Buscar

A Classe Operária Volta ao Paraíso: Contribuições para o Debate Sobre a Situação Atual Classe Trabalhadora - Daniel Lage, 2012

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A CLASSE OPERÁRIA VOLTA AO PARAÍSO – CONTRIBUIÇÕES PARA O DEBATE SOBRE A 
SITUAÇÃO ATUAL DA CLASSE TRABALHADORA
Daniel Lage, Julho de 2012
Questão de ordem
Quantos são os   trabalhadores “chão­de­fábrica”  no  Brasil  hoje?  Qual  a  quantidade de 
trabalhadores da indústria em relação à população brasileira? Em qual faixa salarial a maioria 
desses   trabalhadores   se   encaixam?   Eis   aí   algumas   perguntas   que   comumente   rondam   as 
especulações   sobre  o  presente,  passado  e   futuro  da   classe  operária.  Enquanto  especulações, 
muitas  vezes,  pela  ausência de dados  sobre o assunto,  aceita­se  um conjunto de   ideias  que 
chamaremos aqui de “senso comum” sobre a condição dos operários brasileiros. Afirmações do 
tipo “a classe operária está  acabando” ou “os operários são uma minoria” ou ainda “a classe 
operária é hoje classe média alta” são expressões desse senso comum do qual devemos sempre 
desconfiar.
De modo geral, esse conjunto de ideias parte da pressuposição de que houve um passado 
tipicamente   operário,   tempos   caracterizados   como  o   “auge   do  movimento   operário”.   Nessa 
época,  os  operários  ganhavam baixos  salários  e  eram maioria  dentro  do  conjunto  da  classe 
trabalhadora. Mas mudanças no mundo do trabalho, principalmente a chamada reestruturação 
produtiva, alteraram essa situação. Por um lado, muitos trabalhadores foram substituídos por 
máquinas, o que levou a redução dos empregos na indústria, e aqueles que continuaram nessa 
atividade passaram a compor uma minoria em relação aos outros setores de atividade. Por outro 
lado,   seja   por   estarem  mais   qualificados   ou   por   conseguirem   se   organizar   melhor,   esses 
trabalhadores tornaram­se a fatia da classe trabalhadora com altos salários, podendo se encaixar 
no que comumente se chama de classe média. 
É sobre essas ideias que colocaremos uma questão de ordem. Seguindo o conselho de 
Walter Benjamim, segundo o qual “o crítico precisa ter a atualidade bem agarrada pelos chifres”, 
recorreremos aos bancos de dados que tratam da quantidade de trabalhadores ativos no Brasil 
em diversos anos até hoje. Ao mesmo tempo, faremos algumas reflexões sobre as construções 
ideológicas que pairam sobre a classe operária, tentando identificar o significado desse senso 
comum. Por fim, no que toca diretamente a conjuntura da luta de classes, esperamos conseguir 
levantar  armas  para  a  batalha  qualitativa,   isto   é,  os   trabalhos  necessários  de  mobilização e 
1
organização da classe trabalhadora. Pois se a realidade imediata nos diz que a classe está mais 
embebida em fetiches consumistas e ambições individuais do que antes, é a leitura atenta dessa 
mesma realidade que insiste em colocar sobre a classe trabalhadora as condições objetivas para a 
superação da exploração do trabalho como forma determinante de produção da vida.
Crescimento absoluto e relativo
Diz­se comumente que o operariado brasileiro já foi quantitativamente maior, mas hoje 
diminuiu e essa diminuição é contínua. Será isso verdade? 
Para fazer os cálculos que respondem a essas e outras perguntas utilizaremos duas fontes. 
Uma delas é  o banco de dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) que agrega 
informações desde 1985 sobre todos os  trabalhadores com registro em carteira.  A coleta de 
dados da RAIS, sob responsabilidade do Ministério do Trabalho e Emprego, é feita anualmente 
através de formulário obrigatório para todas as empresas. A outra fonte de dados é  a PNAD 
(Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística). A PNAD começou sua coleta em 1967, e de lá pra cá passou por diversas alterações 
metodológicas, a última delas em 2002. As alterações metodológicas infelizmente inviabilizam a 
comparação  de  dados  e  muitas   vezes   interrompem séries  históricas.  A   simples  alteração  de 
questionários ou de nomenclatura para classificação das ocupações são mudanças que causam 
essa quebra. Por conta da última alteração metodológica, a série histórica que utilizaremos dos 
dados da PNAD corresponde ao período de 2002 a 2009. Vale dizer que a PNAD, sendo uma 
pesquisa por amostra à domicílios, capta dados dos trabalhadores registrados e não registrados. 
Para complementar essa série usaremos os dados do censo 2010 junto à série história de 2002 a 
2009. 
Vejamos, então, a evolução da população operária com carteira assinada segundo os dados 
da RAIS desde o início desse banco de dados até seu último registro, isto é, de 1985 a 2010:
2
Vejamos também a evolução do número de trabalhadores nesse mesmo período, só que 
agora desagregado pelos subsetores de atividade que compoem, segundo o IBGE, o Grande Setor 
da Indústria1:
Por   fim,   vejamos  os  números  dos   trabalhadores  da   indústria   segundo  a  PNAD/Censo 
2010:
1 Para consulta sobre a relação entre os setores, subsetores e grandes setores com dados de 2010, ver Anexos.
3
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
0
1.000.000
2.000.000
3.000.000
4.000.000
5.000.000
6.000.000
7.000.000
8.000.000
9.000.000
Gráfico 1 - Número de Trabalhadores no Grande Setor da Indústria
1985-2010
Fonte: RAIS
4,8 milhões
8,5 milhões6,6 milhões
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
0
2.000.000
4.000.000
6.000.000
8.000.000
10.000.000
Gráfico 2 - Número de Trabahadores da Indústria
por Subsetor de Atividade
1985-2010
01-Extrativa Mineral 02-Prod. Mineral Não Metálico 03-Indústria Metalúrgica
04-Indústria Mecânica 05-Elétrico e Comunic 06-Material de Transporte
07-Madeira e Mobiliário 08-Papel e Gráf 09-Borracha, Fumo, Couros
10-Indústria Química 11-Indústria Têxtil 12-Indústria Calçados
13-Alimentos e Bebidas 14-Serviço Utilidade Pública
Fonte: RAIS
Podemos observar nos gráficos 1 e 2 que o número de trabalhadores da indústria no Brasil 
apesar de diminuir significativamente nos anos 1990, volta a crescer e supera o número do início 
da série a partir dos anos 2000. Observando o gráfico 1 vemos que há um salto de 4,8 milhões 
em 1998 para 8,5 milhões de trabalhadores na indústria em 2010, um crescimento de quase 
100%. Comparando com o que poderíamos considerar o ano do “auge do movimento operário”, 
em 1989, hoje há 2 milhões de operários registrados a mais que naquela época. Já observando o 
gráfico   3,   no   qual   estão   contados   os   trabalhadores   com   e   sem   registro   em   carteira,   nos 
deparamos com o salto de 11,2 milhões em 2002 para 17,2 milhões em 2010. Ou seja, o número 
de operários no Brasil, longe de diminuir, pelo contrário, cresceu significativamente, aliás, nunca 
a população operária foi tão grande no Brasil quanto é hoje. 
Não obstante,  podemos  fazer  duas  perguntas  sobre  a  qualidade  desse  crescimento.  A 
primeira   é   questionar   quais   são   as   categorias   que   estamos   considerando   como   operárias. 
Observando o gráfico 2, temos a evolução do número de trabalhadores por subsetor de atividade 
que compõe o grande setor da indústria segundo o IBGE. Pelos subsetores apresentados estamos 
considerando   aqui   as   atividades   estritamente   industriais,   isto   é,   apenas   os   chamados 
trabalhadores “chão de fábrica”, os quais estão envolvidos diretamente na fabricação dos bens 
duráveis   e   não   duráveis   produzidos   no   Brasil.   Desse   modo,  não   estamos   incluindo  os 
trabalhadores das atividades que podem ser consideradastipicamente operárias, como os setores 
da   construção   civil,   transporte   e   comunicação.   Por   exemplo,   categorias   como   ferroviários, 
metroviários   e   correios   estão   fora   desse   cálculo.   Fizemos   isso,   por   um   lado,   para   evitar 
4
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
14.000
16.000
18.000
20.000
Gráfico 3 - Número de Trabalhadores na Indústria
2002-2010
Fonte: PNAD/Censo 2010
questionamentos   apressados   sobre   a   qualidade   dos   dados   apresentados.   Por   outro,   por 
considerar que os trabalhadores da indústria moderna, sendo responsáveis pela produção de 
praticamente   todos   os   bens   duráveis   e   não   duráveis   da   sociedade,   estão   numa   posição 
importante   para   a   organização  da   classe   trabalhadora.   Isso   não   quer   dizer,   como   veremos 
adiante, que apenas os trabalhadores da indústria constituem o operariado. Mas, por ora, basta 
apenas   considerarmos   os   setores   estritamente   industriais   para   vermos   que   o   operariado 
aumentou numericamente.
A segunda pergunta que podemos fazer é se tal crescimento se dá também em termos 
relativos ao crescimento populacional. Ou seja, qual a relação entre o crescimento da população 
total do país e o crescimento do número de trabalhadores da indústria? Pois apesar do número 
de trabalhadores em atividade na indústria ter aumentado em termos absolutos, ele poderia ter 
diminuído em relação à população total. Para elaboração dessa comparação utilizamos o banco 
de dados da RAIS, e também os dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre 
a população residente e a população economicamente ativa no Brasil. A série histórica sobre a 
população residente contempla o período que estamos analisando a partir da RAIS, 1985 a 2010. 
