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Direito Eleitoral para Concursos

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Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
ELIANA GALUPPO RODRIGUES LIMA ELIZABETH REZENDE BARRA 
 
 
 
DIREITO ELEITORAL 
PARA CONCURSOS 
 
 
 
 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
Editora Educar LTDA. 
2011 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Editora Educar compõe o grupo especializado em ensino a distância Educar 
Virtual. Os cursos virtuais estão disponibilizados no site www.educarvirtual.com.br, 
inclusive aulas ministradas pela autora Eliana Galuppo Rodrigues Lima. 
 
Aproveite mais esta oportunidade para melhorar sua capacitação e adquirir o 
conhecimento exigido pelos editais para concursos públicos. 
 
Bons Estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Com a intenção de contribuir com aqueles que pretendem prestar concurso para 
ingresso na Justiça Eleitoral, elaboramos a versão virtual da 1ª edição da Apostila 
―DIREITO ELEITORAL PARA CONCURSOS‖. 
 
Como servidoras do quadro do TRE de Minas Gerais há mais de trinta anos e 
professoras na matéria de Direito Eleitoral em vários cursos preparatórios para 
concurso público, na capital do Estado de Minas Gerais, procuramos elaborar um 
material de forma didática, de fácil compreensão, objetivo, abordando os principais 
temas, possibilitando um estudo completo àqueles que se estão se preparando para 
ingresso nos quadros da Justiça Eleitoral, para o nível superior ou para o 2º grau, e 
em qualquer um dos Tribunais Eleitorais do País, 
 
Elaborada em conjunto, a apostila contém, além da legislação atualizada até 
novembro de 2011, sínteses para estudo, exercícios, fluxogramas, quadros 
explicativos e comentários sobre temas como: princípios constitucionais de Direito 
Eleitoral; organização e competência da Justiça Eleitoral;alistamento eleitoral e 
serviços eleitorais mediante processamento eletrônico; sistema eleitoral e atos 
preparatórios; Lei das Eleições, dos Partidos Políticos, de Alimentação e Transporte 
de Eleitores, das Inelegibilidades e, ainda, ações e recursos eleitorais; disposições 
penais e procedimento penal eleitoral. E para tornar menos cansativo o estudo 
entremeamos a legislação com comentários. 
 
Eliana Galuppo Rodrigues Lima, Elizabeth Rezende Barra 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
Rua Timbiras, 1940 - salas 807 / 1513 
Lourdes - Belo Horizonte / MG 
CEP: 30140-061 
Telefone: (31) 3271-4428 
Email: sac@educarvirtual.com.br 
www.educarvirtual.com.br 
 
 
 
 
Diretor Editorial: Roberto de Carvalho Santos 
Gerente de Produção Editorial: Jaqueline Pio Fernandes 
Revisor: José Maria Do Rosário Campos 
Preparação de originais, arte, diagramação: Suelen Karoline Corrêa 
Capa: Suelen Karoline Corrêa 
 
 
 
 
 
 LIMA, Eliana Galuppo Rodrigues e BARRA, Elizabeth Rezende - 
 Direito Eleitoral para Concursos - Belo Horizonte : Editora Educar, 2011. 
 
 
 ISBN: 978-85-65728-00-3 
 
 1.Direito Eleitoral 2. Legislação 3.Brasil 
 
 
 
 
 
Índice para catálogo sistemático: 
 
1.Brasil: Direito Eleitoral 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
DIREITO ELEITORAL PARA CONCURSOS 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 6 
CAPÍTULO I................................................................................................................................ 7 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DE DIREITO ELEITORAL ................................... 7 
EXERCÍCIOS 01 ......................................................................................................................... 26 
GABARITO............................................................................................................................. 37 
CAPÍTULO II .............................................................................................................................. 39 
ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL .................................... 39 
CAPÍTULO III............................................................................................................................. 58 
ALISTAMENTO ELEITORAL .............................................................................................. 58 
EXERCÍCIOS 02 ..................................................................................................................... 87 
GABARITO......................................................................................................................... 92 
CAPÍTULO IV ............................................................................................................................ 92 
SISTEMA ELEITORAL E ATOS PREPARATÓRIOS ......................................................... 92 
EXERCÍCIOS 03 ................................................................................................................... 119 
GABARITO....................................................................................................................... 132 
CAPÍTULO V........................................................................................................................... 133 
LEI DAS ELEIÇÕES - LEI N. 9.504/97............................................................................... 133 
EXERCÍCIOS 04 ................................................................................................................... 188 
GABARITO....................................................................................................................... 201 
CAPÍTULO VI .......................................................................................................................... 202 
LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS ...................................................................................... 202 
CAPÍTULO VII ........................................................................................................................ 223 
LEI DAS INELEGIBILIDADES .......................................................................................... 223 
EXERCÍCIOS 05 ................................................................................................................... 235 
GABARITO....................................................................................................................... 248 
CAPÍTULO VIII........................................................................................................................ 249 
LEI DE ALIMENTAÇÃO E TRANSPORTE DE ELEITORES.......................................... 249 
CAPÍTULO IX .......................................................................................................................... 253 
AÇÕES E RECURSOS ELEITORAIS ................................................................................. 253 
CAPÍTULO X........................................................................................................................... 274 
DISPOSIÇÕES PENAIS ....................................................................................................... 274 
EXERCÍCIOS 06 ................................................................................................................... 289 
GABARITO....................................................................................................................... 297 
CÓDIGO ELEITORAL ............................................................................................................. 298 
 
6 
 
 
 INTRODUÇÃO 
 
Ao iniciar o estudo dodireito eleitoral, é necessário esclarecer o que é esse ramo 
do direito e qual a sua abrangência. No Brasil, é o ramo autônomo do direito público, 
encarregado de regulamentar os direitos políticos dos cidadãos e o processo eleitoral. É o 
direito eleitoral que regulamenta a capacidade eleitoral ativa, que é o direito de votar – que 
é a maior expressão do exercício da cidadania, e a capacidade eleitoral passiva – quem tem 
o direito de ser votado. 
 
