mundo que faz parte o Direito e a Moral. Ele afirma que nesse 
caso nossa Constituição terá dois sentidos: sentido lógico-jurídico1 (suposto) e o sentido jurídico-positivo. 
1: É a norma fundamental hipotética que vai servir de fundamento transcendental de validade a essa 
Constituição que é a norma fundamental em seu mais alto grau, que é exatamente a Constituição posta. 
 O Que é uma norma Materialmente Constitucional e o que é uma norma Formalmente Constitucional? 
Aproximação ao conceito de Schmitt, embora em outro contexto. No seu aspecto material diz respeito a 
aquelas normas inseridas ou não no texto Constitucional, mas que se referem a respeito das questões da 
Estrutura do Estado; dos Direitos Fundamentais; aos Modos de exercício e os limites ao exercício do 
Poder; são as decisões politicamente muito relevantes, reflete as opções políticas que nós fizemos em 
nosso Estado. No aspecto Formal: dizem respeito ao modo de ser do Estado, reduzido a um texto escrito; 
esse texto escrito é elaborado por um constituinte e que possui regras para as suas alterações mais 
solenes. 
- A Partir do Estado do Bem-Estar Social tivemos uma grande alteração do conceito do que seria 
Materialmente Constitucional, porque naquele momento tivemos um volume maior de normas que se 
inserem no texto constitucional e que se inserem na categoria de serem materialmente constitucionais. P. 
ex. algumas normas sobre atividade econômica. 
- Por outro lado, quando nos referimos às normas formalmente constitucionais nós vamos ver que a nossa 
Constituição, por ser uma Constituição analítica, ela corre um risco maior de termos não só normas no seu 
texto materialmente constitucional, mas sem ser materialmente constitucional. ou seja, temos uma 
possibilidade maior de termos normas que são formalmente constitucionais e não materialmente 
constitucionais. P. ex. A possibilidade de se referir no texto constitucional o período do recesso ou o 
período da sessão legislativa ordinária, ou o período de definição que teríamos de recesso parlamentar, 
isso é uma norma que está formalmente constitucional, mas que no entender de Wilba não é 
materialmente constitucional. 
- Mais uma característica de nossa CF/88: Constitucionalização de normas regimentais. Por dois motivos: 
Pelo período em que vivíamos de 67 a 68, ou seja, havia uma mitigação na atuação do poder legislativo e 
também em razão de tentarmos consagrar as normas constitucionais e trazer um certo destaque ao poder 
legislativo. Questão talvez emblemática porque tivemos um Congresso Constituinte e não uma Assembleia 
Constituinte. Ou seja, os nossos constituintes atuavam também como legisladores ordinários. 
- Ministro Gilmar Mendes: Considera as normas de direito eleitoral normas materialmente constitucionais. 
Embora não sejam formalmente. 
- Temos uma distinção muito rica a respeito da definição da constituição escrita e da Constituição não 
escrita. Embora seja uma definição muito objetiva, e até simples na sua concepção inicial. 
- Temática da Eficácia das normas constitucionais. Envolve a questão de sua validade, a questão de sua 
vigência e aí sim a eficácia jurídica e a questão da eficácia social. 
- Graus de Efeitos da Constituição: José Afonso da Silva. Com certas alterações patrocinadas por Maria 
Helena Diniz. Constituição com Eficácia Plena; Eficácia Contida e Eficácia Limitada. Embora algumas 
normas de nossa Constituição não sejam normas de eficácia plena, muitas são de eficácia contida e 
muitas de eficácia limitada (princípios institutivos ou de princípios programáticos). Todas as normas 
constitucionais possuem efeitos ou são dotadas de normatividade. Minimamente, pelo menos, veda a 
produção de normas em sentido contrário. 
- Não admitimos hoje o fenômeno da desconstitucionalização, ou seja, a possibilidade de retirarmos o 
caráter constitucional de normas, ainda que pretéritas, e serem recebidas hoje no nível de legislação 
ordinária ou complementar. Também não admitimos o fenômeno da repristinação, em termos 
constitucionais. Ou seja, uma norma que foi revogada por uma Constituição anterior não pode ser 
novamente admitida no ordenamento jurídico brasileiro, ela não pode ter vigência novamente. 
- Por conta de tudo isso, fica complexa a questão da recepção. As normas que não são compatíveis são 
automaticamente revogadas (na verdade,não recepcionadas). Temos dois canais que podem permitir 
essa discussão: 1º. O controle de constitucionalidade em via de exceção; 2º. A ADPF. 
- Dentro deste contexto de recepção temos a Novação Constitucional (Jorge Miranda; Canotilho). No 
sentido de que, quando as normas são recebidas, elas são recebidas sobre nova fundamentação. E nesse 
sentido podemos nos referir ao fenômeno da mutação de competência de veiculo normativo e mutação de 
competência federativa legislativa, ou seja, as vezes nessa recepção eu posso mudar o veículo normativo 
que vai tratar determinada matéria, como eu posso mudar a entidade que vai atuar a respeito de 
determinada matéria. Ex: CTN. Na questão da mudança federativa legislativa: as regiões metropolitanas, 
antes eram da esfera da União e agora são dos Estados. 
Vídeo 02: 
Poder Constituinte e Controle de Constitucionalidade 
- Todo esse conteúdo passa ou perpassa por decisões sobre direitos fundamentais. 
Poder Constituinte: nós trabalhamos com uma ideia de PC Originário, Derivado e Decorrente. 
 - PC Originário: é a possibilidade de criarmos novos documentos constitucionais. Discussão de sua 
origem desde o Estado Grego, passando pela possibilidade de discussões durante a Idade média, e que 
“termina” com grandes discussões a respeito da natureza jurídica desse poder constituinte. 2as Grandes 
Correntes: A Jusnaturalista e a Positivista. Também é uma discussão importante se discutir sobre seu 
Agente, que ao contrário do Titular – modernamente identificado no povo, na soberania popular; e é um 
titular permanente –, o agente é sempre temporário. Ele atua por intermédio de uma assembleia 
constituinte. 
- No Brasil, em sua história, dificilmente tivemos a existência de uma assembleia constituinte pura, ou seja, 
aquela que transitoriamente atua para elaborar a constituição e uma vez elaborado o documento 
constitucional ela é dissolvida. Só tivemos esse modelo na Constituição de 1934. 
- CF de 1988: Congresso Constituinte – Isso foi muito discutido, a medida que nós tivemos também uma 
consagração, dentro da estrutura do poder legislativo, de inúmeras normas, em termos de volume, em 
termos, por exemplo, de estatuto dos congressistas; ou seja, a CF de 88 é profícua em relação ao poder 
legislativo. 
 - PC Derivado: que é a possibilidade de alteração do poder constitucional. Muitas discussões foram 
postas no que se refere aos Limites Materiais da nossa Constituição. Nós temos, como todos sabem, os 
Limites Circunstanciais; Limites Procedimentais; e os Limites Materiais. 
- Limites Materiais: a. Tradicionalmente: Associa-se a Existência das chamadas Cláusulas Pétreas (que 
não podem ser alteradas). Cláusulas intangíveis – nos passa a ideia de que elas podem ser alteradas, 
mas se forem ampliadas, se forem densamente trabalhadas. Vamos ter aqui os Direitos e Garantias 
Fundamentais, isso numa leitura mais correta. 
- Cláusula de Reserva de Matéria: posta em nossa Constituição, da “Federação”. Então a forma federativa 
do Estado é uma cláusula de matéria reservada em nossa Constituição. 
- Polémica: Possibilidade ou Não de adoção de Códigos Penais pelos nossos Estados-membros da 
federação. Lembrando que nós temos uma capitulação expressa no caso do art.22, I, no que se refere a 
matéria penal a Cargo da União. Seria uma competência privativa da União. Mas, na verdade, eu não 
estaria aí, ao admitir a possibilidade de Códigos Penais Estaduais implementando a noção essencial do 
Federalismo que é a Autonomia!? Então é uma questão polêmica por que nos pede uma reflexão muito 
interessante a respeito desse poder constituinte derivado, de sua atuação. 
 - PC Decorrente: nos traz diversas discussões a respeito da autonomia nos Estados-membros da 
federação. Nos remete a forma de criação da federação brasileira. Nos remete a sermos um federalismo 
centrípeto ou centrifugo. Nos remete ao tipo de federalismo adotado: se é cooperativo, dual – nos modelos 
norte-americanos ou nos modelos alemãs. 
- Princípios de Simetria dentro do Processo Legislativo. Nossa Constituição tem inúmeras normas sobre o 
processo legislativo e se criamos uma ideia de simetria obrigatória para os estados-membros, nós já não 
estamos falando em poder constituinte derivado. Porque já não falamos mais em autonomia das unidades 
federativas. 
 Controle de Constitucionalidade das Leis: 
- Muitos autores vinculam o seu nascimento às categorias do direito natural. Na Inglaterra durante a idade 
média; outros aos forros espanhóis de Aragão e Navarra; outros às ordenações fundamentais do reino de 
Portugal; outros em Esparta e Atenas. Ou seja, temos sempre origens longínquas com relação a essa 
