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155956072415 OAB1FASE CONSUM AULA1E02

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OAB 1ª FASE – XIX EXAME DE ORDEM 
Direito do Consumidor - Aulas 1 e 2 
Cristiano Chaves 
1 
1. Código de Defesa do Consumidor. 
Origem. Diálogo das Fontes 
 
Matriz constitucional de criação: 
 
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, 
a defesa do consumidor; 
 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na 
valorização do trabalho humano e na livre 
iniciativa, tem por fim assegurar a todos 
existência digna, conforme os ditames da 
justiça social, observados os seguintes 
princípio: 
[...] 
V – A Defesa do Consumidor 
Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de 
cento e vinte dias da promulgação da 
Constituição, elaborará código de defesa do 
consumidor. 
 
Advento do CDC: 
Art. 1° O presente código estabelece normas 
de proteção e defesa do consumidor, de 
ordem pública e interesse social, nos termos 
dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da 
Constituição Federal e art. 48 de suas 
Disposições Transitórias 
O CDC consiste em uma norma de sobre 
direito ou superestrutura jurídica 
multidiciplinar. Daí ser possível falar-se em 
um Diálogo Sistemático de Subsidiariedade, 
bem como em um diálogo das fontes. 
 
Demais disso, o art. 7º do CDC permite a 
aplicação de outras normas mais benéficas: 
 
Art. 7° Os direitos previstos neste código 
não excluem outros decorrentes de tratados 
ou convenções internacionais de que o 
Brasil seja signatário, da legislação interna 
ordinária, de regulamentos expedidos pelas 
autoridades administrativas competentes, 
bem como dos que derivem dos princípios 
gerais do direito, analogia, costumes e 
eqüidade. 
O que seria a proibição do retrocesso 
social? 
 
Mas o CDC, como dito, incide nas hipóteses 
de relação de consumo. O que é uma 
relação de consumo? 
 
2. Relação de Consumo 
 
Compulsando o CDC infere-se que ele não 
traz o conceito de relação de consumo, mas 
enuncia seus elementos: sujeito e objeto. 
Fala-se em elementos: 
 
a) Subjetivo: (sujeito): Necessário que em 
um dos pólos esteja o consumidor e em 
outro pólo esteja o fornecedor. 
 
b) Objetivo (objeto): produto ou serviço. 
É sobre esses elementos que passamos a 
nos debruçar. 
 
O que seria o princípio da harmonia nas 
relações de consumo? 
 
2.1 Elementos Subjetivos 
 
a) Consumidor (conceito) 
Ao analisar o consumidor, infere-se que há 
presença, no CDC, de um consumidor 
padrão e um consumidor por equiparação. 
Vamos iniciar com a análise do consumidor 
padrão. 
 
a.1) Consumidor Padrão 
 
Previsto no art. 2º, caput do CDC: 
 
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou 
jurídica que adquire ou utiliza produto ou 
serviço como destinatário final. 
Há no conceito de consumidor a presença 
de: 
 
I) Elemento subjetivo. O que é? 
 
Possíveis questões de prova: 
 
- ENTES DESPERSONALIZADOS. 
 
- NECECIDADE DE DEMONSTRAÇAO DE 
VULNERABILIDADE PELAS PESSOAS 
JURÍDICAS (STJ) 
 
O próprio art 5 da CF/88 ao ordenar um 
sistema mais protetivo ao consumidor, 
acaba por trazer, implicitamente, a sua 
vulnerabilidade, o qual e reafirmado no art. 
4º, I, do CDC: 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB 1ª FASE – XIX EXAME DE ORDEM 
Direito do Consumidor - Aulas 1 e 2 
Cristiano Chaves 
2 
Art. 4º A Política Nacional das Relações de 
Consumo tem por objetivo o atendimento 
das necessidades dos consumidores, o 
respeito à sua dignidade, saúde e 
segurança, a proteção de seus interesses 
econômicos, a melhoria da sua qualidade de 
vida, bem como a transparência e harmonia 
das relações de consumo, atendidos os 
seguintes princípios: (Redação dada pela 
Lei nº 9.008, de 21.3.1995) 
I - reconhecimento da vulnerabilidade do 
consumidor no mercado de consumo; 
Por conta dessa presunção, há até mesmo 
no STJ notícias de cláusulas que são 
entendidas, previamente, abusivas ou anti-
funcionais, como soe demonstra a Sumula 
302: 
Súmula 302, STJ: É abusiva a cláusula 
contratual de plano de saúde que limita no 
tempo a internação hospitalar do segurado. 
 
Tal presunção de vulnerabilidade, porém, 
vem sendo aplicada previamente em relação 
às pessoas físicas, não às jurídicas (RESP 
684 613/SP e RESP 716877 STJ). Fala-se, 
em relação às jurídicas, em uma 
vulnerabilidade funcional, que há de ser 
demonstrada no caso concreto. 
Mas o que é a vulnerabilidade? 
 
Facetas da vulnerabilidade: 
 
a) Econômica 
b) Técnica 
c) Fática 
d) Jurídica 
e) Política 
f) Informativa 
II) Elemento anímico. O que é? 
 
Possíveis questões de prova: 
 
- VEJA QUE A RELAÇÃO DE CONSUMO 
NÃO É EXCLUSIVAMENTE DE CARÁTER 
CONTRATUAL 
- FALANDO-SE EM DESTINAÇÃO FINAL, 
EXCLUI-SE DE LOGO O INTERMEDIÁRIO. 
 
