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Art. 5º da Constituição comentado

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Análise e síntese dos 78 incisos do artigo 5º da 
Constituição Federal do Brasil e de suas 
principais idéias, feita por Kamila Venuto de 
Souza e Gabriel Freitas Angst.
Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no 
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
O artigo 5º trata dos direitos e deveres individuais e coletivos que são objeto dos incisos I ao 
LXXVIII e parágrafos. Estes são, em suma, os princípios fundamentais hoje genericamente 
denominados Direitos Humanos.
O Caput do artigo 5º garante o princípio da isonomia, assegurando aos brasileiros (natos e 
naturalizados) e aos estrangeiros residentes no país os direitos nele elencados (há autores que 
afirmam que os turistas também têm os direitos do artigo 5º, e o caput desse artigo estaria com 
falha de construção; há também quem diga que a Constituição quis dizer isso mesmo, e os turistas 
seriam protegidos por tratados internacionais [{§3º} Leonardo Martins]. O princípio da isonomia é 
um princípio jurídico informador de toda a ordem constitucional. A igualdade pode ser formal ou 
material. Fala-se em igualdade formal [perante a lei] quando todos são tratados da mesma 
maneira (igualdade perante a lei), e em igualdade material [real; na lei] quando os mais fracos 
recebem um tratamento especial no intuito de se aproximar aos mais fortes.
O termo igualdade pode ser interpretado de duas formas: 1. a primeira no 
sentido de dar aos cidadãos as mesmas regras (“todos são iguais perante à Lei”) – 
sentido de “Igualdade Formal”; 2. o segundo no sentido de conceder a cada cidadão 
a devida norma, prezando por suas diferenças e igualdades (Conceito Aristotélico de 
justiça ) – sendo este no sentido de “Igualdade Material”.
“A legislação não pode diferenciar de forma arbitrária os indivíduos, para tanto considera-se 
três finalidades fundamentais: 1º - A limitação do legislador - O legislador está obrigado no 
exercício de sua função legislativa a respeitar o principio da igualdade não podendo por meio de 
leis diferenciar abusivamente e até mesmo arbitrariamente as pessoas; 2º - Limitação ao 
intérprete - Diz respeito principalmente à autoridade pública. Podemos citar como exemplo a 
limitação ao poder judiciário quando tribunais diferentes ao aplicar a mesma lei a fatos idênticos 
dão diversas interpretações aos casos concretos, neste caso caberá recurso especial para o STJ 
garantir o principio da igualdade; 3º - Limitação aos particulares - Os particulares em suas 
relações devem respeitar o princípio da igualdade, impedindo que façam discriminações abusivas, 
para tanto poderão responder pelos seus atos, como por exemplo: responder por danos morais ou 
constrangimento ilegal, etc”.
São características dos direitos fundamentais:
a) historicidade: tiveram origem no Cristianismo;
b) universalidade: são destinados a todos os seres humanos;
c) limitabilidade: não são absolutos. Dois direitos fundamentais podem se chocar, hipótese 
em que o exercício de um implicará a invasão do âmbito de proteção de outro. Nesse caso, exige-
se um regime de cedência recíproca;
d) concorrência: podem ser “acumulados” (um mesmo titular pode ter diversos direitos);
e) irrenunciabilidade: os indivíduos não podem dispor desses direitos;
f) inalienabilidade;
g) imprescritibilidade: não há perda pelo não-exercício;
Direito Constitucional: Artigo 5º
Página 1
É preciso lembrar que os direitos fundamentais não são apenas os numerados pelo Título II 
da Constituição, podendo ser encontrados esparsamente. E, por fim, não esquecer que, segundo o 
artigo 60, §4º da Constituição Federal, todos os direitos e garantias individuais (o artigo 5º por 
completo) são cláusulas pétreas, sem prejuízo das demais enumeradas.
Completa ainda o caput a garantia da inviolabilidade do direito à vida (o Estado deverá 
promover todas as ações necessárias à saúde das pessoas, criando e mantendo hospitais, por 
exemplo), o princípio da liberdade, o princípio do direito à segurança (segurança contra assaltos, 
contra o desemprego, etc.) e o direito à propriedade, onde a Constituição fornece alicerces para o 
desenvolvimento econômico e social do país.
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos 
desta Constituição;
Também faz parte do princípio da igualdade. Reforça o princípio da isonomia, no qual todos 
são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza, mas dessa vez com enfoque na 
igualdade entre os sexos.
Com relação a esse princípio, ele é baseado no artigo 3º, IV (afastamento de qualquer forma 
de discriminação) e firma, por exemplo, o artigo 7º, XXX (proibição da diferença de salários para a 
mesma função, por motivos de sexo, idade, cor ou estado civil). Nota-se influências também no 
artigo 5º, XLVIII.
II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão 
em virtude de lei;
Vê-se aqui a enunciação de um princípio basilar do Estado de Direito: o Princípio da 
Legalidade, ou seja, somente a letra da lei pode impor obrigações ou dispensas. 
Alguns atos administrativos, no entanto, possuem força de lei quando nos obrigam à 
determinados procedimentos (apresentar determinados documentos pessoais, requerimentos, ou 
então obedecer a regulamentos de órgãos públicos). Embora determinados atos administrativos, 
como decretos e portarias, também obriguem os cidadãos, em última análise, isto só é possível 
porque alguma lei permite.
III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou 
degradante; 
Decorre do direito à vida. A lei 9.455/97 define em seu artigo 1º o que é tortura:
“Art. 1º Constitui crime de tortura:
 I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe 
sofrimento físico ou mental:
 a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira 
pessoa;
 b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
 c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
 II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência 
ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo 
pessoal ou medida de caráter preventivo.”
Direito Constitucional: Artigo 5º
Página 2
Tratamento degradante é o que humilha e diminui a pessoa diante dos olhos dos outros, e 
dos próprios olhos. Tratamento desumano é o aplicado com intenso sofrimento físico ou mental, 
sem que tenha um propósito claro, sem haver uma motivação aparente.
As garantias trazidas no inciso III do artigo 5º são valores individuais superiores a qualquer 
interesse coletivo.
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
A liberdade manifestação constitui um direito fundamental do cidadão, manifestação esta que 
se externa de diversas formas – oralmente, por escrito, entre outras. Porém, tais liberdades 
públicas não se dão de maneira absoluta e incondicionada, havendo limites que impossibilitam 
manifestações de conteúdo imoral e que venham a implicar qualquer ilicitude. Além disso, é 
vedado o seu anonimato, cuja finalidade consiste em prevenir mensagens apócrifas (suposta, 
secreta); de cunho calunioso, injurioso, difamatório. A vedação ao anonimato, nada mais é do que 
uma garantia à incolumidade dos direitos de personalidade como a honra, a vida privada, a 
imagem e a intimidade, visando desta maneira, inibir o abuso cometido no exercício de manifestar 
seu pensamento e sua possível responsabilização, “a posteriori”, civil ou criminal.
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, alémda 
indenização por dano material, moral ou à imagem;
Esse inciso está relacionado com a atividade da imprensa e com os limites à liberdade de 
expressão. Resposta proporcional ao agravo seria, por exemplo, “publicação de resposta ou 
retificação na mesma página de veículo impresso, com destaque, dimensões (...) idênticos ao 
escrito ofensivo e em edição com tiragem normal” (art. 20, §1º, Nova lei de imprensa).
Direito Constitucional: Artigo 5º
Página 3
Importante observar também a previsão de indenização por dano material (lesão concreta 
que afeta um interesse relativo ao patrimônio da vítima), moral (O dano moral é aquele que traz 
como conseqüência ofensa à honra, ao afeto, à liberdade, à profissão, ao respeito, à psique, à 
saúde, ao nome, ao crédito, ao bem estar e à vida, sem necessidade de ocorrência de prejuízo 
econômico) e dano à imagem (aqueles que denigrem, através da exposição indevida, não 
autorizada ou reprovável, a imagem das pessoas físicas, bem como a utilização indevida do 
conjunto de elementos como marca, logotipo ou insígnia, entre outros, das pessoas jurídicas).
A imagem pode ser de dois tipos: a “retrato”, que é literalmente o aspecto físico da pessoa; e 
a “atributo”, que corresponde à exteriorização da personalidade do indivíduo, a forma como a 
pessoa é vista socialmente. Quanto à sua violação, tanto a sua utilização indevida quanto o desvio 
de finalidade de seu uso autorizado caracterizam-na.