atuação do controle de constitucionalidade. 
- Se estabelece definitivamente a partir de uma Decisão em 1803 da Suprema Corte Norte-americana: 
Caso Madson vs Merbury. Decisão que foi prolatada pelo Juiz Marshall. Foi emblemática a medida em que 
ele afirma que a Constituição é a fonte de todas as demais leis e que qualquer lei contrária a Constituição 
é Nula. Ele afirma ainda mais: que todos os órgãos e todos os juízes do judiciário podem declarar uma lei 
inconstitucional se ela ferir a Constituição. Ou seja, ele estabeleceu duas premissas importantes nessa 
decisão. 1ª. Premissa do Controle Judicial; 2ª. Premissa do Controle Judicial Via de Exceção. 
- No Brasil: nossa ideia foi que tenhamos um tribunal com jurisdição específica ou a possibilidade de 
termos um tribunal especializado para a defesa da Constituição (modelo austríaco). É o modelo das Cortes 
Constitucionais. Crio um órgão para a defesa do texto constitucional. 
- O Modelo Político: que ainda é adotado no Direito Francês, ele também recebe algumas concessões no 
direito brasileiro, mas são concessões vinculadas a um controle preventivo; geralmente mais preventivo do 
que repressivo. Ele se identifica na atuação das Comissões Parlamentares e na Questão do Veto. A um 
controle político repressivo muito interessante que é a possibilidade de nós termos o Congresso Nacional 
sustando os atos do Executivo no que se refere a exorbitarem as suas esferas de competência – é um 
controle repressivo. 
- Sempre teremos a discussão de qual o melhor órgão para resolver e conhecer das questões de 
constitucionalidade. 
- Uma das questões mais polêmicas se refere aos efeitos desse controle de constitucionalidade, em que 
medida, dependendo da natureza, eu dou uma decisão que declara ou que constitui a constitucionalidade 
eu vou ter determinados efeitos: para o futuro ou retroativos; efeitos inter partes ou erga omnes. 
- No Brasil: ADPF – ela cria duas possibilidades muito interessantes: 1ª. Possibilidade do controle de 
normas promulgadas antes da Constituição; 2ª. Cria também a possibilidade de termos o controle também 
por parte do município. 
- Abstratização do controle – Efeito da “Repercussão Geral”. Traz um requisito para que tenhamos a 
chegada ao STF, das decisões que são prolatadas em via de exceção. Algumas decisões tomadas em 
controle incidental de constitucionalidade não chegaram ao STF. 
- Rol de Legitimados: art. 103, CF. Elenco muito vasto; que pressupõe a ampliação dos espaços de 
deliberação pública, na medida em que são incluídos também Partidos Políticos, sindicatos, OAB, há 
realmente uma tentativa de abrir esses legitimados. Mas ainda é um controle que não permite o controle 
por parte do povo; ou nos moldes de uma inciativa popular ou mesmo na possibilidade de um único 
cidadão propor uma ADIn ou uma ADC. 
- Vídeo 03 – Não Fiz Caderno. 
- Teoria do Estado na Pós-Modernidade 
Unidade 01 
Teoria do Estado na Modernidade (Glenda Chaves): 
I – Na modernidade: 
Conceito de Estado: sociedade política organizada. 
- Maquiável: “O príncipe”. 
- Elementos: Povo, território,soberania, finalidade. 
Povo: conjunto de cidadão (conceito atual). Comparato: conceito de povo é plural, muda com o passar do 
tempo. Grécia Antiga: mais restrita; EUA (1776): restrita; Brasil (1891): restrita. CF 1934: ocorre a 
ampliação; CF 1988: art. 14: abrangente. 
Povo é diferente de população: conceito demográfico. 
Povo é diferente de Nação: conceito histórico, linguístico. Alguns Estados podem ter mais de uma nação. 
- Povo – Conceito Jurídico: vínculo com o Estado. 
Território: 
- Kelsen: é indispensável. 
Conceito: é onde a ordem estatal vai valer. 
Teorias: buscam explicar a relação do Estado com o território: 
a. Laband: o território é de domínio do Estado. O Estado detém a propriedade. 
b. Jellinek: o Estado não exerce diretamente o domínio sobre o território. Ele na verdade exerce 
um domínio sobre as pessoas. Reflexamente sobre o território. 
- Crítica: e os lugares que não estão habitados? Aquele espaço podia não estar sendo ocupado 
agora, mas posteriormente pode vir a ser ocupado. 
c. Ranelletti: teoria mista: o Estado vai exercer o seu domínio sobre tudo (coisa e pessoas). 
- Conclusão: 
1ª. Não existe Estado sem território. É um elemento essencial. OBS: Estado Palestino. 
2ª. O Estado Possui o território como sendo objeto de direitos. Do ponto de vista internacional: eu posso 
alienar meu território. Do ponto de vista interno: o Estado pode exercer sob o território tanto uma limitação 
como uma requisição administrativa. 
3ª. Ordem soberana: ela vai acontecer dentro do território. 
4ª. Princípio da Impenetrabilidade: o Estado possui o monopólio de ocupação do território, ou seja, em 
regra, dois Estados não podem ocupar o mesmo território ao mesmo tempo. Ex: ilhas malvinas. 
Classificação tradicional: 
- Território: Metropolitano – Metrópoles: Ex: Portugal; Colonial. 
- Fronteiras: Naturais: algum elemento geográfico; Artificiais: delineadas por meio de tratados 
internacionais. Ex: tratado de Tordesilhas. 
Parte 02: 
- Poder Soberano (Soberania): é o poder supremo do Estado. Está ligado a criação de normas jurídicas. 
- Jean Bodin: “pai da soberania”: Século XVI – Pós idade média: período do absolutismo. Poder absoluto 
(não sofre limitação) e perpétuo (não possui prazo certo). 
Nascimento do Estado Moderno. É um poder inalienável. 
- Rosseau: poder soberano através de uma soberania popular: poder do povo. 1792. Vontade geral. É 
inalienável e representa a vontade geral. A pessoa tem que representar diretamente. Não cabe a ideia de 
representação. A soberania popular é indivisível: não tem como dividir. 
- Séc. XIX: expressão do poder político. 
- Séc. XX: elemento constitutivo do Estado. 
Soberania Externa x Soberania Interna: 
 - SE é a chamada Independência. É os demais Estados respeitarem este Estado como tendo 
soberania, personalidade jurídica própria. 
 - SI é a Supremacia. Ele impõe seu poder sobre as demais ordens internas. 
Características: 
- UNA: não se admite a coexistência de duas ou mais soberanias. 
- INDIVISÍVEL. 
- INALIENÁVEL. 
- IMPRESCRITÍVEL. 
- Finalidade: Império do direito. 
- Titularidade: 
1ª) Teoria Teocrática: Deus; elemento religioso. Titular advém do poder divino. Prevaleceram na 
antiguidade. 
2ª) Teoria Democrática: o povo; soberania popular. 
- Finalidade: elemento constitutivo do Estado para alguns autores: trata-se do bem comum. 
Unidade 02 
Estado na Modernidade: 
Vídeo 01: 
- Formação: 3 teorias: 
1ª) O Estado sempre existiu: os homens sempre se organizaram em sociedade. Eduard Meyer: Estado 
sempre existiu. Estudou a antropologia. 
2ª) Entendimento Majoritário: o Estado nem sempre existiu. Ele foi criado devido a necessidade. 
3ª) O Estado só vai ser formado em 1648 (Paz de Westfália – Tratado que põe fim às guerras religiosas). 
Momento de surgimento do Estado moderno. 
- Divisão segundo a Formação: 
- Originária: não existia nenhuma sociedade político-organizada anteriormente. 
- Derivada: pressupõe a existência dessa sociedade política-organizada. Preexiste Estado. 
 Formação Originária: 
a. Teoria da formação Natural: existem algumas causas que podem fluir para esta formação 
originária: i) Questões naturais: eventos da natureza; ii) Questões de guerra: p. ex. conflitos 
armados; iii) Formação patriarcal: grupos familiares; iv) Questões econômicas (Marx. Engels, 
Platão); v) Questão de patrimônio. 
b. Teoria da formação contratual: é estabelecido um contrato entre grupos de pessoas. Permitiria 
que estas pessoas saíssem do Estado de natureza e fossem para o Estado civil: Autores 
contratuais: Hobbes (homem é o lobo do próprio homem); Locke (defesa do propriedade); 
Rousseau. 
 Teorias sobre a Formação Derivada do Estado: é criado um Estado que já deriva de algum anterior. 
a. Formação por Fracionamento: o Estado vai se dividir, fracionar uma parte sua que irá formar um 
novo Estado. Ex. Cingapura (1965); Escócia. 
b. Formação por União: união de Estados para formar um. Ex. EUA. 
c. Formação Atípica: se dá através de tratados pós-guerra. Dalmo Dalari: ex. Alemanha. 
Obs: URSS: para Dalmo Dalari não é uma formação por fracionamento.  Dissolução. 
Vídeo 02: 
- Formação histórica do Estado: 
 - Estado Antigo: Religiosidade: elemento central. Estado Teocrático. Mistura de elementos. 
Governante é um representante divino. Aspectos econômicos, sociais, estruturais – Confusão desses 
elementos. 
 - Estado Grego: Grécia Antiga. Elemento fundamental: a Polis – Cidade-Estado; Polis: cidadãos 
(concepção restrita); Autarquia – Autossuficiente. 
 - Estado Romano: Roma Antiga. 700 a.c. até 565 d.c. Estado – Civitas; Resulta da união de grupos 
familiares (gens); pater família. Conceito inicial de cidadão é restrito e vai sendo ampliado. 
 - Estado Medieval: Tem características bem delimitadas: 1ª. Cristianismo; 2ª. Invasões barbaras; 
3ª. Feudalismo. 
- Cristianismo: permite a unidade da Igreja / Religiosa. Feudos, Senhores. 
Unidade 03 
Vídeo 01: 
Teoria do Estado Na Modernidade IV – Glenda Chaves 
 