- O QUE SERIA REALMENTE 
DESTINAÇÃO FINAL? (STJ - RESP 541 
867). 
a) Corrente Maximalista 
b) Corrente Finalista 
O que seria o finalismo evoluído ou 
abrandado? 
 
a.2) Consumidor por equiparação legal 
 
- A coletividade de pessoas, ainda que 
indeterminadas, que haja intervindo pela 
relação de consumo (p.u do art. 2º) 
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor 
a coletividade de pessoas, ainda que 
indetermináveis, que haja intervindo nas 
relações de consumo 
 
- Todas as vítimas do evento (acidente de 
consumo) - (art. 17) 
 
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, 
equiparam-se aos consumidores todas as 
vítimas do evento. 
- Todas as pessoas, determinadas ou não, 
expostas às práticas comerciais previstas no 
CDC (art. 29) 
 
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do 
seguinte, equiparam-se aos consumidores 
todas as pessoas determináveis ou não, 
expostas às práticas nele previstas. 
Artigo extremamente importante, pois 
protege a todos contra o ostensivo 
marketing indevido (RESP 341405). 
 
b) Fornecedor (conceito) 
 
O conceito legal de fornecedor esta no art. 3 
do CDC: 
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou 
jurídica, pública ou privada, nacional ou 
estrangeira, bem como os entes 
despersonalizados, que desenvolvem 
atividade de produção, montagem, criação, 
construção, transformação, importação, 
exportação, distribuição ou comercialização 
de produtos ou prestação de serviços. 
A doutrina, com base nesse conceito legal, 
também decompõe em dois elementos, mais 
uma vez o subjetivo e o anímico. 
 
2.2 Elemento Objetivo 
 
Entende-se como elemento objetivo da 
relação de consumo o seu objeto, o qual 
pode ser um produto ou serviço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB 1ª FASE – XIX EXAME DE ORDEM 
Direito do Consumidor - Aulas 1 e 2 
Cristiano Chaves 
3 
a) Produto (conceito) - § 1º do art. 3º do 
CDC 
 
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou 
imóvel, material ou imaterial. 
- Doutrina: bem despido de economicidade 
não pode ser produto - Ex: integridade física, 
vida, honra e liberdade não pode ser produto 
de consumo. 
 
- A onerosidade da relação jurídica não 
integra o conceito de produto - pode 
decorrer de uma relação gratuita, o que se 
exige é que o bem seja apreciável 
economicamente – ex: fornecimento de 
amostra grátis. 
 
b) Serviço (§ 2 do art. 3º do CDC) 
 
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida 
no mercado de consumo, mediante 
remuneração, inclusive as de natureza 
bancária, financeira, de crédito e securitária, 
salvo as decorrentes das relações de caráter 
trabalhista. 
É atividade, um comportamento humano. 
Sobre o tema, atente-se para as 
considerações: 
 
- A onerosidade integra o conceito de 
serviço, mas a contraprestação pode ser 
direta ou indireta. 
 
Temas polêmicos sobre o elemento objetivo: 
 
I) SERVIÇOS PÚBLICOS PODEM SER 
CONSIDERADOS COMO SERVIÇOS DE 
CONSUMO? 
O CDC trata sobre o tema nos arts. 6º, X e 
22: 
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
X - a adequada e eficaz prestação dos 
serviços públicos em geral. 
Art. 22. Os órgãos públicos, porsi ou suas 
empresas, concessionárias, permissionárias 
ou sob qualquer outra forma de 
empreendimento, são obrigados a fornecer 
serviços adequados, eficientes, seguros e, 
quanto aos essenciais, contínuos. 
Parágrafo único. Nos casos de 
descumprimento, total ou parcial, das 
obrigações referidas neste artigo, serão as 
pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e 
a reparar os danos causados, na forma 
prevista neste código. 
Há diferenças entre serviços públicos 
próprios e impróprios (uti singuli)? 
 
II) SERVIÇOS BANCÁRIOS SOFREM 
INCIDÊNCIA DO CDC OU NÃO? 
 
O §2º do art. 3º do próprio CDC (acima 
mencionado) inclui o serviço de natureza 
bancária. 
 
Os bancos entraram com uma ADI contra 
esse dispositivo, alegando, com base no art. 
192, CF, que, não sendo o CDC uma LC, 
não pode ele reger o Sistema Financeiro 
Nacional. 
Art. 192. O sistema financeiro nacional, 
estruturado de forma a promover o 
desenvolvimento equilibrado do País e a 
servir aos interesses da coletividade, em 
todas as partes que o compõem, 
abrangendo as cooperativas de crédito, será 
regulado por leis complementares que 
disporão, inclusive, 
sobre a participação do capital estrangeiro 
nas instituições que o integram. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 
2003) 
Hoje prepondera que o CDC é aplicável às 
instituições financeiras sem qualquer 
limitação. Mas entendeu-se que, no caso da 
taxa de juros, está só poderá ser atacada no 
caso concreto. Nesse sentido, a súmula 297, 
do STJ: 
 
Súmula 297, STJ: O Código de Defesa do 
Consumidor é aplicável às instituições 
financeiras. 
 