O Direito Eleitoral é um dos poucos ramos do Direito que, em nosso estado, 
dispõe de uma justiça especializada, a Justiça Eleitoral. Surgiu diante da necessidade da 
existência de normas de modo a garantir a manifestação soberana da suprema vontade 
política de um povo. O seu estudo fascina na medida em que propicia à nação exerci tar a 
soberania popular, por meio do exercício do voto, na escolha de seus representantes no 
Poder Executivo e no Legislativo. 
 
As regras de direito eleitoral organizam, principalmente, o corpo de eleitores, 
agrupando-os em circunscrições eleitorais, fixando condições e disciplinando o alistamento 
para que o nacional se inscreva como eleitor. 
 
Cabe ainda ao direito eleitoral traçar as normas e os procedimentos que 
organizam e disciplina o voto popular, os sistemas eleitorais, o processo de registro de 
candidaturas, as regras para a campanha eleitoral, a participação dos partidos na 
fiscalização das eleições, o financiamento de campanha, as garantias eleitorais, os recursos 
e crimes eleitorais e, principalmente, as condições de elegibilidade e de inelegibilidade. 
 
O objetivo desse compêndio é fornecer a todos que se interessam pelo estudo do 
direito eleitoral um material didático e de fácil compreensão acerca da legislação eleitoral. 
 
Breve histórico da Justiça Eleitoral 
 
A Justiça Eleitoral no Brasil foi instaurada em consequência e após a Revolução de 
1930. Até então, o processo eleitoral no País servia apenas para manter o poder das 
oligarquias, o governo de poucas pessoas. Para votar os cidadãos passaram por 
diversas fases. Na época do Império só podiam votar aqueles que possuíam bens 
(100 mil réis). Escravos e mulheres não podiam votar nem ser_ eleitos. Apenas 1% da 
população era composta de homens livres. 
 
O Código Eleitoral de 1932 estabeleceu a criação da Justiça Eleitoral, retirando do 
Poder Legislativo o processo de renovação da Casa Legislativa, introduziu o voto 
feminino e o voto secreto. Foi em 1935 que as mulheres votaram pela primeira vez. 
Pouco tempo depois, Getúlio Vargas fechou o Congresso e as eleições foram 
abolidas. 
 
O Código Eleitoral de 1945 trouxe como grande novidade a exclusividade dos partidos 
políticos na apresentação dos candidatos e foi a partir do Código de 1950 que foi 
adotada a cédula única de votação, contribuindo para a liberdade e o sigilo do voto. 
 
 
7 
 
De 1960a 1989 o povo brasileiro não pôde votar diretamente para presidente e 
somente com a Emenda Constitucional n. 25/1985 as eleições diretas para presidente 
e vice-presidente da República foram restabelecidas, entre outros cargos a serem 
definidos pelos eleitores. O processo democrático, no entanto, só foi consolidado com 
a instauração da Justiça Eleitoral que regularizou, em todo o país, o alistamento 
eleitoral e as eleições. 
 
 
 
CAPÍTULO I 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DE DIREITO ELEITORAL 
 
É na Constituição Federal que se encontram os princípios fundamentais do 
Direito Eleitoral. O sentido democrático proclamado na Carta Magna, de que todo poder 
emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, consiste 
em que a titularidade dos mandatos – executivo ou legislativo – somente se materializa 
mediante um ato concreto de expressão popular. 
 
 O inciso I do art. 22 da Constituição Federal dispõe que a norma elei toral é 
criada pela União. No entanto, em seu parágrafo único, prevê a hipótese de lei 
complementar que autorize os Estados a legislar sobre matéria eleitoral. Como até hoje o 
Congresso não aprovou nenhuma, prevalece a regra geral de que somente a União pode 
legislar sobre matéria eleitoral. 
 
A despeito do tempo, outras normas foram elaboradas e ainda vigoram como é o 
caso do arcaico Código Eleitoral (Lei n. 4.737/65) e a Lei de Alimentação e Transporte de 
Eleitores (Lei n. 6.091/71). Juntamente com institutos tão antigos, temos a Lei 
Complementar n. 64/90 – Lei das Inelegibilidades, recentemente alterada pela Lei 
Complementar n. 135, de 4.6.2010, denominada popularmente de ―Lei da Ficha Limpa‖; a 
Lei n. 9504/97 - Lei das Eleições; a Lei n. 9096/95 – Lei dos Partidos Políticos, que também 
tiveram seus dispositivos modificados recentemente pela Lei n. 12.034/2009. 
 
Estado e Nação 
Estado e Nação são conceitos que se relacionam, mas não se misturam. Ensina 
o grande jurista Dalmo de Abreu Dallari: 
 
“Estado é a ordem jurídica soberana que tem por fim o bem comum de um povo 
situado em determinado território”. 
 
Analisando esse conceito, podemos concluir que três elementos devem estar 
presentes no Estado: soberania, povo e território. 
 
“Nação resulta da associação de indivíduos de igual origem étnica, que falam a 
mesma língua, vinculam-se aos mesmos precedentes históricos, cultivam e preservam os 
usos, os costumes, as peculiaridades, as tradições e os sentimentos religiosos e ideológicos 
comuns”. 
 
