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03 - Interações entre espécies

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Tipos de interações 
Nenhuma das populações é afetada pela 
associação. 
Benefício mútuo de ambos os seres vivos, ou de 
apenas um deles, sem o prejuízo do outro = 
relações harmônicas ou positivas. 
Prejuízo de um de seus participantes em benefício 
do outro = relações desarmônicas ou negativas. 
 
Interações INTRAespecíficas e INTERespecíficas. 
Interações intraespecíficas 
 
 Sociedades 
 Colônias 
 
 
 Competição 
 Canibalismo 
+ 
- 
Sociedades 
Sem ligação anatômica - Com divisão de trabalho. 
Colônias 
Quando as colônias são constituídas 
por organismos que apresentam a 
mesma forma, não ocorre divisão de 
trabalho. 
Todos os indivíduos são iguais e 
executam todas as funções vitais. 
Ligação anatômica - 
Podem ou não apresentar divisão de trabalho. 
Colônias 
Physalia physalis (caravela) 
 
4 tipos de pólipos: 
 um pneumatóforo transformado numa 
vesícula cheia de ar; 
 os dactilozoóides que formam os 
tentáculos; 
 os gastrozoóides que formam os 
"estômagos" da colónia; e 
 os gonozoóides que produzem os 
gametas para a reprodução. 
Quando as colônias são formadas 
por indivíduos com formas e 
funções distintas, ocorre uma 
divisão de trabalho. 
Competição 
Definição… 
Interação entre indivíduos da mesma espécie provocada por 
uma necessidade comum de um recurso e que leva à redução 
da sobrevivência, crescimento e/ou reprodução de pelo 
menos alguns dos indivíduos envolvidos. 
 
Tipos de competição 
1) Exploração 
Indivíduos não interagem diretamente. 
Respondem ao nível do recurso. 
Só pode ocorrer se a quantidade de recurso é limitada. 
 
2) Interferência 
Indivíduos interagem diretamente. 
Um indivíduo pode impedir o outro de acessar o recurso. 
Acontece quando a quantidade de recurso é ilimitada. 
 
Efeitos da Competição intra-específica 
Pode ser bastante unilateral, sendo que o efeito final 
de competição não é igual para todos os indivíduos: 
os competidores mais fracos contribuirão pouco para 
a próxima geração e os competidores mais fortes 
podem ter sua contribuição apenas pouco afetada. 
Efeitos da Competição intra-específica 
Uma maior competição aumenta o grau de desigualdade de 
tamanhos dentro da população, isto é, o grau em que a 
biomassa total se distribui entre os diferentes indivíduos. 
Assim, a competição intra-específica é uma força que afeta os 
indivíduos, embora seus efeitos possam, muitas vezes, serem 
detectados na população como um todo. 
Pode-se dizer que a competição intra-específica não só é capaz 
de exagerar diferenças individuais, mas também é fortemente 
afetada por tais diferenças. 
 
Efeitos da Competição intra-específica 
São dependentes da densidade: o efeito sobre o indivíduo será maior quanto 
mais competidores houver. 
 
Pode conduzir à mortalidade e/ou fecundidade dependente da densidade, o 
que indica que a taxa de mortalidade cresce e/ou a taxa de natalidade 
decresce à medida que a densidade aumenta. 
Efeitos da Competição intra-específica 
Ao atuar sobre as taxas de natalidade e mortalidade, a 
competição intra-específica pode regular as populações até 
uma densidade estável, em que a taxa de natalidade é igual à 
taxa de mortalidade. 
 
Essa densidade é conhecida como capacidade de suporte (K) e 
representa o tamanho da população que os recursos do 
ambiente podem exatamente “suportar” sem uma tendência 
de aumento ou redução. 
 
