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Seguranca e Medicina do Trabalho Higiene do Trabalho Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms Jacqueline Mazzoni Revisão Textual: Profa. Ms Rose Toffoli 5 • Conceituação e Definição • Medidas de Proteção no Trabalho • Classificação dos Equipamentos de Proteção Individual nesta unidade serão apresentados alguns conceitos relacionados aos riscos no trabalho, aspectos de grande importância no que se refere à Higiene do Trabalho. Nos ambientes de trabalho veremos que existe uma série de riscos que podem afetar o ser humano, não somente em seu rendimento laboral, mas também em sua saúde. Frente a essa situação, a higiene do trabalho contribui com soluções para prevenir doenças que acometem os trabalhadores, estabelecendo uma metodologia para eliminar e reduzir os riscos presentes no ambiente de trabalho, com a finalidade de preservar a integridade física e psíquica do trabalhador, inclusive, conscientizando-o da importância do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Para um bom aproveitamento desta unidade, você encontrará atividades, tais como: fórum de discussão para que possa refletir e interagir com colegas e professor-tutor, atividade de sistematização com questões de múltipla escolha para viver concretamente os conceitos e, por fim, uma atividade de aproveitamento do conteúdo. · Quais as condições adequadas de saúde, higiene e bem-estar no trabalho? · Como conseguir um ambiente de trabalho desprovido de riscos para a saúde psicofísica dos trabalhadores? · Como proteger as pessoas e o meio ambiente de modo geral, contra os riscos que direta ou indiretamente afetam a saúde e a segurança? Higiene do Trabalho Atenção Leia atentamente o material teórico antes de realizar as atividades. É fundamental também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma para a realização das tarefas. 6 Unidade: Higiene do Trabalho Contextualização Caro(a) aluno(a), antes de trabalharmos o conteúdo da disciplina, levantaremos alguns questionamentos importantes. Leia-os. O que é Higiene do trabalho? De modo geral, consiste em reconhecer, avaliar e controlar riscos ambientais presentes nos locais de trabalho. Quais riscos? Todos os riscos ocupacionais? Não, somente aqueles que podem causar agravos à saúde do trabalhador. Para controlar esses riscos devem-se estabelecer algumas medidas. Quais? Nesse sentido, faz-se necessário, a seguir, falarmos acerca da higiene do trabalhador e suas medidas de proteção para uma compreensão mais clara sobre a relação entre o homem e o meio ambiente de trabalho. 7 Conceituação e Definição Antes de iniciarmos é importante deixar claros dois pontos fundamentais, primeiro, os termos Higiene do trabalho, higiene industrial ou higiene ocupacional são considerados sinônimos na literatura, segundo, há um conceito e uma definição de higiene do trabalho. Trocando Ideias Conceito, então, seria algo do senso comum, que qualquer pessoa pode ter a respeito de determinada coisa. Definição, ao contrário, é técnica, científica, operacional. O conceito tem um papel no vasto campo da segurança do trabalho, e tem por principio atuar preventivamente na exposição do trabalhador a um ambiente agressivo, e desta forma, evitar consequências como acidentes de trabalhos e, principalmente, doenças ocupacionais. Tem por definição, de acordo com a American Industrial Hygienist Assocciation (A.I.H.A., 1978) - Associação Americana de Higienistas Industriais, ser a ciência e a arte devotada ao reconhecimento, avaliação e controle dos fatores de riscos presentes ou originados no ambiente de trabalho, os quais podem acarretar prejuízos à saúde e o bem-estar dos trabalhadores ou criar um mal-estar entre os mesmos ou, ainda, entre as pessoas da comunidade, além de possíveis impactos sobre o meio ambiente. A higiene do trabalho tem, portanto, como objetivos, eliminar ou reduzir os riscos ambientais de natureza química, física ou biológica para resguardar a saúde e o conforto dos trabalhadores. Explore Para uma melhor compreensão façam a leitura de um artigo através do link www.sinal.org.br/site_rio/noticias_2.asp?id=7771&reformas Para facilitar o entendimento sobre os riscos