Elementos de Estado: 
1º) FORMA DE ESTADO: 
1.1. Estado FEDERAL / FEDERAÇÃO: 
1.2. Estado UNITÁRIO: 
1.3. CONFEDERAÇÃO: Para alguns autores não é forma de Estado, mas apenas uma forma de 
união dos Estados. Tem como característica os Tratados Internacionais – seriam as normas criadoras da 
confederação. 
- O Estado Unitário e o Federal tem algo em comum que é o fato de serem criados por uma Constituição. 
Então a Constituição é a norma jurídica criadora do Estado. 
Estado FEDERAL: 
 - Característica Principal: descentralização do Poder Político (é permitir que vários centros de 
produção normativa apareçam)*. Consequentemente eu vou ter também uma descentralização 
administrativa. 
*: Ou Seja, eu tenho vários órgãos legislativos. No caso brasileiro: é um estado federal e assim vai ter 
vários centros produtores – Tenho vários entes da federação: União (CN), Estados membros (assembleias 
legislativas), DF (Câmara Legislativa) e o Municípios (câmara municipal). Cada um desses vai ter um 
órgão legislativo. 
 - Os entes são dotados de Autonomia: consequentemente não é dado a esses entes o direito de 
secessão (é vedado). Quem detém a Soberania é o Estado Federal. Mas os entes tem a autonomia e essa 
parcela não lhes dá o direito de sair do Estado Brasileiro. 
 