Já a série histórica mais recente sobre a população economicamente ativa no Brasil vai de 1992 a 
2010. Por isso, a comparação com a população economicamente ativa fica restrita a esse período. 
Pois bem, eis nos dois gráficos a seguir a porcentagem dos trabalhadores registrados da indústria 
e da construção em relação à população residente e a população economicamente ativa (PEA): 
5
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
0,00%
1,00%
2,00%
3,00%
4,00%
5,00%
6,00%
7,00%
Gráfico 4 -
Porcentagem de Trabalhadores da Indústria e Construção
 em relação a População Residente
1985-2010
Indústria ConstruçãoFonte: RAIS/IPEA
Observando os gráficos 4 e 5 vemos que também há crescimento em termos relativos. Há 
um período que vai de 1986 a 1989 cuja proporção dos trabalhadores da indústria é levemente 
maior que hoje, respectivamente, 4,76%, 4,64%, 4,57%, e 4,50%. Hoje esse número é de 4,46%, 
ou seja, uma diferença menor do que 0,5% em relação a 1986. Se pensarmos que a segunda 
metade   da   década   de   1980   é   identificada   como   os   anos   do   “auge   do   operariado”, 
proporcionalmente   estamos   no   mesmo   patamar.   Não   obstante   as   ressalvas   que   fizemos 
anteriormente, vale considerar que somados os trabalhadores da indústria com os da construção 
civil   estamos  em patamar   superior,   chegando  a  porcentagem  inédita  de  5,78% da   força­de­
trabalho empregada nessas atividades, isto é, 0,3% a mais do que em 1986.
Já   em   relação   à   população   economicamente   ativa,  mais   de   9%   está   empregada   na 
indústria,   salto   considerável,   sabendo­se  que  em 1992  era  de  menos  de  8%.  Junto   com os 
trabalhadores da construção civil somam aproximadamente 13% da população economicamente 
ativa. 
Portanto, pelos dados apresentados, podemos afirmar que enquanto a década de 1990 é 
marcada   pela   diminuição   do   número   de   trabalhadores   empregados   na   indústria,   a 
primeira década dos anos 2000 é marcada pelo aumento tanto absoluto quanto relativo 
destes. Posto isto, é preciso reconhecer que, para quem viveu o amargo desemprego na década 
de 1990, não seria insensato pensar que tal diminuição do setor industrial fosse uma tendência. 
6
199219931995199619971998199920002001200220032004200520062007200820092010
0,00%
2,00%
4,00%
6,00%
8,00%
10,00%
12,00%
14,00%
Gráfico 5 - Porcentagem dos Trabalhadores da Indústria e Contrução 
em relação a PEA
1992-2010
Indústria ConstruçãoFonte: RAIS/IPEA
Entretanto, nos dias de hoje nada justifica a defesa de tal ideia como algo dado, muito menos  
pode ser considerado como uma tendência.
Por fim, sabendo que paramos nosso cálculo em 2010, para maior atualidade dos dados, 
poderíamos considerar o saldo entre as contratações e demissões do fim da série apresentada até 
os dias de hoje. De janeiro de 2011 até maio de 2012 o saldo de contratações continua positivo 
no setor industrial e, segundo dados do CAGED2,  somaríamos pelo menos mais 300 mil novos 
trabalhadores aos números até agora apresentados.
Assim, o interessante nesse momento é reverter a pergunta a quem ainda defende que 
houve diminuição da classe operária. Ora, a quem interessa que a classe operária se perceba 
menor do que ela  realmente é? Afinal,   faz mais  de uma década que essa parcela  da classe 
trabalhadora está crescendo ininterruptamente, e talvez não fosse preciso tantos dados para uma 
conclusão tão evidente. Curiosamente vivemos em um momento ideológico em que afirmar uma 
ideia não envolve nenhum rigor em fazê­la corresponder com a realidade. Contra a falta de rigor 
vale a pena reafirmar: hoje no Brasil a classe operária é grande, aliás, maior do que nunca. 
A classe operária dentro da classe trabalhadora
Vimos acima dados do setor da indústria, vale agora se perguntar: e os outros setores que 
empregam a classe trabalhadora? Já  que os trabalhadores da indústria aumentaram, quantos 
trabalhadores aumentaram em outros setores? Foi mais ou menos do que os trabalhadores da 
indústria? Essas são questões importantes, já que a classe trabalhadora não é composta apenas 
pelos trabalhadores fabris, mas por todos aqueles que “por não ter meios de produção próprios, 
são   reduzidos   a   vender   a   própria   força­de­trabalho   para   sobreviver”3.   Para   essas   perguntas 
vejamos a evolução do número de trabalhadores por grandes setores da economia a partir das 
fontes já apresentadas.
2 Tabelas do CAGED nos Anexos.
3 MARX, K. ENGELS, F. Manifesto Comunista. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1998.
7
O primeiro aspecto que temos que destacar diante desses gráficos é o crescimento do total 
de trabalhadores no Brasil. Se em 1985 havia 20 milhões de trabalhadores registrados, hoje esse 
número é de mais de 44 milhões de trabalhadores. De forma recíproca, se em 2002 a pesquisa a 
domicílio registrava 79 milhões de trabalhadores, em 2010 esse número salta para mais de 92 
milhões. Ou seja, há um crescimento expressivo do número total de trabalhadores em atividade. 
8
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
0
10.000.000
20.000.000
30.000.000
40.000.000
50.000.000
Gráfico 6 - Número de Trabalhadores com registro por Grande Setor
1985-2010
Trabalhadores da Agropecuária Trabalhadores da Indústria
Trabalhadores da Construção Trabalhadores do Comércio
Trabalhadores dos Serviços
Fonte: RAIS
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
0
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
Gráfico 7 - Número de Trabalhadores por Grande Setor
2002-2010
Trabalhadores Agrícolas Trabalhadores da IndústriaTrabalhadores da Construção Trabalhadores do Comércio e Reparação
Trabalhadores dos Serviços
Fonte: PNAD/Censo 2010
Em relação aos trabalhadores registrados o aumento é maior a partir do ano 1999, já nos dados 
da PNAD o aumento, no respectivo período, é maior a partir de 2003.
Outro aspecto que salta aos olhos é o crescimento dos setores de serviços e comércio. Nos 
dados sobre os trabalhadores com registro em carteira parece ficar evidente que esses são os 
setores que mais cresceram nos últimos anos. Em 1985 o grande setor de serviços correspondia a 
50,9% da força­de­trabalho empregada e o do comércio 12%, ambos representavam 63% da 
força­de­trabalho em atividade no ano. Já em 2010 esses setores correspondem a 71% da força­
de­trabalho empregada, estando 52% nos serviços e 19% no comércio. Ou seja, aparentemente 
houve um aumento na proporção de trabalhadores empregados nesses setores. 
Nesse sentido, a grande capacidade empregatícia dos serviços e do comércio se confirma 
com   os   dados   da   PNAD.   No   gráfico   7   vemos   que   grande   parte   da   força­de­trabalho   está 
empregada nesses setores. Juntos a evolução é de 57% em 2002 para 61% da força­de­trabalho 
empregada em 2010. Um crescimento menor, mas não menos expressivo do que os dados da 
RAIS.
Outro aspecto importante a destacar é o aumento da formalização da força­de­trabalho no 
campo. Podemos ver esse movimento pela contradição da evolução do número de trabalhadores 
nos gráficos. Observando o gráfico 6 vemos que há um aumento do número de trabalhadores do 
campo, ao mesmo tempo que, observando o gráfico 7, o número diminui. Considerando que o 
gráfico 7 é composto pelos dados dos trabalhadores com e sem registro em carteira, e o gráfico 6 
apenas pelos trabalhadores com carteira assinada, essa aparente contradição se explica por um 
duplo movimento. Ao mesmo tempo que há uma diminuição do número de trabalhadores rurais 
total através da industrialização da agricultura e o contínuo deslocamento da população rural 
para as cidades, há também um aumento da formalização dos trabalhadores do campo. Pois são 
justamente as atividades industriais que tradicionalmente registram mais os trabalhadores do 
que outras atividade como o comércio, por exemplo. É importante ressaltar que esse processo de 
formalização do trabalho no campo está acompanhado de mudanças fundamentais na forma de 
trabalho, cada vez menos agrícola e cada vez mais fabril.
Para continuarmos essa analise e melhor visualizarmos a evolução das proporções dos 
trabalhadores em atividade por grandes setores elaboramos os dois seguintes gráficos:
9
Esses  gráficos   são  interessantes  pois  mostram a evolução de cada setor  específico em 
relação ao conjunto de todos os outros setores. Um dos primeiros aspectos que podemos observar 
a partir disso, é que desde 1985, pelo menos, os trabalhadores da indústria não são maioria na 
comparação com outros setores. Apesar do setor da indústria ser maior que o setor do comércio e 
da construção civil, é o setor de serviços que emprega mais desde o início da série. Esse fato é 
importante pois contradiz a ideia comum de que os trabalhadores da indústria foram, nos tempos 
do “auge do movimento operário”, a maior parte da classe trabalhadora. Pelos dados de que 
10
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Gráfico 8 - Porcentagem de Trabalhadores Registrados nos Grande Setores
1985-2010
Indústria Construção Comércio Serviços AgriculturaFonte: RAIS
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Gráfico 9 - Porcentagem de Trabalhadores por Grandes Setores
2002-2010
Trabalhadores da Indústria Trabalhadores da Construção
Trabalhadores do Comércio e Reparação Trabalhadores dos Serviços
Trabalhadores Agrícolas
Fonte: PNAD/Censo 2010
dispomos, em nenhum período essa característica parece ter existido no Brasil. 