ambientais, vamos brevemente fazer uma explanação de cada um segundo BRASIL, 2012. • Riscos físicos: ruído, vibrações, calor/frio, umidade, radiações ionizantes e não ionizantes e pressões anormais. • Riscos químicos: são aqueles que abrangem gases, vapores e aerodispersóides (poeiras, fumos, névoas, neblinas, fibras); entendemos os agentes químicos como todas as substâncias puras, compostos ou produtos (misturas) que podem entrar em contato com o organismo por uma multiplicidade de vias, expondo o trabalhador. • Riscos Biológicos: são aqueles que compreendem as classes de micro-organismos patogênicos (algumas vezes acrescidos de organismos mais complexos, como insetos e animais peçonhentos): vírus, bactérias, fungos, protozoários. 8 Unidade: Higiene do Trabalho Diante do exposto até agora, podemos afirmar que a presença de agentes agressivos nos locais de trabalho representa um risco, mas isto não significa necessariamente que os trabalhadores expostos venham a adquirir alguma doença. Para contrair a doença, devemos levar em conta alguns fatores, como características dos agentes ambientais, intensidade de exposição e tempo de exposição. Portanto, podemos entender que as características específicas de cada agente contribuem para a definição de seu potencial de agressividade, quanto maior a concentração ou intensidade dos agentes agressivos presentes no ambiente de trabalho, maior a probabilidade de agravos à saúde dos trabalhadores exposto e quanto maior o tempo de exposição, maiores serão as possibilidades de se produzir uma doença do trabalho. (MATTOS et al., 2011) Mattos et al.(2011), aponta que para alcançar os objetivos de eliminar e reduzir os riscos, a higiene do trabalho deve envolver algumas etapas como base de atuação, vejamos a figura 1. Reconhecimento Avaliação Controle Figura1: Etapas da Higiene do Trabalho Assim podemos dizer que reconhecimento trata-se da fase de reconhecer os agentes ambientais que influem sobre a saúde dos trabalhadores, baseando-se no conhecimento acerca de produtos (contaminantes), métodos de trabalho, processos e instalações (análise das condições de trabalho) e os efeitos que produzem sobre o homem e seu bem-estar. Obtendo-se assim, de forma qualitativa informações detalhadas do numero de trabalhadores; horários de trabalho; matérias-primas, produtos e subprodutos, métodos e procedimentos de rotina, processos produtivos, instalações e equipamentos existentes. A avaliação trata-se da fase em que se realiza a avaliação quantitativa dos agentes físicos, químicos e biológicos através de medições de curto ou longo prazo nos ambientes de trabalho. Exige-se conhecimento de avaliação, que consistem em elaboração de estratégias de amostragem que devem estar de acordo com análises selecionadas, tempo de coleta e detecção de contaminantes Assim, por exemplo, uma amostra de poeira coletada deverá ser analisada no laboratório. A etapa de controle consiste no controle dos riscos com base nos dados obtidos nas etapas anteriores, esta se atém a propor e adotar medidas que visam à eliminação ou minimização do risco presente no ambiente. Está fase fundamenta-se na adoção de medidas relativas ao ambiente e ao homem, utilizando métodos adequados para eliminar as causas de risco e reduzir as concentrações dos contaminantes a limites suportáveis para o trabalhador. 9 Por exemplo, medidas aplicadas na fonte, tais como substituição do produto tóxico, isolamento das partes poluentes, ventilação local, ventilação geral diluidora, limpeza dos locais de trabalho, tipo de iluminaçãoe estado das luminárias; presença de poeiras, fumos, névoas e ponto de origem da dispersão e uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) por parte dos trabalhadores. Podemos completar, então, que sendo a Higiene do Trabalho uma ciência com preceitos claros de salvaguardar a saúde do trabalhador, o patrimônio fundamental de uma empresa, as medidas de proteção no trabalho, como os EPI’s, são o passo inicial para a determinação dos riscos dos quais o trabalhador deve ser protegido, independente se for uma simples constatação, uma avaliação qualitativa ou quantitativa do risco. Explore Para maior compreensão desses pontos e conhecer alguns instrumentos