Estado UNITÁRIO: 
 - Centralização do poder político. Na teoria se teria apenas um órgão legislativo, normalmente na 
prática não é bem assim. Ex: Portugal: vão permitir que outros órgão legislativos existam para que possam 
produzir normas, mas se mantém essa centralização. Ex²: Brasil Império: Constituição de 1824: o brasil só 
passa a ser uma federação a partir de 1891. 
 
CONFEDERAÇÃO: 
 - É uma União deEstados. Ex: União Europeia – segundo alguns autores. 
 - Os Estados Partes são dotados de Soberania. E possuem o direito de Secessão. Eles podem sair 
dessa confederação na hora em que desejarem. 
 - Ex²: Alguns autores vão trabalhar o MERCOSUL como uma possibilidade de confederação. 
 
2º) FORMA DE GOVERNO: 
- Maquiável: traçou duas formas de governo: a República; a Monarquia. 
2.1. MONARQUIA: 
 - Tem como característica inicial a chamada Vitaliciedade, ou seja, o Rei ou o Monarca fica no 
Poder até o momento de sua morte ou de sua renúncia. Ele não tem uma mandato a ser cumprido. 
 - Hereditariedade: esse poder vai ser passado de Pai para Filho. Há uma cadeia sucessória. 
 - Irresponsabilidade Política. Ele não pode ser responsabilizado; não há aqui a ideia de 
impeachment. O monarca não pode perder o poder. 
2.2. REPÚBLICA: 
 - Periodicidade / Temporalidade: Vou ter um mandato por tempo fixo. Vai fazer também que essa 
pessoa seja eleita. 
 - Eletividade. Glenda diz que ocorre através do voto popular. 
 - Na CF/88 o princípio republicano não é cláusula pétrea. 
 - Responsabilidade política. Possibilidade do impeachment. 
 
3º) SISTEMA DE GOVERNO: 
3.1. PRESIDENCIALISMO: 
 - Faz com que o Poder Legislativo fique mais separado do Poder Executivo. 
 - O Chefe de Estado se confunde com o Chefe de Governo, são concentradas na mesma pessoa. 
 - O Presidente da República será o Chefe de Governo e de Estado. Tem que ser eleito pelo voto 
popular: direto ou indireto. 
3.2. PARLAMENTARISMO 
 - Proximidade maior entre legislativo e o executivo. 
 - O Chefe de Estado (rei ou presidente) difere do Chefe de Governo (é o primeiro ministro). 
- O 1º Ministro é indicado pelo parlamento. É forte em Estados bipartidários. Quem tem a maioria escolhe 
o primeiro ministro. Ele vai exercer a função de poder executivo. Geralmente não exerce um mandato fixo. 
Ele ficará exercendo o poder até que ele perca a força dentro do parlamento. 
 
