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PÂNCREAS, FÍGADO E VIAS BILIARES. Disciplina: Anatomia II Docente: Prof. Dr. Rodolfo Korte Discentes: Claudio H. M. Aranha Gabriela G. Machado Talita de O. Mesquita Embriologia Em A: • Embrião de aproximadamente 25 dias. • Tubo gastrointestinal • Formação do divertículo hepático derivado do revestimento epitelial endodérmico do intestino anterior. Em B: - Embrião de aproximadamente 32 dias. - Cordões epiteliais hepáticos penetrando no mesênquima do septo transverso. Embriologia Em A: - Embrião de aproximadamente 30 dias. - Formação da vesícula biliar. Em B: - Embrião de aproximadamente 35 dias. - Ductos hepático, cístico e colédoco, antecedendo a rotação intestinal. Embriologia Em A: - Embrião de aproximadamente 36 dias. - Fígado expandido na cavidade abdominal. - Condensação do mesênquima entre fígado e pericárdio. - Primórdio do diafragma. Em B: - Ligamento falciforme. - Omento menor. - Fígado quase todo envolto por peritônio. - Contato com diafragma: “área nua”. Pâncreas - Fotomicrografia. - Pâncreas exócrino. - Componentes. Histologia do pâncreas - Ácino pancreático. - Células acinares são piramidais. Histologia do pâncreas Histologia do pâncreas - Ácinos secretores. - Tipos celulares. - Ilhotas endócrinas de Langerhans. Pâncreas • Glândula acessória da digestão • Retroperitonial, alongada e transversa • Parede posterior do abdome, posterior ao estômago. • Situado entre duodeno e baço • Mesocolo transverso fixa-o à sua margem anterior Pâncreas Funções do pâncreas • Secreção exócrina de suco pancreático das células acinares que entra no duodeno através dos ductos pancreáticos principal e acessório. • Secreções endócrinas de glucagon e insulina das ilhotas pancreáticas( de Langerhans) Pâncreas • Dividido em quadro partes: 1. Cabeça 2. Colo 3. Corpo 4. Cauda Cabeça do pâncreas • Circundada pela curva do duodeno e à direita dos vasos mesentéricos superiores • Fixada à face medial das partes descendente e horizontal do duodeno • Apoiada posteriormente na veia cava inferior, artéria e veias renais direitas e veia renal esquerda. • Ducto colédoco situa-se em um sulco na face posterosuperior da cabeça ou está incrustado em sua substância. Colo do pâncreas • Situado sobre vasos mesentéricos superiores • A sua face anterior é coberta por peritônio e situada adjacente ao piloro do estômago • A veia mesentéria superior une-se à veia esplênica posteriormente ao colo para formar a veia porta. Corpo do pâncreas • Situa-se à esquerda dos vasos mesentéricos superiores • Passa sobre a aorta e vértebra L2 • Face posterior desprovida de peritônio e em contato com aorta, artéria mesentérica superior, suprarrenal esquerda, rim esquerdo e vasos renais esquerdos • Face anterior coberta por peritônio, situada no assoalho pélvico da bolsa omental e forma parte do leito do estômago Cauda do pâncreas • Anterior ao rim esquerdo • Relacionada ao hilo esplênico e à flexura cólica • Relativamente móvel • Romba e voltada para cima Ducto Pancreático 1. Principal 2. Acessório Ducto Pancreático Principal • Começa na cauda do pâncreas • Atravessa o parênquima até a cabeça do pâncreas • Volta-se inferiormente para se relacionar com o ducto colédoco Ducto Pancreático Principal • Forma a ampola hepatopancreática (de Vater), que se abre na parte descendente do duodeno no cume da papila maior do duodeno. • Os esfíncteres do ducto pancreático, do ducto colédoco e da ampola hepatopancreática(de Oddi) são constituídas por músculo liso que controlam o fluxo de bile e suco pancreático para o duodeno. Ampola hepatopancreática Ducto Pancreático Acessório • Cume da papila menor do duodeno. Ducto Pancreático Acessório e Cálculos Biliares Circulação Sanguínea • Artérias pancreáticas provêm principalmente dos ramos da artéria esplênica, que forma vários arcos com os ramos pancreáticos das artérias gastroduodenal e mesentérica superior. Circulação Sanguínea 1. Corpo e cauda • Dez ramos da artéria esplênica Circulação sanguínea 2. Cabeça • Artérias pancreáticoduodenais superior anterior e