Na nação não temos um dos requisitos básicos de formação do Estado, que é a 
soberania. Portanto, não há que se falar em nação soberana, pois quem detém a soberania 
é o Estado. 
 
8 
 
 
As pessoas que pertencem a um determinado Estado são unidas por um vínculo 
jurídico, ao passo que_ o vínculo entre as pessoas de uma mesma nação é o resultado de 
características comuns, ou seja, é um vínculo sociológico-cultural. 
Povo e população 
Além do território e da soberania, o povo é um dos elementos essenciais à 
constituição do Estado, pois é para ele que o Estado se forma. 
 
Povo é a expressão utilizada para indicar o conjunto de pessoas que possuem 
um vínculo jurídico com o Estado, e que estão submetidos a uma ordem jurídica soberana 
onde quer que se encontrem. Logo, não se pode confundir povo com população. Esta é a 
quantidade de pessoas que habitam o território do Estado num determinado momento, 
incluindo-se nacionais e estrangeiros. Trata-se de mera estatística e não deve ser usada 
como sinônimo de povo. 
 
 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 
 
TÍTULO I 
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
 
Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de 
Direito e tem como fundamentos: 
[...] 
V – o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. [...] 
 
 
CAPÍTULO III 
DA NACIONALIDADE 
 
Art. 12. São brasileiros: 
I – natos: 
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, 
desde que estes não estejam a serviço de seu país; 
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer 
deles esteja a serviço da República Federativa do Brasi l; 
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam 
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República 
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, 
pela nacionalidade brasileira; 
. Alínea com redação dada pelo art. 1º da EC no 54/2007. 
II – naturalizados: 
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos 
originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano in interrupto 
e idoneidademoral; 
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa do 
Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que 
requeiram a nacionalidade brasileira. 
. Alínea com redação dada pela ECR no 3/94. 
§ 1º - Aos portugueses com residência permanente no país, se houver reciprocidade 
em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os 
casos previstos nesta Constituição. 
. Parágrafo com redação dada pela ECR no 3/94. 
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, 
salvo nos casos previstos nesta Constituição. 
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: 
I – de Presidente e Vice-Presidente da República; 
II – de Presidente da Câmara dos Deputados; 
III – de Presidente do Senado Federal; 
IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
 
9 
 
V – da carreira diplomática; 
VI – de oficial das Forças Armadas; 
VII – de Ministro de Estado da Defesa. 
. Inciso acrescido pela EC no 23/99. 
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: 
I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade 
nociva ao interesse nacional; 
II – adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: 
. Inciso com redação dada pela ECR no 3/94. 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição 
de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado 
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para exercício de 
direitos civis. Alíneas a e b acrescidas pela ECR no 3/94. 
 
 
 
C O M E N TÁ R I O 
 
 
Nacionalidade 
Nacionalidade ―exprime a qualidade ou condição de nacional, atribuída a uma 
pessoa ou coisa, em virtude do que se mostram vinculadas à Nação, ou ao Estado, a que 
pertencem ou de onde se originaram.” 
 
Maria Helena Diniz define nacionalidade como sendo ―o liame jurídico que prende 
o indivíduo a um Estado em razão do ius soli ou de ius sanguinis; o vínculo existente entre 
uma pessoa e um país em virtude de naturalização; o caráter jurídico que possuem os 
cidadãos de um Estado; o vínculo jurídico que liga o indivíduo ao Estado em razão do local 
de nascimento, da ascendência paterna ou da manifestação de vontade do interessado; o 
vínculo jurídico-político de direito público interno que faz da pessoa um dos elementos 
componentes da dimensão pessoal do Estado.‖Desse vínculo nascem direitos e deveres. 
 
Nacional é o indivíduo que faz parte do povo de um Estado, integrando-o, e 
mantendo com ele vínculo jurídico e político.Não se deve confundir nacionalidade com 
cidadania. Cidadania indica, desde a época da Roma antiga, a situação política de uma 
pessoa e os direitos que essa pessoa possuía ou podia exercer. Somente aquele indivíduo 
que atende aos requisitos estabelecidos pelo Estado é cidadão. Ausente algum desses 
requisitos o cidadão poderá perder ou ter reduzido os atributos da cidadania, sem, contudo, 
perder a nacionalidade. 
 
O inciso XIII do art. 22 da Constituição Federal também diferenciou nacionalidade 
de cidadania, estabelecendo a competência da União para legislar sobre nacionalidade, 
cidadania e naturalização. Esta regra é prova concreta de que o legislador constituinte quis 
diferenciar os conceitos. 
 
Cidadania é um conjunto de prerrogativas constitucionalmente asseguradas e 
exercidas pelos nacionais dentro de um determinado Estado.No Brasil, a cidadania 
pressupõe a condição de nacional e ainda exige que a pessoa obtenha, por meio do 
alistamento eleitoral, a qualidade de eleitor. Logo, os direitos de cidadania se adquirem 
mediante a obtenção da inscrição eleitoral, na forma da Constituição e do Código Eleitoral. 
Ser nacional é, portanto, um requisito para que o indivíduo possa ser cidadão. Cidadania, 
sob o ponto de vista jurídico, pode ser definida como o uso e gozo dos direitos políticos, 
distinguindo-se, assim, do conceito de nacionalidade. A cidadania representa um status do 
ser humano, um direito fundamental das pessoas e, no sentido lato, qualifica os 
 
10 
 
participantes da vida do Estado. Para o Direito Eleitoral, os termos cidadania e cidadãose 
restringem tão-somente ao jus sufragi e ao jus honorum, qual seja, os direitos de votar e ser 
votado. 
 