4º) Regimes de Governo: 
4.1. DEMOCRACIA: 
 - Direta / Participativa: o povo participa diretamente na formação da norma jurídica. 
 - Indireta / Representativa: os cidadãos não participam diretamente na formação da norma. Quem 
faz a lei são os representantes. 
 - Semidireta / Semi-Participativa: tenho uma democracia representativa, ou seja, indireta, mas eu 
tenho institutos da democracia direta. É o modelo brasileiro. Participação através de: plebiscito, referendo, 
iniciativa popular, ações populares. 
4.2. AUTORITARISMO: 
 - É muito caracterizado pelas ditaduras militares que ocorreram na américa latina. 
 - Característica: é se trabalhar com a censura dos meios de comunicação; manipulação, forma de 
comunicação oficial do estado. Vai trabalhar também com vários meios de repressão: tanto física como 
psicológica. Controle no âmbito administrativo; controle em todos os âmbitos. 
 - Tem a ideia também de Hipertrofia do Executivo. Mas não consegue acabar com a solidariedade 
social – reação da sociedade contra aquela ordem autoritária. 
4.3. TOTALITARISMO 
 - Hipertrofia do Executivo. Porém eu na tenho aqui a solidariedade social. Ele consegue acabar. 
 - Se caracteriza pelo domínio completo de todos os meios de comunicação. Consegue causar uma 
desconfiança social, de modo que uma pessoa não confie na outra. Consegue espalhar o medo. 
 - Racismo exacerbado. Ex: nazismo e fascismo. 
Vídeo 02: 
Transição do Estado na Modernidade para o Estado na Pós-Modernidade 
PARADIGMAS DE ESTADO: 
* Tema importante para permitir se trabalhar o Estado na Pós-Modernidade. São na verdade modelos de 
Estado. 
1º) Estado LIBERAL: nasce com o aparecimento do Estado Moderno. Séc. XVIII. Tem como contexto as 
revoluções burguesas (p.ex. a gloriosa) – Buscar uma maneira de dividir o poder que estava concentrado 
nas mãos do monarca. Tem então o papel de fazer a ascensão da burguesia como classe importante e 
como classe fundamental na ideia de estado moderno, e permitir a separação dos poderes. 
- Características: Aparecimento das Constituições escritas (norte-americana e francesa). Declaração do 
homem e do cidadão de 1789. 
- Princípio da separação dos poderes. A intenção é combater o absolutismo através da divisão dos 
poderes. Poder: Legislativo, Executivo e Judiciário. Realizado por pessoas diferentes. Serviu para a 
burguesia alcançar o poder legislativo. 
- Estado Mínimo. Não deseja intervir na vida das pessoas. Preocupa-se fundamentalmente na Ordem 
(interna) e na Segurança (das fronteiras). 
- Direitos Individuais. Liberdade; Propriedade; direito à vida; segurança jurídica. 
- Liberalismo econômico: liberdade de mercado; revoluções industriais. 
- Presente ainda no Séc. XIX: passagem do mercantismo para o capitalismo; exploração da mão de obra; 
condução a uma mobilização social muito forte. 
2º) Estado SOCIAL: ou bem estar social. Surge no início do Sec. XX até a 2ª grande guerra. Vai reivindicar 
uma nova postura por parte do Estado. 
- Contexto dos Movimentos Sociais (greves; necessidade de proteção do trabalhador); Aparecimento do 
Marxismo, Anarquismo, Socialismo, Psicanálise. 
- Busca garantir direitos sociais e repensar o direito econômico. 
- Vai trabalhar com a ideia de Estado Máximo. Postura ativa do Estado, fomentando os direitos sociais. 
- Passa a Garantir os Direitos Sociais: Direito do trabalho; direito previdenciário; direito administrativo; 
direito econômico. 
- Aumento da Cidadania: Sufrágio Universal. Vai universalizar o direito ao voto – CF brasileira de 1934. 
- Proporcionou regimes autoritários e totalitários. 
3º) Estado DEMOCRÁTICO de DIREITO: pós 2ª guerra até os dias atuais. 
- Estados Europeus. 
- Impacto entre o Estado e a Sociedade Civil organizada (principalmente através de ONGs). Vão precisar 
conjugar esforços. 
- Não tem como o Estado bancar tudo, vai ter que dividir isso com a sociedade civil. 
- Novos Atores: ONGs internacionais; Organizações Internacionais (ex. OEA; ONU). 
- Novos Direitos Implementados: principalmente, difusos e coletivos: ex. Meio ambiente; paz; 
desenvolvimento. 
- Vai pensar a eficácia dos direitos fundamentais. 
Unidade 04 
Vídeo 01 
O Estado na Pós-Modernidade. 
1) Pós-Modernidade: aparece no início do Séc. XX, mas ele desponta mais na Década de 70. 
- Contexto Fundamental: Pós 2ª guerra. 
2) Terminologias: 
- Pós-modernidade; Pós-modernismo; Modernidade Tardia (Habermas); Modernidade Líquida (baulman). 
- Para alguns autores: Pós-modernidade vs Pós-modernismo: Pós-modernidade estaria ligada mais a 
aspectos econômicos, sociais, é o termo para falar para além da modernidade. O pós-modernismo: estaria 
mais ligado ao aspecto cultural, artístico. 
3) Características: 
A pós-modernidade trata desse momento posterior a modernidade que demarca características 
diferenciadas, do ponto de vista econômico, social, político, cultural e etc. da década de 70 pra cá. 
- Característica fundamental: CONSUMISMO. 
- Aparecimento de Novas Tecnologias. Vão estar ligadas a novas formas de Comunicação (facilidade de 
comunicação). Vai quebrar as fronteiras nacionais. 
- Há foco na IMAGEM. 
- GLOBALIZAÇÃO: quebra de barreiras. Trocas de informações. 
- CAPITALISMO. 
4) BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS: 
- Trabalha vários aspectos relacionados a modernidade. 
- Pós-Moderno Celebratório/Conservador X Pós-Moderno de Oposição: o Celebratório é a Pós-
modernidade tradicional (globalização). De Oposição: rompimento com o Estado Moderno, aspecto eco-
socialista (preocupação com os direitos humanos e com o meio ambiente). Repensando o próprio direito. 
- O Estado Moderno ainda vai estar muito associado ao capitalismo. Do ponto de vista econômico o 
capitalismo se encaixou no estado moderno. 3 momentos capitalismo:1º) Capitalismo Liberal – Esta ligado ao Estado Liberal. Livre mercado; ascensão da burguesia. 
Constituições com direitos individuais. Estado com a postura de abstenção. 
2º) Capitalismo Organizado – Vai ser implementado no Estado Social. Este adotou tanto o sistema 
capitalismo como aspectos do socialismo. Não impede o surgimento de novas empresas – 
consequentemente eu vou ter novas classes sociais. 
3º) Capitalismo Desorganizado – Vai coincidir com o que estamos vendo de Estado democrático de direito. 
vai fazer com que se tenha uma perda dos sindicatos. Enfraquecimento do 3º setor, diminuição do 
movimento sindical. Vão aparecer novos movimentos sociais. Mercado financeiro bastante descontrolado. 
Preocupação com novos direitos (mais preocupação com o meio ambiente; patrimônios culturais 
internacionais). 
5) Relação entre o Estado / Pós-modernidade / Direito: 
- Vai trabalhar com essa ideia de centralidade, unidade do estado moderno, que ela só vem com o estado 
moderno. Vai eliminar a ideia de pluralismo a fim de se criar um centralismo. 
- No estado medieval o que eu tinha como característica fundamental? O pluralismo jurídico. Eu tinha 
vários feudos, varias posições normativas, varias moedas e vários exércitos. 
- Boaventura: vai falar que na pós-modernidade vai ressurgir a ideia de pluralismo jurídico. E eu tenho 
mais é que trabalhar essa ideia de pluralismo jurídico, porque não há como eliminar isso. Pensar a 
existência de ordenamentos jurídicos paralelos, como ocorre por exemplo nas favelas. Mas podemos 
pensar também na formação de contratos, de acordos que podem ser celebrados, que muitas vezes são 
muito mais eficientes do que a ordem estatal impondo sua norma. Exemplo disso é se trabalhar com a 
arbitragem e a conciliação. Isso vai permitir, segundo o autor, a gente “des-pensar” o direito; isto é, 
repensar o direito dentro de uma pós-modernidade de oposição. 
- Aparecimento de Novos Atores: Organizações Internacionais; ONGs, Empresas globais. 
6) TEORIA DO ESTADO NA PÓS-MODERNIDADE – A visão de Zygmunt Bauman. 
- Autor do Livro A Modernidade Líquida. 
- Ele divide e correlacionam a Modernidade Sólida e a Modernidade Líquida. 
 
MODERNIDADE SÓLIDA 
 
MODERNIDADE LÍQUIDA 
 
- É a Modernidade. 
 
- Tem seu ponto chave na Formação do Estado 
Social (seu ápice). 
 
- Solidez sobre diversos aspectos. Estado máximo 
que vai tentar garantir o equilíbrio econômico. As 
pessoas vão ter um emprego sólido. Casamento / 
Relacionamento sólido. 
 
 
 
 
- Seria a Pós-modernidade. 
 
- Caracterizada pela Fluidez. Vai trabalhar com um 
termo – Liquefação (tudo que é líquido vai se 
moldando no objeto em que vai se encaixar). 
Mudança, adaptação, modificação. 
 
- Flexibilidade: empregos voláteis; vai acontecer 
também no âmbito dos relacionamentos. 
 
- Valorização do “eu” / Individual. Consequências 
(vão ser ruins para o próprio indivíduo e para a 
sociedade): isolamento do indivíduo; solidão; 
depressão. A ideia de conectar e desconectar, 
revelando essa volatilidade. 
 
 
 