superior posterior • Ramos da artéria gastroduodenal • Artérias pancreáticoduodenais inferiores anterior e posterior • Ramos da artéria mesentérica superior. Circulação sanguínea • As veias pancreáticas são tributárias das partes esplênica e mesentérica superior da veia porta. • A maioria delas drena para a veia esplênica. Circulação Linfática • A maioria termina nos linfonodos pancreáticos esplênicos. • Alguns vasos terminam nos linfonodos pilóricos. • Os vasos eferentes drenam para os linfonodos mesentéricos superiores ou para os linfonodos celíacos através dos linfonodos hepáticos. Inervação • Derivados dos nervos vago e esplâncnicos abdominopélvicos que atravessam o diafragma. • As fibras simpáticas e parassimpáticas chegam ao pâncreas passando ao longo das artérias do plexo celíaco e do plexo mesentérico superior. • Distribuídas para células acinares e ilhotas pancreáticas. • As fibras parassimpáticas são secretomotoras mas a secreção é mediada principalmente por secretina e colecistocinina, hormônios formados pelas células epiteliais do duodeno e parte superior da mucosa intestinal, sob o estímulo do conteúdo ácido do estômago. Inervação Anatomia de superfície do pâncreas • O colo situado sobre as vértebras L1 e L2. • Como está situado profusamente na cavidade abdominal (retroabdominal), posterior ao estômago e à bolsa omental • Geralmente não é palpável. Anatomia de superfície Tecido pancreático acessório • Não é incomum o surgimento no estômago, duodeno, íleo ou divertículo ileal, sendo mais comum no duodeno e estômago. • Pode conter células das ilhotas pancreáticas que produzem glucagon e insulina. Pancreatectomia • A maioria dos problemas pancreáticos exócrinos é secundária aos problemas biliares. • Em caso de pancreatectomia, é comum conservar uma parte do pâncreas ao longo da margem medial do duodeno para preservar a vascularização duodenal. Obstrução da ampola hepatopancreática e pancreatite • Um cálculo biliar que siga pelas vias biliares extra hepáticas pode se alojar na extremidade distal mais estreita da ampola hepatopancreática • Obstrução dos ductos colédoco e pancreático. • A bile pode refluir e entrar no ducto pancreático, resultando em pancreatite. • A existência de um ducto pancreático acessório que se abra no duodeno pode anular a obstrução do ducto pancreático ou o efeito do espasmo do músculo esfíncter da ampola. Obstrução da ampola hepatopancreática Ruptura do pâncreas • A ruptura do pâncreas costuma romper seu sistema ductal, permitindo que o suco pancreático entre no parênquima e invada os tecidos adjacentes. Há a digestão do tecido pancreático e de outros tecidos pelo suco pancreático. Câncer de pâncreas • O câncer da cabeça do pâncreas representa amaioria dos casos de obstrução extra hepática dos ductos biliares. Costuma comprimir e obstruir o ducto colédoco e/ou a ampola hepatopancreática. • Causa retenção de pigmentos biliares, aumento da vesícula biliar e icterícia obstrutiva. • A maioria das pessoas com câncer de pâncreas tem adenocarcinoma ductal. • Há dor forte nas costas, frequentemente. • O câncer do colo e do corpo do pâncreas pode causar obstrução da veia porta ou da veia cava inferior. • A drenagem para linfonodos e a metástase para o fígado tornam quase inútil a ressecção cirúrgica do pâncreas canceroso. Fígado Histologia do fígado A: Anatomia macroscópica do fígado. B: Lóbulos hepáticos mostrando os espaços porta e a veia central. C: Parte do lóbulo hepático mostrando o espaço porta, placas de hepatócitos, sinusóides e canalículos biliares. Histologia do fígado - Lóbulo hepático central circundado pelos espaços porta. - Arteríolas, vênulas e ductos biliares ocupam o espaço porta. - Nervos, tecido conjuntivo e vasos linfáticos. - Placas de hepatócitos: disposição radial, separadas pelos sinusóides. - Canalículos biliares entre os hepatócitos. Histologia do fígado - Aspecto tridimensional. - Veia central. - Veia porta. - Canalículo biliar. - Placas de hepatócitos. - Sinusóides. Histologia do fígado Três tipos de lóbulos do fígado: - Clássico; - Porta; - Ácino