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www.cers.com.br OAB XIX 1ª FASE Direito Processual do Trabalho Aryanna Manfredini 1 CONCILIAÇÃO 1. Em audiência são obrigatórias duas tentativas conciliatórias. A ausência de qualquer uma delas gera nulidade absoluta dos atos processuais posteriores. Art. 846, CLT. Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação. Art. 850, CLT. Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão. 2. A homologação de acordo é faculdade do juiz. Não fere direito líquido e certo da parte a recusa do juiz em homologar o acordo. SÚMULA 418, TST. A concessão de liminar ou a homologação de acordo constituem faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança. 3. A sentença homologatória de acordo é irrecorrível para as partes (art. 831, CLT), transitando em julgado na data de sua homologação (súmula 100, V, TST). SÚMULA 100, V, TST. O acordo homologado judicialmente tem força de decisão irrecorrível, na forma do art. 831 da CLT. Assim sendo, o termo conciliatório transita em julgado na data da sua homologação judicial. 4. A sentença homologatória de acordo é equiparada a sentença de mérito (art. 269, III, CPC), sendo rescindida por ação rescisória (e não por ação anulatória), segundo estabelece a súmula 259, TST. SÚMULA 259, TST. TERMO DE CONCILIAÇÃO. AÇÃO RESCISÓRIA Só por ação rescisória é impugnável o termo de conciliação previsto no parágra- fo único do art. 831 da CLT. 5. É lícito às partes formular acordo mesmo depois de encerrado o juízo conciliatório. As contribuições previdenciárias incidirão sobre o valor do acordo celebrado e homologado após o trânsito em julgado. O art. 43, §5°, Lei 8212.91 revogou tacitamente o art. 832, §6°, da CLT. Art. 43, § 5°, Lei 8212/91. Na hipótese de acordo celebrado após ter sido proferida decisão de mérito, a contribuição será calculada com base no valor do acordo. No mesmo sentido é a OJ 376 da SDI-1 do TST: OJ 376, SDI-1, TST CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ACORDO HOMOLOGADO EM JUÍZO APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA. INCIDÊNCIA SOBRE O VALOR HOMOLOGADO É devida a contribuição previdenciária sobre o valor do acordo celebrado e homologado após o trânsito em julgado de decisão judicial, respeitada a proporcionalidade de valores entre as parcelas de natureza salarial e indenizatória deferidas na decisão condenatória e as parcelas objeto do acordo. É devida a contribuição previdenciária sobre o valor do acordo celebrado e homologado após o trânsito em julgado de decisão judicial, respeitada a proporcionalidade de valores entre as parcelas de natureza salarial e indenizatória deferidas na decisão condenatória e as parcelas objeto do acordo. RESPOSTAS DO RÉU 1. EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA www.cers.com.br OAB XIX 1ª FASE Direito Processual do Trabalho Aryanna Manfredini 2 O artigo 847 da CLT assegura ao reclamado 20 minutos para apresentar sua defesa. 1. EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA Apresentada a exceção de incompetência, o exceto terá um prazo improrrogável de 24 horas para se manifestar, devendo a decisão ser proferida na primeira audiência ou sessão que se seguir. [Art. 800, CLT] Art. 800, CLT. Apresentada a exceção de incompetência, abrir-se-á vista dos autos ao exceto, por 24 (vinte e quatro) horas improrrogáveis, devendo a decisão ser proferida na primeira audiência ou sessão que se seguir. O juiz receberá a exceção, suspenderá o feito, abrirá vista para o exceto se manifestar no prazo improrrogável de 24 horas e proferirá decisão interlocutória. Caso acolha a exceção, remeterá os autos para o Juízo declinado como competente. Como a decisão que julga a exceção é interlocutória, não admite recurso de imediato, exceto se terminativa do feito. (art. 799, § 2° da CLT). A súmula 214, em sua alínea “c” explica o significado de decisão terminativa do feito. Observe-se: Súmula 214, TST. Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: (...) c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT. Caso o juiz acolha a exceção de incompetência, remetendo os autos para juiz que esteja subordinado a TRT diferente do que está subordinado o juízo excepcionado (para o qual foi apresentada a exceção), a decisão interlocutória terá sido terminativa do feito e desafiará RO, de imediato. O recurso será julgado pelo TRT a que está subordinado o juiz que acolheu a exceção de incompetência. Também é terminativa do feito a decisão de reconhece a incompetência absoluta da Justiça do Trabalho e remete os autos para outro ramo do poder judiciário, cabendo recurso ordinário para atacar tal decisão. 