O texto constitucional conferiu ao cidadão, e não apenas ao nacional, a 
legitimidade para a prática de alguns atos, como a propositura de ação popular (art. 5º, 
LXXIII) e a iniciativa popular (art. 61). Assim temos que, privada dos direitos políticos, a 
pessoa não pode ingressar em juízo com uma ação popular. 
 
O instituto da nacionalidade é matéria regulada pelo direito interno, em especial 
pela Constituição. O direito à nacionalidade é direito fundamental: toda pessoa pelo simples 
fato de existir deve ter o direito a uma nacionalidade. A Constituição Federal de 1988 
classifica a nacionalidade em: 
 a) originária: aquela que se alcança pelo nascimento (jus soli ou jus sanguinis); 
 b) derivada ou adquirida: aquela alcançada pela naturalização. 
 
São brasileiros natos: 
a) aqueles nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes 
não estejam a serviço de seu país.Como nascido na República Federativa do Brasil, deve -
se entender toda pessoa nascida no território brasileiro, que compreende a terra firme, o 
subsolo, as ilhas, o território fluvial, lacustre, marítimo (águas territoriais), plataforma 
continental, navios, espaço aéreo, navios e aeronaves brasileiras de guerra, onde quer que 
se encontrem e os navios mercantes brasileiros em alto mar ou de passagem em mar 
territorial estrangeiro; 
 
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que 
qualquer destes esteja a serviço da República Federativa do Brasil. A Constituição Federal 
exige que apenas um dos pais seja brasileiro. A expressão constitucional "a serviço da 
República Federativa do Brasil" tem sentido muito abrangente, compreendendo: serviço 
diplomático; serviço consular; serviço público de natureza diferente prestado aos órgãos da 
administração centralizada e descentralizada (autarquias, sociedades de economia mista e 
empresas públicas) da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal; 
 
c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que 
sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República 
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela 
nacionalidade brasileira. (Redação da Emenda Constitucional nº 54, de 20.9.2007). 
 
Com a alteração da redação da alínea ―c‖ do inciso I do art. 12 da CF , volta a 
vigorar a antiga regra estabelecida antes da Revisão de 1994. Os brasileiros nascidos no 
exterior, fi lhos de pai ou mãe brasileira, já podem ser registrados em repartição diplomática 
ou consular brasileira, sendo considerados brasileiros natos, sem precisar residir no Brasil. 
Pela nova redação são duas as possibilidades para que fi lhos de brasileiros, nascidos no 
exterior, sejam considerados brasileiros natos: 
1ª) efetuando o registro do filho em repartição consular brasileira, a fim de que 
ele adquira a condição de brasileiro nato, mesmo que não venha a residir no Brasil; 
 
2ª) para aqueles que, por qualquer motivo, não tiveram seu registro consular 
efetuado no exterior, mas que venham a residir no Brasil, antes ou depois de atingida a 
maioridade, fazendo a opção, em qualquer tempo, pe la nacionalidade brasileira. Essa 
opção, entretanto, somente poderá operar-se depois de atingida a maioridade. A opção 
 
11 
 
deverá ser manifestada junto ao Juiz Federal de primeira instância (art. 109, X, da 
CF/1988). 
 
 
Naturalização 
O brasileiro naturalizado é aquele que adquire a nacionalidadebrasileira de 
forma secundária, ou seja, não pela ocorrência de um fato natural, mas por um ato 
voluntário. O processo de naturalização obedece a requisitos previstos no Estatuto do 
Estrangeiro (Lei Federal n. 6815/80). 
 
Não existe direito público subjetivo à obtenção da naturalização. Não há 
obrigatoriedade de concessão da naturalização pelo Poder Executivo, mesmo se satisfeitos 
os requisitos necessários à sua obtenção que, em regra, é feita discricionariamente pelo 
Estado, de acordo com a conveniência.O processo de naturalização deve respeitar os 
requisitos legais e apresenta características administrativas, uma vez que todo o 
procedimento até a decisão final do Presidente da República ocorre perante o Ministério da 
Justiça, porém com uma formalidade final de caráter jurisdicional, junto à Justiça Federal 
(art. 109, X CF/88). 
 
A entrega do certificado de naturalização ao estrangeiro que pretende 
naturalizar-se brasileiro constitui o momento de efetiva aquisição da nacionalidade 
brasileira.Esse certificado deve ser entregue pelo magistrado da Justiça Federal. Enquanto 
não ocorrer tal entrega, o estrangeiro ainda não é brasileiro, podendo, inclusive, ser 
excluído do território nacional. 
 
A Constituição de 1988 não contempla a hipótese de naturalização tácita, apenas 
a expressa, que exige a manifestação de vontade do naturalizando. 
 
São brasileiros naturalizados: 
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos 
originários de países de língua portuguesa, apenas residência por um ano ininterrupto e 
idoneidade moral; 
 
 b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes no Brasil há mais de 
quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade 
brasileira. O Estatuto do Estrangeiro, em seu art. 112, enumera uma série de exigências 
para aqueles que desejam naturalizar-se como, por exemplo, possuir visto permanente; 
saber ler e escrever em português; exercício de profissão ou possuir bens suficientes à 
manutenção própria e da família,etc. 
 
Portugueses equiparados 
Os portugueses têm privilégios em relação a outros estrangeiros. O texto 
Constitucional de 1988 dispõe que aos portugueses com residência permanente no país, se 
houver reciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes aos 
brasileiros, à exceção daquelas atividades atribuídas exclusivamente aos brasileiros natos. 
Darlan Airton Dias, em sua obra ―Condição jurídica do português no Brasil”, define o 
princípio da reciprocidade como sendo a ―garantia recíproca que um Estado recebe do outro 
quanto ao tratamento aos respectivos nacionais.‖O que o constituinte quis dizer é que 
ambas as partes deverão ter o mesmo tratamento: deve ser dispensado ao português, no 
Brasil, o mesmo tratamento que o brasileiro recebe em Portugal. A norma constitucional 
baseou-se no tratado internacional denominado Estatuto de Igualdade. 
 