hepático. - Confluência dos canalículos biliares e formação dos dúctulos biliares revestido por epitélio cúbico simples. - Os dúctulos se fundem aos ductos biliares localizados nos espaços porta. Histologia do fígado Em A: veia central; placas de hepatócitos limitando os capilares sinusóides. Em B: espaço porta contendo ramo da artéria hepática, ramo da veia porta e ducto biliar. Em C: fibras reticulares formando suporte para os hepatócitos. A B C Hepatócito Fígado • Maior glândula do corpo; • Segundo maior órgão, com cerca de 1,5 kg; • Os nutrientes absorvidos pelo trato digestório, exceto a gordura, são trazidos para o fígado pelo sistema portal venoso. Os lipideos são absorvidos pelo sistema linfático e passam distante do fígado. Funções do fígado • O fígado armazena glicogênio e secreta bile. • A bile sai do fígado pelos ductos biliares(direito e esquerdo); ducto hepático comum; ducto cístico; formando o ducto colédoco. • A bile é produzida constantemente pelo fígado. • A vesícula biliar armazena e concentra a bile. • Uma vez que o alimento chega ao duodeno, a vesícula envia a bile através das vias biliares até ele. Anatomia de superfície • Localização do fígado: • quadrante superior direito do abdome; • protegido pela caixa torácica e diafragma; • profundamente entre a sétima e a décima primeira costelas do lado direito; • Ocupa a maior parte do hipocôndrio direito e parte superior do epigastro, e estende-se até o hipocôndrio esquerdo. Anatomia de superfície • O fígado tem: 1. Uma face diafragmática convexa (anterior, superior e um pouco posterior) que é lisa e se relaciona com a concavidade da face inferior do diafragma, que o separa das pleuras, pulmões, pericárdio e coração. 2. Uma face visceral (pósteroinferior) relativamente plana ou côncava. Recessos subfrênicos • Extensões superiores a cavidade peritonial entre o diafragma e o fígado. • O recessos são separados em direito e esquerdo pelo ligamento falciforme, que se estende entre o fígado e parede anterior do abdome. Recesso subhepático • Localizado no compartimento supracólico da cavidade peritonial, imediatamente inferior ao fígado Recesso hepatorrenal • Extensão póstero-superior do recesso subhepático, localizado entre a parte direita da face visceral do fígado e o rim direito. • O líquido que drena a bolsa omental flui para este recesso, geralmente, espaços virtuais com líquido peritonial. Face diafragmática • É coberta por peritônio visceral, exceto a parte nua, que está em contato com o diafragma. • A área nua é dermacada pela reflexão do peritônio do diafragma para o fígado como as lâminas anterior (superior) e posterior (inferior) do ligamento coronário. • As lâminas unem-se à direita para formar o ligamento triangular direito e divergem para a esquerda para envolver a área nua triangular. Face diafragmática • A lâmina anterior do ligamento coronário é contínua à esquerda com a lâmina direita do ligamento falciforme e a lâmina posterior é contínua com a lâmina direita do omento menor. • As lâminas anterior e posterior da parte esquerda do ligamento coronário se encontram para formar o ligamento triangular esquerdo. • A veia cava inferior atravessa o sulco da veia cava na área nua do fígado. Face visceral • Coberta por peritônio, exceto na fossa da vesícula biliar e na porta do fígado (fissura por onde entram e saem a veia porta, a artéria hepática, os vasos linfáticos, o plexo nervoso hepático e os ductos hepáticos). • O omento menor, que abriga a tríade portal vai do fígado até a curvatura menor do estômago e primeiros centímetros do duodeno. • A face possui muitas fissuras e impressões decorrentes do contato com os outros órgãos. Face visceral Face visceral • Duas fissuras sagitais são unidas pela porta do fígado transversal: • A fissura sagital direita: - anteriormente - fossa da vesícula biliar - posteriormente -sulco da veia cava. Face visceral • A fissura sagital esquerda: - anteriormente - fissura do ligamento redondo,que é o remanescente fibroso da veia umbilical. - posteriormente - fissura do ligamento venoso , remanescente fibrosos do ducto venoso fetal. Lobos anatômicos do fígado • Externamente: 2 lobos anatômicos e 2 lobos acessórios, formados pelas reflexões do peritônio. • São falsos lobos: apenas relação secundária com a arquitetura interna. Lobos anatômicos do fígado • Os lobos direito e esquerdo são divididos pela fixação do ligamento falciforme e pela fissura sagital esquerda. • As fissuras sagitais esquerda e direita limitam os lobos acessório (quadrado – anterior e inferior - e caudado – posterior e superior) pertencentes ao lobo direito. A porta do fígado transversal os separa. • O lobo caudado muitas vezes dá origem a uma cauda, um processo papilar alongado. Esse processo se estende para direita entre a VCI e a porta do fígado, unindo os lobos hepático direito e caudado. Subdivisão funcional do fígado • Do ponto de vista funcional, o fígado pode ser dividido em parte direita e esquerda, com tamanhos mais semelhantes, excluindo o lobo caudado. • O plano entre as partes é a fissura portal principal, na face visceral é a fissura sagital direita. Subdivisão funcional do fígado • O fígado pode ainda ser subdividido em quatro divisões e depois em oito segmentos hepáticos cirurgicamente ressecáveis, cada um servido independentemente por um ramo secundário ou terciário da tríade portal. • As partes direta e esquerda são dividida verticalmente em divisão medial e lateral pelas fissuras portal direita (sem marcação externa) e fissura umbilical, onde estão as veias porta direita e esquerda.Subdivisão funcional do fígado O lobo caudado tem vascularização independente da bifurcação da tríade portal e é drenado por uma ou duas veias hepáticas pequenas que entram na VCI diretamente e distante das veias hepáticas principais. Ele é nutrido pelos ramos das duas divisões e possui suas próprias veias hepáticas. Circulação sanguínea do fígado • O fígado tem vascularização dupla. • A tríade portal é formada pela veia porta, artéria hepática própria e ducto colédoco. • Na porta do fígado tanto a veia porta como a artéria hepática se dividem em ramos (1º) direito e esquerdo, que supre as partes direita e esquerda. • Esses ramos se dividem ainda em ramificação secundária pra suprir as divisões medial e lateral. • Ramificações terciárias, de três dos quatro ramos, suprem sete dos oito segmentos hepáticos. • As veias hepáticas formadas pela união das veias coletoras, responsáveis pela drenagem das veias centrais do parênquima hepático, abrem-se da VCI logo abaixo do diafragma e ajudam a manter o fígado em posição. Circulação do fígado. Circulação sanguínea do fígado Veia porta • A veia porta é larga e formada pela união das veias mesentérica superior e esplênica e ascende anteriormente à VCI como parte da tríade portal. • É responsável por levar quase todos os nutrientes absorvidos no sistema digestório para os sinosóides hepáticos. • A veia porta traz de 75 a 80% do sangue para o fígado e esse sangue tem 40% mais oxigênio do que o sangue que retorna ao coração. Veia porta e anastomoses portossistêmicas • A veia porta é o principal canal do sistema venoso porta. À medida de que se aproxima da porta do fígado, a veia porta divide-se em ramos direito e esquerdo. • O sangue da veia esplênica, conduzindo os produtos da decomposição das hemácias no baço, segue principalmente para a parte hepática esquerda. • O sangue da veia mesentérica superior, rico em nutrientes absorvidos no intestino, segue principalmente para a parte hepática direita. • No fígado: padrão segmentar, terminando nos sinusóides venosos do fígado. Veia porta e anastomoses portossistêmicas • São formadas na submucosa da parte inferior do esôfago, na submucosa do canal anal, na região paraumbilical e nas faces posteriores de vísceras secundariamente retroperitoniais, ou no fígado. • Quando a circulação porta é reduzida ou obstruída, o sangue do trato alimentar ainda pode chegar ao lado direito do coração pela veia cava inferior através dessas vias colaterais. • Essas vias alternativas estão disponíveis pois a veia porta e suas tributárias não possuem válvulas, e