3. Direitos Básicos do Consumidor 
 
Estão previstos no art. 6 do CDC: 
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
I - a proteção da vida, saúde e segurança 
contra os riscos provocados por práticas no 
fornecimento de produtos e serviços 
considerados perigosos ou nocivos; 
II - a educação e divulgação sobre o 
consumo adequado dos produtos e serviços, 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito do Consumidor - Aulas 1 e 2 
Cristiano Chaves 
4 
asseguradas a liberdade de escolha e a 
igualdade nas contratações; 
III - a informação adequada e clara sobre os 
diferentes produtos e serviços, com 
especificação correta de quantidade, 
características, composição, qualidade e 
preço, bem como sobre os riscos que 
apresentem; 
III - a informação adequada e clara sobre os 
diferentes produtos e serviços, com 
especificação correta de quantidade, 
características, composição, qualidade, 
tributos incidentes e preço, bem como sobre 
os riscos que apresentem; (Redação dada 
pela Lei nº 12.741, de 2012) Vigência 
IV - a proteção contra a publicidade 
enganosa e abusiva, métodos comerciais 
coercitivos ou desleais, bem como contra 
práticas e cláusulas abusivas ou impostas 
no fornecimento de produtos e serviços; 
V - a modificação das cláusulas contratuais 
que estabeleçam prestações 
desproporcionais ou sua revisão em razão 
de fatos supervenientes que as tornem 
excessivamente onerosas; 
VI - a efetiva prevenção e reparação de 
danos patrimoniais e morais, individuais, 
coletivos e difusos; 
VII - o acesso aos órgãos judiciários e 
administrativos com vistas à prevenção ou 
reparação de danos patrimoniais e morais, 
individuais, coletivos ou difusos, assegurada 
a proteção Jurídica, administrativa e técnica 
aos necessitados; 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, 
inclusive com a inversão do ônus da prova, 
a seu favor, no processo civil, quando, a 
critério do juiz, for verossímil a alegação ou 
quando for ele hipossuficiente, segundo as 
regras ordinárias de experiências; 
IX - (Vetado); 
X - a adequada e eficaz prestação dos 
serviços públicos em geral. 
Como se dá do direito à informação? 
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
I - a proteção da vida, saúde e segurança 
contra os riscos provocados por práticas no 
fornecimento de produtos e serviços 
considerados perigosos ou nocivos; 
II - a educação e divulgação sobre o 
consumo adequado dos produtos e serviços, 
asseguradas a liberdade de escolha e a 
igualdade nas contratações; 
III - a informação adequada e clara sobre os 
diferentes produtos e serviços, com 
especificação correta de quantidade, 
características, composição, qualidade e 
preço, bem como sobre os riscos que 
apresentem; 
III - a informação adequada e clara sobre os 
diferentes produtos e serviços, com 
especificação correta de quantidade, 
características, composição, qualidade, 
tributos incidentes e preço, bem como sobre 
os riscos que apresentem; (Redação dada 
pela Lei nº 12.741, de 2012) Vigência 
IV - a proteção contra a publicidade 
enganosa e abusiva, métodos comerciais 
coercitivos ou desleais, bem como contra 
práticas e cláusulas abusivas ou impostas 
no fornecimento de produtos e serviços; 
Precisa de cláusula expressa no contrato? 
 
Boa-fé: 
 
Subjetiva – Bona Fides romana. 
 
Objetiva - treu und glauben - Germânica 
 
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser 
interpretados conforme a boa-fé e os usos 
do lugar de sua celebração. 
 
Art. 422. Os contratantes são obrigados a 
guardar, assim na conclusão do contrato, 
como em sua execução, os princípios de 
probidade e boa-fé. 
Funções da Boa-Fé Objetiva: 
 
- Interpretativa 
 
En. 27. Art. 422: na interpretação da 
cláusula geral da boa-fé, deve-se levar em 
conta o sistema do Código Civil e as 
conexões sistemáticas com outros estatutos 
normativos e fatores metajurídicos. 
 
- Integrativa 
 
En. 24.: Art. 422.: em virtude do princípio da 
boa-fé, positivado no art. 422 do novo 
Código Civil, a violação aos deveres anexos 
constitui espécie de inadimplemento, 
independentemente de culpa. 
 
 
 
 
 
 
 
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5 
O descumprimento de tais deveres 
denomina-se de violação positiva do 
contrato ou adimplemento fraco, sendo 
reconhecido pelo STJ na hipótese de não 
observância do dever de informação: 
Recurso especial. Civil. Indenização. 
Aplicação do princípio da boa-fé 
contratual.Deveres anexos ao contrato. 
 
- O princípio da boa-fé se aplica às relações 
contratuais regidas pelo CDC, impondo, por 
conseguinte, a obediência aos deveres 
anexos ao contrato, que são decorrência 
lógica deste princípio. 
- O dever anexo de cooperação pressupõe 
ações recíprocas de lealdade dentro da 
relação contratual. 
- A violação a qualquer dos deveres anexos 
implica em inadimplemento contratual de 
quem lhe tenha dado causa. 
- A alteração dos valores arbitrados a título 
de reparação de danos extrapatrimoniais 
somente é possível, em sede de Recurso 
Especial, nos casos em que o quantum 
determinado revela-se irrisório ou 
exagerado. 
Recursos não providos. 
(REsp 595631 / SC. Relatora Ministra Nancy 
Adrighi. 3 Turma. Julgado em:08.06.2004.) 
- A alteração dos valores arbitrados a título 
de reparação de danos extrapatrimoniais 
somente é possível, em sede de Recurso 
Especial, nos casos em que o quantum 
determinado revela-se irrisório ou 
exagerado. 
Recursos não providos. 
(REsp 595631 / SC. Relatora Ministra Nancy 
Adrighi. 3 Turma. Julgado em:08.06.2004.) 
 