12 
 
 
Importante ressaltar que a pessoa não perde a sua nacionalidade portuguesa, 
mas, também, não se trata de um processo de naturalização e nem de dupla cidadania, pois 
a este não será outorgada a nacionalidade brasileira. São denominados portugueses 
equiparados. 
 
A reciprocidade entre Brasil e Portugal, no que diz respeito à Igualdade de 
Direitos e Obrigações Civis e ao Gozo dos Direitos Políticos, encontra respaldo no Decreto 
3927/2001, que promulgou o Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta entre os 
referidos países, celebrado em 22 de abril de 2000. 
 
O órgão encarregado de reconhecer a igualdade de direitos e deveres entre 
brasileiros e portugueses é o Ministério da Justiça, que a concederá desde que sejam 
civilmente capazes e possuam residência permanente no Brasil. 
 
Cargos privativos de brasileiros natos 
O texto Constitucional (art. 12, § 3º.) enumera os cargos que devem ser 
exercidos exclusivamente por brasileiros natos, estando deles excluídos os estrangeiros, 
brasileiros naturalizados e portugueses equiparados. 
 
É interessante acrescentar que os cargos de Presidente e Vice-Presidente do 
Tribunal Superior Eleitoral, órgão máximo da Justiça Eleitoral , apesar de não estarem 
relacionados no dispositivo constitucional, também são privativos de brasileiro nato. Isso 
porque o Presidente e Vice-Presidente do mais elevado órgão da Justiça Eleitoral, o TSE, 
serão sempre eleitos dentre os Ministros que compõem o Supremo Tribunal Federal, cujos 
cargos são privativos de brasileiro nato. 
 
Perda da Nacionalidade 
É da Justiça Federal a competência para apreciar as causas referentes à 
nacionalidade e à naturalização, tanto para aquisição quanto para julgar o processo de 
cancelamento da naturalização (artigo 109, X da CF/88). 
 
A perda da nacionalidade só pode ocorrer nos casos previstos no § 4º do art. 12 
da CF/88, quais sejam: 
 
1ª) quando há o cancelamento da naturalização por sentença judicial, em virtude 
de atividade nociva ao interesse nacional. Não há previsão legal de quais seriam as 
condutas que aí se enquadram. Citamos, a título de exemplos, a prática de terrorismo e o 
tráfico de drogas. Tal perda é denominada _ perda necessária ou perda-punição. Quem a 
decreta é o Poder Judiciário, por meio de processo judicial. A legitimidade ativa da ação é 
do Ministério Público Federal. (CF, art. 109, X). A decisão de cancelar a naturalização, 
declarando a perda da nacionalidade brasileira, produz efeitos ex nunc, ou seja, o 
naturalizado somente perde a nacionalidade após o trânsito em julgado da decisão; 
 
2ª)quando há aquisição de outra nacionalidade por vontade própria, seja pelo 
brasileiro nato sej apelo naturalizado. Denominamos essa situação perda voluntária. Quem 
a decreta é o Presidente da República, por meio de processo administrativo, junto ao 
Ministério da Justiça, assegurada a ampla defesa. 
 
Para o constitucionalista Alexandre de Moraes, somente por ação rescisória é 
possível readquirir a nacionalidade, e nunca por novo procedimento de naturalização. 
 
13 
 
 
A Revisão Constitucional de 1994 acrescentou duas exceções à perda de 
nacionalidade voluntária: 
a) quando há o reconhecimento da nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) em caso de naturalização imposta pela norma estrangeira. 
 
Nesses dois casos o brasileiro não perderá a sua nacionalidade, ainda que 
venha a obter outra, podendo exercer a sua cidadania plenamente. 
 
O brasileiro nato que perde a sua qualidade de brasileiro pode readquiri-la, 
porém, somente mediante processo de naturalização. Via de conseqüência, não mais será 
brasileiro nato, mas sim naturalizado. 
 
 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 
TÍTULO II 
CAPÍTULO IV 
DOS DIREITOS POLÍTICOS 
 
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e 
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: 
I – plebiscito; 
II – referendo; 
III – iniciativa popular. 
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são: 
I – obrigatórios para os maiores de dezoito anos; 
II – facultativos para: 
a) os analfabetos; 
b) os maiores de setenta anos; 
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. 
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do 
serviço militar obrigatório, os conscritos. 
§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: 
I – a nacionalidade brasileira; 
II – o pleno exercício dos direitos políticos; 
III – o alistamento eleitoral; 
IV – o domicílio eleitoral na circunscrição; 
V – a filiação partidária; 
VI – a idade mínima de: 
. Lei no 9.504/97, art. 11, § 2o: ―A idade mínima constitucionalmente estabelecida 
como condição de elegibilidade é verificada tendo por referência a data da posse‖. 
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente daRepública e Senador; 
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; 
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, 
Vice-Prefeito e Juiz de Paz; 
d) dezoito anos para Vereador. 
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. 
§ 5º - O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os 
Prefeitos e quem os houverem sucedido ou substituído no curso dos mandatos 
poderão ser reeleitos para um único período subseqüente. 
. Parágrafo com redação dada pela EC no 16/97. 
§ 6º - a concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de 
Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos 
até seis meses antes do pleito. 
. LC no 64/90, art. 1o, § 2o: ―O vice-presidente, o vice-governador e o vice-
prefeitopoderão candidatar-se a outros cargos, preservando os seus mandatos 
respectivos, desde que, nos últimos 6 (seis) meses anteriores ao pleito, não tenham 
sucedido ou substituído o titular‖. 
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes 
consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da 
República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou 
de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já 
titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. 
§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: 
 