o sangue pode seguir em direção inversa. Circulação sanguínea do fígado • A artéria hepática: é um ramo do tronco celíaco. • Divide-se em artéria hepática comum (do tronco celíaco até a artéria gastroduodenal) e artéria hepática própria (da origem da artéria gastroduodenal até a bifurcação da artéria hepática). • O sangue que chega pela artéria hepática corresponde apenas a 20 a 25% do sangue que chega ao fígado e é distribuído para estruturas não parenquimatosas. Circulação linfática do fígado • O fígado é um dos principais responsáveis pela produção da linfa. • Os vasos linfáticos do fígado são superficiais à cápsula fibrosa do fígado (subperitonial) e profundos no tecido conjuntivo que acompanha as ramificações da tríade portal e veias hepáticas. • Tanto superficiais quanto profundos convergem em direção à porta do fígado. • A maior parte da linfa é produzida nos espaços perissinusoidais e drena para os linfáticos profundos nas tríades portais intralobulares adjacentes. Circulação linfática do fígado Circulação linfática do fígado • Os vasos linfáticos superficiais drenam para os linfonodos hepáticos, que estão dispersos ao longo dos vasos e ductos no omento menor. • Os vasos linfáticos eferentes dos linfonodos hepáticos drenam para os linfonodos celíacos, que drenam para a cisterna do quilo (saco dilatado na extremidade inferior do ducto torácico). • Os linfáticos superficiais das partes posteriores das faces diafragmática e visceral drenam para a área nua do fígado, que drenam para os linfonodos frênicos, ou unem- se aos vasos linfáticos profundos que acompanham as veias hepáticas que convergem na VCI e a seguem através do diafragma para drenar nos linfonodos mediastinais posteriores. Inervação do fígado • Os nervos do fígado são derivados do plexo hepático, o maior derivado do plexo celíaco. • O plexo hepático é formado por fibras simpáticas do plexo celíaco e fibras parassimpáticas dos troncos vagais anterior e posterior e acompanham os ramos da artéria hepática e veia porta até o fígado. • As fibras nervosas acompanham os vasos e ducto biliares da tríade portal. A função dessas fibras nervosas é a vasoconstrição. Inervação do fígado Correlações clínicas: • O fígado pode ser palpado em decúbito dorsal. A mão esquerda posteriormente, na parte inferior da caixa torácica, mão direita no quadrante superior direito, lateralmente ao m. reto do abdome e inferiormente à margem costal. • A pessoa inspira profundamente enquanto o examinador comprime em direção posterossuperior com a mão direita e empurra anteriormente com a mão esquerda. Palpação do fígado Abcessos subfrênicos Um local comum de acúmulo de pus é o recesso subfrênico direito ou esquerdo, sendo mais comum no direito, devido à frequência de rompimento do apêndice e úlceras duodenais perfuradas. O pus de um abscesso subfrênico pode drenar para um dos recessos hepatorrenais, principalmente quando os pacientes estão acamados. Ruptura do fígado • O fígado é facilmente lesado por seu grande tamanho, posição fixa e se fragmentar com facilidade. Por conta da sua alta vascularização costuma causar grande hemorragia e dor no quadrante superior direito. • O cirurgião deve decidir entre a remoção do material estranho e tecido contaminado ou realizar uma segmentectomia. • A maioria das lesões acomete a parte direita do fígado. As veias hepáticas direita, intermédia e esquerda servem como orientação para os planos entre as divisões hepáticas. Mas a ressecção hepática é empírica e requer uma ultrassonografia, injeção de corante ou oclusão por cateter com balão para definir o padrão segmentar de cada paciente. Variações nas relações das artérias hepáticas • Na maioria das pessoas, a artéria hepática direita cruza anteriormente à veia porta, em outras a artéria cruza posteriormente à veia porta. • Também na maioria, a artéria hepática direita segue posteriormente ao ducto hepático comum, em outras a artéria hepática direita cruza anteriormente ao ducto hepático comum. • A a. hepática direita também pode originar-se da artéria mesentérica superior