Contudo,   não   é   desprezível   a   diminuição   da   proporção   dos   trabalhadores   fabris   na 
evolução do emprego. Esse é  justamente um segundo aspecto importante dos gráficos acima: 
uma possível diminuição da proporção do emprego na indústria. Observando a evolução das 
proporções dos trabalhadores registrados no gráfico 8, vemos uma diminuição de 30% em 1985 
para 19% em 2010 do total da força­de­trabalho empregada nas atividades industriais. Por outro 
lado, pelos dados da PNAD, a proporção dos trabalhadores da indústria aumenta de 14% em 
2002  para  18% em 2010,   um aumento   correspondente   a  diminuição  dos   trabalhadores  do 
campo. Ora,  o  que pode significar  essa contradição nos dados? Para resolver  esse problema 
podemos levantar hipótese semelhante ao ocorrido com os trabalhadores do campo: como os 
dados da RAIS dizem respeito ao número de trabalhadores registrados, pode­se supor que parte 
dos trabalhadores do comércio e dos setores passam a ser contados nos bancos da RAIS devido a 
um aumento na formalização do trabalho e não a um aumento correspondente do efetivo dos 
trabalhadores empregados nesses setores. Essa hipótese ganha força se considerarmos que, como 
vimos, também há um aumento da formalização do trabalho nas atividades do campo. Ou seja, a 
aparente diminuição do número de trabalhadores da indústria em relação aos trabalhadores dos 
serviços e comércio, pode significar, na verdade, um aumento da formalização do trabalho no 
Brasil.
Assim, sabendo que o número de trabalhadores da indústria em nenhum momento foi 
maior do que o número dos trabalhadores dos serviços, e sabendo também que é questionável a 
ideia  que  esse  número  diminui  proporcionalmente  ao   conjunto  da   classe   trabalhadora,  vale 
fazermos o mesmo movimento que fizemos anteriormente. Ora, a quem interessa que a classe 
operária se veja menor em relação a outros setores da classe trabalhadora? A quem interessa 
defender a falsa ideia de que a classe operária já foi grande e hoje é pequena em relação ao 
conjunto dos trabalhadores?   Evidentemente, é  de interesse dos donos das indústrias que os 
trabalhadores de suas fábricas se vejam menor do que são. Aliás, é de interesse deles que esses 
trabalhadores não se vejam sequer como operários. Pois o que pode ser um operário senão a 
expressão viva da exploração do trabalho? Certamente, para os industriais é mais apropriado a 
figura do consumidor, do cidadão e do atual “colaborador”. Entretanto, não são apenas os donos 
das indústrias que se encarregam de difundir essas ideias.
Justamente   por   essas   ideias   estarem   presentes   no   senso   comum,   é   a   própria   classe 
11
trabalhadora  que carrega  esse   imaginário  e   faz dele  sua “estranha realidade”.  Por  um  lado, 
podemos encontrar respaldo na experiência histórica de classe para a criação de um passado 
glorioso   e   inalcançável.   Se   considerarmos   que   a   classe   trabalhadora   passa   por   um   ciclo 
ascendente de lutas operárias de 1979 a 1989, mas que esse ciclo se esfacela com a derrota de 
Lula para Collor, com a queda do muro de Berlim e o fim da URSS, desembocando no amargo 
desemprego   dos   anos   1990,   encontramos   muitos   elementos   que   corroboram   para   esse 
imaginário. Entretanto, não estamos nos anos 1990, e a pergunta que devemos fazer é o que 
significa a continuidade desse imaginário se vivemos nos últimos dez anos sob direção política do 
Partido dos Trabalhadores no governo federal,  e tivemos uma recuperação do emprego e da 
indústria no mínimo a patamares anteriores? O fato de que o movimento feito pelo Partido dos 
Trabalhadoresna   presidência   ter   sido   de   contenção   das   lutas,   acompanhado   de 
institucionalização das organizações, apesar de verdadeiro, por si só não explica a continuidade 
do imaginário saudoso “dos bons tempos do movimento operário”; mas é certo que corrobora 
para uma pacificação da classe operária, uma exigência do governo ao movimento sindical em 
troca de um harmonioso crescimento econômico e muitos cargos públicos. O que nos revela que 
a manutenção desse imaginário pode ser consequência de um pacto de conciliação de classes, 
cujo interesse pela manutenção da ordem passa pelo reconhecimento de um tempo de luta junto 
com a afirmação de uma relação (industriais e operários) pacificada.
Não obstante, certamente, a saudade é menos da quantidade de empregos que haviam do 
que da qualidade da organização e possibilidades que se abriram na década de 1980. O que quer 
dizer,   por   outro   lado,   que   1989,   suas   organizações   e   possibilidades,   ainda   é   o   paradigma 
histórico que a classe trabalhadora precisa superar. 
Por fim, tendo desvelado a falta de correspondência com a realidade de algumas ideias 
sobre a classe operária, seria importante nesse momento que nós mesmos nos questionássemos 
justamente   sobre  o  que   temos   compreendido  até   aqui   como  classe  operaria.  Aliás,   a  quem 
interessa que a classe operária esteja reduzida aos trabalhadores da indústria?
O novo operariado
Tentemos deixar de lado a classificação do IBGE sobre os grandes setores de atividade 
econômica e  pensemos do ponto de vista  das atividades envolvidas na produção de capital. 
Quantos trabalhadores hoje estão envolvidos na produção direta de capital? Quantos são hoje os 
12
chamados trabalhadores produtivos? Definimos, na esteira de Marx, trabalhadores produtivos 
todos aqueles que estão envolvidos diretamente no processo de produção de capital, isto é, os 
que são atores diretos no processo de valorização do valor. São todos aqueles trabalhadores que 
dentro  de   sua   jornada  estão submetidos  a  extração  de  mais­valia  através  da  exploração  do 
trabalho4 – estando envolvidos em um processo de produção de mercadorias, produzem um valor 
maior do que eles mesmos valem dentro desse processo, cumprindo assim papel fundamental na 
produção de capital. Ou seja, são trabalhadores produtivos em relação ao capital, mesmo que 
realizem atividades muito pouco produtivas do ponto de vista humano.
Da mesma forma, definimos como não produtivos para o capital os trabalhadores que não 
produzem mais­valia, isto é, que não estão inseridos em atividades produtivas de capital, mesmo 
que  exerçam atividades  muito  produtivas  do  ponto  de  vista  humano.  Assim,  a  partir  dessa 
definição, estão excluídos do grupo dos produtivos, por exemplo, os trabalhadores assalariados 
do setor público, os trabalhadores do comércio, atacado e varejo, assim como os trabalhadores 
das instituições financeiras, os autônomos e profissionais liberais. Por outro lado, estão incluídos 
no grupo dos produtivos, além dos trabalhadores fabris, os trabalhadores da construção civil, os 
trabalhadores   do   ensino   privado,   os   trabalhadores   da   saúde   privada,   os   trabalhadores   dos 
transportes de cargas e de pessoas, os trabalhadores dos correios e comunicações, da TV e Rádio, 
os trabalhadores da agroindústria e etc. 
Desse ponto de vista, há um grupo bem maior de trabalhadores que cumprem o papel de 
produtivos   que   comumente   vemos   apenas   nos   trabalhadores   da   indústria.   Afinal,   para   o 
capitalista, não importa o que se produz, importa o quanto se lucra com o que se produz, isto é, 
o  quanto  de  mais­valia  é  possível  extrair  do  trabalhador   independente  da  atividade que ele 
exerça.  Por  conta disso,  para além dos ramos mais  evidentes  na produção de capital,   como 
construção   civil   e   transportes,   temos   também que   considerar   novos   ramos  de   trabalho  que 
acabam de ingressar na esfera produtiva. As recentes mudanças na organização do trabalho, 
principalmente a terceirização, essa “nova forma de empregar”, reorganizou ramos inteiros de 
atividade que transforma uma série de “prestadores de serviços” nos mais recentes produtores de 
capital.
Um dos ramos que podemos utilizar como exemplo dessa mudança são os trabalhadores 
4 MARX, Karl. Trabalho Produtivo e Trabalho Improdutivo. In: ANTUNES, RICARDO. A Dialética do Trabalho. São 
Paulo: Expressão Popular, 2004.