Canibalismo 
ODUM (2008) 
Interações interespecíficas 
ODUM (2008) 
Interações interespecíficas 
Neutralismo 
0 0 
Comensalismo 
+ 0 
Amensalismo 
- 0 
Coevolução 
Evolução conjunta de duas ou + espécies não 
intercruzantes que têm uma estreita relação 
ecológica. 
Como há pressões seletivas recíprocas, a evolução de 
uma espécie depende, em parte, da evolução da 
outra. 
Predação, Herbivoria e 
Parasitismo 
(+ -) 
Interações consumidor-recurso. 
 
Efeitos negativos para crescimento e 
sobrevivência de uma população e positivos e 
benéficos para a outra. 
 
 
Os predadores têm adaptações para 
explorar suas presas. 
 
Predação 
Forma & Função 
 
As presas têm adaptações para escapar de 
seus predadores. 
 
Predação 
Forma & Função 
 
O papel da seleção natural… 
Conduz a redução dos efeitos prejudiciais… pois a severa 
redução da população da presa/hospedeiro pode conduzir à 
extinção de uma ou ambas as populações. 
 
Muita predação e muito parasitismo é observado quando a 
interação é de origem recente (mudanças súbitas no 
ambiente). 
 
A longo prazo as interações parasita-hospedeiro ou predador-
presa tendem a evoluir para a coexistência. 
Adaptações contra predação 
Mimetismo: é uma forma de adaptação em que muitas espécies 
se tornam semelhantes a outras, obtendo algumas vantagens 
em virtude disso. 
 
Camuflagem: é uma forma de adaptação pela qual uma espécie 
procura se confundir com o ambiente. 
 
Aposematismo: trata-se de espécies que exibem cores de 
advertência, cores vivas e marcantes para afastar seus possíveis 
predadores, que já a reconhecem pelo gosto desagradável ou 
pelos venenos que possui. 
Mimetismo 
Um único padrão de cor é adotado por diversas espécies impalatáveis. 
O aprendizado dos predadores é mais eficiente porque a experiência ruim de 
um predador com uma espécie confere proteção a todos os outros membros 
do complexo mimético. 
Camuflagem 
Aposematismo 
Para fixar… 
 Camuflagem: Presas palatáveis. 
 
 
 Aposematismo: Presas não palatáveis. 
 
 
 Mimetismo: Presas palatáveis (batesiano) e não 
palatáveis (mulleriano). 
Herbivoria 
Herbívoros = forte pressão sobre plantas. 
Plantas produzem compostos 2ários para defesa 
(compostos tóxicos e/ou tanino – planta impalatável) 
Herbívoros apresentam alterações em seu metabolismo 
genético ou fisiológico. 
 
Herbívoros e Plantas coevoluem nessa “corrida 
armamentista” para a sobrevivência. 
Ectoparasitas e Endoparasitas – consomem partes de uma 
presa viva. 
Parasitas 
Parasitóides Spp. de vespas e moscas 
Predadores 
Parasitas 
Residem dentro do hospedeiro 
Matam o hospedeiro 
Alelopatia 
Quando uma população produz substâncias que volatilizadas, lixiviadas, 
exsudadas ou decompostas inibem/afetam a germinação ou o crescimento e 
desenvolvimento de outras plantas 
 
Pinus sp. Eucalyptus sp. 
Alelopatia 
Salvia sp. 
Artemisia sp. 
Amensalismo 
0- 
Maré vermelha 
Dinoflagelados 
Reprodução “explosiva” 
Acúmulo de toxinas 
Mortalidade de várias spp. 
Penicillium spp. Penicilina 
Interações Negativas 
Interações predador/presa e parasita/hospedeiro tendem 
a se tornar menos negativas ao longo do tempo… 
 
Característica de “prudência” – não superexplorar presas 
e hospedeiros para não extinguir ambas as spp. 
envolvidas na interação. 
 
Vírus 
Seleção favorece linhagem menos virulenta… Caso 
contrário, parasitos e hospedeiros seriam extintos. 
Competição interespecífica 
Definição… 
 “Indivíduos de uma espécie sofrem redução na 
fecundidade, crescimento ou sobrevivência como 
resultado da exploração de recursos ou interferência de 
indivíduos de uma outra espécie”. 
 