e, assim, não cruza o ducto hepático comum. Variações nas relações das artérias hepáticas Fenômeno da “pontada do corredor” • Tanto a VCI quanto as veias hepáticas não têm válvula. Toda elevação da pressão venosa central é diretamente transmitida ao fígado, que aumenta de tamanho quando se enche de sangue. • O ingurgitamento temporário acentuado distende a cápsula fibrosa do fígado, causando dor ao redor das costelas inferiores, principalmente do hipocôndrio direito. Hepatomegalia • Doenças bacterianas e virais como a hepatite causam ingurgitamento hepático, e consequentehepatomegalia. • Tumores também causam aumento no fígado, local comum de carcinoma metastático (cânceres secundários que se disseminam de órgãos drenados pelo sistema venoso porta, ex: intestino grosso). As células cancerosas também podem passar do tórax para o fígado, sobretudo da mama direita, por conta as comunicações entre os linfonodos torácicos e os vasos linfáticos que drenam a área nua do fígado. Cirrose hepática • O fígado é o local primário de desintoxicação das substâncias absorvidas pelo sistema digestório, sendo, portanto, vulnerável a lesão celular e consequente fibrose, acompanhadas por nódulos regenerativos. • Há destruição progressiva dos hepatócitos, que são substituídos por gordura e tecido fibroso. Problema frequente em pessoas que sofrem de alcoolismo crônico. • A cirrose alcoólica, causa comum de hipertensão porta, é causa hepatomegalia e uma aparência “nodular” da superfície do fígado. Os sinais metabólicos de insuficiência hepática demoram a aparecer. • O tecido fibroso circunda os vasos sanguíneos intra-hepáticos e os ductos biliares, deixando o fígado firme e impedindo a circulação do sangue através dele (hipertensão porta). Cabeça de medusa na cirrose hepática Hipertensão portal • O grande volume de sangue que flui do sistema porta para o sistêmico nos locais de anastomoses portossistêmicas provoca o surgimento de varizes, principalmente na parte inferior do esôfago. • Se a dilatação das veias for muito intensa pode haver rompimento de suas paredes, resultando em hemorragia, que na extremidade distal do esôfago pode ser fatal. Anastomoses portossistêmicas • Uma forma comum para reduzir a hipertensão portal é desviar o sangue do sistema porta para o sistêmico, criando uma comunicação entre a veia porta e a veia cava inferior. • Essa anastomose pode ser feita quando esses vasos estão próximos, posteriormente ao fígado. • Outro meio é unir a veia esplênica à veia renal esquerda. Lobectomia • Como as artérias e ductos esquerdo e direito, assim como os ramos da veia porta direito e esquerdo, não se comunicam, é possível realizar lobectomias hepáticas (retirada da parte direta ou esquerda) sem sangramento excessivo. Ductos e vias biliares Histologia da vesícula biliar - Fotomicrografia. - Parede da vesícula biliar. - Epitélio de revestimento colunar e camada de músculo liso. Histologia da vesícula biliar - Micrografia eletrônica. - Divertículo de vesícula biliar. - Células em escova e células claras. - Grânulos. Ductos e vias biliares • Conduzem bile do fígado para o duodeno • A bile é produzida pelo fígado, armazenada e concentrada na vesícula biliar, que a libera intermitentemente quando a gordura entra no duodeno. • A bile é responsável por emulsificar a gordura, para que esta possa ser absorvida no intestino distal. FÍGADO, DUCTOS E VIAS BILIARES • Padrão de lóbulos hepáticos hexagonais • Cada lóbulo tem uma veia central da qual os sinusóides e as lâminas de hepatócitos irradiam-se em direção a um perímetro imaginário extrapolado das tríades portais interlobulares adjacentes. • O padrão lobular é uma consequência fisiológica dos gradientes de pressão e é alterado por doença • Como o ducto colédoco não é central, o lóbulo hepático não representa uma unidade funcional como ácinos de outras glândulas. FÍGADO, DUCTOS E VIAS BILIARES • Hepatócitos secretam bile para os canalículos biliares • Os canalículos drenam para os pequenos ductos biliares interlobulares e depois para os grandes ductos biliares coletores