13
da limpeza. Esses trabalhadores a muito são identificados como do setor de serviços e, portanto, 
não produtivos. Entretanto, a partir do momento em que esses trabalhadores são contratados por 
uma “empresa de limpeza”, a qual é contratada por outras empresas, de forma terceirizada, para 
produzir limpeza nos edifícios, nas escolas, nas ruas e etc. esse ramo de atividade passa a ser 
produtivo para o capital. Pois agora esse trabalhador não está mais “prestando um serviço” e seu 
patrão não paga a ele um salário para ele limpar as instalações como antes. Agora que esse 
trabalhador faz parte da “empresa de limpeza X”, ele recebe um salário de um patrão que vende 
limpeza, e ele agora é um operário da limpeza, pois fabrica uma mercadoria, “coisas limpas”, que 
vale mais do que ele mesmo recebe. Apesar de não ser tão palpável quanto um automóvel, a 
nova atividade de produzir limpeza é uma atividade capitalista como as outras, tem dinâmica 
própria, empresas concorrentes, ações na bolsa e operários. Portanto, aquele trabalhador que 
antes prestava um serviço em troca de salário, hoje está inserido em um processo de valorização 
do valor e trabalha numa “fábrica de produção de limpeza”. Uma reportagem publicada na Folha 
de São Paulo no dia 7 de agosto de 2011, sob o título “Terceirização move Setor de Limpeza”, 
ilustra esse movimento que descrevemos:
“A terceirização do serviço de limpeza, segundo especialistas, é o que 
move  o   setor,   que   faturou   R$   15,2   bilhões   no   ano   passado.   Há 
facilidade  na   abertura  de   empresas  nessa   área,   afirma  Pedro   Luiz 
Paulucci, sócio da Top Marketing Comercial. O investimento inicial é 
baixo e é possível abrir o empreendimento com endereço residencial, 
explica.   (…)  Paulo   Gonçalves   Peres,   40,   sócio   da   inService,   já 
acumulava   experiência   no   mercado   de   limpeza   quando   abriu   a 
empresa, há nove anos. "Demorou dois anos para o negócio 'virar' [dar 
retorno]”.  No  início,   foram investidos cerca de R$ 60 mil.  Hoje,  a 
empresa   tem   1.500   funcionários   e   faturamento   anual   de   R$   45 
milhões.”
Ora,   de   onde   vem   esse   rendimento   senão   da   exploração   do   trabalho   desses   novos 
operários? Se pensarmos que essa mudança no mundo do trabalho, chamada de “terceirização”, 
acontece   de   forma  massiva   também   com   os   trabalhadores   de   reparações,   manutenções   e 
instalações, e tantos outros ramos e atividades, o grande setor não produtivo dos serviços acabou 
por tornar­se um gigantesco setor produtivo de capital. 
14
Assim, há milhões de trabalhadores que passaram a estar submetidos ao trabalho produtor 
de capital. Isto é, estão agora submetidos às “leis da produção de capital” como um trabalhador 
fabril:   extensividade   das   jornadas,   intensividade   do   trabalho,   controle   de   produtividade   e 
qualidade, metas, e etc. Ou seja, toda a série de medidas de controle da extração de mais­valia 
passam a valer em setores que tradicionalmente não estavam determinados por essa lógica, e um 
número maior de trabalhadores passam a ter seu trabalho explorado. Evidentemente, há setores 
que não são produtivos e que são impelidos a seguir a mesma lógica de produção. Exemplodisso 
é a recente aplicação de metas para os atendentes do INSS, e servidores públicos em geral. Do 
ponto de vista da produção do capital, os trabalhadores da Previdência Social não produzem 
mais­valia,   contudo,   são   impelidos   a   seguir   uma   intensividade   de   trabalho   semelhante   a 
realizada   pelos   trabalhadores   fabris.   Vale   lembrar   que,   como   dissemos   anteriormente,   ser 
produtivo  ou não produtivo  não diz   respeito  à  qualidade do  trabalho   realizado,  mas   sim a 
produção e acumulação de capital.  Segue, então, o gráfico 10, que considera os subsetores 16, 
17, 18, 19 e 20 como atividades não produtivas, e o restante dos subsetores como produtivos:
15
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
0
5.000.000
10.000.000
15.000.000
20.000.000
25.000.000
30.000.000
35.000.000
40.000.000
45.000.000
50.000.000
Gráfico 10 - Número de Trabalhadores por Gran. Setor da Ind. e Subsetores
1985-2010
Grande Setor da Indústria 15-Construção Civil
21-Aloj Comunic 22-Médicos Odontológicos Vet
23-Ensino 20-Transporte e Comunicações
25-Agricultura 16-Comércio Varejista
17-Comércio Atacadista 18-Instituição Financeira
19-Adm Técnica Profissional 24-Administração Pública
Setores Prod utivos
Setores N
ão -Produtivos
Fonte: RAIS
Observando o gráfico 10, vemos que pelo menos 50% da força­de­trabalho em atividade 
pode estar envolvida diretamente com a valorização do valor. Do ponto de vista do capital isso 
significa  mais   extração   de  mais­valia   do   que   antes.   Do   nosso   ponto   de   vista,   o   que   essa 
perspectiva nos permite ver é  o   aumento do número de trabalhadores operários não só  na 
indústria, mas em outros setores que antes eram somente assalariados e não produtivos. Isso 
significa que parte do conjunto da classe trabalhadora que não estava tradicionalmente ligado à 
valorização do valor, passa a estar submetida as leis do capital e a compor o que poderíamos 
chamar   de   “grande   setor   produtivo”.   Portanto,   mais   do   que   simplesmente   crescer 
numericamente, a classe trabalhadora passou por uma mudança qualitativa: há novos operários 
sendo incorporados a todo vapor à produção de capital. 
O “nova classe média”
Visto que as recentes mudanças na qualidade das relações de produção ampliam a massa 
explorada de trabalhadores, seguimos para o último pilar do senso comum que apresentamos: 
afirma­se comumente que os operários ganham altos salários e por isso compõem a classe média 
ou classe média alta. Antes de entrarmos no debate sobre a definição do que seria uma classe 
média e o que significa falar de uma classe média operária, vale a pena voltarmos à classificação 
do   IBGE   e   verificarmos   os   dados   da   evolução   salarial   dos   trabalhadores   por   faixa   de 
remuneração e atividade. Os dados disponíveis sobre remuneração são do banco de dados da 
RAIS e dizem respeito, portanto, aos trabalhadores com registro em carteira. Para atualização 
dos valores dos salários nos respectivos anos para os dias de hoje utilizamos dados do IPEA.
16
1985 1990 1994 1998 2002 2006 2010
R$ 0,00
R$ 500,00
R$ 1.000,00
R$ 1.500,00
R$ 2.000,00
R$ 2.500,00
Gráfico 11 - Evolução da Média Salarial por Grande Setor
Indústria Construção Comércio Serviços
Va
lo
re
s 
At
ua
liz
ad
os
 p
ar
a 
05
/2
01
2
Fonte: RAIS/IPEA
O primeiro  aspecto  que  podemos apontar  no  gráfico  11 é  que  de  1985 até  1998  os 
trabalhadores da indústria tinham a maior média salarial em relação aos outros setores. Contudo 
a partir de 1998 o setor de serviços, puxado pelos trabalhadores da administração pública, passa 
a ter a maior média salarial. Isso significa que o imaginário comum que constrói um passado no 
qual os trabalhadores da indústria tinham piores salários é completamente falso. Ou melhor, está 
invertido.  É   no   passado  que   os   trabalhadores   da   indústria   detinham  a  melhor  média 
salarial da classe trabalhadora, não hoje. Contudo, é fato que os trabalhadores da indústria 
têm remuneração mais alta do que os trabalhadores da construção e do comércio.
Um segundo aspecto interessante de se notar no gráfico 11, é que a média dos salários dos 
trabalhadores da indústria em 2010 é  próxima da de 1994. Ou seja, não há  um crescimento 
contínuo da média salarial. Pelo contrário, vemos que entre 1994 a 2002 há um recuo na média 
dos salários que cai de R$2.043 para R$1.726 seguido de uma recuperação de 2002 até 2010. 
Respectivamente, um recuo do valor dos salários nos oito anos de governo de Fernando Henrique 
e um aumento dos salários nos oito anos de governo de Lula. 
De modo geral, em relação ao imaginário comum, esses dados nos mostram que hoje, em 
primeiro, não é o trabalhador da indústria o melhor remunerado, mas sim os trabalhadores dos 
serviços, setor no qual se encontram os servidores públicos que historicamente são melhores 
remunerados do que o conjunto da classe trabalhadora em atividade. E, em segundo, não há um 
crescimento progressivo dos salários dos trabalhadores da indústria e de nenhum outro setor. O 
que vemos são avanços e recuos no valor pago aos trabalhadores a depender da conjuntura 
política e econômica do país.
Contudo, é importante lembrar que a média salarial é calculada pela soma de todos os 
salários dos trabalhadores de um setor, inclusive dos que assumem cargos de liderança e chefia, 
dividida   pelo   número   de   trabalhadores   desse  mesmo   setor.   Por   isso   esses   dados   têm  um 
problema: se um setor emprega uma quantidade pequena de chefes, mas esses recebem muito 
acima   do   restante   dos   trabalhadores,   a   média   dos   salários   vai   esconder   a   maioria   dos 
trabalhadores que ganham menos no setor. Assim, se considerarmos um cálculo por faixa salarial 
veríamos que grande parte dos trabalhadores recebem menos do que a média, pois os cargos de 
liderança   por   serem   melhores   remunerados   jogam   a   média   para   cima.   Por   conta   disso, 
elaboramos a tabela a seguir, que traz a porcentagem dos trabalhadores por faixa salarial e por  
setor de atividade. 