- Restritiva 
 
En. 26 Art. 422.: a cláusula geral contida no 
art. 422 do novo Código Civil impõe ao juiz 
interpretar e, quando necessário, suprir e 
corrigir o contrato segundo a boa-fé objetiva, 
entendida como a exigência de 
comportamento leal dos contratantes. 
 
 Aplicação: Do pré-contrato ao pós-contrato? 
E. 25 - Art. 422: o art. 422 do Código Civil 
não inviabiliza a aplicação pelo julgador do 
princípio da boa-fé nas fases pré-contratual 
e pós -contratual. 
En. 170 – Art. 422: A boa-fé objetivadeve 
ser observada pelas partes na fase de 
negociações preliminares e após a 
execução do contrato, quando tal exigência 
decorrer da natureza do contrato. 
Como fica a onerosidade excessiva nas 
relações de consumo? 
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
V - a modificação das cláusulas contratuais 
que estabeleçam prestações 
desproporcionais ou sua revisão em razão 
de fatos supervenientes que as tornem 
excessivamente onerosas; 
O dispositivo em comento pode ser 
fracionado, sendo verificada duas situações: 
 
> REGULAÇÃO DA ONEROSIDADE 
EXCESSIVA CONCOMITANTE A 
FORMAÇÃO DO CONTRATO (1º parte). 
Aqui o CC denomina de lesão. 
 
> REGULAÇÃO DA ONEROSIDADE 
EXCESSIVA SUPERVENIENTE A 
FORMAÇÃO DO CONTRATO (2 parte). 
Aqui o CC denomina de imprevisão. 
- A onerosidade excessiva concomitante a 
formação do contrato (A Lesão) 
 
O próprio contrato já traz o vicio. É a 
chamada Lesão de consumo. 
 
- Vicio de apuração objetiva 
- Gera o direito à revisão cogente do 
negócio ou nulidade do negócio, caso não 
seja possível sua manutenção – pois não há 
no regime jurídico do CDC a nulidade 
relativa, pois as normas do CDC, de acordo 
com o art. 1º, são normas de ordem pública. 
 
Art. 1° O presente código estabelece normas 
de proteção e defesa do consumidor, de 
ordem pública e interesse social, nos termos 
dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da 
Constituição Federal e art. 48 de suas 
Disposições Transitórias. 
- Onerosidade Excessiva Superveniente à 
Formação Do Contrato 
I) É DIREITO BÁSICO DO CONSUMIDOR A 
REVISÃO NESTAS SITUAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6 
II) ADOTOU TEORIA DA QUEBRA DA 
BASE OBJETIVA DO NEGÓCIO JURÍDICO 
OU ONEROSIDADE EXCESSIVA. 
III) TRAZ COMO CONSEQUÊNCIA A 
REVISÃO, INDEPENDENTEMENTE DA 
VONTADE DO RÉU OU NULIFICAÇÃO DO 
CONTRATO 
 
IV) REQUISITOS 
 
a) Deve se tratar de contrato de execução 
continuada ou diferida 
b) Que haja onerosidade para uma das 
partes 
 
A teoria da onerosidade excessiva é 
OBJETIVA, pois não exige imprevisibilidade 
do fato. 
 
4. O Ônus da Prova nas Relações de 
Consumo 
 
Não há uma regra especifica de distribuição 
do ônus probatório. Com isso, a regra 
aplicada é aplicada no CPC, que consta do 
art. 333, sendo a regra geral que cada um 
deve comprovar o fato que alega. 
4.1 Hipóteses de Inversão Do Ônus da 
Prova no Direito do Consumidor 
 
Inversão do Ônus da Prova difere do custeio 
do ônus da prova. A inversão pode ser: 
 
a) Inversão OPE LEGIS. 
 
b) Inversão OPE IUDICES. 
 
a) Hipóteses de Inversão OPE LEGIS 
 
- Vítima de publicidade enganosa (art. 38 do 
CDC) 
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e 
correção da informação ou comunicação 
publicitária cabe a quem as patrocina. 
 
- Hipóteses de Acidente de consumo 
decorrente do fato do produto (Art. 12, § 3º, 
inc. I e II) 
 
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou 
importador só não será responsabilizado 
quando provar: 
I - que não colocou o produto no mercado; 
II - que, embora haja colocado o produto no 
mercado, o defeito inexiste; 
 
- Acidente de consumo decorrente do fato 
do serviço (art. 14, § 3º, I) 
 
§ 3° O fornecedor de serviços só não será 
responsabilizado quando provar: 
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito 
inexiste; 
 
b) Hipóteses de Inversão OPE IUDICES 
(Art. 6º, VIII, CDC) 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, 
inclusive com a inversão do ônus da prova, 
a seu favor, no processo civil, quando, a 
critério do juiz, for verossímil a alegação ou 
quando for ele hipossuficiente, segundo as 
regras ordinárias de experiências; 
 
- Requisitos alternativos : 
b.1)Verossimilhança da alegação – 
prepondera que significa probabildade 
(embora não seja a alegação provada). 
 
Sérgio Cavalieri Filho: 
Trata-se, como se vê, de conceito jurídico 
indeterminado, cujo conteúdo há de ser 
fixado pelo juiz, segundo as regras 
ordinárias de experiência, em face do caso 
concreto. No entender dos autores, 
verossímil é fato provavelmente verdadeiro, 
quem tem probabilidade de ser verdadeiro, 
que parece verdadeiro. (destaques do 
original). 
b.2) Hipossuficiência do consumidor – aqui 
trata-se de hiposuficiência probatória, 
vinculada ao direito processual. 
 