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo 
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma 
de lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
A Constituição Federal de 1988 consagra como direito fundamental a liberdade de religião, 
prescrevendo que o Brasil é um país laico. Com essa afirmação se quer dizer que, consoante a 
vigente Carta Magna, o Estado deve se preocupar em proporcionar a seus cidadãos um clima de 
perfeita compreensão religiosa (regime de tolerância), abolindo a intransigência e o fanatismo. 
Deve existir uma divisão muito acentuada entre o Estado e a Igreja (religiões em geral), para que 
possa ser garantido o livre exercício de todas as religiões.
A Constituição assegura a todos escolher livremente a crença e a ideologia política ou 
filosófica que quiserem. É a chamada liberdade interna, também conhecida por liberdade 
subjetiva ou liberdade moral. Quando esse direito se exterioriza, com a expressão da crença 
através do culto, por exemplo, estamos diante da liberdade objetiva, que também é resguardada 
pelo Estado. Evidentemente esta liberdade não é absoluta: pela interpretação sistemática, ela se 
mantém até onde inicia a liberdade do outro. Não se pode, por exemplo, fazer pregações às duas 
horas da manhã, pois isso interfere no direito de intimidade e privacidade do outro.
Outro ponto relevante do atual texto constitucional é o afastamento de consciência e crença, 
para se protegerem ambas. É, esta sem dúvida, a melhor técnica, pois a liberdade de consciência 
não se confunde com a de crença. Em primeiro lugar, porque uma consciência livre pode 
determinar-se no sentido de não ter crença alguma — por exemplo, a liberdade de consciência de 
ateus e agnósticos (doutrina que declara o espírito humano incompetente para conhecer o 
absoluto), a que é dada proteção jurídica. Em segundo, a liberdade de consciência pode apontar 
para uma adesão a certos valores morais e espirituais que não passam por sistema religioso algum. 
Exemplo disto são os movimentos pacifistas que, embora tendo por centro um apego à paz e o 
banimento da guerra, não implicam uma fé religiosa própria. 
Assim, o inciso VI, do art. 5º traz uma garantia imprescindível em relação aos assuntos 
concernentes à religião, corolário de tempos de intolerância e desrespeito religioso. 
Direito Constitucional: Artigo 5º
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VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência 
religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
Garantia ao cidadão do direito de assistência religiosa em entidade civis, como por exemplo 
nos hospitais, e militares, além de garantir o acesso dos religiosos, às dependências internas dos 
referidos estabelecimentos, mediante identificação, quando solicitado.
VIII - ninguém será privado de direitos por motivos de crença religiosa 
ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-
se de obrigações legais a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação 
alternativa, fixada em lei;
É comum, no caso de algumas religiões, alegar-se escusa de consciência (proibição do 
exercício de alguma atividade em virtude da opção religiosa) para a dispensa do serviço militar, 
obrigatório para todas as pessoas do sexo masculino com 18 anos de idade.
Nesses casos, deve então a autoridade competente conceder uma prestação alternativa 
(fixada em lei), aonde, ao invés do treinamento militar, que contraria determinada religião, o 
indivíduo preste algum outro serviço (p.ex. serviços comunitários, execução de serviços bancários, 
etc.). Assim, dada a garantia constitucional, o cidadão deve cumprir o dever alternado, sob pena de 
perder seus direitos políticos e deixar de ser um cidadão, isto é, não poderá mais votar ou ser 
votado em uma eleição – o que em um pais democrático como o Brasil é algo muito grave.
Um cuidado se deve ter: só se pode alegar escusa de consciência quando a obrigação legal a 
todos imposta permitir uma prestação alternativa, ou seja, quando esta estiver prevista em lei. 
Caso contrário, ela não poderá ser alegada. Quem presencia um crime, por exemplo, não pode 
dizer ao juiz que não pode testemunhas por razões de consciência – não há ato que substitua o 
depoimento dessa pessoa e, portanto, não há prestação alternativa que possa ser aplicada, 
acarretando ao individuo a perda de seus direitos políticos.
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica 
e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
Eis o direito de liberdade de expressão intelectual, artística, científica e de comunicação. A 
liberdade não pode ser interpretada de forma extrema, “encontrando a sua justa medida de 
contenção na esfera jurídica do outro”.
Conforme julgado de HC do STF, as liberdades públicas não são incondicionadas, de forma 
que devem ser exercidas de maneira harmônica, observados os limites definidos na própria 
Constituição (CF, art. 5º, primeira parte do §2º). Assim, “o preceito fundamental de liberdade de 
expressão não consagra o “direito à incitação ao racismo“, dado que um direito individual não pode 
constituir-se em salvaguarda de condutas ilícitas, como sucede com os delitos contra a honra.” há 
“prevalência dos princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade jurídica”.
Esse inciso também veda expressamente a censura, de forma que, “pacífico está que a 
censura foi definitivamente abolida do nosso sistema legal”.
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação; 
Nos dias de hoje, onde a tecnologia faz com que a informação prepondere, as Cartas 
Políticas vêm buscando proteger o cidadão de devidas intromissões, impedindo a invasão à área 
intangível de sua personalidade, no que diz respeito ao direto de privacidade, protegendo os bens 
jurídicos da intimidade, da vida privada, da honra, da imagem e, até mesmo, o que se tem 
denominado de “direito de estar só” (não ser invadido na personalidade).
O inciso X, do art. 5º, oferece guarida ao direito à reserva da intimidade, assim como ao 
da vida privada. Consiste na faculdade que tem cada individuo de obstara intromissão de 
estranhos na vida privada e familiar, assim como de impedir-lhes o acesso a dados sobre a 
privacidade de cada um, e também de impedir que sejam divulgadas informações sobre esta área 
de manifestação existencial do ser humano.
Assim, o homem detém direitos sobre si e sobre suas projeções na sociedade, em categoria 
jurídica, permitindo a manutenção e desenvolvimento de suas potencialidades individuais e sociais, 
na consecução das respectivas metas e contínuo aperfeiçoamento. De conseguinte, a lesão 
Direito Constitucional: Artigo 5º
Página 5
provocada "contra ius" à esfera de outrem, tem-se a noção de dano no âmbito jurídico, que pode 
ser material ou moral, conforme o efeito produzido no ofendido. 
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo 
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito 
ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação 
judicial;
Esse artigo consagra a inviolabilidade do domicílio. Porém, a terminologia “casa” é mais 
ampla que domicílio, razão pela qual foi utilizada na Constituição. Ela é inviolável, de forma que 
ninguém pode entrar nem sem consentimento do morador, salvas as hipóteses de flagrante delito, 
desastre, prestação de socorro e por determinação legal, durante o dia. Nos casos de urgência, 
como estado de flagrância, é permitida a entra mesmo no período noturno (inclusive afasta a 
exigência de mandado judicial).
Deve se considerar casa como o próprio imóvel que serve para residência do indivíduo. Os 
trailers que servem como residência estão protegidos. Segundo o STF, o conceito de “casa” 
abrange:
a) qualquer compartimento habitado;
b) qualquer aposento ocupado de habitação coletiva;
c) qualquer compartimento privado onde alguém exerce profissão ou atividade (área interna 
não acessível ao público);
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último 
caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer 
para fins de investigação criminal ou instrução no processo penal; 
Direito Constitucional: Artigo 5º
Página 6
O direito assegurado neste inciso é reflexo do direito de intimidade. A inviolabilidade das 
correspondências e demais comunicações telegráficas é absoluta, mas a das comunicações 
telefônicas não, sendo permitido colocar escutas e gravar conversas telefônicas, desde que haja 
ordem judicial neste sentido ou quando feita por um dos interlocutores da conversa (excludente de 
antijuricidade), e apenas com finalidade de investigação criminal ou de instrução no processo 
penal. 
A garantia que a Constituição dá, até que a lei o defina, não distingue o telefone público do 
particular, ainda que instalado no interior de presídio, pois o bem jurídico protegido é a privacidade 
das pessoas, prerrogativa dogmática de todos os cidadãos. 
É importante notar que a redação do inciso XII é restritiva, ou seja, pelo que é descrito no 
texto legal, não é permitida a escuta telefônica, por exemplo, para instruir um processo civil. 