17
Podemos   verificar,   pela   tabela,   o   importante   dado   de   que   mais   da   metade   dos 
trabalhadores da indústria em 2010, 57,66%, tem remuneração média de 0 a 2 salários mínimos, 
valores correspondentes a no máximo R$1.138 por mês. Se somarmos esses aos trabalhadores 
que ganham de 2 a 3 salários mínimos em 2010, isto é, no máximo R$1.708, temos 71% da 
classe operária nessa faixa salarial (de R$0 a R$1.708). Comparativamente, ao observar o ano de 
1985 vemos que 60,21% dos trabalhadores da indústria tinham uma remuneração de até R$915; 
somando esses trabalhadores com os que estavam na faixa de salário de 2 a 3 salários mínimos 
em 1985, temos que 70% dos trabalhadores da indústria naquela época ganhavam no máximo 
R$1.373.  Ora,   se  ocorreu  algum grande   aumento  na   remuneração   real  para  a  maioria  dos 
trabalhadores da indústria nos últimos 25 anos, esse valor é de no máximo 335 reais para quem 
ganha o valor máximo que são 3 salários mínimos. Somente alguém com um senso de realidade 
desregulado poderia considerar que um aumento de 335 reais em 25 anos de trabalho seja algo 
relevante para colocar os trabalhadores fabris no patamar dos bem remunerados da sociedade 
brasileira.    Do ponto  de  vista  comparativo  com a remuneração dos  trabalhadores  de  outros 
18
Porcentagem de Trabalhadores por Faixa Salarial por Grande Setor*
Salário Mínimo** R$ 457,41 R$ 300,93 R$ 278,80 R$ 310,03R$ 362,01 R$ 461,27 R$ 569,33
Indústria 1985 1990 1994 1998 2002 2006 2010
0 a 2 SM 60,21% 46,47% 23,01% 26,40% 40,84% 51,36% 57,66%
2 a 3 SM 9,77% 12,29% 19,91% 21,47% 22,06% 18,97% 17,27%
Mais que 3 SM 28,01% 38,59% 53,38% 51,20% 36,60% 28,15% 23,20%
Total 97,99% 97,35% 96,30% 99,07% 99,50% 98,48% 98,14%
Construção 1985 1990 1994 1998 2002 2006 2010
0 a 2 SM 75,67% 56,23% 25,41% 27,24% 38,95% 54,58% 61,68%
2 a 3 SM 8,08% 14,09% 26,80% 27,24% 30,22% 23,22% 18,74%
Mais que 3 SM 12,63% 25,43% 42,01% 44,77% 30,28% 20,45% 17,71%
Total 96,39% 95,74% 94,22% 99,25% 99,45% 98,25% 98,13%
Comércio 1985 1990 1994 1998 2002 2006 2010
0 a 2 SM 79,56% 66,69% 41,12% 36,93% 53,95% 69,85% 76,27%
2 a 3 SM 6,32% 10,03% 23,32% 28,29% 24,94% 16,39% 12,47%
Mais que 3 SM 12,27% 20,80% 31,98% 34,29% 20,79% 12,89% 10,07%
Total 98,15% 97,53% 96,42% 99,51% 99,68% 99,13% 98,81%
Serviços 1985 1990 1994 1998 2002 2006 2010
0 a 2 SM 60,57% 43,82% 26,44% 25,73% 35,66% 48,06% 54,48%
2 a 3 SM 9,95% 11,29% 17,59% 18,20% 19,84% 17,73% 16,28%
Mais que 3 SM 25,57% 40,53% 51,04% 55,03% 44,00% 33,01% 27,44%
Total 96,09% 95,64% 95,07% 98,96% 99,50% 98,80% 98,20%
* Não estão no cálculo os trabalhadores não classif icados. Assim, o total não chega nos exatos 100%.
** Salário mínimo no ano de referência. Valores reais atualizados para 05/2012.
Fonte: RAIS/IPEA
setores da economia, podemos afirmar que assim como na construção civil, no comércio e no 
grande setor de serviços, a maior parte dos trabalhadores registrados da indústria ganham de 0 a 
2 salários mínimos mensais. Lembrando que os valores aqui apresentados estão atualizados para 
o mês de maio de 2012.
Esses dados revelam uma das construções ideológicas mais perversas sobre os operários: 
de  que   são   classe  média.  Por  mais   controverso   que   seja   o   termo e   já   venha   carregado  de 
ideologias, façamos o exercício de pensar a imagem comum da classe média. Isto é, uma família 
cujos filhos estão em escolas privadas, que possui assistência médica ampla, que tem casa própria 
e um carro na garagem. Seria possível com um rendimento de R$1.708 mensais, uma família 
pequena, de 3 pessoas (cônjuges e uma criança), ter esse padrão de vida? Evidentemente, os 
operários brasileiros estão muito longe desse “acesso”, e a imagem da classe média parece não 
corresponder a renda de 71% dos trabalhadores da indústria. Vale considerar que esses mesmos 
trabalhadores possuem rendimento abaixo do salário mínimo necessário calculado pelo DIEESE, 
no  valor  de  R$2.383,28  atualmente.  Talvez  as  moradias   subnormais,   favelas   e  aglomerados 
urbanos, tenham mais a nos dizer sobre como vivem os trabalhadores da indústria no Brasil do 
que se imagina. 
Contudo,  para  botar  à   prova  a   ideia  de   que  o  operariado   é   classe  média  não  basta 
identificar a irrealidade de ser classe média do ponto de vista da renda. Temos, sobretudo, que 
investigar   sua  possível  eficácia  do  ponto  de  vista  dos  hábitos,   comportamentos  e   costumes. 
Afinal,  como afirma Marx e Engels,  o poder das construções ideológicas está   justamente em 
conseguir representar algo realmente, sem representar algo real5. O que nos traz a pergunta: será 
que é possível que o operariado brasileiro se identifique como classe média, mesmo não tendo 
condições para realmente sê­lo? Por ocupar um lugar de extrema importância na produção da 
vida   na   sociedade   capitalista   e   ser   responsável   direto   pela  manutenção   dos   lucros   e   das 
condições de reprodução da classe dominante, a identidade que se forma entre os trabalhadores 
da indústria é fundamental para a conjuntura da luta de classes. Nos últimos 30 anos vimos o 
“novo sindicalismo”, iniciado pelos metalúrgicos do ABC paulista, protagonizar a construção de 
uma   identidade   operária.   Muitos   dos   principais   personagens   que   construíram   essa   nova 
identidade estão hoje em cargos importantes do executivo, tendo como modelo padrão o ex­
presidente Lula, ex­metalúrgico. Apesar de aparentemente ser uma identidade calcada no ganho 
salarial e em um forte corporativismo, seria preciso um estudo qualitativo de peso para apontar 
5 KARL, M. ENGELS, F. A ideologia Alemã. São Paulo: Boitempo Editorial, 2007.
19
quais as características da identidade operária criada no ABC e em qual momento, afinal, ela se 
encontra. Não obstante, as políticas do governo Lula e sua continuidade por Dilma Rousseff, 
apontam para uma descaracterização da identidade de trabalhador para a celebração do mote 
“somos todos classe média”. Fato que retrospectivamente pode ter algo a dizer, mas o que é 
possível  verificar  agora é  uma política  de desagregação da classe trabalhadora por  parte  do 
governo.
Como exemplo, recentemente,  a SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos do Governo 
Federal)  estabeleceu,   finalmente,  a   faixa  de   renda  que  corresponde  hoje  a  da  classe  média 
brasileira.  Depois de  longa discussão,  foi  dito que fazem parte da classe média brasileira os 
trabalhadores que têm renda per capita familiar entre R$ 291 e R$ 1.019. Sem desconsiderar o 
bom   humor   do   governo   na   falta   de   correspondência   entre   a   faixa   estabelecida   e   o   que 
comumente chama­se de classe média,  pensemos no caso do atual   trabalhador da indústria. 
Pensemos que no melhor dos casos, estando ele entre os 71% dos trabalhadores desse grande 
setor produtivo, ele seja um privilegiado e receba mensalmente R$1.708. Se considerarmos que 
ele tem uma família composta por uma esposa e um filho e que com seu salário sustenta a todos, 
pois bem, nosso operário é o mais novo membro da classe média brasileira com renda per capita 
de  569,33  reais  mensais.  Não à   toa a  secretaria  é  de assuntos estratégicos,  e  parece muito 
oportuno definir que a maior parte da população economicamente ativa do Brasil  compõe a 
“nova classe média”.
Ao fim e ao cabo a definição de classe média da SAE tenta colocar nessa categoria a 
maioria dos trabalhadores assalariados, substituindo oportunisticamente o que seria a linha da 
pobreza   pelo   conceito   de   classe   média.   Evidentemente,   para   quem   quer   governar   sem 
perturbações, esta é a identidade ideal para a classe trabalhadora. Pois a classe média sabe que 
está melhor que outra parcela da sociedade, os mais pobres, e, justamente por isso, permanece 
submissa   aos   que   lhe   proporcionam   essa   posição,   os  mais   ricos   que   lhes   pagam  os   “bons 
salários”.  Além disso,  há  um estímulo explícito  do governo ao comportamento consumista  e 
competitivo   que  alimentam valores   individualistas   típicos  dessa   camada  média.  Fatores   que 
somados garantem a tranquila acumulação de capital e a harmonia nas relações de trabalho.