Humberto Theodoro Jr.: 
É importante, outrossim, aplicar a inversão 
do ônus da prova no sentido teleológico da 
lei consumerista, 
que não teve o propósito de liberar o 
consumidor do encargo probatório prevista 
na lei processual, mas apenas o de superar 
dificuldades técnicas na produção das 
provas necessárias à defesa de seus 
direitos em juízo. Todo consumidor é 
vulnerável em seu relacionamento com o 
fornecedor, segundo o direito material. Mas 
nem todo consumidor é 
 
 
 
 
 
 
 
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7 
hipossuficiente no sentido processual, ou 
seja, nem sempre estará desprovido de 
meios técnico-processuais para promover a 
prova do fato constitutivo do seu direito. 
Logo, se no caso concreto, não ocorre a 
referida dificuldade técnica, não pode o juiz 
inverter o ônus da prova, apenas diante da 
vulnerabilidade genericamente reconhecida 
pelo CDC (grifos aditados). 
4.2 Momento Processual Da Inversão Do 
Ônus Da Prova 
 
Duas correntes: 
 
a) (1º corrente: Nelson Nery, Kazoo, 
Watanabe, Cristiano Chaves) 
 
As regras de distribuição do ônus probatório 
são regras de julgamento, portanto o juiz só 
poderá aplicá-la no MOMENTO DA 
SENTENÇA, e por isso, para a inversão do 
ônus da prova isso também ocorrerá. 
b) (2º corrente: Fredie Didier, Tereza Alvin, 
Barbosa Moreira). 
 
Criticam a corrente anterior por violar 
principio constitucional da ampla defesa, já 
que surpreende o fornecedor réu, que não 
terá depois a oportunidade de fazer a prova. 
 
5. A Responsabilidade Civil no CDC 
a) Responsabilidade por fato do produto ou 
do serviço, também denominada de acidente 
de consumo (arts 12 à 17 do CDC). 
b) Responsabilidade por vício do produto ou 
do serviço (art. 18 à 25 do CDC); 
 
5.1 Responsabilidade Civil por Fato do 
Produto 
Regra Geral: art. 12 diz que por acidente de 
consumo respondem o fabricante, o 
construtor, o produtor e o importador, de 
forma objetiva. 
 
Art. 12. O fabricante, o produtor, o 
construtor, nacional ou estrangeiro, e o 
importador respondem, independentemente 
da existência de culpa, pela reparação dos 
danos causados aos consumidores por 
defeitos decorrentes de projeto, fabricação, 
construção, montagem, fórmulas, 
manipulação, apresentação ou 
acondicionamento de seus produtos, 
bem como por informações insuficientes ou 
inadequadas sobre sua utilização e riscos. 
Ou seja, quem introduz o produto no 
mercado de consumo nacional. 
 
Infere-se que ainda que traga o artigo, no 
seu caput, a responsabilidade civil objetiva, 
o parágrafo terceiro veicula excludentes de 
responsabilidade Civil: 
 
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou 
importador só não será responsabilizado 
quando provar: 
I - que não colocou o produto no mercado; 
II - que, embora haja colocado o produto no 
mercado, o defeito inexiste; 
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de 
terceiro. 
Cuidado: A excludente consiste na culpa 
exclusiva do consumidor ou de terceiro. A 
culpa concorrente não exclui, mas pode 
gerar diminuição do quantum indenizatório, 
na forma do art. 945 do CC e entendimento 
do STJ. 
 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido 
culposamente para o evento danoso, a sua 
indenização será fixada tendo-se em conta a 
gravidade de sua culpa em confronto com ado autor do dano. 
 
Haverá solidariedade entre as figuras 
elencadas na cabeça do artigo 12 do CDC? 
Apenas fala-se de solidariedade nas 
seguintes hipóteses: 
 
a) Havendo mais de um responsável pela 
causação do dano (Art. 25, § 1.) 
 
§ 1° Havendo mais de um responsável pela 
causação do dano, todos responderão 
solidariamente pela reparação prevista nesta 
e nas seções anteriores. 
 
b) Quando o dano de componente ou peça 
incorporada ao produto ou serviço: 
solidariedade entre fabricante, construtor e 
importador (Art. 25, § 2º) 
 
§ 2° Sendo o dano causado por componente 
ou peça incorporada ao produto ou serviço, 
são responsáveis solidários seu fabricante, 
 
 
 
 
 
 
 
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construtor ou importador e o que realizou a 
incorporação. 
Além dos elencados no artigo 12 do CDC, 
excepcionalmente podem responder pelo 
fato do produto: 
 
a) Fornecedor aparente – não é fabricante, 
construtor, produtor ou importador, mas se 
apresenta para o consumidor como se 
fosse. 
 
b) Comerciante – Nas hipóteses elencadas 
na redação do art. 13 do CDC 
 
Art. 13. O comerciante é igualmente 
responsável, nos termos do artigo anterior, 
quando: 
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o 
importador não puderem ser identificados; 
II - o produto for fornecido sem identificação 
clara do seu fabricante, produtor, construtor 
ou importador; 
III - não conservar adequadamente os 
produtos perecíveis. 
Parágrafo único. Aquele que efetivar o 
pagamento ao prejudicado poderá exercer o 
direito de regresso contra os demais 
responsáveis, segundo sua participação na 
causação do evento danoso. 
 