de medição de ris- cos ambientais acesse o link http://www.slideshare.net/robsonqsmsrs/apostila-de-higiene-ocupacional Medidas de Proteção no Trabalho EPI - Equipamento de Proteção Individual Os EPI’s são empregados quando não se podem evitar os variados riscos a que estão submetidos os indivíduos no ambiente de trabalho, ou ainda, as medidas de proteção coletiva – EPC (Equipamento de Proteção Coletiva) não são suficientes para neutralizar situações potencialmente perigosas que comprometem a segurança e a saúde do trabalhador. O uso do EPI é obrigatório segundo a Norma Regulamentadora – NR 6 dada pela Portaria MTE/SIT nº 25, de 15/10/2001. Ideias Chave EPC – Equipamento de Proteção Coletiva são medidas que diz respeito ao coletivo, ou seja, visam à segurança de diversos trabalhadores envolvidos em uma mesma atividade de trabalho. São alguns exemplos de EPC: exaustores de cozinha industrial, para raio; redes de proteção para cortes de gramas ou obras em ruas e avenidas, etc. Glossário MTE: Ministério do Trabalho e Emprego. SIT: Secretaria de Inspeção do Trabalho. 10 Unidade: Higiene do Trabalho htt://.episenai.blogspot.com A definição de EPI conforme Norma Regulamentadora nº 6, é todo dispositivo de uso individual utilizado pelo empregado, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. (BRASIL, 2012) Após essa breve conceituação, convidamos você a conhecer alguns aspectos legais e a classificação dos Equipamentos de Proteção Individual de acordo com a NR 06. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, o EPI adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento. Porem é fundamental saber quais são as circunstâncias determinadoras da exigência para o uso do EPI. Sendo assim, em que situações devem estar disponíveis? • Sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes de trabalho e/ou de doenças profissionais e do trabalho; • Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; • Para atender as situações de emergência. Compete a quem na empresa recomendar ao empregado o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade? De acordo com o item 6.5 da NR 6, compete ao SESMT (Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho) ouvida a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e trabalhadores. Na ausência do SESMT e da CIPA cabe ao empregador adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade, ou seja, mediante orientação técnica de um designado, deverá fornecer e determinar o uso do EPI adequado à proteção da integridade física do trabalhador. 11 Trocando Ideias Você sabia que os EPI’s de fabricação nacional ou importada só podem ser comercializados com a indicação do Certificado de Aprovação (CA), contendo lote de fabricação e validade, expedido pelo órgão nacional competente, ou seja, deve cadastrar-se no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)? Vejamos de acordo com o item 6.6 da NR 6 as obrigações do empregador: • Adquirir o tipo adequado ao risco de cada atividade; • Fornecer ao trabalhador somente EPI aprovado pelo MTE; • Tornar obrigatório o seu uso; • Treinar o trabalhador sobre seu uso adequado, além de orientar sobre, guarda e conservação; • Substituí-lo, imediatamente, quando danificado ou extraviado; • Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; • Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada no EPI. Conforme o item 6.7 da NR 6, as responsabilidades do empregado em relação ao EPI são: • Utilizar apenas para a finalidade a que se destina; • Responsabilizar-se pela guarda e conservação; • Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para seu uso; • Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. Após o entendimento das responsabilidades dos empregadores e empregados, faremos alguns comentários gerais de relevância quanto às condições adequadas para utilização do EPI, sua função e penalidades pelo não cumprimento das responsabilidades. O EPI deverá ser adequado aos ricos das atividades e responder as condições existentes no local de trabalho (exemplo: liberdade de movimentos, transpiração em caso de alta temperatura, etc.). O trabalhador deve ser treinado e orientado sobre os limites de proteção oferecidos, sabendo que o EPI não evita o acidente e sim suas consequências, cabendo ao mesmo à responsabilidade quanto aos cuidados necessário uso, conservação, higienização e reposição. O fato de o empregador adquirir o EPI não o exime a responsabilidade de fazer cumprir a obrigatoriedade do uso, podendo ser penalizado com multas, autuações e interdições, ao mesmo tempo, o não cumprimento por parte do empregado pode acarretar punições que vai desde uma simples advertência verbal até demissão por justa causa. Glossário Consequências: diminuir a gravidade; impedir lesões e proteger contra doenças ocupacionais. 