14 
 
. CE/65, arts. 5o, p. único, e 98. 
. V. art. 142, § 3o, V, da Constituição. 
I – se contar menos de dez anos de serviço deverá afastar-se da atividade; 
II – se contar mais de dez anos de serviço será agregado pela autoridade superior e, 
se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. 
§ 9º - Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de 
sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o 
exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e 
legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do 
exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta 
. Parágrafo com redação dada pela ECR no 4/94. 
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de 
quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder 
econômico, corrupção ou fraude. 
§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, 
respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. 
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se 
dará nos casos de: 
I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; 
II – incapacidade civil absoluta; 
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; 
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos 
do art. 5o, VIII; 
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4o. 
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua 
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua 
vigência. 
.Artigo com redação dada pela EC no 4/93. 
 
 
C O M E N T Á R I O 
 
Direitos Políticos 
Direitos políticos são o conjunto dos direitos atribuídos ao cidadão, que lhe 
permitem, por meio do voto e do exercício de cargos públicos, participar e influenciar 
efetivamente nas atividades de governo. São as prerrogativas e os deveres inerentes à 
cidadania. 
 
A nacionalidade é pressuposto da cidadania. Todo cidadão é um nacional, 
porém, nem todo nacional é cidadão. Só é cidadão aquele que é titular de direitos políticos 
(direito de votar e de ser votado). Um menor de 16 anos, nascido em território brasileiro e 
filho de pais brasileiros, é nacional. Porém, não é cidadão, pois lhe falta a aquisição de seus 
direitos políticos, o que se dá por meio do alistamento eleitoral. Para o jurista e um dos 
maiores constitucionalistas brasileiros da atualidade, José Afonso da Silva, ―a cidadania é 
um atributo jurídico-político que o nacional obtém desde o momento em que se torna 
eleitor.‖ 
 
Podemos classificar os direitos políticos em: 
a) ativos: consistem na capacidade eleitoral de votar e, 
b) passivos: consistem na capacidade eleitoral de ser votado. 
 
Concluindo, podemos afirmar que aquele que não estiver no gozo de seus 
direitos políticos não pode alistar-se e nem escolher seus governantes pelo voto. 
 
Sufrágio Universal 
A Constituição estabelece que o sufrágio seja universal, e o voto seja direto e 
secreto. Enquanto aquele é um direito público subjetivo, o voto é o exercício daquele direito 
 
15 
 
e um dos mais importantes instrumentos da democracia. Sufrágio significa aprovação, 
concordância, manifestação de vontade. 
 
A Constituição de 1988, em seu art. 14, consagra que o sufrágio universal é o 
direito de exercer a soberania popular por meio do voto direto e secreto e introduziu, ainda, 
três mecanismos de democracia semi-direta: referendo, plebiscito e iniciativa popular. 
Esses institutos, mecanismos de intervenção direta dos cidadãos, situam-se no campo da 
participação política como orientadores dos princípios fundamentais e compõem o binômio 
representação-participação, também denominado princípio democrático, modelo 
consagrado na Carta Magna, em seu artigo 1º, parágrafo único: 
 
―Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes 
eleitos, ou diretamente, nos termos desta Constituição‖. 
 
Devemos nos lembrar que a Ação Popular também é uma forma de exercício do 
sufrágio universal. A participação popular visa estabelecer parcerias entre Estado e 
sociedade civil_ para que, juntos, possam atingir o objetivo desejado por todos, que é a 
melhoria das condições de vida de toda a população. 
 
A lei nº. 9.709/98 regulamentou a execução do plebiscito, do referendo e da 
iniciativa popular. Vejamos, pois, o conceito de cada um desses mecanismos: 
 
a) Plebiscito: é uma consulta à nação, que se manifesta a favor de ou contra 
antes do ato legislativo ou administrativo que se pretenda colocar em prática. Assim, 
sempre que nos referimos a plebiscito, temos que deixar claro que ele deve ocorrer antes 
da medida que se pretende adotar, conforme consolidado pelo artigo 2°, da Lei n° 9.709, de 
1998, que disciplinou os incisos da democracia semidireta, na forma do artigo 14, da 
Constituição Federal.Em 1993 o povo decidiu a forma (República ou Monarquia 
Constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo). Venceu a 
forma Republicana e o sistema Presidencialista. 
 
b) Referendo: é também uma modalidade de manifestação do voto, no qual 
primeiro ocorre a prática de uma medida, cabendo ao povo a respectiva rati ficação ou 
rejeição de emendas constitucionais ou até sanção de leis ordinárias.Para Darcy Azambuja, 
o referendo ―é o que mais aproxima o Governo da democracia pura, mas também é o mais 
complexo, tanto por sua intimidade com outros instrumentos, como o plebiscito e o veto 
popular, como pelas diferentes classificações que abriga” (AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral 
do Estado. 27. ed. Rio de Janeiro: Globo, 1988. p. 228 apud OLIVEIRA, Régis Fernandes 
de; FERREIRA, José Rodrigues, 1996, p. 97). A título de referência, lembramos que, em 23 
de outubro de 2005, ocorreu o referendo sobre a proibição da comercialização de armas de 
fogo e munições, que não permitiu que o artigo 35 da Lei n. 10.826/2003 (Estatuto do 
Desarmamento) entrasse em vigor. 
 
c) Iniciativa Popular: consagrada como instrumento de soberania popular, é a 
possibilidade de o povo propor projeto de lei à Câmara dos Deputados, por meio de petiçãosubscrita por um número mínimo de eleitores. A Lei Maior, em seu artigo 61, § 2o, disciplina 
o processo da Iniciativa Popular, a saber: 
 
―Art. 61. (...) 
§ 2 - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos 
Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado 
 
16 
 
nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos 
por cento dos eleitores de cada um deles.‖ 
 
De todos os institutos da democracia, a iniciativa popular é a que mais representa 
um modelo que confere ao cidadão maiores condições para participar ativamente do 
processo legislativo, ao lado de outros agentes políticos. 
 