Assim, afirma a norma que responde o 
comerciante quando: 
 
I) QUANDO FABRICANTE, PRODUTOR OU 
CONSTRUTOR NÃO PUDER SER 
IDENTIFICADO 
II) QUANDO O PRODUTO FOR 
FORNECIDO SEM A IDENTIFICAÇAO 
CLARA DO FABRICANTE, PRODUTOR OU 
CONSTRUTOR 
III) QUANDO O COMERCIANTE NÃO 
CONSERVA ADEQUADAMENTE 
PRODUTO 
 
A essas hipóteses, soma a doutrina a 
responsabilidade civil do comerciante 
quando: 
 
I) COMERCIANTE REPONDE QND DER 
CAUSA AO ACIDENTE DE CONSUMO 
POR FATO PRÓPRIO 
 
Mas essa responsabilidade do comerciante 
é subsidiária ou solidária? 
 
Observa-se que o art. 88 do CDC possibilita 
ao comerciante a posterior ação em 
regresso, seja nos mesmo autos ou em ação 
autônoma. 
 
Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo 
único deste código, a ação de regresso 
poderá ser ajuizada em processo autônomo, 
facultada a possibilidade de prosseguir-se 
nos mesmos autos, vedada a denunciação 
da lide. 
5.2 Responsabilidade Civil por Fato do 
Serviço 
 
Quase tudo que vale para o caso de 
produto, vale para o caso de serviço, mas há 
certas peculiaridades, que são: 
 
a) Ônus probatório referente à conduta que 
é mais amplo para o consumidor - o 
consumidor terá que provar que foi aquele 
fornecedor especifico que forneceu o 
serviço. 
 
b) Todos os prestadores do serviço 
vinculados ao dano, por nexo de 
causalidade, responderão solidariamente 
5.2.1. Responsabilidade Civil Do Profissional 
Liberal 
 
Essa responsabilidade, diferente das 
demais, é subjetiva (art. 14, §4º, CDC). 
 
§ 4° A responsabilidade pessoal dos 
profissionais liberais será apurada mediante 
a verificação de culpa. 
 
Fundamento é que estes, em regra, 
assumem obrigação de meio 
 
Quem é profissional liberal? 
Apesar da regra da responsabilidade 
subjetiva dos profissionais liberais, há 
hipótese em que eles respondem 
objetivamente. São hipóteses de prova: 
 
a) Quando a técnica disponível torna certo o 
atingimento de um dado resultado – ex: 
engenheiro que faz trabalho de cálculo; 
 
 
 
 
 
 
 
 
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b) Quando se contrata o resultado ou se cria 
a expectativa de que o resultado será 
atingido, a exemplo da cirurgia plástica 
estética.(Inf. 382 do STJ) 
 
5.3 Responsabilidade Civil por Vício do 
Produto 
 
a) Vicio de Qualidade do Produto: 
 
O art. 18 do CDC fala na responsabilidade 
civil por vicio de qualidade do produto, ou 
seja: quando este relaciona-se a sua 
qualidade ou adequação (art. 18) 
Art. 18. Os fornecedores de produtos de 
consumo duráveis ou não duráveis 
respondem solidariamente pelos vícios de 
qualidade ou quantidade que os tornem 
impróprios ou inadequados ao consumo a 
que se destinam ou lhes diminuam o valor, 
assim como por aqueles decorrentes da 
disparidade, com a indicações constantes do 
recipiente, da embalagem, 
rotulagem ou mensagem publicitária, 
respeitadas as variações decorrentes de sua 
natureza, podendo o consumidor exigir a 
substituição das partes viciadas. 
Assim, enuncio o artigo que a vicio quando 
torna o produto: 
 
I) IMPRÓPRIO OU INADEQUADO AO FIM 
A QUE SE DESTINA 
 
II) REDUZ O VALOR DO PRODUTO 
 
III) DISPARIDADE COM A OFERTA. 
Tais hipóteses, quando verificadas, 
possibilitam ao fornecedor o prazo 
decadencial de 30 dias para sanar o 
acontecido. Caso não o faça, nasce ao 
consumidor o direito potestativo de escolher 
entre (parágrafo primeiro do art. 18 do 
CDC): 
 
a) A substituição do produto por outro da 
mesma espécie, em perfeitas condições de 
uso. 
Caso inexista o produto? 
 
b) A restituição imediata da quantia paga, 
monetariamente atualizada, sem prejuízo de 
eventuais perdas e danos; 
 
c) O abatimento proporcional do preço. 
 
Questões usuais de provas: 
- E se o fornecedor, antes dos 30 dias 
devolve o produto como se o vicio tivesse 
sanado, mas sem que o vício tivesse 
sanado? 
- E se o mesmo vício retorna, é preciso 
apresentar uma nova reclamação? 
- Se não há vício, mas quer trocar o produto, 
é possível trocar o produto? 
 
b) Vicio de Quantidade do Produto: 
 
Infere-se mais uma vez a solidariedade dos 
fornecedores. 
 