Implicação biológica... 
 Essa competição afeta a dinâmica de populações de 
espécies competidoras, que, por sua vez, pode 
influenciar nas distribuições de espécies e sua evolução. 
 
A competição interespecífica é muitas vezes altamente 
assimétrica... com consequências diferentes para 
ambas as espécies. 
continuum 
Simétrica Assimétrica 
capacidade 
diferencial 
das espécies 
capacidade 
similar 
das espécies 
Nicho: fundamental e realizado 
O nicho fundamental de uma espécie é a combinação das 
condições e recursos que a permitem existir, crescer e 
reproduzir, quando considerada isoladamente de qualquer 
outra espécie que possa prejudicar sua existência. 
 
O nicho realizado de uma espécie é a combinação das 
condições e recursos que permitem a espécie existir, crescer e 
se reproduzir napresença de outras espécies, que podem 
prejudicar sua existência – principalmente competidores 
interespecíficos. 
Espécies em competição podem 
coexistir? 
Em locais que satisfaçam às necessidades do nicho 
fundamental de uma espécie, esta pode ser excluída por 
outra, melhor competidora, que nega a ela um nicho 
realizado. 
 
Se duas espécies competidoras coexistem em uma 
ambiente estável, então elas o fazem como 
consequência da diferenciação de nichos, isto é, 
diferenciação de seus nichos realizados. 
Parus caeruleus 
Parus major 
Parus palustris 
Parus montanus 
Parus ater 
Bicos, alimento nos ramos/folhas, nidificam em buracos → competição 
Detalhes ecológicos: tamanho dos insetos consumidos, local exato de 
nidificação → coexistência 
Formigas e roedores granívoros em desertos dos EUA 
Há sobreposição de tamanho de 
sementes consumidas 
 
O consumo diferenciado permite a 
coexistência das espécies. 
 
Vale lembrar que… 
A competição pode (e de fato ocorre!) entre 
grupos maiores de espécies do que somente 
um par → competição difusa. 
 
A competição pode ocorrer entre espécies 
completamente não aparentadas. 
Princípio da exclusão competitiva 
Paramecium caudatum, P. aurelia e P. bursaria 
 
 
E se não existir tal diferenciação? 
Então um dos competidores irá eliminar ou excluir o outro. 
É importante considerar também as situações sob as quais as 
espécies coexistem… 
E as distribuições agregadas? 
Permitem a coexistência de um 
competidor superior e um inferior. 
Garantem que a maioria dos 
indivíduos compete com os 
membros de sua própria espécie 
Interações Positivas 
Podem ser consideradas em uma sequência 
evolutiva: 
 Comensalismo: apenas uma população se 
beneficia. 
 Protocooperação: ambas as populações se 
beneficiam. 
 Mutualismo: ambas as populações se 
beneficiam e tornam-se completamente 
dependentes uma da outra. 
Comensalismo 
+ 0 
Protocooperação 
Mutualismo 
Leguminosas e Bactérias 
Micorrizas: fungos + raízes 
Hifas não 
penetram 
nas células 
vegetais 
Hifas 
penetram 
nas células 
vegetais 
Líquens: Algas unicelulares + 
fungos 
Cupins e Protozoários 
Ruminantes e Microrganismos 
Fermentação 
Mariposa-da-iúca e Iúca 
O que fica disso tudo? 
As comunidades não são estruturadas por um 
único processo biológico, 
sendo as condições abióticas também 
importantes e modeladoras, visto sua 
frequente interferência nos processos 
biológicos. 
Referências 
GOTELLI, N. J. 2007. Ecologia. Londrina: Editora Planta. 
260p. 
 
ODUM, E. P. & BARRETT, G. W. 2008. Fundamentos de 
Ecologia. São Paulo: Cangage Learning. 612p. 
 
RICKLEFS. R. E. 2009. A economia da natureza. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan. 503p.

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