Assim, estamos diante da ideologia que marca o período atual. Do ponto de vista salarial 
não podemos dizer que houve avanço suficiente para gerar um padrão de consumo que eleve os 
operários   ao  padrão   classe  média.  Mas,   sob  direção  do  Partido  dos  Trabalhadores,   a   classe 
20
trabalhadora é   tratada e   reconhecida como classe média,  criando  terreno pouco  favorável  à 
identidade de classe que esse mesmo partido construiu. Troca­se o mote “trabalhador só vota em 
trabalhador” da origem do partido, pela sua negação consentida “somos todos classe média”.    
Questões de classe
Primeiramente, esperamos ter cumprido com o objetivo proposto de desconstruir ideias do 
senso comum sobre o operariado brasileiro. O imaginário que elabora um “passado operário” e 
um presente  de  outra  ordem não se   justifica   tanto  pela  quantidade de   trabalhadores  ativos 
quanto   pela   qualidade   das   relações   de   produção.   Nesse   sentido,   hojea   classe   operária   é 
numericamente maior e proporcionalmente semelhante àquela de trinta anos atras. Ou seja, este 
imaginário, como toda ideologia presente no senso comum, apresenta a realidade invertida. Por 
sua vez, é uma eficiente ferramenta de dominação de classe cuja característica fundante está em 
esconder tanto as próprias classes quanto as relações de produção da vida.
Em consequência, a constatação que quantitativamente a classe operária ainda está de pé 
nos   serve   também   para   colocar   o   debate   nos   seus   devidos   termos:   é   na   qualidade   das 
organizações de classe que se encontram as boas perguntas e as saídas para a luta contra a 
exploração do trabalho. Assim, não é trivial que seja sob a direção do Partido dos Trabalhadores 
que o operariado cresça substantivamente, e, ao mesmo tempo, esteja pacificado politicamente.
Nesse sentido, compreendemos que não basta apontar os limites das políticas públicas 
implementadas  pelos  governos  Lula  e  Dilma,   justamente  porque há   avanços   importantes  na 
diminuição da miséria e no aumento do acesso à educação, por exemplo. É preciso, antes de 
tudo,   recompor   quais   são   as   bandeiras   das   lutas   operárias.   E   assim   voltar   ao   Partido   dos 
Trabalhadores e entender qual identidade de classe, por ele protagonizada, permite que o fim da 
exploração do trabalho seja posto de lado. Ou melhor, qual é a identidade criada que permite 
que a intensificação da exploração do trabalho sob condições desumanas, como se viu nas greves 
das grandes obras do PAC (Plano de Aceleração do Desenvolvimento) em Jirau e Pecém, seja 
comemorada como conquista da classe trabalhadora.
Por fim, cremos que entender que a realização do projeto do Partido dos Trabalhadores 
significa uma classe operária que não se enxerga como classe; que se apresenta dócil para as 
altas taxas de exploração que é submetida; que está entregue as formas selvagens de extração de 
21
mais­valia típicas da periferia do capitalismo; e que comemora e chora junto com os sindicatos 
patronais  o   crescimento  ou  retração do Produto   Interno Bruto,  pode ser  um bom ponto  de 
chegada. Por outro lado, saber que a classe operária continua grande, ou melhor, ela está maior 
do que nunca; saber que as condições materiais que a colocam no centro da produção da vida na 
sociedade   capitalista   se  mantêm;  que  ela  permanece  no  ponto  estratégico  da   luta   contra  a 
exploração do   trabalho;  e  por   fim,   saber  que  uma nova  identidade  operária  é  necessária   e 
possível, é o ponto de partida para as novas lutas.
22
ANEXOS
Número de Trabalhadores por atividades, subsetor, e grandes setores em 2010.
IBGE Subsetor CNAE 2.0 Grupo Total em 2010
01 - INDÚSTRIA Total 8.499.202
01-Extrativa Mineral Total 211.216
Extração de carvão mineral 5.418
Extração de petróleo e gás natural 29.294
Extração de minério de ferro 37.462
Extração de minerais metálicos não-ferrosos 28.110
Extração de pedra, areia e argila 59.975
Extração de outros minerais não-metálicos 25.310
Atividades de apoio à extração de petróleo e gás natural 22.427
Atividades de apoio à extração de minerais, exceto petróleo e 
gás natural 3.220
02-Prod. Mineral Não Metálico Total 410.734
Fabricação de produtos químicos inorgânicos 1.103
Fabricação de vidro e de produtos do vidro 38.236
Fabricação de cimento 15.913
Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, 
gesso e materiais semelhantes 114.765
Fabricação de produtos cerâmicos 169.177
Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de 
minerais não-metálicos 71.540
03-Indústria Metalúrgica Total 796.617
Produção de ferro-gusa e de ferroligas 20.782
Siderurgia 87.994
Produção de tubos de aço, exceto tubos sem costura 17.818
Metalurgia dos metais não-ferrosos 49.762
Fundição 77.681
Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria 
pesada 137.849
Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras 15.271
Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de 
tratamento de metais 111.162
Fabricação de artigos de cutelaria, de serralheria e 
ferramentas 64.915
Fabricação de produtos de metal não especificados 
anteriormente 189.139
Fabricação de produtos diversos 3.824
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos 10.959
Recuperação de materiais 9.461
04-Indústria Mecânica Total 566.490
Fabricação de equipamento bélico pesado, armas de fogo e 
munições 7.866
Fabricação de equipamentos de informática e periféricos 47.478
Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e 
controle 2.870
Fabricação de eletrodomésticos 53.513
Fabricação de motores, bombas, compressores e 
equipamentos de transmissão 55.334
23
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral 121.848
Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a 
agricultura e pecuária 63.895
Fabricação de máquinas-ferramenta 19.783
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração 
mineral e na construção 23.019
Fabricação de máquinas e equipamentos de uso industrial 
específico 89.781
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos 67.742
Instalação de máquinas e equipamentos 13.361
05-Elétrico e Comunic Total 281.779
Fabricação de componentes eletrônicos 39.200
Fabricação de equipamentos de comunicação 24.456
Fabricação de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e 
amplificação de áudio e vídeo 20.132
Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos 39.399
Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos 10.522
Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de 
energia elétrica 60.418
Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação 13.771
Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não 
especificados anteriormente 35.157
Fabricação de peças e acessórios para veículos automotores 29.939
Fabricação de produtos diversos 2.825
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos 5.960
06-Material de Transporte Total 583.777
Fabricação de automóveis, camionetas e utilitários 93.182
Fabricação de caminhões e ônibus 24.841
Fabricação de cabines, carrocerias e reboques para veículos 
automotores 59.332
Fabricação de peças e acessórios para veículos automotores 289.240
Recondicionamento e recuperação de motores para veículos 
automotores 9.626
Construção de embarcações 37.737
Fabricação de veículos ferroviários 6.541
Fabricação de aeronaves 18.884
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados 
anteriormente 30.151
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos 14.243
07-Madeira e Mobiliário Total 468.744
Desdobramento de madeira 87.586
Fabricação de produtos de madeira, cortiça e material 
trançado, exceto móveis 116.764
Fabricação de móveis 246.343
Fabricação de produtos diversos 7.833
Instalação de máquinas e equipamentos 10.218
08-Papel e Gráf Total 406.074
Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de 
papel 13.773
Fabricação de papel, cartolina e papel-cartão 37.336
Fabricação de embalagens de papel, cartolina, papel-cartão e 
papelão ondulado 63.510
24
Fabricação de produtos diversos de papel, cartolina, papel-
cartão e papelão ondulado 58.600
Atividade de impressão 82.136
Serviços de pré-impressão e acabamentos gráficos 35.809
Edição de livros, jornais, revistas e outras atividades de 
edição 31.469
Edição integrada à impressão de livros, jornais, revistas e 
outras publicações 83.441
09-Borracha, Fumo, Couros Total 327.271
Processamento industrial do fumo 3.090
Fabricação de produtos do fumo 12.518
Curtimento e outras preparações de couro 39.369
Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de 
couro 31.913
Reprodução de materiais gravados em qualquer suporte 5.150
Fabricação de produtos de borracha 99.759
Fabricação de aparelhos einstrumentos de medida, teste e 
controle 22.474
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e 
equipamentos de irradiação 5.034
Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, 
fotográficos e cinematográficos 3.276
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes 12.741