No Direito Eleitoral, duas foram as leis aprovadas pelo Congresso Nacional por 
meio de iniciativa popular: a Lei n. 9.804/99, que introduziu a captação ilícita de sufrágio ao 
inserir o art. 41-A na Lei n. 9.504/97, denominada Lei das Eleições, com objetivo de 
combater a compra de votos e todo tipo de corrupção eleitoral e a recente Lei n. 135/2010, 
capitaneada por entidades representativas da sociedade civil, denominada popularmente de 
Lei da Ficha Limpa, que altera dispositivos da Lei Complementar nº 64/90 e já com 
aplicação nas eleições de 2010. 
 
Alistamento Eleitoral 
O alistamento constitui a primeira etapa do processo eleitoral. É um 
procedimento administrativo cartorário e compreende dois atos: a qualificação e a inscrição. 
 
A qualificação é a prova de que o cidadão satisfaz as exigências legais para 
exercer o direito de voto, enquanto que a inscrição faz com que o mesmo cidadão passe a 
integrar o Cadastro Nacional de Eleitores da Justiça Eleitoral. 
 
O Código Eleitoral regulamenta o alistamento, enumerando as exigências para 
que uma pessoa possa obter seu título de eleitor,distinguindo, ainda, o alistamento 
obrigatório, o facultativo e os casos de inalistabilidade. 
 
É por meio do Alistamento Eleitoral que o nacional se torna cidadão passando a 
usufruir de seus direitos políticos por conquistar o direito de votar, participando desse modo 
da vida política do País. A Constituição Federal dispõe que o alistamento é ato jurídico 
obrigatório para os maiores de dezoito anos e facultativo, tanto o alistamento quanto o 
voto,para: os analfabetos; maiores de 70 anos; maiores de 16 e menores de 18 anos (art. 
14, § 1º, I e II. 
 
Para se tornar eleitor é necessário preencher os seguintes requisitos: 
nacionalidade brasileira (originária, adquirida, ou equiparação); idade mínima de dezesseis 
anos e alistamento. 
 
Os inalistáveis são aqueles que não reúnem condições para ser eleitores 
e,conforme reza o art. 14, § 2º, da CF, não podem alistar-se os estrangeiros e os conscritos, 
também conhecidos como ―Praça de Pré‖. Segundo o Regulamento da Lei do Serviço 
Militar, os conscritos são definidos como ―brasileiros que compõem a classe chamada para 
a seleção, tendo em vista a prestação do Serviço Militar inicial‖. Se já inscrito como eleitor, a 
inscrição ficará suspensa ao ser incorporado para a prestação de serviço militar obrigatório, 
após comunicação da unidade militar à Justiça Eleitoral e até comprovada a cessação do 
impedimento.São inalistáveis, também, os que estejam privados, temporária ou 
definitivamente, dos direitos políticos. 
 
O art. 6º., II, do Código Eleitoral (Lei n. 4737/65) afasta a obrigatoriedade do voto 
nos seguintes casos: (a) motivo de doença; (b) ausência do domicílio eleitoral; (c) 
funcionários públicos, por razões funcionais_ que os impossibilitem de votar. 
 
17 
 
 
É necessário lembrar que o descumprimento dos deveres do voto gera algumas 
restrições previstas no próprio Código Eleitoral (art. 7o, § 1o), exceto se ocorrer a 
justificativa no prazo legal ou o pagamento de multa. 
 
A título de esclarecimento, uma vez que não há na legislação eleitoral nenhum 
dispositivo acerca do alistamento dos índios, os indígenas integrados estão obrigados ao 
alistamento eleitoral e ao voto, sendo observada a facultatividade quanto aos ana lfabetos, 
aos maiores de 70 anos e aos menores de 18 e maiores de 16 anos. Pensar contrariamente 
é ato discriminador, que viola o principio da igualdade, razoabilidade e principalmente o da 
dignidade da pessoa humana, impedindo sua participação nas decisões políticas do país, 
que certamente envolverão seus interesses e direitos fundamentais. Assim, em 
conformidade com o texto constitucional, a Justiça Eleitoral recepciona os eleitores 
indígenas da mesma forma que os demais cidadãos (Resolução TSE nº 20.806/01). Quanto 
ao eleitor de origem cigana, também a título de ilustração, mister se faz mencionar que 
aquele que não possua moradia ou residência fixa deverá fazer o alistamento no domicílio 
em que se encontrar, a teor do disposto no art. 42, parágrafo único, do Código Eleitoral. 
 
O ato de alistamento é feito por meio de processamento eletrônico (Lei n. 
7.444/85) e se perfaz pelo preenchimento do requerimento de alistamento eleitoral (RAE), 
na forma da resolução do TSE n. 21.538/2003 e da legislação eleitoral. O pedido de 
inscrição será analisado pelo Juiz Eleitoral e, cumpridos os requisitos legais, o pedido será 
deferido. Essa matéria será tratada com detalhes em capítulo próprio. 
 
