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Síndrome dos Braquicefálicos

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Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Escola DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E MEDICINA VETERINÁRIA
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
GIOVANNA CAROLINA BISS FINGER
SÍNDROME BRAQUIOCEFÁLICA
CURITIBA
2016
GIOVANNA CAROLINA BISS FINGER
sÍNDROME BRAQUIOCEFÁLICA
Trabalho apresentado à disciplina de Patologia Cirurgica de Animais de Companhia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, sob orientação do Professores Jorge Luiz Costa Castro, José Ademar Villanova Junior.
Curitiba
Etiologia: 
Os cães se tornaram braquicefálicos em consequência dos cruzamentos seletivos entre raças, com isso o tamanho do focinho tem sido reduzido de tal forma que prejudicou gravemente o seu funcionamento. Para o cão, a redução drástica da respiração nasal significa a perda do seu principal órgão termorregulador, impedindo-o de libertar o calor corporal em quantidade suficiente, levando a um aumento da temperatura corporal interna, passível de produzir colapso e morte. A respiração é o resultado da diferença de pressão das vias aéreas inferiores com a pressão do ar do ambiente tornando a pressão intratorácica negativa, portanto, quando há alterações consideráveis no sistema respiratório é possível que haja perda da homeostase. 
Essa síndrome geralmente é diagnosticada em raças como os Buldogues Ingleses e Franceses, Shih Tzu, Pugs, Boxers, Pequineses, entre outros e raramente encontrada em gatos de face curta, como persa e himalaia. Tais raças são pré-dispostas pelas suas alterações anatômicas em crânio e encurtamento de focinho.
Epidemiologia: 
 É muito comum cães braquicefálicos apresentarem algum tipo de anormalidades anatômicas, como por exemplo: Narinas estenóticas, as quais ocorrem em 50% da população afetada com a síndrome, palato mole de comprimento exagerado atingindo aproximadamente 100% dos casos confirmados, traqueia hipoplásica em cães da raça buldogue inglês por volta dos 50% com menor frequência nas demais raças braquicefálicas; o colapso laríngeo pode ser encontrado em 30% dos casos. Entretanto a estenose de narinas e o tamanho excessivo de palato mole podem se consideradas malformações primárias, podendo ser identificadas em animais jovens.
Narinas Estenóticas
Uma característica típica e facilmente reconhecível das narinas estenóticas é o estreitamento do orifício nasal ( cartilagens possuem menor rigidez) que fica reduzido a uma pequena fenda, alterando o fluxo de ar. Em consequência, o animal tem perda de boa parte da sua capacidade respiratória causada pela limitação das dimensões das cavidades nasais, levando a dispneia leve a intensa. 
Palato Mole prolongado
O palato mole está relacionado com funções importantes como deglutição e fonação. Auxiliado pela língua, o palato é empurrado para o fechamento da cavidade nasal durante a deglutição do bolo alimentar, para que o alimento não adentre a cavidade nasal. Na fonação, em casos de palato mole prolongado, o cão apresenta muito ronco. Pois a passagem de ar é dificultada, provocando ruído. Aproximamente 80% dos casos diagnosticados com alongamento de palato mole ocorrem em cães braquicefálicos, sendo a maioria Buldogue inglês e francês.
Hipoplasia Traqueal
É caracterizada por um prolongado estreitamento por toda a extensão da traqueia, dificultando a passagem do ar.
Colapso de laringe
Ocorre com a perda da função de suporte das cartilagens da laringe gerada pela alteração de pressão em seu interior, provocando um colapso das vias aéreas. Há cães que apresentam uma forma suave a moderada e podem manter a qualidade de vida com acompanhamento veterinário e tratamento, porém é considerada uma doença progressiva e terminal.
Sinais clínicos: 
A idade média para a identificação dos sinais clínicos é de 3 e 4 anos e depende da sua intensidade.
respiração ruidosa/ estridores e estertores,
 tosse, alteração vocal, 
tentativas de vômito / engasgo,
 espirros reversos, 
intolerância ao exercício, 
dispinéia, sialorréia,
 mucosas pálidas ou cianóticas,
 agonia respiratória e síncope,
Possuem dificuldade para regular sua temperatura, portanto pode haver hipertermia.
Diagnóstico: 
O diagnóstico tem base primeiramente na raça do animal ( raças com fatores predisponentes), no exame físico, na idade e na observação de sinais clínicos.
Podem ser utilizados exames complementares para facilitar a diagnóstico, como por exemplo: Radiografias para a identificação de traqueias hipoplásicas pneumonias aspirativas, colapsos de laringe; Tomografias e ressonâncias magnéticas; eficientes na identificação de alterações de formação no palato mole; Endoscopia, rinoscopia. 
Em animais com doenças respiratórias é comum o aumento do tônus vagal e arritmia sinual sendo assim eficiente, e eletrocardiograma na avaliação de enfermidades resultantes á síndrome dos braquicefálicos.
Tratamento: 
O tratamento médico é paliativo, mas é possível controlar o peso, reduzir o exercício, preferir ambientes frescos, utilizar antiinflamatórios e oxigenioterapia
Em casos agudos, o animal pode desenvolver SARA ( síndrome da angústia respiratória), na qual ocorre uma grande dificuldade respiratória e pode ser tratada com repouso e oxigenação.
No caso de narinas estenosadas, é necessária a intervenção cirúrgica bem como o prolongamento de palato mole ( faz-se em animais entre 4 e 24meses de idade) e se ocorrer a eversão dos Sáculos laríngeos é recomendada a retirada dos mesmos. É indicada a utilização de corticoides pós cirúrgicos. Para o colapso de laringe é necessário tratar os fatores predisponentes citados acima.
Prognóstico: 
O prognóstico favorável quando realizado o tratamento precocemente, portanto depende da idade do animal e da gravidade da alteração.

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