Assim, cabe apenas para “... fins de investigação criminal ou instrução no processo penal.”.
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, 
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
É a garantia a liberdade para exercício de qualquer profissão ou ofício, vedando ao Estado a 
limitação laboral, de forma que todos possam se orientar por suas vocações, desejos e 
necessidades, mas desde que a opção não revele transgressão a qualquer norma proibitiva.
A importância dessa norma é que ela assegura que não é o Estado que determina a profissão, 
mas o homem e as suas aptidões, necessidades e conveniências.
XIV - é assegurado a todos o acesso a informação e a resguardo de sigilo 
da fonte, quando necessário ao exercício profissional; 
A Constituição assegura dois princípios no inciso XIV do art. 5º: o da informação e do 
sigilo da fonte. 
O direito de informação contém um tríplice alcance: direito de informar, o de se 
informar e o de ser informado. Tal garantia, quando violada, possui uma ação especifica para 
proteger os indivíduos: o habeas data.
Direito Constitucional: Artigo 5º
Página 7
Já o resguardo da segunda garantia abordada no inciso, vem com a necessidade do 
exercício da atividade jornalística. O sigilo da fonte é indispensável para o êxito de certas 
investigações jornalísticas, permitindo a ampla apuração dos fatos comprometedores (direito 
regulamentado pela Lei n. 5.250/67, art. 71).
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo 
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair 
com seus bens;
Essa norma assegura o direito de locomoção a todas as pessoas, de livremente ir e vir no 
território nacional, em tempos de paz, sem qualquer limitação ou empecilho. Além da pessoa, vale 
também a garantia para os bens, desautorizando qualquer lei que impeça a livre circulação de bens 
legitimamente adquiridos.
Essa liberdade é garantida pelo Habeas Corpus.
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos 
ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem 
outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas 
exigido o aviso prévio à autoridade competente; 
As liberdades de expressão coletiva (pressupõem uma pluralidade de pessoas para 
ser exercido) são modalidades de direitos individuais (pertencem ao individuo), abrangendo o 
direito de reunião e o direito ou a liberdade de associação. No inciso XVI do art. 5º, apenas é 
tratado o direito de liberdade de reunião.
A liberdade de reunião deve ser entendida como o agrupamento de pessoas, 
organizado, de caráter transitório, com uma determinada finalidade. Em locais abertos ao 
público devem ser observados alguns requisitos: a) reunião pacifica, sem armas; b) fins lícitos; e 
c) aviso prévio à autoridade competente (atende a uma necessidade administrativa, sua 
finalidade é evitar a frustração de outra reunião previamente convocada para o mesmo local). É 
importante salientar que o aviso prévio não deve ser confundido com a autorização do Poder 
Público.
A reunião em locais fechados é garantida pelo Texto constitucional de forma implícita, 
podendo ser exercida de forma absoluta, sem exigência de aviso prévio à autoridade competente. 
O direito de passeata também é assegurado pela Constituição, pois nada mais é do que o 
exercício do direito de reunião em movimento.
Direito Constitucional: Artigo 5º
Página 8
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de 
caráter paramilitar;
Direito coletivo que se diferencia da liberdade de reunião pela duração e pela finalidade. A 
associação é uma reunião estável e permanente, que visa um fim comum.
Associação paramilitar é a que se destina ao treinamento de pessoas no manejo de armas, 
com objetivos ilícitos.
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas 
independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu 
funcionamento; 
O direito à livre associação constitui uma garantia básica de realização pessoal dos 
indivíduos na vida em sociedade. O direito à constituição de associações passa a ser livre e a 
personalidade jurídica adquire-se por mero ato de deposito dos estatutos, sendo vedada qualquer 
interferência estatal em seu funcionamento. Tal vedação, contudo, não é absoluta, pois se exige 
que a associação seja para fins lícitos, estando proibida, de qualquer forma, a que tenha caráter 
paramilitar (que possui as característicasde uma força militar; órgãos particulares que se 
estruturam de forma análoga às Forças Armadas).
No que toca à formação da cooperativa, a Constituição assegura a sua liberdade de 
criação, condicionando-a á observância do disposto na lei. Não é possível qualquer interferência 
estatal no funcionamento das cooperativas após terem sido legalmente constituídas. 
É mister destacar também que o inciso XVIII, configura-se como norma de eficácia 
contida, na medida em que esta sujeita a restrições a serem impostas pelo legislador ordinário 
que limitem sua eficácia e aplicabilidade. 
Direito Constitucional: Artigo 5º
Página 9
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter 
suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro 
caso, o trânsito em julgado;
A decretação de dissolução ou de suspensão de associações só poderá ser dada pelo Poder 
Judiciário, de forma que, se for o caso de dissolução (mais grave), deverá ter ocorrido o trânsito 
em julgado (quando não há mais recursos possíveis contra a decisão).
Dissolução é o término de uma associação, enquanto suspensão é uma paralisação 
temporária das atividades da associação.
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou permanecer associado; 
A hermenêutica constitucional deste inciso permite consagrar três garantias: o direito de 
adesão voluntária, sem autorização ou constrangimento, a uma associação; a faculdade de 
desvincular-se espontaneamente, também sem constrangimento ou independente de autorização; 
e, por fim de usufruir o status negativo de não se associar a nenhuma associação.
Em outras palavras, nenhuma pessoa física ou jurídica, está obrigada a associar-se, nem a 
se filiar, vincular-se ou prestar conta a outra pessoa jurídica de direito privado. Porém, o fato de 
se exigir a filiação de determinados profissionais aos respectivos Conselhos Regionais (CREA, 
OAB, CRM, CRC, etc.), sob pena de exercício ilegal da profissão, indica situação em que este 
inciso não é aplicado.
XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm 
legitimidade para representar seus filiados judicial ou 
extrajudicialmente;
Com autorização expressa dos filiados (como um mandado, por exemplo) uma associação 
tem legitimidade para mover um processo contra o Estado para obter benefícios que a eles façam 
jus, representando-os judicial ou extrajudicialmente. Um sindicato de trabalhadores, por exemplo, 
pode entrar, em nome de seus filiados, em negociação com o sindicato patronal para efetuar 
determinados acertos salariais (representação extrajudicial).
XXII – é garantido o direito de propriedade; 
Em termos constitucionais, o direito de propriedade abrange qualquer direito de 
conteúdo patrimonial, econômico, tudo que possa ser convertido em dinheiro, alcançando créditos 
e direitos pessoais. A utilização e o desfrute devem ser feitos de acordo com a conveniência 
social da utilização da coisa (função social da propriedade). O direito do dono deve ajustar-se 
aos interesses da sociedade e, em caso de conflito, o interesse social pode prevalecer sobre o 
individual (ex.: em razão da função social da propriedade é prevista pela CF a desapropriação, 
para fins de reforma agrária, de uma propriedade rural improdutiva, com pagamento de 
indenização em títulos de divida agrária). 
O direito de propriedade importa em duas garantias sucessivas:
Direito Constitucional: Artigo 5º
Página 10
a) garantia de conservação: ninguém pode ser privado de seus bens fora das 
hipóteses previstas na CF.
b) garantia de compensação: caso privado de seus bens, o proprietário tem o direito de 
receber a devida indenização, equivalente pelos prejuízos sofridos (desapropriação).
A garantia estende-se desde os bens imóveis (terrenos, casas, empresas, fazendas, 
etc.), aos bens móveis (veículos, jóias, objetos de arte), até os bens imateriais (direitos 
autorais, etc.). No entanto, essas garantias estão submissas aos preceitos restritivos previstos nos 
incisos seguintes. 
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
A propriedade poderá ser urbana ou rural. Assim, a função social da propriedade urbana será 
cumprida quando se atende às exigências do Plano Diretor (instrumento de política urbana) e, em 
relação às propriedades rurais, sua função social está definida no art. 186 da Constituição, quando 
define, por exemplo, que elas devem atender o aproveitamento racional e adequado.
XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por 
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa 
e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta 
Constituição; 
Desapropriação é a transferência compulsória da propriedade de um bem de uma 
determinada pessoa para o Estado, em razão da necessidade (desapropriação indispensável 
para a realização de uma atividade essencial do Estado) ou utilidade pública (embora não 
imprescindível, é conveniente para a realização de uma atividade estatal) ou interesse social 
(desapropriação conveniente para o progresso social, para o desenvolvimento da sociedade, em 
razão da justa distribuição da propriedade ou da adequação a sua função social).
A indenização consiste no pagamento de uma importância que recomponha o 
patrimônio da pessoa desapropriada. É justamente a indenização que distingue a desapropriação 
do mero confisco, da simples transferência da propriedade particular para o Estado, sem qualquer 
recomposição do patrimônio individual. A indenização deve atender determinadas exigências 
constitucionais para ser válida:
1. Justa: deve ser feita de forma integral, reparando todo o prejuízo sofrido pelo 
particular.
2. Prévia: o pagamento deve ser feito antes do ingresso na titularidade do bem
3. Em dinheiro: o pagamento deve ser feito em moeda corrente e não em títulos para 
pagamento futuro e de liquidez incerta, salvo disposto na lei.
Entretanto, para tais exigências existem algumas exceções, previstas ao final do inciso 
XXIV:
- Desapropriação para reforma urbana (desapropriação-sanção): o pagamento pode ser 
feito em títulos de divida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado 
Federal, com prazo de resgate de dez anos. 
- Desapropriação para reforma agrária: o pagamento pode ser feito em títulos de divida 
agrária, resgatáveis no prazo de até vinte anos. 
- Iminente perigo público (requisição): a CF autoriza que a autoridade pública utilize 
qualquer propriedade particular, mediante o pagamento de posterior indenização, se 
houver dano.
XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá 
usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização 
ulterior, se houver dano;
No caso desse inciso, o direito de posse da propriedade privada passará temporariamente 
para o Estado, mas não haverá alteração de domínio. Esta é uma previsão de restrição ao direito 
de propriedade (requisição administrativa ou utilização de propriedade alheia). É a utilização de 
bens ou serviços particulares coativamente pelo Poder Público, para a execução de obras, serviços 
ou atividades públicas ou de interesse público.
Direito Constitucional: Artigo 5º
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A requisição poderá implicar perda irrecuperável. Se houver dano, caberá indenização 
ulterior/posterior.
Embora o inciso preveja caso iminente de perigo público, há outras formas de requisição 
administrativa que são efetuadas sem a necessidade desse perigo presente, como nos casos da 
Justiça Eleitoral, que pode requisitar um prédio particular a fim de nele realizar as eleições, ou da 
Prefeitura Municipal, que pode requisitar a instalação de uma placa, com nome de rua, na parede 
do imóvel do particular.XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que 
trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de 
débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os 
meios de financiar o seu desenvolvimento; 
A pequena propriedade rural foi considerada bem de família, insuscetível de
penhora, ficando a salvo de execução por dividas decorrentes da atividade produtiva. 
A penhora é o ato judicial pelo qual são apreendidos os bens do devedor para que por 
eles seja pago ao credor o que lhe é devido. Assim, este inciso protege o pequeno agricultor que 
poderia perder sua propriedade em virtude do não-pagamento dos empréstimos que fez para o 
plantio. Destarte, para que a propriedade não seja objeto de penhora, ela deverá ser pequena e 
trabalhada pela família, além disso, a divida deverá ser contraída em função da atividade 
produtiva. O favor constante neste inciso não abrange dividas fiscais, pelo que poderá ser 
efetuada a penhora em decorrência do não-pagamento de tributos.
Diz ainda o legislador que o pequeno produtor rural deverá receber recursos previstos em 
lei que financiem o seu desenvolvimento. Trata-se de uma preocupação do constituinte com a 
fixação do pequeno produtor rural e sua família na terra em que trabalham.
XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, 
publicação ou reprodução de suas obras, transmissível
aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
O direito do autor de exploração exclusiva de sua obra é vitalício, conforme a lei 5988/73. 
Perdura também por toda a vida de seus herdeiros, se esses forem filhos, pais ou cônjuges. Os 
demais sucessores do autor gozarão de direito patrimonial pelo período de 60 anos. Esgotados os 
prazos, a obra cai no domínio público, de forma que seu uso passa a ser inteiramente livre.
XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à 
reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades 
desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que 
criarem ou de que participarem os criadores, aos intérpretes e às 
respectivas representações sindicais e associativas; 
No inciso XXVIII, alínea a, nota-se uma mistura generalizada de conceitos: direito 
autoral (obras coletivas) funde-se com direitos de personalidade (imagem e voz), que por sua vez 
desembocam no chamado direito de arena.
O direito de arena (previsto no final do dispositivo) consiste na faculdade, 
pertencente às entidades de prática desportiva, de negociar a imagem coletiva do espetáculo, e a 
obrigação que elas possuem de, salvo expresso em acordo em sentido contrário, repassar aos 
atletas um quinto do valor comercializado. Tal direito foi confirmado pela Lei 9.615/98 (Lei Pelé) 
como instituto exclusivo do Direito Desportivo. 
Já na alínea b do mesmo inciso, a Constituição vem assegurando direitos aos 
que contribuem para uma maior divulgação de obras intelectuais. São artistas, intérpretes e 
produtores, pessoas que participaram da elaboração de obras coletivas, como novelas e 
semelhantes. Assim, quem de alguma forma colaborou na composição de uma produção deverá 
ser contemplado com uma porcentagem no lucro sobre a obra.
XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio 
temporário para sua utilização, bem como proteção às criações 
Direito Constitucional: Artigo 5º
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industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros 
signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento 
tecnológico e econômico do País;
Esse é o direito de obter a patente de propriedade do invento, tendo-se o direito de sua 
utilização exclusiva, mas apenas temporariamente. A lei ordinária o regulará, de forma que ele não 
será perpétuo. É o “privilégio da invenção industrial”.
XXX – é garantido o direito de herança; 
Uma decorrência do direito de propriedade (a propriedade se perpetua através 
da herança), elevada à condição de direito constitucional, é a possibilidade da transferência dos 
bens de uma pessoa falecida a seus herdeiros e legatários. O direito das sucessões está 
regulamentado pelo Código Civil nos arts. 1784 a 2027.
Ao assegurar o direito de herança, a Constituição impede que o Estado se aproprie 
dos bens do falecido quando não forem encontrados herdeiros diretos logo após sua morte. Isso 
acontece principalmente em relação aos bens de pessoas idosas que não providenciaram um 
testamento, vivem sozinhos ou reclusos, não dando sinais de possuírem parentes próximos. 
Normalmente publicam-se editais em jornais de grande circulação, promove-se uma investigação 
da vida do falecido ate que se encontrem parentes habilitados a receberem seus bens. 
XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada 
pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, 
sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus;
Quando a sucessão incidir sobre bens do estrangeiro situados no Brasil, aplicar-se-á sempre a 
lei que for mais favorável aos filhos ou cônjuge brasileiros.
XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; 
Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou 
serviço como destinatário final. Equipara-se ao consumidor a coletividade de pessoas, ainda que de 
pessoas indetermináveis, que participe das relações de consumo, assim como as vitimas que 
tenham experimentado lesão em razão de anterior relação de consumo.
Em face da atual Constituição, para conciliar o fundamento da livre iniciativa e do principio 
da livre concorrência com os de defesa do consumidor e da redução das desigualdades sociais, em 
conformidade com os ditames da justiça social, pode o Estado regular a política de preços de bens 
e serviços, diante da abusividade decorrente do poder econômico que visa ao aumento arbitrário 
dos lucros.
Na esfera do Poder Legislativo o Estado deve formular normas que garantam sua 
proteção, atualmente vige a Lei n. 8.078/90; no âmbito do Poder Executivo, deve diligenciar 
para que sejam efetivadas políticas de atendimento e prevenção, inclusive por meio dos Procons; e 
na esfera do poder Judiciário, deve garantir ao lesado amplo acesso a Justiça, o que hoje é 
buscado por meio dos Juizados Especiais Civis e dos Juizados do Consumidor.
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de 
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão 
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas 
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do 
Estado;
O direito de acesso às informações públicas e privadas está protegido nesse inciso, a fim de 
que haja transparência dos atos administrativos. O inciso é regulamentado por uma lei, e o prazo é 
de 15 dias. É parte do princípio da publicidade administrativa.
A violação dessa regra é passível de impetração de mandado de segurança e, caso a caso a 
demora da administração cause prejuízo ao requerente, pode esse buscar reparação do prejuízo 
pela via judicial.
A ressalva da lei se orienta para os casos que seu sigilo são imprescindíveis à segurança da 
sociedade e do Estado. Porém, “A prática demonstra que há casos em que informações relevantes 
Direito Constitucional: Artigo 5º
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e à disposição de órgãos públicos são omitidas da sociedade, sob o argumento do sigilo, como é o 
caso de financiamentos feitos pelo banco federal de investimento”.
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou 
contra a ilegalidadeou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de 
direitos e esclarecimentos de situações de interesse pessoal; 
A petição – presente em todas as Constituições brasileiras - trata do direito pleitear, de 
formular pedidos para a Administração Pública em defesa de direitos próprios ou alheios, bem como 
de formular reclamações contra atos ilegais e abusivos cometidos por agentes do Estado. Pode ser 
exercido por qualquer pessoa, física ou jurídica, nacional ou estrangeira, maior ou menor, tendo o 
órgão público o dever de prestar os esclarecimentos solicitados. A CF assegura a gratuidade do 
exercício desse direito, o termo taxa (empregado no inciso) foi utilizado em sentido amplo, 
proibindo a cobrança de qualquer importância, a que titulo for (taxa, tarifa ou preço público), 
que possa obstar ou dificultar seu exercício. 
Já a certidão consiste no documento expedido pela Administração Pública, comprovando 
a existência de um fato e gozando de fé pública até prova em contrário. Direito de certidão é o de 
obter do Estado esse documento para a defesa de direitos ou esclarecimento de situações de 
interesse pessoal. A CF também assegura o exercício do direito de certidão “independente de 
pagamento de taxa”. No entanto, no caso de qualquer outra certidão sem os objetivos específicos 
(defesa de direito ou esclarecimento de interesse pessoal), admite-se a cobrança de um preço 
público que reponha o custo exigido para a confecção do documento pela Administração Pública.
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito;
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Esse inciso garante o direito de ação e, conseqüentemente, o princípio da inafastabilidade da 
jurisdição. O direito de ação é um direito público subjetivo do cidadão. Importante notar que a o 
direito de ação é:
Abstrato [independe do resultado final];
Autônomo [embora vise proteger um direito material, não se confunde com este];
É dirigida contra o Estado;
Quanto à inafastabilidade jurisdicional, toda jurisdição só pode ser executada pelo Poder 
Judiciário, sendo somente dele a prerrogativa de, quando provocado, dizer o direito aplicável em 
cada fato concreto, solucionando um conflito de interesses.
Tanto a lesão quanto a ameaça de direito (que ocorre antes da concretização da lesão) 
devem ser apreciados, uma vez que, havendo plausibilidade de ameaça ao direito, o Poder 
Judiciário é obrigado a efetivar o pedido de prestação judicial requerido pela parte de forma 
regular.
“Prevendo que cabe o controle judicial ocorrendo mera ameaça a direito individual, a 
Constituição está implicitamente autorizando ao Poder Judiciário interferir em atos da órbita 
administrativa”.
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico 
perfeito e a coisa julgada; 
Estes institutos (direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada) 
surgiram da necessidade de impedir a retroatividade das leis, obstando os seus efeitos onde há 
uma situação jurídica consolidada, tudo em prol da segurança jurídica, pois fere mortalmente o 
equilíbrio moral e material do individuo se, depois de incorporado um direito ao seu patrimônio, 
houver a abrupta modificação do mesmo. 
O direito adquirido consiste na faculdade de continuar a extrair os efeitos de um 
ato ou continuar a gozar dos efeitos de uma lei pretérita mesmo depois de ter sido revogada. 
Assim, tal direito pode ser encarado como uma espécie de direito subjetivo definitivamente 
incorporado ao patrimônio jurídico do titular, já consumado ou não, porém exigível na via 
jurisdicional.
O ato jurídico perfeito é aquele ato que se aperfeiçoou, que reuniu todos os elementos 
necessários à sua formação, debaixo da lei velha. O ato jurídico perfeito possui definição normativa 
presente no art. 6º da Lei de Introdução ao Código Civil: 
“Art.6º - a lei em vigor terá efeito imediato e geral, 
respeitado o ato jurídico perfeito, direito adquirido e a coisa 
julgada:
§ “1º - reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado 
segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.”.
A coisa julgada divide-se em duas espécies: material e formal. A material é a qualidade 
da sentença que torna imutáveis e indiscutíveis seus efeitos substanciais. Verifica-se após o 
trânsito em julgado da decisão, ou seja, quando há impossibilidade de se manejar qualquer 
recurso. Já a coisa julgada formal ocorre quando há impossibilidade de, no mesmo processo, voltar 
a ser discutida a decisão. Todavia, aquele que se encontra insatisfeito com a decisão ainda poderá 
recorrer da decisão proferida. Entenda-se que a proteção constitucional aplica-se apenas a coisa 
julgada material.
Por fim, é importante frisar que a palavra lei foi empregada genericamente, em latu 
sensu, podendo significar dispositivo da Constituição ou de lei infraconstitucional.
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;
Esse inciso tem inequívoca relação com o princípio do juiz natural, mas há entendimentos de 
que com ele não se confunde [há quem ache que ele está ligado com o princípio, mas não o 
representa totalmente]. Quem sustenta essa posição, diz que o princípio do juiz natural está 
consagrado no inciso LIII, que diz que “ninguém será processado nem julgado senão pela 
autoridade competente”.
Tribunal de exceção é aquele constituído em caráter temporário e/ou excepcional, presente 
mais comumente em estados ditatoriais. São eles tribunais que ferem o princípio da igualdade e da 
legalidade democrática, onde as pessoas são julgadas, muitas vezes, sem que haja lei para o caso 
correspondente.
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Não deve se entender por tribunal de exceção aquele que não seja realizado pelo Poder 
Judiciário. O tribunal de exceção não se caracteriza somente pelo órgão que julga, mas, 
fundamentalmente, por não ser legitimado pela própria Constituição para o regular exercício da 
jurisdição.
XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com organização que a lei 
lhe der assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento de crimes dolosos contra a vida; 
Tribunal do Júri é aquele composto por um juiz de direito (que é o seu presidente) e de 
sete jurados, que constituirão o conselho de sentença em cada sessão de julgamento. O serviço do 
júri será obrigatório, devendo os jurados, escolhidos dentre os cidadãos de notória idoneidade, 
serem cidadãos maiores de vinte e um anos.
Constitucionalmente são assegurados para as atividades do Tribunal do Júri:
a) plenitude de defesa: o réu tem assegurado o exercício irrestrito da sua defesa 
(autodefesa e defesa técnica);
b) sigilo das votações: os jurados devem votar em segredo;
c) soberania dos veredictos: somente os jurados podem dizer se é procedente ou não a 
pretensão punitiva e essa decisão, em regra, insusceptível de modificação pelos Tribunais.
d) competência para julgamento de crimes dolosos contra a vida: homicídios 
dolosos; infanticídio; auxilio, induzimento ou instigação ao suicídio e ao aborto; em suas formas 
tentadas ou consumadas. Além dos crimes dolosos, é competência do Júri os crimes comuns que 
lhe são conexos. O júri não julga pessoas que gozam de foro privilegiado, ainda que pratiquem 
crimes contra a vida (salvo estabelecido em Constituição Estadual).
A garantia constitucional do Tribunal do Júri esta prevista também nos arts. 443 a 438 do 
Código de Processo Penal.
XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia 
cominação legal;
Eis o princípio da reserva legal. Não é sinônimo doprincípio da legalidade, mas espécie dele. 
O princípio da legalidade estabelece a submissão e o respeito à lei (art. 5º, II); já o princípio da 
reserva legal, consiste em dizer que a regulamentação de determinadas matérias há de se fazer 
necessariamente por lei formal. O primeiro trata de lei em sentido amplo (constituição, leis 
ordinárias, leis complementares, resoluções, etc...), enquanto o segundo refere-se especificamente 
à emenda constitucional, à lei complementar, etc, para regular determinado assunto.
“Se todos os comportamentos humanos estão sujeitos ao princípio da legalidade, somente 
alguns estão submetidos ao da reserva da lei” (Alexandre de Moraes).
XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
O principio da irretroatividade da lei penal está previsto tanto na Constituição, 
quanto no Código Penal, ao prescrever: 
“Art. 2º - ninguém poderá ser punido por fato que a lei 
posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude 
dela a execução e os efeitos penais da sentença 
condenatória”.
Esse princípio confere ao cidadão a segurança de não ser punido, ou não ser apenado 
mais severamente, pelo cometimento de fatos que passaram a ser considerados crimes ou 
passaram a ter pena menos branda por uma lei posterior, isto é, a lei penal mais severa não 
pode retroagir para alcançar fatos praticados anteriormente a sua vigência. Esse postulado 
corresponde à interferência direta do principio da anterioridade da lei.
Por outro lado, é permitida a retroatividade da lei penal mais benéfica. Assim, se 
uma lei nova incriminar algum fato (novatio criminis) ou agravar a pena, será menos favorável e 
não poderá retroagir. Mas se a lei nova for mais favorável de modo a eliminar uma incriminação 
(abolitio criminis), reduzir a pena ou de qualquer outra maneira beneficiar o réu, a lei poderá 
retroagir para alcançá-lo (retroatividade in mellius). 
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XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e 
liberdades fundamentais;
Discriminação é o tratamento diferenciado no qual há prejuízo para uma das partes. Em 
relação a indivíduos, é definida como a classificação pejorativa em virtude de fatos de diversas 
naturezas a eles relacionados, os quais trazem a eles prejuízos de ordem moral e/ou material. Os 
atos discriminatórios de qualquer natureza são opostos à cidadania e à dignidade da pessoa 
humana, contrários aos princípios e objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e 
imprescritível, sujeito a pena de reclusão, nos termos da lei; 
A Constituição Federal faz uma rigorosa proibição de qualquer forma de 
discriminação contra os direitos fundamentais e as liberdades fundamentais (direito de ir e vir, 
liberdade de pensamento, liberdade de culto etc.). No inciso XLII, a Carta Magna foi absolutamente 
rigorosa no sentido de proibir a prática da discriminação racial, considerando um crime que não se 
admite o pagamento de fiança para o acusado aguardar o julgamento em liberdade (inafiançável) 
e poderá o responsável ser punido a qualquer momento (imprescritível) com a pena mais grave: 
reclusão.
A lei 7716/89 caracteriza o racismo como “qualquer discriminação ou preconceito 
de raça, cor, etnia (...)”. O art. 20 deste diploma ainda decreta “Praticar, induzir ou incitar a 
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, pena de reclusão 
de 1 a 3 anos e multa”, ou seja, não pode haver dúvida que tanto a prática, como a simples defesa 
destas ações racistas, constituem crime de séria gravidade e devem ser punidos como tal.
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XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça 
ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles 
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se 
omitirem;
Fiança vem de garantia (em dinheiro, por exemplo) prestada pelo réu, ou por alguém para 
ele, a fim de poder defender-se em liberdade, nos casos em que a lei permitir. É prestada perante 
a autoridade judicial ou policial. No caso desse inciso, os autores dos crimes mencionados devem 
permanecer presos até a sentença final do processo.
A tortura pode ser tanto crime, como circunstância agravante ou como qualificadora.
Os crimes de tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, estão definidos na lei 
11.343/06.
Terrorismo é a prática de violência que coloque em risco a incolumidade física de um 
número indeterminado de pessoas.
Crimes hediondos são os mencionados na lei 8072/90, que foi parcialmente modificada pela 
lei 11464/07 no que diz respeito à progressão de regime. A lei 11464/07 é uma novatio legis in 
pejus, e não retroage para produzir efeitos em fatos anteriores a ela. Ela prevê a possibilidade de 
progressão de regimes após 2/5 da pena cumprida (pelo réu primário) ou 3/5 (pelo réu 
reincidente).
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos 
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado 
Democrático;
A Constituição Federal reservou a determinados crimes particular severidade repressiva, 
mas por sua própria natureza as restrições que estabelecem (ação de grupos armados, civis ou 
militares contra a ordem constitucional e o Estado Democrático) são taxativas: delas, não 
se podem inferir, portanto, exceções a garantia constitucional, estabelecida sem limitações em 
função da gravidade dos crimes investigados.
XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de 
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da 
lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do 
valor do patrimônio transferido;
É a previsão do princípio da pessoalidade das penas, na qual as penas nunca poderão passar 
da pessoa do autor dos crimes. Porém, ele admite exceções, como no caso do perdimento de bens 
ou da pena de confisco.
XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, 
as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
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d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
O inciso XLVI, da atual CF, versa a respeito de temas que deverão ser objeto de 
regulação da lei, como o principio da individualização da pena, a privação ou restrição da 
liberdade, a perda de bens, a multa, a prestação social alternativa e a suspensão ou interdição de 
direitos. 
Pelo principio da individualização da pena, entende-se que não deve haver a padronização 
da sanção penal, assim, para cada crime tem-se uma pena que varia de acordo com a 
personalidade do agente, meio de execução e etc. 
A privação ou restrição da liberdade consiste na sanção penal imposta pelo Estado, em 
execução de uma sentença, ao culpado pela prática de uma infração penal. Várias são as 
possibilidades dessa sanção estatal: reclusão, detenção, prisão simples, e as demais que 
restringem direitos e liberdades dos indivíduos infratores.
A perda de bens ocorre com o confisco generalizado do patrimônio licito do agente (bens 
móveis, imóveis ou de valores) para que seja revertido em favor do Fundo Penitenciário 
Nacional. Trata-se de uma pena principal substitutiva da privativa de liberdade imposta.
A multa possui um caráter reparatório, mediante depósito judicial em favor da vitima e seus 
sucessores. O valor será fixado de acordo com a extensão do dano e a capacidade econômica 
do agente, ficando a cargo do juiz buscara justa medida entre ambos. 
A prestação social alternativa consiste na atribuição de tarefas ao condenado, junto a 
entidades sociais, hospitais, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas 
comunitários ou estatais, ou em beneficio de entidades públicas.
E, por fim, a suspensão ou interdição de direitos trata de limitações impostas ao agente 
infrator, tais como proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de 
mandato eletivo; proibição do exercício de profissão, atividade ou oficio que dependam de 
habilitação especial, autorização ou licença do Poder Público; proibição de freqüentar 
determinados lugares; e suspensão da autorização ou habilitação para dirigir veículos. 
XLVII – não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos t. artigo 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
Esse inciso proíbe expressamente:
a) a pena de morte, também chamada de pena capital, no Brasil e na maioria dos países da 
América do Sul é permitida apenas para certos crimes, mas que estão completamente fora da 
realidade cotidiana dos cidadãos. No nosso caso, a pena de morte é permitida excepcionalmente 
em caso de guerra declarada. A pena de morte é tratada pelo Código Penal Militar. Ela é prevista 
em casos de traição, favor ao inimigo, conspiração, fuga em presença do inimigo, deserção em 
presença do inimigo, e etc.
b) a pena perpétua;
c) a pena de trabalhos forçados;
d) a pena de banimento, que serve de método de repressão política, pelo qual um cidadão 
perde direito à nacionalidade de uma país, passando a ser um apátrida;
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XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo 
com a natureza do delito, idade e o sexo do apenado;
A LEP (Leis de Execuções Penais) enumera as instituições nas quais as penas podem 
ser cumpridas. Os presos cujas penas têm de ser cumpridas em regime fechado serão mantidos 
em unidades prisionais ou penitenciárias. As penas a serem executadas em regime semi-aberto 
devem ser cumpridas em colônias industriais ou agrícolas. E os presos condenados cujas penas 
têm de ser cumpridas em regime aberto devem ser mantidos em uma "casa do albergado". 
Entretanto, em conformidade com o inciso XLVIII, do art. 5º da Constituição 
Federal, "a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, 
a idade e o sexo do apenado". Assim, as mulheres devem cumprir suas sentenças em 
estabelecimentos prisionais distintos, dispondo de berçários, onde possam cuidar de seus filhos. 
Deverão também ser supervisionadas por agentes penitenciários femininos. Já as pessoas com 
idade superior a 60 anos precisam ser acomodadas em uma instituição penal própria e adequada a 
sua situação pessoal. Quanto à natureza do delito, tem-se a diferenciação das penas que deverão 
ser cumpridas em prisão especial, diante das prerrogativas funcionais ou profissionais.