Art. 19. Os fornecedores respondem 
solidariamente pelos vícios de quantidade 
do produto sempre que, respeitadas as 
variações decorrentes de sua natureza, seu 
conteúdo líquido for inferior às indicações 
constantes do recipiente, 
da embalagem, rotulagem ou de mensagem 
publicitária, podendo o consumidor exigir, 
alternativamente e à sua escolha: 
Configurado tal vicio, possibilita o art. 19 que 
escolha o consumidor entre: 
 
I - o abatimento proporcional do preço; 
II - complementação do peso ou medida; 
III - a substituição do produto por outro da 
mesma espécie, marca ou modelo, sem os 
aludidos vícios; 
IV - a restituição imediata da quantia paga, 
monetariamente atualizada, sem prejuízo de 
eventuais perdas e danos. 
c) Vicio de Qualidade no Serviço: 
 
Art. 20. O fornecedor de serviços responde 
pelos vícios de qualidade que os tornem 
impróprios ao consumo ou lhes diminuam o 
valor, assim como por aqueles decorrentes 
da disparidade com as indicações 
constantes da oferta ou mensagem 
publicitária, 
podendo o consumidor exigir, 
alternativamente e à sua escolha: 
 
Diante da sua configuração, poderá pleitear 
o consumidor: 
a) a reexecução dos serviços, sem custo 
adicional e quando cabível. Tal reexecução 
 
 
 
 
 
 
 
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pode ser confiada a terceiros capacitados 
pela conta e risco do fornecedor (parágrafo 
primeiro); 
 
b) a restituição imediata da quantia paga, 
monetariamente atualizada, sem prejuízo de 
eventuais perdas e danos; 
 
c) o abatimento proporcional do preço. 
 
Qual é a responsabilidade nos vício? 
 
6. A Garantia 
 
O tema garantia se subdivide em garantia 
legal e convencional. 
 
6.1 Garantia Legala) É automática 
 
b) Vedação à exoneração da garantia legal 
(art. 24 e 25) 
Art. 24. A garantia legal de adequação do 
produto ou serviço independe de termo 
expresso, vedada a exoneração contratual 
do fornecedor. 
 
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de 
cláusula que impossibilite, exonere ou 
atenue a obrigação de indenizar prevista 
nesta e nas seções anteriores. 
 
Venda de produtos portadores de avarias, 
responde-se pela avaria? 
 
c) Autônoma 
 
d) Ilimitada: 
O Prazo de garantia legal está consignado 
no art. 26 do CDC, sendo decadencial: 
 
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios 
aparentes ou de fácil constatação caduca 
em: 
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de 
serviço e de produtos não duráveis; 
II - noventa dias, tratando-se de 
fornecimento de serviço e de produtos 
duráveis. 
 
O artigo enuncia, ainda, no seu parágrafo 
segundo hipóteses que obstam a 
decadência: 
§ 2° Obstam a decadência: 
I - a reclamação comprovadamente 
formulada pelo consumidor perante o 
fornecedor de produtos e serviços até a 
resposta negativa correspondente, que deve 
ser transmitida de forma inequívoca; 
II - (Vetado). 
III - a instauração de inquérito civil, até seu 
encerramento. 
 
O que significa obstar a decadência? São 
hipóteses interruptivas ou suspensivas? 
 
e) Incondicional 
 
6.2 Garantia contratual ou Estendida (art. 
50) 
 
Art. 50. A garantia contratual é 
complementar à legal e será conferida 
mediante termo escrito. 
Parágrafo único. O termo de garantia ou 
equivalente deve ser padronizado e 
esclarecer, de maneira adequada em que 
consiste a mesma garantia, 
bem como a forma, o prazo e o lugar em 
que pode ser exercitada e os ônus a cargo 
do consumidor, devendo ser-lhe entregue, 
devidamente preenchido pelo fornecedor, no 
ato do fornecimento, acompanhado de 
manual de instrução, de instalação e uso do 
produto em linguagem didática, com 
ilustrações. 
 
a) Não é autônoma. 
 
b) Pode ser limitada. 
 
c) Pode ser condicionada. 
 
O prazo da garantia contratual apenas 
começa a correr após ultrapassado o prazo 
da garantia legal, salvo disposição expressa, 
na forma do art. 446 do CC, aplicado por 
conta do princípio da norma mais protetiva. 
 
Art. 446. Não correrão os prazos do artigo 
antecedente na constância de cláusula de 
garantia; mas o adquirente deve denunciar o 
defeito ao alienante nos trinta dias seguintes 
 
 
 
 
 
 
 
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ao seu descobrimento, sob pena de 
decadência. 
7. A Revisão dos Contratos de Consumo por 
Cláusulas Abusivas 
 
Fenômeno da contratualização em massa e 
busca da equivalência contratual das 
prestações. 
 
Nessa linha de raciocínio, o art. 51 do CDC 
veicula rol de cláusulas abusivas, as quais 
são nulas de pleno direito e ocasionam 
possibilidade de revisão contratual. 
 
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre 
outras, as cláusulas contratuais relativas ao 
fornecimento de produtos e serviços que: 
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a 
responsabilidade do fornecedor por vícios de 
qualquer natureza dos produtos e serviços 
ou impliquem renúncia ou disposição de 
direitos. 
Nas relações de consumo entre o 
fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, 
a indenização poderá ser limitada, em 
situações justificáveis; 
II - subtraiam ao consumidor a opção de 
reembolso da quantia já paga, nos casos 
previstos neste código; 
III - transfiram responsabilidades a terceiros; 
IV - estabeleçam obrigações consideradas 
iníquas, abusivas, que coloquem o 
consumidor em desvantagem exagerada, ou 
sejam incompatíveis com a boa-fé ou a 
eqüidade; 
V - (Vetado); 
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova 
em prejuízo do consumidor; 
VII - determinem a utilização compulsória de 
arbitragem; 
VIII - imponham representante para concluir 
ou realizar outro negócio jurídico pelo 
consumidor; 
IX - deixem ao fornecedor a opção de 
concluir ou não o contrato, embora 
obrigando o consumidor; 
X - permitam ao fornecedor, direta ou 
indiretamente, variação do preço de maneira 
unilateral; 
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o 
contrato unilateralmente, sem que igual 
direito seja conferido ao consumidor; 
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os 
custos de cobrança de sua obrigação, sem 
que igual direito lhe seja conferido contra o 
fornecedor; 
 XIII - autorizem o fornecedor a modificar 
unilateralmente o conteúdo ou a qualidade 
do contrato, após sua celebração; 
 XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de 
normas ambientais; 
 XV - estejam em desacordo com o sistema 
de proteção ao consumidor; 
 XVI - possibilitem a renúncia do direito de 
indenização por benfeitorias necessárias. 
 § 1º Presume-se exagerada, entre outros 
casos, a vontade que: 
 