Direitos Fundamentais e Relações Privadas 
Unidade 01: 
DIREITOS FUNDAMENTAIS 
1. TERMINOLOGIA 
a.1 LIBERDADES PÚBLICAS: sec XIX, era um sinônimo de direitos fundamentais. Por que nesta época eu 
só tinha as liberdades públicas (direitos individuais). Sex XX, temos o acréscimo de direitos fundamentais, 
e essas liberdades públicas deixou de ser uma expressão adequada para falar dos direitos fundamentais. 
Então podemos dizer que a partir do sec XX, as liberdades publicas passaram a ser uma espécie dos 
direitos fundamentais e não mais como sinônimo. 
B.1. DIREITOS FUNDAMENTAIS: sera mais cunhada no sex XX, já que está mais preocupada com essa 
preocupação dos direitos fundamentais no âmbito interno dos estados. Enforque interno dos Estados. E 
consequentemente estarei preservando dentro dos documentos escritos internos destes. Constituição 
passa a ser o documento legal que contém essa estrutura, esse rol de direitos. 
C.1. DIREITOS HUMANOS: proteção no âmbito externo, internacional. Sejam consagrados em tratados 
internacionais. Proteção através de órgãos internacionais – ex: onu. 
2. EVOLUÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
Perspectiva das dimensões ou gerações dos direitos fundamentais. 
1ª dimensão/geração: direitos individuais, porque coincide com o nascedouro do estado moderno. Estado 
liberal. Calcado na: separação dos poderes e consagração dos direitos individuais. Ex: liberdade, vida, 
propriedade, segurança jurídica e igualdade. Liberdades públicas. Séc. XVIII e XIX. Revolução francesa; 
constituições: americana e francesa. Constitucionalismo liberal ou clássico. 
2ª dimensão: direitos sociais. Sec XX. Ate a 2ª guerra. Aparecimento de duas constituições escritas: 
Constituição Mexicana de 1917 e Constituição de Weimar de 1919. Ex: direito ao trabalho; à saúde; 
educação; previdência; etc. calcada na ideia do estado de bem estar social. Direitos importantes para que 
o individuo possa se desenvolver dentro da sociedade. Status positivo. 
3ª dimensão: pós 2ª guerra mundial. Vai ter o cunho de uma proteção maior a direitos coletivos/difusos. 
Ex: direito ao meio ambiente; ao desenvolvimento; à paz. Direito do consumidor. Ligado a ideia de 
fraternidade e solidariedade. 
4ª dimensão: década de 70/80. Momento ditatorial. Ex: democracia; pluralismo; informação. Relacionado 
com este momento do autoritarismo. Vai se inserido nos textos constitucionais. Pluralismo politico. 
ssas dimensões. 
3. CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
CLASSICAS: 
A) HISTORICIDADE: os direitos fundamentais são históricos. Tem a ver com essa luta social. Não é 
inerente ao ser humano. 
B) INALIENABILDIADE: ponto de vista tradicional. Não pode ser vendido. Irrenunciável. Não posso 
trocar. 
C) IRRENUNCIABILIDADE: não posso renunciar. Não posso deixar de ter. 
D) IMPRESCRITIBILIDADE: não prescrevem. Sempre posso buscar a tutela. 
CRITICAS: vai permitir a revitalização. 
1. Quanto à inalienabilidade dos direitos fundamentais. Para os autores é algo muito radical. Alguns 
direitos podem ser alienados. O próprio direito de propriedade pode ser alienado. 
2. Quanto a ser renunciável: alguns entendem que certos direitos podem ser renunciáveis. 
Ex: o direito de privacidade: imagem (pode ser a imagem atributo e a imagem retrato), honra (boa fama), 
vida privada (correlação desse individuo com a sociedade) e intimidade (núcleo mais essencial de 
privacidade). 
4. CLASSIFICAÇÃO 
- JOSE AFONSO DA SILVA: 
a) DIREITOS FUNDAMENTAIS DO HOMEM-INDIVIDUO – são os próprios direitos individuais. 
b) DIREITOS FUNDAMENTAIS DO HOMEM-SOCIAL – são os direitos sociais. 
c) DIREITOS FUNDAMENTAIS DO HOMEM-COLETIVO – tenho uma proteção de direitos do homem 
dentro da coletividade. Greve, sindicalização... 
d) DIREITOS FUNDAMENTAIS DO HOMEM-NACIONAL – dizem respeito aos direitos de nacionalidade. 
Direito de pertencimento ao estado. 
e) DIREITOS FUNDAMENTAIS DO HOMEM-CIDADAO – a ideia da cidadania, capacidade de votar e ser 
votado, exercer os direitos políticos. 
 
Unidade 02: 
1. TITULARIDADE 
Quem são os destinatários dos direitos fundamentais? 
Direitos individuais – art. 5°, caput, CF. 
Expressamente: os brasileiros (natos e naturalizados) e os estrangeiros residentes no Brasil. 
- Estrangeiros não residentes: também serão titulares. HC 97147/STF. Informativo 554. 
Principio da dignidade da pessoa humana; p. da isonomia. 
Pessoas jurídicas: também são titulares de direitos individuais. 
2. DIREITOS VS DEVERES 
Direitos: vão aparecer de forma declaratória. 
Deveres: não estão listados expressamente. Seriam uma contra face desses direitos. Em regra, para os 
indivíduos não são expressos. 
Estado: lista de deveres. 
Art.5°: assistência judiciária; responsabilidade do estado quanto ao erro do judiciário. 
Direitos sociais. 
3. DIREITOS INDIVIDUAIS X DIREITOS COLETIVOS 
Individuais: aparecem ao longo do texto, mas estão concentrados no art. 5°. 
Jose afonso: no art 5° tenho direitos individuais de expressão coletiva. Ele pode ser individualizado mas 
pode ter uma tutela coletiva. 
4. DIREITOS X GARANTIAS 
Direitos: são declaratórios. Ex: liberdade de locomoção. Ex²: direito à informação pessoal. Ex³: direito à 
igualdade. 
Garantias: caráter assecuratório. Ex: habeas corpus. Ex²: habeas data. Ex³: mandado de segurança. 
 