Fabricação de instrumentos musicais 2.269
Fabricação de artefatos para pesca e esporte 3.855
Fabricação de brinquedos e jogos recreativos 12.884
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e 
odontológico e de artigos ópticos 30.290
Fabricação de produtos diversos 4.070
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos 5.737
Recuperação de materiais 20.790
Atividades cinematográficas, produção de vídeos e de 
programas de televisão 8.438
Atividades de gravação de som e de edição de música 3.614
10-Indústria Química Total 902.703
Coquerias 446
Fabricação de produtos derivados do petróleo 36.806
Fabricação de biocombustíveis 113.422
Fabricação de produtos químicos inorgânicos 34.113
Fabricação de produtos químicos orgânicos 20.051
Fabricação de resinas e elastômeros 11.407
Fabricação de fibras artificiais e sintéticas 4.586
Fabricação de defensivos agrícolas e desinfestantes 
domissanitários 7.982
Fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, 
cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal 87.787
Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins 32.624
Fabricação de produtos e preparados químicos diversos 71.467
Fabricação de produtos farmoquímicos 6.025
Fabricação de produtos farmacêuticos 86.447
Fabricação de produtos de material plástico 346.610
25
Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de 
minerais não-metálicos 4.091
Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas 136
Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes 6.701
Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e 
odontológico e de artigos ópticos 15.232
Fabricação de produtos diversos 14.713
Instalação de máquinas e equipamentos 2.057
11-Indústria Têxtil Total 1.036.949
Preparação e fiação de fibras têxteis 59.505
Tecelagem, exceto malha 58.734
Fabricação de tecidos de malha 29.321
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis 42.672
Fabricação de artefatos têxteis, exceto vestuário 122.458
Confecção de artigos do vestuário e acessórios 669.526
Fabricação de artigos de malharia e tricotagem 36.599
Fabricação de produtos diversos 18.134
12-Indústria Calçados Total 348.691
Fabricação de calçados 325.820
Fabricação de partes para calçados, de qualquer material 22.871
13-Alimentos e Bebidas Total 1.755.873
Abate e fabricação de produtos de carne 399.450
Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado 16.047
Fabricação de conservas de frutas, legumes e outros vegetais 44.675
Fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais 34.872
Laticínios 109.301
Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos 
para animais 118.205
Fabricação e refino de açúcar 318.175
Torrefação e moagem de café 19.083
Fabricação de outros produtos alimentícios 341.044
Fabricação de bebidas alcoólicas 48.587
Fabricação de bebidas não-alcoólicas 77.811
Comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas e fumo 3
Serviços de catering, bufê e outros serviços de comida 
preparada 228.620
14-Serviço Utilidade Pública Total 402.284
Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica 117.332
Produção e distribuição de combustíveis gasosos por redes 
urbanas 2.873
Produção e distribuição de vapor, água quente e ar 
condicionado 386
Captação, tratamento e distribuição de água 121.775
Esgoto e atividades relacionadas 24.616
Coleta de resíduos 104.445
Tratamento e disposição de resíduos 28.769
Recuperação de materiais 397
Descontaminação e outros serviços de gestão de resíduos 1.691
02 - CONSTRUÇÃO Total 2.508.922
15-Construção Civil Total 2.508.922
26
Construção de edifícios 1.072.397
Construção de rodovias, ferrovias, obras urbanas e obras de 
arte especiais 339.428
Obras de infra-estrutura para energia elétrica, 
telecomunicações, água, esgoto e transporte por dutos 196.006
Construção de outras obras de infra-estrutura 312.551
Demolição e preparação do terreno 87.275
Instalações elétricas, hidráulicas e outras instalações em 
construções 210.885
Obras de acabamento 135.715
Outros serviços especializados para construção 154.665
03 - COMÉRCIO Total 8.382.239
16-Comércio Varejista Total 7.002.037
Captação, tratamento e distribuição de água 909
Comércio de veículos automotores 266.016
Manutenção e reparação de veículos automotores 175.011
Comércio de peças e acessórios para veículos automotores 401.463
Comércio, manutenção e reparação de motocicletas, peças e 
acessórios 85.048
Comércio varejista não-especializado 1.523.327
Comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas e fumo 527.583
Comércio varejista de combustíveis para veículos 
automotores 310.840
Comércio varejista de material de construção 707.142
Comércio varejista de equipamentos de informática e 
comunicação 809.091
Comércio varejista de artigos culturais, recreativos e 
esportivos 201.209
Comércio varejista de produtos farmacêuticos, perfumaria e 
cosméticos e artigos médicos, ópticos e ortopédicos 515.167
Comércio varejista de produtos novos não especificados 
anteriormente e de produtos usados 1.410.727
Atividades auxiliares dos transportes terrestres 7.667
Reparação e manutenção de equipamentos de informática e 
comunicação 4.855
Reparação e manutenção de objetos e equipamentos pessoais 
e domésticos 55.982
17-Comércio Atacadista Total 1.380.202
Representantes comerciais e agentes do comércio, exceto de 
veículos automotores e motocicletas 59.217
Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas e animais 
vivos 57.688
Comércio atacadista especializado em produtos alimentícios, 
bebidas e fumo 416.450
Comércio atacadista de produtos de consumo não-alimentar 297.193
Comércio atacadista de equipamentos e produtos de 
tecnologias de informação e comunicação 29.668
Comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamentos, 
exceto de tecnologias de informação e comunicação 109.744
Comércio atacadista de madeira, ferragens, ferramentas, 
material elétrico e material de construção 99.029
Comércio atacadista especializado em outros produtos 204.063
Comércio atacadista não-especializado 107.150
27
04 - SERVIÇOS Total 23.268.395
18-Instituição Financeira Total 785.167
Banco Central 4.951
Intermediação monetária - depósitos à vista 514.373
Intermediação não-monetária - outros instrumentos de 
captação 22.267
Arrendamento mercantil 512
Sociedades de capitalização 1.122
Atividades de sociedades de participação 3.732
Fundos de investimento 60
Atividades de serviços financeiros não especificadas 
anteriormente 25.563
Seguros de vida e não-vida 36.249
Seguros-saúde 5.649
Resseguros 614
Previdência complementar 13.649
Planos de saúde 62.613
Atividades auxiliares dos serviços financeiros 45.839
Atividades auxiliares dos seguros, da previdência 
complementar e dos planos de saúde 40.654
Atividades de administração de fundos por contrato ou 
comissão 4.907
Gestão de ativos intangíveis não-financeiros 2.123
Outras atividades de serviços prestados principalmente às 
empresas 290
19-Adm Técnica Profissional Total 4.568.046
Atividades de apoio à produção florestal 53.069
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos 2.430
Incorporação de empreendimentos imobiliários 124.752
Atividades dos serviços de tecnologia da informação 255.876
Tratamento de dados, hospedagem na internet e outras 
atividades relacionadas 71.894
Outras atividades de prestação de serviços de informação 48.761
Atividades de sociedades de participação 29.745
Atividades imobiliárias de imóveis próprios 33.235
Atividades imobiliárias por contrato ou comissão 68.387
Atividadesjurídicas 129.159
Atividades de contabilidade, consultoria e auditoria contábil e 
tributária 187.505
Atividades de consultoria em gestão empresarial 102.050
Serviços de arquitetura e engenharia e atividades técnicas 
relacionadas 253.339
Testes e análises técnicas 19.383
Pesquisa e desenvolvimento experimental em ciências físicas 
e naturais 39.706
Pesquisa e desenvolvimento experimental em ciências sociais 
e humanas 9.681
Publicidade 64.767
Pesquisas de mercado e de opinião pública 7.133
Design e decoração de interiores 2.354
Atividades profissionais, científicas e técnicas não 62.106
28
especificadas anteriormente
Locação de meios de transporte sem condutor 48.354
Aluguel de objetos pessoais e domésticos 1.095
Aluguel de máquinas e equipamentos sem operador 96.158
Seleção e agenciamento de mão-de-obra 149.159
Locação de mão-de-obra temporária 335.998
Fornecimento e gestão de recursos humanos para terceiros 70.114
Atividades de vigilância, segurança privada e transporte de 
valores 542.792
Atividades de monitoramento de sistemas de segurança 32.283
Atividades de investigação particular 709
Serviços combinados para apoio a edifícios 591.425
Serviços de escritório e apoio administrativo 167.685
Atividades de teleatendimento 355.270
Atividades de organização de eventos, exceto culturais e 
esportivos 28.534
Outras atividades de serviços prestados principalmente às 
empresas 513.233
Atividades de apoio à educação 19.723
Reparação e manutenção de equipamentos de informática e 