 
Elegibilidade 
Para ser candidato não basta ser eleitor, é preciso que a pessoa reúna uma série 
de outros requisitos, relacionados no art. 14, § 3º, da CF/88 e pelo art. 9º da Lei das 
Eleições, dentro de prazos fixados na legislação. A esse conjunto de exigências chamamos 
―condições de elegibilidade‖. A elegibilidade é, portanto, a capacidade eleitoral passiva, 
definida na possibilidade de o cidadão ser votado, disputar um cargo eletivo. 
 
São condições de elegibilidade: 
1º) A nacionalidade brasileira (originária ou adquirida, ou _equiparação), 
lembrando as exceções previstas na Constituição. 
 
2º) O pleno exercício dos direitos políticos - pleno exercício da cidadania, 
adquirida com o alistamento eleitoral. 
 
3º) O alistamento eleitoral - forma de obtenção do pleno exercício dos direitos 
políticos. 
 
4º) O domicílio eleitoral na circunscrição - a pessoa tem que ser eleitora na 
localidade em que pretenda se candidatar, no prazo previsto na legislação. A Lei 
n. 9504/97, que estabelece normas para as eleições, prevê o prazo de um ano 
antes do pleito. 
 
5º) A filiação partidária - não há candidaturas avulsas, mas somente aquelas 
vinculadas a um Partido Político. A Lei n. 9504/97 prevê o prazo de um ano antes 
da eleição para a filiação partidária 
 
 
18 
 
6º) A idade mínima de acordo com o tipo de cargo que se pretende disputar, 
conforme discriminado no texto constitucional. Chamamos atenção para o art.11, 
§ 2º, da Lei n. 9504/97, que estabelece que a idade mínima exigida deve ter 
como referência a data da posse e não a data da eleição. 
 
A essas condições de elegibilidade, Adriano Soares da Costa denomina-as de 
próprias, explicitamente enumeradas pela CF/88, no § 3º do seu art.14. Entretanto, há 
outras condições de elegibilidade previstas na própria Carta e em normas 
infraconstitucionais como, por exemplo, a alfabetização e a desincompatibilização, 
denominadas pelo grande advogado alagoano de impróprias. Entende Adriano da Costa 
que todas as condições de elegibilidade são, na verdade, condições de registrabilidade, 
contrariando o pensamento de vários outros doutrinadores, que consideram estas como 
sendo aquelas exigências fixadas na legislação eleitoral quando da apresentação do pedido 
de registro, como apresentação de toda a documentação, que será averiguada pela Justiça 
Eleitoral. 
 
Inelegibilidade 
A inelegibilidade é um impedimento ao exercício do jus honorum, de ser votado, 
podendo se apresentar, também, sob o enfoque de sanção. Para PedroHenrique Távora 
Niess, ―a inelegibilidade consiste no obstáculo posto pela constituição Federal ou por lei 
complementar ao exercício da cidadania passiva, por certas pessoas, em razão de sua 
condição ou em face de certas circunstâncias‖. 
 
São inelegíveis, ou seja, não reúnem condições de elegibilidade, os inalistáveis 
(estrangeiros e conscritos) e os analfabetos. A inelegibilidade comum a todos os nacionais, 
decorrente da ausência de elegibilidade, chama-se inelegibilidade inata; e há a 
inelegibilidade cominada, que é uma sanção pela ocorrência de algum fato injurídico, não 
necessariamente de natureza eleitoral, importando no impedimento ou perda da 
elegibilidade. A inelegibilidade cominada pode ser aplicável na eleição em que o fato ilícito 
se deu, implicando a perda ou impossibilidade da elegibilidade para essa eleição; ou pode 
ser para eleições futuras, a ocorrerem dentro do tempo fixado para a sua duração. 
 
Ao analfabeto foi dado o direito de ser eleitor e de votar. É direito e não dever, 
tendo em vista que é uma faculdade e não uma obrigação. No entanto, mesmo quando 
eleitor, o analfabeto só pode votar. Jamais será votado, uma vez que é inelegível. Possui 
apenas a capacidade eleitoral ativa. 
 
O militar, desde que alistável, é também elegível. Entretanto, o art. 142, § 3o, 
inciso V, da CF de 1988 (parágrafo e inciso acrescidos pela EC nº 18/98) estabelece que o 
militar, enquanto em efetivo serviço, não pode estar filiado a Partido Político. Sua 
elegibilidade deve obedecer às condições previstas no § 8º.do art. 14, da Constituição 
Federal. As praças sem estabilidade e os oficiais com menos de dez anos, para 
candidatura, deverão afastar-se da atividade militar, efetivado pela exclusão do serviço 
ativo mediante demissão ou licenciamento ex officio, conforme regulamenta o artigo 52, 
parágrafo único, a, do Estatuto dos Militares. Demissão é o ato de exclusão de oficiais das 
forças armadas, com a conseqüente transferência para reserva não remunerada no mesmo 
posto que tinha no serviço ativo (art. 94, § 1º, 116 § 3º e analogia ao artigo 117, Estatuto 
dos Militares). Licenciamento ex offício é o ato de exclusão das praças sem estabilidade e 
aos oficiais da reserva convocados e que importa na inclusão ou reinclusão na reserva não 
remunerada (artigo 121, § 4º, Estatuto dos Militares). 
 
 
19 
 
Numa outra situação figuram os oficiais com mais de dez anos de carreira e as 
praças estáveis que deverão ser agregados pela autoridade superior para candidatura. 
Agregação consiste na situação temporária na qual o militar da ativa deixa de ocupar a 
escala hierárquica, nela permanecendo, sem número, no lugar que ocupava e ficando adido 
para efeito de remuneração e sujeito às obrigações disciplinares (artigo 80, 82, XIV, § 4º, 83 
e 84, 98, XVI, