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www.cers.com.br OAB XIX EXAME – 1ª FASE Direito Tributário – Aula 03 Josiane Minardi 1 Princípio da Liberdade de Tráfego O princípio da liberdade de tráfego está previsto no art. 150, V da CF e veda os Entes Federativos instituírem tributos interestaduais ou intermunicipais que visam estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, ressalvadas, contudo, a exigência do pagamento de pedágio pela utilização das vias conservadas pelo Poder Público. Princípio da proibição das isenções heterônomas A União não pode conceder isenção para tributos que não estejam em sua competência tributária. Conforme dispõe o inciso III do artigo 151 da CF: Art. 151. É vedado à União: (...) III – instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. A União não pode conceder isenções de tributos estaduais ou municipais, sob pena de violar o princípio do pacto federativo. Assim, só pode oferecer isenção de determinado tributo o Ente Federativo que tem competência para a sua instituição. Quando um Ente Federativo diferente daquele que detém a competência para instituir o tributo concede a isenção, tem-se a isenção heterônoma. A imunidade tributária é, em resumo, quando a CONSTITUIÇÃO veda a criação e a cobrança de tributos sobre determinadas situações ou sobre determinados sujeitos. Principais diferenças entre imunidade e isenção: IMUNIDADES ISENÇÃO Previsão na CF Previsão em LEI Irrevogável Pode ser revogada, salvo nas hipóteses do art. 178 do CTN Interpretação à luz dos Princípios Interpretação LITERAL IMUNIDADES GENÉRICAS As imunidades genéricas estão previstas no art. 150, VI da CF e referem-se apenas aos Impostos. As pessoas e situações previstas no artigo 150, VI da CF não devem pagar apenas os impostos, devendo pagar as demais espécies tributárias, como as taxas, contribuição de melhoria, contribuições e empréstimo compulsório. Por isso, é possível afirmar que quem tem imunidade genérica tem SORTE na vida, sorte de NÃO pagar IMPOSTO!! IMUNIDADES RECÍPROCAS A imunidade tributária recíproca, prevista no art. 150, VI, “a” da CF, consequência do modelo Federal de Estado, cujas bases repousam na necessária igualdade política- jurídica entre as unidades que compõe O Estado Federal, veda a União, Estados, Distrito Federal e Municípios instituírem impostos sobre o patrimônio, renda e serviços um dos outros. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; De acordo com o § 2º, § 3º do art. 150 da CF a imunidade recíproca é extensiva às AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS desde que cumpram 4 requisitos: www.cers.com.br OAB XIX EXAME – 1ª FASE Direito Tributário – Aula 03 Josiane Minardi 2 Cumpram suas finalidades essenciais ou qualquer uma delas decorrentes; Sejam instituídas e mantidas pelo Poder Público; Não cobrar preços e nem tarifas; não entrar na concorrência privada. O Supremo Tribunal Federal tem entendido que algumas empresas públicas, bem como algumas sociedades de economia mista são merecedoras da regra imunizante, quando prestam serviço público de caráter obrigatório e de forma exclusiva. IMUNIDADES DOS TEMPLOS DE QUALQUER CULTO O art. 150, VI, “b” da CF veda aos Entes Federativos instituírem IMPOSTOS sobre os templos de qualquer culto. A imunidade dos templos de qualquer culto visa tutelar a liberdade religiosa, e por essa razão tudo, exatamente tudo, que estiver em nome da instituição religiosa e cumprir sua finalidade essencial terá imunidade. IMUNIDADE SUBJETIVA - DO ART.150, VI, c, CF/88: São 04 imunidades: a) Imunidade das Entidades de Assistência Social Sem Fins Lucrativos; Conceito de “Assistência Social” está no art. 203, CF/88. Importante: Além de não pagar imposto, também não pagam Contribuição Social, nos termos do art. 195, §7º, CF/88). b) Imunidades das Entidades de Educação Sem Fins Lucrativos; Educação é em sentido lato, quer dizer, qualquer tipo de educação. Exemplos: Pré-escolas, Faculdades, Cursos de Capacitação, etc. Importante: somente aquelas que não visem lucro, ou seja, se enquadrem no CTN, art. 14. c) Imunidade dos Partidos Políticos e de suas Fundações; A jurisprudência entende que devem preencher 02 requisitos para ser imune a cobrança de impostos. São eles: a) estar registrado perante ao TSE; e, b) não atentar contra os princípios e bons costumes do Estado brasileiro. d) Imunidade dos Sindicatos de Trabalhadores; Só não paga imposto. As pessoas do art. 150, VI, “c” da CF para gozarem da imunidade tributária devem cumprir os requisitos do art. 14 do CTN: Não distribuir lucro entre seus associados; Não remeter valores para o Exterior; Manter a escrituração contábil em dia. IMUNIDADE OBJETIVA: DOS LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS e DO PAPEL DESTINADO A SUA IMPRESSÃO. Art. 150, VI, d, CF/88 Só não paga imposto. O Supremo Tribunal Federal afirma que: “Livro” é em qualquer formato com conteúdo de livro. Jornais e Periódicos são imunes se, e somente se, não forem eminentemente publicitários os encartes. Revistas de qualquer gênero; Histórias em quadrinhos, mesmo que pornográficas; Catálogos não possuem imunidade. Exceção: Listas telefônicas, pois, tem caráter informativo. Cuidado: A imunidade se refere tão somente ao papel utilizado para impressão, a tinta não está imune. Do mesmo jeito, Editora e Gráfica não são imunes, mas sim o próprio papel utilizado Súmula 657 do STF: Os filmes e papéis fotográficos gozam da imunidade do Art. 150, VI, “d” da CF. www.cers.com.br OAB XIX EXAME – 1ª FASE Direito Tributário – Aula 03 Josiane Minardi 3 Imunidade da EC nº 75/13 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI - instituir impostos sobre: e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela EC nº 75) Classificação Tributária 1) Tributo Real – Leva em consideração os tributos da coisa. Exemplo: IPTU, IPVA, etc.. Tributo Pessoal – Lei va em consideração os atributos da pessoa. Exemplo: IR 2) Tributo Fiscal – Tem por finalidade a arrecadação. Tributo Extrafiscal – Visa estimular ou desestimular condutas. Exemplo: Tributo regulatório de mercado (II, IE, IOF e IPI) Tributo Parafiscal – Quando a pessoa que detém a competência tributária é distinta daquela que detém a capacidade ativa tributária. 3) Tributo Direto – Entre a ocorrência do fato gerador e a obrigação de pagar tributo não existe intercalação de sujeitos. Tributo Indireto - Entre a ocorrência do fato gerador e a obrigação de pagar tributo existe intercalação de sujeitos. Exemplo: (IPI, ICMS) 4) Tributo Progressivo: A alíquota do tributo irá aumentar de acordo com o aumento da base de cálculo do tributo. (IR, ITR, IPTU e ITCMD) Tributo Proporcional: A alíquota é invariável ainda que a base de cálculo do tributo aumente.
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