comunicação 42.230
Organismos internacionais e outras instituições 
extraterritoriais 7.952
20-Transporte e Comunicações Total 2.308.822
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos 602
Transporte ferroviário e metroferroviário 53.611
Transporte rodoviário de passageiros 683.903
Transporte rodoviário de carga 737.325
Transporte dutoviário 2.857
Trens turísticos, teleféricos e similares 242
Transporte marítimo de cabotagem e longo curso 9.401
Transporte por navegação interior 11.267
Navegação de apoio 8.864
Outros transportes aquaviários 3.842
Transporte aéreo de passageiros 64.823
Transporte aéreo de carga 2.690
Transporte espacial 14
Armazenamento, carga e descarga 107.256
Atividades auxiliares dos transportes terrestres 99.540
Atividades auxiliares dos transportes aquaviários 36.259
Atividades auxiliares dos transportes aéreos 40.626
Atividades relacionadas à organização do transporte de carga 68.414
Atividades de Correio 118.174
Atividades de malote e de entrega 45.608
Telecomunicações por fio 40.238
Telecomunicações sem fio 42.780
Telecomunicações por satélite 2.305
Operadoras de televisão por assinatura 18.079
Outras atividades de telecomunicações 44.870
Agências de viagens e operadores turísticos 62.257
29
Serviços de reservas e outros serviços de turismo não 
especificados anteriormente 2.975
21-Aloj Comunic Total 3.702.656
Fabricação de móveis 10.009
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos 4.216
Hotéis e similares 273.997
Outros tipos de alojamento não especificados anteriormente 19.558
Restaurantes e outros serviços de alimentação e bebidas 998.327
Serviços de catering, bufê e outros serviços de comida 
preparada 11.229
Atividades cinematográficas, produção de vídeos e de 
programas de televisão 12.476
Atividades de rádio 36.597
Atividades de televisão 53.501
Outras atividades de prestação de serviços de informação 1.288
Atividades fotográficas e similares 17.931
Aluguel de objetos pessoais e domésticos 27.156
Atividades de limpeza 683.177
Outras atividades de serviços prestados principalmente às 
empresas 31.422
Seguridade social obrigatória 43.005
Outras atividades de ensino 4.607
Atividades de assistência a idosos, deficientes físicos, 
imunodeprimidos e convalescentes, e de infra-est e apoio a 
pac prest em res c
24.990
Atividades de assistência psicossocial e à saúde a portadores 
de distúrbios psíquicos, deficiência mental e dependência 
química
10.723
Atividades de assistência social prestadas em residências 
coletivas e particulares 47.187
Serviços de assistência social sem alojamento 97.450
Atividades artísticas, criativas e de espetáculos 15.486
Atividades ligadas ao patrimônio cultural e ambiental 6.832
Atividades de exploração de jogos de azar e apostas 1.894
Atividades esportivas 134.991
Atividades de recreação e lazer 40.891
Atividades de organizações associativas patronais, 
empresariais e profissionais 72.787
Atividades de organizações sindicais 145.781
Atividades de associações de defesa de direitos sociais 368.496
Atividades de organizações associativas não especificadas 
anteriormente 306.569
Outras atividades de serviços pessoais 194.137
Serviços domésticos 5.946
22-Médicos Odontológicos Vet Total 1.475.324
Atividades veterinárias 5.112
Atividades de atendimento hospitalar 899.458
Serviços móveis de atendimento a urgências e de remoção de 
pacientes 4.500
Atividades de atenção ambulatorial executadas por médicos e 
odontólogos 221.130
Atividades de serviços de complementação diagnóstica e 151.767
30
terapêutica
Atividades de profissionais da área de saúde, exceto médicos 
e odontólogos 68.013
Atividades de apoio à gestão de saúde 26.175
Atividades de atenção à saúde humana não especificadas 
anteriormente 86.791
Atividades de assistência a idosos, deficientes físicos, 
imunodeprimidos e convalescentes, e de infra-est e apoio a 
pac
12.378
23-Ensino Total 1.505.000
Educação infantil e ensino fundamental 441.254
Ensino médio 133.201
Educação superior 610.387
Educação profissional de nível técnico e tecnológico 61.530
Outras atividades de ensino 258.628
24-Administração Pública Total 8.923.380
Administração do estado e da política econômica e social 7.949.430
Serviços coletivos prestados pela administração pública 973.950
05- AGROPECUÁRIA Total 1.409.597
25-Agricultura Total 1.409.597
Produção de lavouras temporárias 409.325
Horticultura e floricultura 41.688
Produção de lavouras permanentes 243.299
Produção de sementes e mudas certificadas 12.198
Pecuária 480.744
Atividades de apoio à agricultura e à pecuária 115.822
Caça e serviços relacionados 16
Produção florestal - florestas plantadas 69.474
Produção florestal - florestas nativas 7.160
Pesca 7.825
Aqüicultura 9.445
Atividades paisagísticas 12.601
Total Total 44.068.355
31
Porcentagem de Trabalhadores em relação a população residente
1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997
Indústria 4,27% 4,76% 4,57% 4,50% 4,64% 4,09% 3,78% 3,46% 3,45% 3,68% 3,48% 3,36% 3,21%
Construção 0,65% 0,74% 0,70% 0,75% 0,76% 0,66% 0,66% 0,61% 0,59% 0,73% 0,70% 0,71% 0,73%
Comércio 1,98% 2,14% 2,12% 2,14% 2,22% 2,06% 1,92% 1,78% 1,82% 2,11% 2,16% 2,21% 2,29%
Serviços 7,87% 8,10% 8,32% 8,49% 8,38% 7,75% 7,52% 7,22% 7,09% 7,57% 8,21% 8,21% 8,19%
Agricultura 0,25% 0,24% 0,22% 0,22% 0,27% 0,26% 0,25% 0,32% 0,34% 0,66% 0,65% 0,63% 0,62%
Total 15,01% 15,97% 15,92% 16,10% 16,26% 14,81% 14,13% 13,39% 13,29% 14,74% 15,21% 15,11% 15,04%
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
163.385.796 166.708.710 169.799.170 172.460.470 174.736.628 176.731.844 178.550.319 180.296.251 182.073.842 183.987.291 186.110.095 188.392.937 190.755.799
Indústria 2,94% 3,01% 3,11% 3,13% 3,23% 3,28% 3,58% 3,67% 3,91% 4,15% 4,24% 4,22% 4,46%
Construção 0,70% 0,63% 0,64% 0,66% 0,63% 0,59% 0,63% 0,69% 0,77% 0,88% 1,03% 1,13% 1,32%
Comércio 2,29% 2,36% 2,50% 2,60% 2,76% 2,90% 3,13% 3,33% 3,48% 3,72% 3,94% 4,08% 4,39%
Serviços 8,44% 8,37% 8,55% 8,75% 9,14% 9,26% 9,52% 10,01% 10,41% 10,94% 11,23% 11,68% 12,20%
Agricultura 0,62% 0,62% 0,63% 0,63% 0,65% 0,68% 0,73% 0,73% 0,75% 0,75% 0,76% 0,76% 0,74%
Total 14,98% 14,99% 15,45% 15,77% 16,42% 16,72% 17,59% 18,44% 19,31% 20,44% 21,19% 21,87% 23,10%
Fonte: RAIS/IPEA
População 
Residente
IBGE Gr Setor Total
01-Industria 314.95302-Construcao Civil 310.397
03-Comércio 375.445
04-Serviços 1.189.668
05-Agropecuaria, extr vegetal, caca e pesca 113.474
Total 2.303.937
Fonte: CAGED
Saldo das contratações e demissões
 No período de Jan/2011 a Mai/2012
Porcentagem de Trabalhadores por Grande Setor de Atividade
1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997
Indústria 27,64% 29,07% 27,85% 26,71% 27,02% 25,51% 24,12% 23,11% 22,44% 23,68% 22,67% 22,12% 21,33%
Construção 4,19% 4,53% 4,27% 4,45% 4,40% 4,14% 4,24% 4,06% 3,84% 4,67% 4,54% 4,70% 4,82%
Comércio 12,80% 13,04% 12,91% 12,71% 12,93% 12,84% 12,22% 11,87% 11,80% 13,57% 14,06% 14,53% 15,22%
Serviços 50,97% 49,44% 50,73% 50,38% 48,83% 48,37% 48,00% 48,21% 46,07% 48,77% 53,41% 54,09% 54,36%
Agricultura 1,63% 1,46% 1,34% 1,28% 1,58% 1,61% 1,59% 2,12% 2,19% 4,23% 4,24% 4,17% 4,14%
Total 97,23% 97,54% 97,10% 95,52% 94,76% 92,47% 90,16% 89,37% 86,34% 94,91% 98,92% 99,61% 99,88%
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Indústria 19,63% 20,06% 20,15% 19,83% 19,67% 19,62% 20,36% 19,93% 20,26% 20,29% 20,01% 19,31% 19,29%
Construção 4,64% 4,19% 4,17% 4,17% 3,86% 3,55% 3,56% 3,75% 3,96% 4,30% 4,85% 5,17% 5,69%
Comércio 15,28% 15,76% 16,21% 16,50% 16,83% 17,33% 17,79% 18,07% 18,01% 18,19% 18,57% 18,67% 19,02%
Serviços 56,28% 55,84% 55,37% 55,51% 55,68% 55,41% 54,13% 54,32% 53,91% 53,54% 52,97% 53,39% 52,80%
Agricultura 4,13% 4,14% 4,09% 3,99% 3,97% 4,09% 4,16% 3,94% 3,86% 3,67% 3,60% 3,46% 3,20%
Total 99,97% 99,99% 99,99% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%
Fonte: RAIS
Porcentagem de Trabalhadores em relação a População Economicamente Ativa
1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001
PEA 65.977.197 66.944.596 70.055.469 69.583.474 71.634.612 73.284.362 77.243.166 77.467.473 80.400.976
Indústria 7,80% 7,76% 7,69% 7,58% 7,18% 6,56% 6,49% 6,82% 6,71%
Construção 1,37% 1,33% 1,54% 1,61% 1,62% 1,55% 1,36% 1,41% 1,41%
Comércio 4,01% 4,08% 4,77% 4,98% 5,12% 5,11% 5,10% 5,49% 5,58%
Serviços 16,28% 15,94% 18,11% 18,52% 18,29% 18,81% 18,07% 18,75% 18,77%
Agricultura 0,71% 0,76% 1,44% 1,43% 1,39% 1,38% 1,34% 1,38% 1,35%
Total 30,17% 29,88% 33,54% 34,11% 33,61% 33,41% 32,35% 33,86% 33,82%
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
PEA 83.079.896 84.684.123 86.985.753 89.529.881 90.549.690 91.757.699 93.325.283 95.380.900 93.504.659
Indústria 6,79% 6,85% 7,35% 7,40% 7,87% 8,32% 8,46% 8,34% 9,09%
Construção 1,33% 1,24% 1,29% 1,39% 1,54% 1,76% 2,05% 2,24% 2,68%
Comércio 5,81% 6,05% 6,42% 6,71% 6,99% 7,46% 7,85% 8,07% 8,96%
Serviços 19,22% 19,33% 19,54% 20,17% 20,93% 21,94% 22,39% 23,06% 24,88%
Agricultura 1,37% 1,43% 1,50% 1,46% 1,50% 1,51% 1,52% 1,50% 1,51%
Total 34,53% 34,89% 36,11% 37,13% 38,82% 40,99% 42,26% 43,20% 47,13%
Fonte: RAIS/IPEA

Outros materiais