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
Garantia de respeito à individualidade, integridade física e moral do preso. Impõe-se o 
respeito às suas crenças religiosas, aos cultos e aos preceitos morais do preso. O preso terá direito 
de ser chamado pelo seu nome. Diz a resolução nº14 de 11/11/04: “Salvo razões especiais, os 
presos deverão ser alojados individualmente”.
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L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possa permanecer 
com seus filhos durante o período da amamentação;
O dispositivo constitucional acima tem caráter eminentemente humanitário e trata-se de um 
desdobramento do princípio mais amplo de que a pena não pode passar da pessoa do réu. 
Para que a amamentação seja possível, é necessário que as cadeias e presídios femininos 
dispensem condições materiais. A Constituição Federal e as leis infraconstitucionais (LEP- Art. 82, § 
2º e art. 89; ECA- Art. 9º) asseguram esse direito e muito embora o dispositivo constitucional 
faça referência a condições futuras que serão asseguradas, encerra, na verdade, um dispositivo de 
aplicabilidade imediata, pois as providências nele referidas não chegam a exigir qualquer 
medida legislativa.
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de 
crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado 
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma 
da lei;
Extradição é “um ato de entrega que um Estado faz de um indivíduo procurado pela Justiça 
para ser processado ou para a execução da pena, por crime cometido fora de seu território, a outro 
Estado que o reclama e que é competente para promover o julgamento e aplicar a punição”. É um 
ato bilateral que visa à cooperação internacional no combate ao crime. A extradição pode ser ativa 
(quando solicitada pelo Brasil) ou passiva (quando for solicitada ao Brasil por outro Estado).
Como um dos requerimentos essenciais da extradição, está a necessidade de o crime não ser 
político. Não poderá ser extraditado também o que houver de responder, no Estado requerente, 
perante Tribunal ou Juízo de exceção.
Apenas o brasileiro naturalizado poderá ser extraditado, desde que obedecidas as condições 
desse inciso:
a) em caso de crime comum praticado antes da naturalização;
b) em hipótese de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas.
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“A extradição do naturalizado condiciona-se à prestação de compromisso de reciprocidade 
específico por parte do Estado requerente”.
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou 
de opinião;
Não caberá extradição de estrangeiro acusado de crime político ou de opinião em 
seu país de origem, pois essas acusações muitas vezes poderão estar ocultando verdadeira 
intenção de perseguição do individuo. É importante saber que, ainda que haja delito comum 
envolvido, será este absorvido pelo crime político, não ensejando extradição.
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente;
É a consagração do princípio do juiz natural, pelo qual “todas as pessoas têm o direito de 
ser processado e julgado por pessoa devidamente investida no cargo, tendo sua competência 
previamente estipulada pela Constituição Federal ou por lei”, de forma que não deverá haver juízes 
pré-constituídos nem tribunais de exceção. O juiz deve ser imparcial, e a autoridade deve propiciar 
igualdade entre as partes.
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal;
O devido processo legal, versado no inciso LIV do art. 5º, é um postulado 
fundamental de todo o sistema processual. Significa o conjunto de garantias de ordem 
constitucional, que de um lado asseguram às partes o exercício de suas faculdades e poderes de 
natureza processual e, de outro, legitimam a própria função jurisdicional. O devido processo legal é 
a garantia de um processo justo, é a garantia do acesso à justiça, que não se confunde com um 
simples acesso ao judiciário. Assim, nenhum individuo poderá ser condenado a uma pena privativa 
de liberdade ou qualquer outra sem ter sua garantia constitucional do processo legal.
Tal princípio se bifurca em dois aspectos: o contraditório e a ampla defesa. O 
contraditório é a garantia da ciência bilateral dos atos e termos do processo, com a conseqüente 
possibilidade de manifestação sobre os mesmos. E a ampla defesa é a possibilidade de utilização 
de todos os meios e recursos legais previstos para a defesa de seus interesses e direito em juízo. 
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos 
acusados em geral são assegurados ocontraditório e ampla defesa, com os 
meios e recursos a ela inerentes;
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Assegura-se aqui os princípios do contraditório e da ampla defesa.
O contraditório e a ampla defesa são garantias do cidadão baseadas no princípio da 
igualdade, ou seja, ambos os princípios derivam de um outro: isonomia processual. "Por ampla 
defesa, entende-se o asseguramento que é dado ao réu de condições que lhe permitam trazer para 
o processo todos os elementos tendentes a esclarecer a verdade ou mesmo de omitir-se ou calar-
se, se entender necessário, enquanto o contraditório é a própria exteriorização da ampla defesa, 
impondo a condução dialética do processo(par conditio), pois a todo ato produzido pela acusação, 
caberá igual direito da defesa de opor-se-lhe ou de dar-lhe a versão que melhor se apresente, ou, 
ainda, de fornecer uma interpretação jurídica diversa da que foi dada pelo autor".
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios 
ilícitos;
Na CF/88, entre os direitos e garantias individuais, encontra-se referência às provas 
ilícitas. São elas as obtidas com violação da intimidade, da vida privada, da honra, da imagem, 
do domicilio, e das comunicações, salvo nos casos permitidos no inciso XII do art. 5º. São as 
provas ilícitas espécie das chamadas provas vedadas, porque por disposição de lei é que não 
podem ser trazidas a juízo ou invocadas como fundamento de um direito. 
Dentro dessa mesma linha de raciocínio, existem as chamadas provas ilícitas por 
derivação, ou seja, provas obtidas de forma lícita, porém a que a ela se chegou por intermédio 
da informação extraída de prova ilicitamente colhida. Assim, a prova ilícita por derivação fica 
maculada pela prova ilícita da qual derivou.
LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de 
sentença penal condenatória;
Esse inciso pertence ao Direito Processual Penal. É o princípio da presunção de inocência. 
Porém, muitos debates levaram a dizer que, da forma como foi redigido, esse é verdadeiramente o 
princípio da “desconsideração prévia da culpabilidade”, ou da “não-culpabilidade”. Houve discussão 
pois o texto da Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão diz “todo o homem se presumirá 
inocente, até que seja condenado”, diferentemente do que diz nesse inciso (essa discussão traz 
duas correntes político-ideológicas, não é apenas uma questão semântica).
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LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação 
criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
A identificação criminal no contexto constitucional significa o registro, guarda e 
recuperação de todos os dados e informações necessárias para estabelecer a identidade do 
acusado. No inciso LVIIII do art. 5º, percebe-se que a intenção do constituinte foi de evitar, o 
quanto possível, a identificação criminal, apenas admitindo-a em casos excepcionais, onde se 
justificasse quer pela potencialidade ofensiva do delito imputado, quer pela ausência de qualquer 
outra forma de identificação civil confiável. Assim, a regra geral é a de que o civilmente 
identificado (aquele que já reúna suas características que o distinga dos demais) não será 
submetido à identificação criminal, esta apenas ocorrera como ultima ratio, quando não sobrevier 
outra forma de individualização do suspeito presumidamente inocente.
Por se tratar de uma norma de eficácia contida, isto é, norma cujos efeitos podem ser 
limitados por norma infraconstitucional, em 07 de dezembro de 2000 a Lei nº 10.054 veio para 
regular a identificação criminal.
LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não 
for intentada no prazo legal;
O que esse inciso trata é a ação penal subsidiária da pública. Ação penal é a atividade 
que impulsiona a jurisdição penal. No direito brasileiro, as ações penais podem ser privadas 
(quando a iniciativa for do ofendido) ou públicas (quando a iniciativa for do Ministério Público, 
iniciada através da denúncia). Quando o crime for de ação pública, e o representante do Ministério 
Público se omitir, ou for negligente, o ofendido pode propor uma ação penal subsidiária da pública.
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais ou o 
interesse social o exigirem;
Impera no ordenamento jurídico brasileiro o Principio da Publicidade dos Atos 
Processuais, que, via de regra, são públicos, constituindo exceção o sigilo. Assim, 
excepcionalmente correm em segredo de justiça os processos em que o exigir o interesse 
público, bem como aqueles que dizem respeito a casamento, filiação, separação dos cônjuges, 
conversão em divorcio, alimentos e guarda de menores. Nesses casos, a audiência realiza-se a 
portas fechadas.