da tríade portal-hepática, que se fundem para formar os ductos hepáticos direito e esquerdo • Ducto hepático comum • Ducto cístico • Ducto colédoco FÍGADO, DUCTOS E VIAS BILIARES Ducto colédoco • Comprimento varia de 5 a 15 cm. • Desce posteriormente à parte superior do duodeno e situa-se em um sulco na face posterior da cabeça do pâncreas • Entra em contato com o ducto pancreático. • Seguem obliquamente para formar a ampola hepatopancreática. • Papila maior do duodeno. • Esfíncter do ducto colédoco Circulação sanguínea do ducto colédoco • Artéria cística irriga parte proximal • Artéria hepática direita irriga a parte média • Artéria pancreaticoduodenal superior posterior e artéria gastroduodenal irrigam a parte retroduodenal • As veias da parte proximal geralmente entram diretamente no fígado. • A veia pancreaticoduodenal superior posterior drena a parte distal do ducto colédoco e deságua na veia porta ou em uma de suas tributárias. Circulação linfática do ducto colédoco • Linfonodos císticos • Linfonodo do forame omental • Linfonodos hepáticos. • Os vasos linfáticos eferentes seguem até os linfonodos celíacos. Vesícula biliar • Fossa da vesícula biliar na face visceral do fígado • Junção das partes direita e esquerda do fígado. • O corpo situa-se anterior ao duodeno • Colo e o ducto cístico situam-se imediatamente superiores ao duodeno. • Durante um acesso anterior, o fígado e a vesícula biliar devem ser retraídos para cima a fim de expor a vesícula biliar. • O peritônio circunda completamente o fundo da vesícula biliar. • A face hepática da vesícula fixa-se ao fígado pelo tecido conjuntivo da cápsula fibrosa do fígado. Localização anatômica Vesícula biliar • A vesícula biliar é dividida em três partes: 1. Fundo 2. Corpo 3. Colo Ducto cístico • Une o colo da vesícula biliar ao ducto hepático comum. • A mucosa do colo forma a prega espiral que ajuda a manter o ducto cístico aberto, pois assim a bile pode ser desviada para a vesícula biliar quando a extremidade distal do ducto colédoco é fechada pelo esfíncter do ducto colédoco e/ou esfíncter hepatopancreático. • A bile pode passar para o duodeno quando a vesícula biliar se contrai. Circulação da vesícula biliar e ducto cístico • Artéria cística. • Origina-se da artéria hepática direita no ângulo entre o ducto hepático comum e o ducto cístico (trígono cisto-hepático). • As veias císticas drenam o colo da vesícula biliar e do ducto cístico. Entram no fígado diretamente ou drenam os ductos hepáticos e a parte superior do ducto colédoco. • As veias do fundo e do corpo da vesícula biliar drenam para os sinusóides hepáticos. • Como esta é a drenagem de um leito capilar para outro, constitui um sistema porta adicional. Circulação da vesícula biliar e ducto cístico Circulação linfática da vesícula biliar • A drenagem linfática se faz para os linfonodos hepáticos, através dos linfonodos císticos localizados perto do colo da vesícula biliar. Os vasos linfáticos eferentes seguem até os linfonodos celíacos. Inervação da vesícula biliar e ducto cístico • Seguem ao longo da artéria cística a partir do plexo nervoso celíaco, nervo vago e nervo frênico direito. • A estimulação parassimpática causa contrações da vesícula biliar e relaxamento dos esfíncteres na ampola hepatopancreática. • Hormônio colecistocinina, produzido pelas paredes duodenais. Cálculos biliares • Cristais de colesterol • Podem ocorrer na vesícula biliar, ducto cístico, ou outro ducto biliar. • Mais comuns em mulheres e a incidência aumenta com a idade.