I - ofende os princípios fundamentais do 
sistema jurídico a que pertence; 
II - restringe direitos ou obrigações 
fundamentais inerentes à natureza do 
contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto 
ou equilíbrio contratual; 
III - se mostra excessivamente onerosa para 
o consumidor, considerando-se a natureza e 
conteúdo do contrato, o interesse das partes 
e outras circunstâncias peculiares ao caso. 
 § 2° A nulidade de uma cláusula contratual 
abusiva não invalida o contrato, exceto 
quando de sua ausência, apesar dos 
esforços de integração, decorrer ônus 
excessivo a qualquer das partes. 
 
§ 3° (Vetado). 
§ 4° É facultado a qualquer consumidor ou 
entidade que o represente requerer ao 
Ministério Público que ajuíze a competente 
ação para ser declarada a nulidade de 
cláusula contratual que contrarie o disposto 
neste código ou de qualquer forma não 
assegure o justo equilíbrio entre direitos e 
obrigações das partes. 
Rol exemplificativo. 
 
8. Desconsideração da Personalidade 
Jurídica da Pessoa Jurídica 
 
Aquisição da personalidade Jurídica pela 
Pessoa Jurídica. O que é e quando ocorre? 
Art. 45 – Começa a existência legal das 
pessoas jurídicas de direito privado com a 
inscrição do ato constitutivo no respectivo 
registro, precedida, quando necessário, de 
autorização ou aprovação do poder 
 
 
 
 
 
 
 
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executivo, averbando-se no registro todas as 
alterações por que passar o ato constitutivo. 
 
Parágrafo único. Decai em três anos o 
direito de anular a constituição das pessoas 
jurídicas de direito privado, por defeito do 
ato respectivo, contado o prazo da 
publicação de sua inscrição no registro. 
O que seria a independência, autonomia ou 
separação? 
 
O que é a desconsideração da 
personalidade jurídica da pessoa jurídica? 
 
Quando acontece para o Código de Defesa 
do Consumidor? 
 
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a 
personalidade jurídica da sociedade quando, 
em detrimento do consumidor, houver abuso 
de direito, excesso de poder, infração da lei, 
fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos 
ou contrato social. 
A desconsideração também será efetivada 
quando houver falência, estado de 
insolvência, encerramento ou inatividade da 
pessoa jurídica provocados por má 
administração. 
 
§ 1° (Vetado). 
 § 2° As sociedades integrantes dos grupos 
societários e as sociedades controladas, são 
subsidiariamente responsáveis pelas 
obrigações decorrentes deste código. 
§ 3° As sociedades consorciadas são 
solidariamente responsáveis pelas 
obrigações decorrentes deste código. 
§ 4° As sociedades coligadas só 
responderão por culpa. 
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a 
pessoa jurídica sempre que sua 
personalidade for, de alguma forma, 
obstáculo ao ressarcimento de prejuízos 
causados aos consumidores. 
 
9. Órgãosde Restrições ao Crédito 
 
O que são? 
 
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do 
disposto no art. 86, terá acesso às 
informações existentes em cadastros, fichas, 
registros e dados pessoais e de consumo 
arquivados sobre ele, bem como sobre as 
suas respectivas fontes. 
 
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores 
devem ser objetivos, claros, verdadeiros e 
em linguagem de fácil compreensão, não 
podendo conter informações negativas 
referentes a período superior a cinco anos. 
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e 
dados pessoais e de consumo deverá ser 
comunicada por escrito ao consumidor, 
quando não solicitada por ele. 
§ 3° O consumidor, sempre que encontrar 
inexatidão nos seus dados e cadastros, 
poderá exigir sua imediata correção, 
devendo o arquivista, no prazo de cinco dias 
úteis, comunicar a alteração aos eventuais 
destinatários das informações incorretas. 
§ 4° Os bancos de dados e cadastros 
relativos a consumidores, os serviços de 
proteção ao crédito e congêneres são 
considerados entidades de caráter público. 
§ 5° Consumada a prescrição relativa à 
cobrança de débitos do consumidor, não 
serão fornecidas, pelos respectivos 
Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer 
informações que possam impedir ou 
dificultar novo acesso ao crédito junto aos 
fornecedores. 
8 - A nova redação quanto ao critério de 
avaliação da redação das provas subjetivas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3.5.10. O texto da peça profissional e as 
respostas às questões práticas serão 
avaliados quanto a adequação ao problema 
apresentado, a domínio do raciocínio 
jurídico, a fundamentação e sua 
consistência, a capacidade de interpretação 
e exposição e a técnica profissional 
demonstrada, sendo que a mera transcrição 
de dispositivos legais, desprovida do 
raciocínio jurídico, não ensejará pontuação. 
Essa é uma redação nova no edital, apesar 
da regra já ser antiga. Ou seja: a FGV 
certamente vai dar mais valor AINDA a 
forma como os candidatos redigem suas 
peças e questões. A correção da redação é 
de suma importância na 2ª fase.

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