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de 
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
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A prisão só pode ser efetivada em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de 
uma autoridade judiciária competente (juiz). A exceção a essa regra está nos casos de 
transgressão militar, durante o estado de sítio e no caso de recaptura do evadido.
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão 
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à 
pessoa por ele indicada;
O inciso LXII do art. 5º trouxe uma verdadeira agitação no ordenamento jurídico, 
principalmente no que tange ao processo penal. Isso porque com o advento da CF de 1988, o 
preso não pode mais ficar incomunicável, o artigo do CPP que permitia a incomunicabilidade do 
preso, na fase de inquérito policial, foi revogado pela CF. Qualquer restrição à liberdade da pessoa 
constitui medida de excepcionalidade, somente permitida em casos especiais, tais como os que 
autorizam a prisão preventiva, temporária ou em flagrante.
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de 
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de 
advogado;
A prisão e o local onde o preso se encontra devem ser informados imediatamente ao juiz 
competente, à família do preso ou à pessoa por ele indicada. O instituto da incomunicabilidade do 
preso, outrora permitido, não é mais aceito no nosso ordenamento jurídico.
O preso também deverá ser informado de seus direitos, entre eles o de ficar em silêncio, ou 
pedir para conversar com seu advogado.
LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua 
prisão ou por seu interrogatório policial;
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O preso tem direito de saber os nomes de quem o mandou prender e o nome de 
quem fez o interrogatório na policia. Desta garantia decorre o dever de identificação da 
autoridade, vedado o anonimato, pois, neste caso, o objetivo é impedir ou, pelo menos, coibir as 
arbitrariedades e ilegalidades no ato da prisão ou do interrogatório, possibilitando a 
responsabilidade por eventuais abusos.
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade 
judiciária;
O juiz, ao verificar a ilegalidade da prisão, deverá relaxá-la, ou seja, de imediato mandar 
soltar o acusado, sendo dispensável parecer do membro do Ministério Público. Prisão ilegal é 
aquela que não foi feita em flagrante nem ordenada pelo juiz.
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei permitir 
a liberdade temporária, com ou sem fiança;
De acordo com o inciso LXVI do art. 5º, ninguém poderá ser levado para a prisão 
se a lei diz que o ato se enquadra na liberdade temporária comou sem fiança. Todavia, a liberdade 
provisória com ou sem fiança somente é admissível na prisão em flagrante, na prisão decorrente 
de pronuncia e na prisão resultante de sentença condenatória recorrível, não sendo compatível 
com a prisão temporária ou preventiva.
LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo 
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do 
depositário infiel;
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A prisão civil não é uma regra, e sim uma exceção, não possuindo caráter criminal. A 
constituição só permite prisão civil do devedor voluntário de prestação alimentícia e do depositário 
infiel.
LXVIII – conceder-se-á “habeas corpus” sempre que alguém sofrer ou se 
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de 
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
Habeas Corpus são duas palavras de origem latina que significam: TENHA (habeas) 
CORPO (corpus). É a ação constitucional para a tutela da liberdade de locomoção, utilizada sempre 
que alguém estiver sofrendo (habeas corpus liberatório ), ou na iminência de sofrer (habeas 
corpus preventivo, através do salvo-conduto), constrangimento ilegal em seu direito de ir e vir. 
Embora não seja o único remédio jurídico para cessar uma prisão ilegal, trata-se do mais eficaz e 
célere. 
O CPP estabeleceu o procedimento a ser adotado em ação de habeas corpus. Trata-
se de um rito especial, sem maiores formalidades, sempre em favor do bem jurídico maior: a 
locomoção. Já se admitiu habeas corpus apresentado por telefone e reduzido a termo pela 
serventia judicial. Existem três figuras importantes quando se fala em tal remédio constitucional: 
impetrante (a pessoa que ingressa com o habeas corpus); paciente (é a pessoa em favor de 
quem é impetrada a ordem do habeas corpus, sempre pessoa física); e a autoridade coatora (a 
pessoa em relação a quem é impetrada a ordem de habeas corpus).
É importante saber que o habeas corpus pode ser concedido também de oficio pela 
autoridade judicial, que não é exigível a capacidade postulatória para impetrá-lo e também que a 
ordem pode ser concedida contra atos de particulares, como diretores de estabelecimento 
psiquiátricos, casas geriátricas, clinicas de repouso e donos de fazenda.
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e 
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o 
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
Mandado de segurança é uma medida constitucional que protege direito certo, do qual não há 
dúvidas, e que não pode ser defendido nem por habeas-corpus nem por habeas-data. São os casos 
em que se cabe mandado de segurança os de ilegalidade ou abuso de poder praticado por alguma 
autoridade.
LXX – o mandado de segurança pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos 
interesses de seus membros ou associados;
Como espécie do mandado de segurança, o mandado de segurança coletivo pode 
igualmente ser conceituado como um instituto de direito processual constitucional, cujo objetivo é 
Direito Constitucional: Artigo 5º
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o de que uma só decisão possa atingir a um numero maior de interessados. Esse meio de tutela 
diferenciada, do ponto de vista processual, visa ampliar a possibilidade de acesso à Justiça, 
evitando decisões contraditórias nos pedidos para diversas pessoas que se encontrem na 
mesma situação jurídica. 
O mandando de segurança antes da atual CF, ao exigir a legitimidade do sujeito ativo, 
restringia o campo de atuação das corporações civis e sindicais, que só podiam buscar a 
segurança se a lesão de direito recaísse sobre a corporação em si, sem ser particularmente 
incidente sobre os membros ou associados, um, alguns ou todos. Assim, a atual CF ampliou o 
âmbito de atuação do mandado de segurança coletivo, agrupando determinados indivíduos e 
dando ao grupo capacidade processual (alíneas a e b).
Jurisprudência:
a) Não há necessidade de indicação nominal de todos os beneficiários da impetração na 
petição inicial.
b) Podem ser postulados direitos de apenas alguns membros do sindicato ou entidade de 
classe.
LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades 
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania;
Quando a constituição assegura um direito que ainda precisa de uma lei regulamentadora, 
poder-se-á utilizar o mandado de injunção, a fim de utilizar-se daquele direito previsto. “Trata-se, o 
mandado de injunção, de uma ação constitucional que autoriza o juiz a romper com a tradicional 
aplicação rígida de lei ao caso concreto para, de acordo com o pedido e o ordenamento jurídico, 
construir uma solução satisfatória, de modo a concretizar o direito constitucional do impetrante”.
O pressuposto essencial para o mandado de injunção é a falta de uma norma 
regulamentadora de qualquer espécie ou natureza;
LXXII – conceder-se-á “habeas datas”:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registros ou banco de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por 
processo sigiloso, judicial ou administrativo;
O habeas data é uma ação constitucional, de caráter civil, conteúdo e rito sumário, o qual 
tem por objeto a proteção de direito liquido e certo do impetrante em conhecer todas as 
informações e registros relativos à sua pessoa e constantes de repartições públicas ou 
particulares acessíveis ao público, para eventual retificação de seus dados pessoais.
No que tange aos legitimados ativos para impetração desse remédio constitucional, pode ser 
pessoa física, brasileira ou estrangeira ou até mesmo pessoa jurídica, pois essa tem existência 
diversa das pessoas físicas que a integra. É vedado o requerimento de informações através de 
terceiros, há nessa ação caráter personalíssimo. 
O habeas data está presente tanto no inciso LXXII, art. 5º da CF como na Lei nº 9.507/97, 
que regula o direito de acesso as informações e disciplina seu rito processual.
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LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que 
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o 
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, 
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
A ação popular é um remédio legal para proteger a sociedade das autoridades corruptas, que 
não zelam pelos bens públicos e pela natureza. É um meio processual a que tem direito qualquer 
cidadão para se questionar os atos que forem considerados lesivos ao patrimônio público, à 
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. Qualquer cidadão 
é titular desse direito. Para quem usa a ação popular de boa fé, ela é gratuita, de forma que o 
autor fica isento das custas judiciais e, se perder na justiça, fica isento da responsabilidade de 
pagar os ônus processuais.
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos 
que comprovarem insuficiência de recursos;
O inciso LXXIV vem com o propósito de assegurar aos que comprovarem insuficiência de 
recursos o direito fundamental a Justiça gratuita. Na assistência judiciária,

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