12 Unidade: Higiene do Trabalho Explore Leiam na integra sobre Equipamento de Proteção Individual conforme a NR 6 no link http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr6.htm Explore Assista ao vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=y9ySUoMYxbk&feature=youtu.be O desconhecimento, mas principalmente, o não uso do EPI, é uma prática muito comum nas empre- sas o que, infelizmente, pode causar a morte. Desta forma notamos o quão são fundamentais as medidas de proteção no trabalho, porem na prática, a utilização do EPI por iniciativa do empregado, nem sempre ocorre, necessitando, portanto, de constante supervisão por parte do empregador em conjunto com campanhas educacionais. Entretanto, muitas vezes o empregador também adota uma postura de espera, na expectativa de uma atitude proativa do empregado quanto ao uso do EPI, o que podemos considerar inconcebível. Segundo Cardella (2010), o uso de equipamentos de proteção individual deve ser cuidadosamente considerado, pois a maioria dos trabalhadores não gosta de usá-los e criam resistência. Os trabalhadores sempre acham desnecessário, ou então falam que incomoda, ou que trabalham há anos na profissão e não precisam usar porque nunca aconteceu nada. Classificação dos Equipamentos de Proteção Individual Equipamento de Proteção para cabeça, olhos e face. Proteção auditiva e respiratória. Proteção do tronco, dos membros superiores e inferiores e corpo inteiro. Proteção contra quedas. Vejamos de uma forma mais espirituosa as figuras 2 e 3. http:// atoseguro.blogspot.com Figura 2: Equipamentos de Proteção Individual 13 http://blogsegurancatotal.blogspot.com Figura 3: Equipamentos de Proteção Individual Explore Nesse link http://pt.scribd.com/doc/111806572/8/Classificacao-dos-E-P-I-s terá a pos- sibilidade de ver as figuras completas dos EPI’s. 14 Unidade: Higiene do Trabalho Material Complementar Caro (a) aluno (a) Para facilitar seus estudos, você encontrará links interessantes com a finalidade de aprofundamento do tema desta unidade. • http://www.fundacentro.gov.br/dominios/ctn/anexos/Publicacao/NHO01.pdfuma publicação especial sobre higiene do trabalho da entidade de referência governamental no Brasil, que atua em pesquisa científica e tecnológica relacionada à segurança e saúde dos trabalhadores. • http://www.cpnnr18.com.br/uploads/documentosgerais/tcnicas_de_avaliao_de_agentes_ ambientais_.pdf Manual promovido pelo Departamento Nacional do SESI, em 2004/05, para seus 27 Departamentos Regionais) • http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/epi.htm guia trabalhista sobre EPI e a NR6. • http://www.cpsol.com.br/website/artigo.asp?cod=1872&idi=1&id=4107 site que apresenta uma análise crítica interessante sobre como administrar EPI. 15 Referências AIHA - American Industrial Hygiene Association,1978.Disponível em http:// www.mte. gov.br/institucional/links_internacionais.asp (acesso abril de 2013). BRASIL. Segurança e Medicina do Trabalho. Manuais de Legislação. 69ª Ed. São Paulo: Atlas, 2012. _________, M.T.E. Legislação/Normas Regulamentadoras. NR 6. Equipamento de Proteção Individual (EPI). Disponível em http:// www.mte.gov.br (acesso abril de 2013). CARDELLA, Benetido. Segurança no trabalho e prevenção de acidentes: uma abordagem holística. São Paulo: Atlas, 2010. MATTOS, et al. Higiene e Segurança do trabalho. Rio de Janeiro: Elsevier/Abepro, 2011. 16 Unidade: Higiene do Trabalho Anotações www.cruzeirodosulvirtual.com.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 CEP 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000
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