• Assintomáticos em 50% das pessoas. • Para apresentar sintomas, deve alcançar um tamanho suficiente para causar lesão mecânica da vesícula biliar ou obstrução das vias biliares. • A parte distal da ampola hepatopancreática é a parte mais estreita. Cálculos biliares no ducto cístico • A obstrução do ducto cístico causa cólica biliar (dor espasmódica intensa). A obstrução do ducto cístico causa colecistite. • Os cálculos costumam se acumular e caso haja uma ruptura de uma úlcera péptica duodenal, pode se formar uma falsa passagem entre a bolsa e a parte superior do duodeno, permitindo a entrada dos cálculos no duodeno. • A inflamação da vesícula biliar pode causar dor na parede torácica posterior ou no ombro direito pela irritação do diafragma. • Se a bile não coseguir sair da vesícula ela entra no sangue e causa icterícia. Cálculos biliares no duodeno • A dilatação e inflamação da vesícula biliar causada pela impactação do cálculo no seu ducto pode provocar aderências com vísceras adjacentes. • A inflamação pode romper (ulcerar) os limites teciduais entre a vesícula e a parte do trato digestório aderido, resultando em fístula colecistoentérica. • A parte superior do duodeno e o colo transverso são mais propensos a desenvolver essa fístula. • A fístula permitiria que um grande cálculo biliar, que não atravessaria o ducto cístico, entrasse no trato digestório. • No intestino delgado pode ficar retido na papila ileal, produzindo uma obstrução intestinal (íleo biliar). • Uma fístula colocistoentérica também permite a entrada de gás do trato digestório na vesícula biliar, produzindo um sinal radiológico. Cálculos biliares e suas possíveis localizações Colecistectomia • As pessoas com cólica biliar grave geralmente têm a vesícula biliar removida. • Colecistectomia laparoscópica. • Antes de retirar a vesícula biliar, os cirurgiões identificam os três ductos biliares, além das artérias cística e hepática. • Em geral é a artéria hepática direita que corre risco durante a cirurgia e deve ser localizada antes da ligadura da artéria cística. Referências bibliográficas • MOORE, K.L; DALLEY, A.F; Anatomia orientada para a clínica; quinta edição. Guanabara Koogan, 2007. • NETTER, F. H; DALLEY, A.F.; Atlas de anatomia humana; segunda edição. Elsevier, 1999. • PAULSEN, F; WASCHKE, J.; Sobotta Atlas de Anatomia Humana; vigésima terceira edição. Guanabara Koogan, 2010. Veia porta e anastomoses portossistêmicas • A veia porta é o principal canal do sistema venoso porta. É formada anteriormente à veia cava inferior e posteriormente ao colo do pâncreas pela união das veias mesentérica superior e esplênica. À medida de que se aproxima da porta do fígado, a veia porta divide-se em ramos direito e esquerdo. • O sangue da veia esplênica, conduzindo os produtos da decomposição das hemácias no baço, segue principalmente para a parte hepática esquerda. • O sangue da veia mesentérica superior, rico em nutrientes absorvidos no intestino, segue principalmente para a parte hepática direita. • No fígado: padrão segmentar, terminando nos sinusóides venosos do fígado. Veia porta e anastomoses portossistêmicas • São formadas na submucosa da parte inferior do esôfago, na submucosa do canal anal, na região paraumbilical e nas faces posteriores de vísceras secundariamente retroperitoniais, ou no fígado. • Quando a circulação porta é reduzida ou obstruída, o sangue do trato alimentar ainda pode chegar ao lado direito do coração pela veia cava inferior através dessas vias colaterais. • Essas vias alternativas estão disponíveis pois a veia porta e suas tributárias não possuem válvulas, e o sangue pode seguir em direção inversa. Hipertensão portal • Quando a cicatrização e a fibrose causadas por cirrose obstruem a veia porta no fígado, há aumento da pressão na veia porta e em suas tributárias, o que causa hipertensão portal. • O grande volume de sangue que flui do sistema porta para o sistêmico nos locais de anastomoses portossistêmicas provoca o surgimento de varizes, principalmente na parte inferior do esôfago. • Se a dilatação das veias for muito intensa pode haver rompimento de suas paredes, resultando em hemorragia, que na extremidade distal do esôfago pode ser fatal. Anastomoses portossistêmicas • Uma forma comum para reduzir a hipertensão portal é desviar o sangue do sistema porta para o sistêmico, criando uma comunicação entre a veia porta e a veia cava inferior. • Essa anastomose pode ser feita quando esses vasos estão próximos, posteriormente ao fígado. • Outro meio é unir a veia esplênica à veia renal esquerda.
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