2. EXCEÇÕES DE SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO: A CLT, datada de 1943, baseou-se no CPC de 1039, o qual tratava apenas de suspeição. Por isso, a CLT versa apenas sobre suspeição. O CPC de 1973 distinguiu suspeição de impedimento, entretanto a CLT permaneceu sem alteração, referindo-se apenas a suspeição. Apesar disso, as mesma razões que justificam a exceção de suspeição, justificam também a de impedimento. Por esse motivo onde na CLT lê-se suspeição deve ser lido também impedimento. As hipóteses de cabimento de suspeição e impedimento estão previstas no artigo 801 da CLT e nos artigos 134 a 138 do CPC. O artigo 801, CLT estabelece que o juiz é obrigado a dar-se por suspeito e pode ser recusado pelos seguintes motivos, em relação aos litigantes: • Inimizade pessoal www.cers.com.br OAB XIX 1ª FASE Direito Processual do Trabalho Aryanna Manfredini 3 • Amizade íntima • Parentesco por consanguinidade ou afinidade até o terceiro grau civil • interesse particular na causa As exceções de suspeição e impedimento suspendem o feito e serão processadas nos mesmos autos, de reclamatória trabalhista sendo dispensada a sua autuação em separado. Segundo a CLT, apresentada exceção de suspeição ou impedimento, o juiz ou Tribunal deverá designar audiência de instrução e julgamento dentro de 48 horas. [Art. 802, CLT] Art. 802. Apresentada a exceção de suspeição, o juiz ou Tribunal designará audiência dentro de 48 (quarenta e oito) horas, para instrução e julgamento da exceção. Para alguns autores, desde a extinção das Juntas de Conciliação e Julgamento, com a EC 24/99, não se aplica ao Processo do Trabalho o art. 802 da CLT, e sim o CPC, cujo processamento da exceção está nos artigos 312 a 314. Caso o juiz não se julgue suspeito ou impedido deverá remeter os autos ao TRT, no prazo de dez dias para que este aprecie com suas razões e documentos. Art. 312, CPC. A parte oferecerá a exceção de impedimento ou de suspeição, especificando o motivo da recusa (arts. 134 e 135). A petição, dirigida ao juiz da causa, poderá ser instruída com documentos em que o excipiente fundar a alegação e conterá o rol de testemunhas.Art. 313, CPC. Despachando a petição, o juiz, se reconhecer o impedimento ou a suspeição, ordenará a remessa dos autos ao seu substituto legal; em caso contrário, dentro de 10 (dez) dias, dará as suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa dos autos ao tribunal. Art. 314, CPC. Verificando que a exceção não tem fundamento legal, o tribunal determinará o seu arquivamento; no caso contrário condenará o juiz nas custas, mandando remeter os autos ao seu substituto legal. Nas exceções de suspeição e impedimento, os sujeitos passivos são juízes, promotores, peritos judiciais, intérpretes e os próprios serventuários da justiça. [Art. 138, CPC] Opostas exceções de suspeição e impedimento contra o juiz, haverá a suspensão do processo. No entanto, quando for oposta em relação a qualquer outro dos sujeitos passivos, não haverá a suspensão do processo. [Art. 138, §1º, CPC]. A decisão que julga exceção de suspeição ou impedimento é interlocutória, assim, dela não caberá recurso de imediato, mas as partes poderão mencioná-las novamente no momento em que couber recurso da decisão final. [Art. 799, § 2º e Art. 893, § 1º, CLT] Apesar de haver controvérsia, para a maior parte da doutrina o parágrafo único do art. 305 do CPC não se aplica ao processo do trabalho. Segundo tal dispositivo na “exceção de incompetência (art. 112 desta lei) a petição pode ser protocolizada no juízo do domicílio do réu, com requerimento de sua imediata remessa ao juízo que determinou a citação”. 3. CONTESTAÇÃO Princípios da eventualidade (art. 300, CPC) e da impugnação específica (art. 302, CPC). • Art. 300, CPC. Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, www.cers.com.br OAB XIX 1ª FASE Direito Processual do Trabalho Aryanna Manfredini 4 expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. Art. 302. Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados, salvo: I - se não for admissível, a seu respeito, a confissão; II - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato; III - se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. Parágrafo único. Esta regra, quanto ao ônus da impugnação especificada dos fatos, não se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao órgão do Ministério Público. Compensação e retenção • A compensação é uma forma de extinção de obrigações e é matéria de mérito, somente podendo ser arguida na contestação (art. 767, CLT e súmulas 18 e 48). é cabível a compensação quando reclamante e reclamado forem credores e devedores reciprocamente; somente é possível quando se tratar de dívida de natureza trabalhista; a compensação não pode ser concedida de ofício pelo juiz, devendo ser requerida pelo reclamado na contestação; a compensação limita-se ao valor da condenação. 4. RECONVENÇÃO A reconvenção é uma ação do réu contra o autor dentro do mesmo processo em que está sendo demandado. A CLT é omissa quanto à reconvenção, então se aplica subsidiariamente, por força do artigo 769 da CLT, os dispositivos do CPC quanto ao tema – artigos 315 a 318. • Art. 315, CPC. O réu pode reconvir ao autor no mesmo processo, toda vez que a reconvenção seja conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. Parágrafo único. Não pode o réu, em seu próprio nome, reconvir ao autor, quando este demandar em nome de outrem. • Art. 103, CPC. Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando Ihes for comum o objeto ou a causa de pedir. (as duas partes visam o mesmo fim) REQUISITOS PARA A RECONVENÇÃO: • O juízo deve ser competente para ambas as ações: para a RT e para a reconvenção; • Deve haver legitimidade – O reclamado da RT precisa estar no pólo ativo da reconvenção e vice-versa; • O procedimento deve ser o mesmo ; • Exige-se conexão entre a reconvenção e a ação principal ou algum dos fundamentos da defesa – [Art. 103, CPC]; A sentença da ação principal e da reconvenção será a mesma. [Art. 318, CPC]
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