Unidade 03: 
Direitos fundamentais e Relações Privadas 
1. Contexto 
Está muito relacionada com o neoconstitucionalismo. Superação da dicotomia direito publico vs direito 
privado. Não há mais que se falar nessa diferenciação. 
Bastante discutido nos anos 90 e 2000. 
O direito tem que ser visto de forma global. 
- Vou ter um movimento de Constitucionalização do direito. vai repercutir muito no direito civil. A 
constituição passa a ter força normativa; efeito irradiante; constituição está no centro do sistema. 
Constitucionalização do direito civil – é ler o direito civil à luz do texto constitucional. 
CC 2002 – vai permitir essa releitura. 
2. Eficácia Vertical dos direitos fundamentais x Eficácia Horizontal 
Eficácia vertical: relação entre estado e particular. O particular vai ter seus direitos protegidos frente ao 
estado. Haverá em verdade uma abstenção por parte do estado. Direito de defesa. Estado-indivíduo. 
Quero que o estado tenha uma atitude de abstenção, de não intromissão nos direitos fundamentais. 
Eficácia horizontal: traz a relação Particular e Particular. Ou seja, relações inter-privadas. É horizontal 
porque estão no mesmo plano. 
3. Principais teorias sobre a horizontalização dos direitos fundamentais 
É pensar a aplicação dos direitos fundamentais nas relações entre particulares. 
A) Teoria State Action: aplicação maior nos EUA. Surge na Alemanha. Mas ganhou aplicação nos 
EUA. É caracterizada por um vinculo com o liberalismo clássico. Entendimento: você não aplica os direitos 
fundamentais às relações privadas. Ela não trabalha a eficácia horizontal dos direitos fundamentais. Só 
trabalha com a eficácia vertical. Vai ser amenizada nas décadas de 40. 1940: vai ser adotada a teoria da 
função pública – vai fazer com que alguns particulares que exerçam função pública possam então sofrer 
limitações constitucionais na sua atuação. Ex: partidos políticos – não podem impedir a filiação de negros. 
1970: sofrem uma baixa. De modo a voltar a visão mais conservadora e mais pura de não se permitir a 
proteção a direitos fundamentais no âmbito privado. 
B) Teoria dos Deveres de Proteção: surge na Alemanha. Teoria pouco desenvolvida. A ideia é 
preservar os direitos fundamentais nas relações privadas e o papel do estado teria um ônus muito maior. 
Pois teria que se abster com relação a ofensa a direitos fundamentais, além disso tem que coibir ofensas a 
direitos realizadas por terceiros. Demostra o ônus do estado. 
C) Teoria da Eficácia Indireta ou Mediata dos DF nas relações privadas: nasce na Alemanha. Mentor: 
gunter durig. Vai fazer a proteção dos DF nas relações privadas, mas essa proteção advém do legislador, 
o qual seria um intermediador. Não posso aplicar os DF às relações privadas diretamente da CF ao caso 
concreto, eu preciso da mediação do legislador. Preserva a autonomia da vontade. É a teoria 
predominante na Alemanha. Não pode aplicar diretamente o texto constitucional às relações privadas. 
D) Teoria da Eficácia Direta ou Imediata: nasce na Alemanha. Correlacionada às relações trabalhistas, 
no seu nascimento. Mentor: hans carl nipperdey. Os DF se aplicam diretamente nas relações entre os 
particulares. Eu não preciso da intermediação do legislador. A constituição tem força normativa. Diminui a 
autonomia da vontade. O poder judiciário ganha grande papel. Críticas: vai diminuir e atacar a autonomia 
da vontade, consequentemente uma ameaça ao direito civil; haveria uma perda conceitual do direito 
privado, afinal a constituição estaria se sobrepondo; ofensa a segurança jurídica; ofensa à separação dos 
poderes. 
OBS: como fica a jurisprudência brasileira: vem admitir a aplicação dos direitos fundamentais nas relações 
privadas e a teoria que predomina é da eficácia direta ou imediata dos DF. Julgados: RE 158.215-4; RE 
201.819-RJ (união brasileira dos compositores – direito do contraditório e ampla defesa). 
Unidade 04: 
Direitos Fundamentais e Relações Privadas II. 
- Colisão Entre Direitos Fundamentais. P. ex. direitos de privacidade (honra, imagem, vida privada e 
intimidade) x liberdade de expressão. 
- DIREITO AO ESQUECIMENTO: 
- Conceito: direito que o indivíduo tem de que alguns dados ou informações suas que estejam em locais 
públicos, principalmente no âmbito da internet, sejam esquecidos / retirados. Determinados fatos ou 
eventos que dizem respeito a este indivíduo, que são colocados por meio de informações, muitas vezes 
públicas, sejam retiradas. Ou seja, tem o direito que essas informações não fiquem eternamente públicas. 
- Terminologias: Direito de ser Deixado em Paz; ou Direito de Estar Só. 
- Vai envolver um debate com os Direitos Fundamentais. 
 Direito de Privacidade e Dignidade da Pessoa Humana. 
- Ênfase: por causa da Internet. 
- É admitido no Brasil o Direito ao Esquecimento. Doutrina: CJF, Em. 531: a tutelada da dignidade da 
pessoa humana, na sociedade de informação, inclui o direito ao esquecimento. Jurisprudências: STJ: 
REsp. 1.334.097 – Chacina da Candelária: admitiu o direito ao esquecimento. REsp. 1.335.153-5: 
Chamado caso “Aída Cury”. O STJ disse que realmente existe o direito ao esquecimento, mas o caso 
“Aída Cury” foi um caso histórico, no qual não posso apagar o nome dela. Assim, foi negado o direito a 
indenização, em razão do aspecto histórico importante do caso. 
- Ou seja, há elementos que devem ser ponderados: p. ex. relevância histórica, se for um sujeito público 
ou houver interesse público. Limites ao direito ao esquecimento segundo o STJ. 
- Âmbito Internacional: Tribunal de Justiça da União Europeia: admitiu o Direito ao Esquecimento. 
DIREITO À MEMÓRIA (Direito à Verdade): 
- É resgatar a memória do Estado; resgatar os fatos históricos. Está relacionado a saber como aconteceu. 
Está em choque com o direito ao esquecimento. 
- O próprio STJ já deixou claro que quando se tratar de fatos históricos ou de interesse geral não deve 
prevalecer o direito ao esquecimento. 
- O direito de resgatar a memória brasileira não pode ser atacada por essa restrição do direito ao 
esquecimento. É necessário tentar conciliar. 
- É preciso compreender que o direito à memória também vai estar relacionado ao princípio da dignidade 
da pessoa humana e a prevalência dos direitos humanos. É o caso concreto que vai permitir se guiar 
diante dessa colisão de princípios. 
 
 
 
 
 
 
 
Hermenêutica Constitucional e Federal. 
Unidade 01: 
Hermenêutica e Interpretação Constitucional 
Vídeo 01 – A hermenêutica constitucional e os novos métodos de interpretação 
A ciência do direito altera muito sua fundamentação e sua forma de observação com relação inclusive à 
realidade, a partir do novo paradigma do Estado Democrático de Direito. 
Nova hermenêutica = é na verdade uma releitura ou reincorporação de novos métodos interpretativos, de 
uma nova forma de ver o direito. 
 
Hermenêutica vindo da ideia de “hermes” que seria o deus mensageiro, ou seja, aquele que faria a ponte 
ou de alguma forma descobriria o significado das emanações dos deuses para os humanos. Isto é, traz a 
ideia de interpretação, ou seja, de que há semprealgo a ser construído. 
Tentativa de descobrir o sentido das coisas. 
Ex: desde tempos bem antigos temos a abertura dos animais para a analise de suas entranhas para a 
interpretação do futuro. 
Aristóteles: quando ele procurava através da retorica construir uma ideia/ um sentido linear e logico das 
questões. Essas ideia de Aristóteles será bem trabalha a fim de obter a verdade por intermédio da retorica. 
A ideia de que pela linguagem nós podemos descobrir a verdade. 
Isso nós teremos em Roma. A busca da verdade por meio da linguagem. No entanto, aqui através de 
pressupostos ou argumentos. São os topoi. 
Ideia de que podemos ter formas identificadas pelo homem. Essa ideia romana vai ser retomado agora, 
mediante o problema dentro da norma. A ideia de que trabalhamos com casos concretos; a ideia que 
trabalhamos com pressupostos e argumentos específicos. 
Essa ideia de hermenêutica que vem de Aristóteles e de cicero acaba sofrendo um certo estagnamento. 
Quando ocorre a queda de Constantinopla em 476 d.c. a cultura romana acaba sendo dominada pelos 
bárbaros, os quais não tinham instituições ou arcabouços jurídicos na época. Nessa época tivemos a ideia 
de um animismo, muito vinculado ao princípio da retribuição. Ou seja, não temos muita possibilidade de 
que esta hermenêutica se desenvolva. Importante lembrar que os bárbaros são um povo nômade. 
Vai gerar uma aproximação entre o Estado e a Igreja. Vamos ter os bárbaros se unindo a todos os 
institutos ou toda a estrutura institucional da igreja para poder exercer o seu domínio. Isso é uma 
característica de toda a idade média. Precisando governar então era necessário o apoio da igreja. 
Vamos então ter uma estrutura hierarquizada do direito. através do aparecimento da vassalagem, da figura 
do suserano... nessa estrutura hierarquizada que define muito bem um critério de competência, nós vamos 
ter inclusive formando aí toda a estrutura do processo e a estrutura do tabelionato. 
Durante este período tivemos um aumento do poder da igreja diante da ideia de que a jurisdição é algo 
que permite a instauração de um poder mais consolidado. 
Na alta idade media com a descentralização dos vários reinos nós vamos ter uma possibilidade do início 
das cruzadas. E com o início desta nós vamos ter a redescoberta de vários documentos, inclusive a obra 
de Aristóteles e outros documentos do período romano. Era interessante porque toda essa descoberta 
eram documentos inovadores. E de alguma forma eram contrários ao que era pregado durante a idade 
media. 
Paralelamente a tudo isso, crescia os pequenos comerciantes, bem como a necessidade de comercio. 
Surgimento de uma classe econômica bem desenvolvida. Formação de pequenos burgos. Houve um 
excesso de produção. E nesse sentido as cruzadas vao ajudar em razão de trazerem ao mercado europeu 
novas especiarias. 
Com tudo isso a Igreja vê que seria interessante ter na europa a formação de uma Jurisdição única. E para 
isso ela funda a universidade de bolonha, para difundir esse conhecimento e para tratar dessas obras. 
Vamos ter também criada a universidade de paris. Bem como, a figura de São Thomaz de Aquino. Vai dar 
uma leitura divinatória com relação a obra de Aristóteles. Temos aqui a questão da figura normativa, da 
escala normativa. Nesse período o que vale são os sentidos. O princípio que vale aqui é o princípio do 
movimento. A ideia de que toda a verdade eu conheço, eu vou sabe-la e eu vou toma-la. Desde que os 
meus sentidos provem dessa forma. A um deposito muito forma em relação aos nossos sentidos. 
Já caminhando o final da idade média vamos ver nascendo um movimento novo, um movimento que vai 
se desenvolver na idade moderna e que tem muita vinculação com a ciência. Figuras do período: galileu 
Galilei, newton, pessoas que vao desafiando os pressupostos construídos até então com relação ao que 
entendia ser verdade. Fazendo ver que não poderia confiar 100% nos meus sentidos. 
Correlatamente, temos nesse período o desligamento da igreja; o fenômeno da reforma protestante e 
agora questionando todas as premissas que até agora eram consideradas verdades absolutas. Vamos 
deixar de ter uma igualdade geométrica, que era hierarquizante. Para assim entrarmos em uma igualdade 
aritmética. E a ideia de podermos ser considerados iguais. A possibilidade de que o homem não é o centro 
do mundo. 
A ideia nesse momento de se cristalizar, de se fortalecer um direito que fosse unificado. Já que estou 
questionando todas as premissas, o que eu posso ter como certeza? 
Aí estamos trabalhando com o que é denominado filosofia do ser ou do objeto. 
Vamos então entrar em uma outra filosofia que é a ideia de uma filosofia cartesiana. Já que eu duvido de 
tudo a única coisa que não posso duvidar é de que eu penso. Assim, aqui eu posso construir uma teoria a 
partir do pensamento. Vou ter que construir uma ciência que possa traduzir esse pensamento. 
Nesse momento vamos dar origem a uma nova etapa, bem diferente da etapa anterior, que é a filosofia da 
consciência / do sujeito. Vamos ter a ideia de que o pensamento deve ser decodificado. Vou ter que 
identificar com eu pensei. Isso se identifica muito no que se trata a matéria da Metodologia cientifica. Vem 
agora a ideia do princípio da demonstração. Ou seja, se eu penso alguma coisa eu tenho que demonstrar. 
Como vou demonstrar uma tese? 
Boaventura de Sousa santos faz uma crítica nesse aspecto. 
Década de 20, inicio do sec XX, observa-se a critica à filosofia da consciência. Estes questionamentos vao 
atacar os pilares principais da ideia de neutralidade, imparcialidade, universalidade da ciência. Isso 
observa-se no direito no que tange a dizer ser a lei universal, isto é, a isonomia formal. 
Tese de froid quando ele diz que o homem, ele não age apenas no nível consciente, mas ele age também 
por extinto e isso as vezes leva ao resultado de uma ação. Isto é, nem tudo passa pela estrutura da 
consciência. Vamos ter aqui o surgimento da física quântica que vai criticar a existência de uma ciência 
neutra e exata. Vamos ver que em uma situação de causa e efeito vamos ter a possibilidade de n fatores. 
Nem sempre o caminho mais curto entre dois pontos é uma linha reta. 
A mesma coisa vamos ver no direito. esse primado da lei universal, muito conclamado no sec XX com 
base na legalidade, um primado do estado de direito, ele vai ser muito discutido. Isto porque ele não gerou 
a possibilidade de uma sociedade mais justa. Então agora nem sempre uma lei universal vai gerar justiça. 
Nós tivemos também nesse período atacando os pilares da neutralidade e etc. o movimento hippie, de 
questionamento e de embate com relação às minorias. São movimentos que vao discutir agora a ideia não 
mais de uma igualdade formal, mas de uma igualdade material. 
Outro fato que vai contribuir para esta nova visão: a possibilidade de termos tido duas grandes guerras 
mundiais e o enfrentamento de que a humanidade pode perecer. Para isso observamos os 
questionamento de Sartre, também existencialistas. 
Vamos ver então que nem tudo é objetivo ou neutro, como pretendemos. E que na verdade tudo pode ser 
construído mediante a linguagem. Então aqui temos um novo passo nessa descoberta. Que diz respeito à 
filosofia da linguagem. 
Temos nesse momento a contribuição de dois grandes autores. Mais especial Haideger quando ele 
trabalha a verdade e o método, vamos ter aqui a discussão sobre a possibilidade de construir uma 
verdade sem ser intersubjetivamente. Na verdade a linguagem não é um mundo mas ela constitui o 
mundo. Então o homem seria um ser histórico-linguistico que está inserido dentro de um determinado 
contexto ou de um horizonte de sentido previamente definido. Então a verdade pode ser construída, e vai 
ser construída agora,

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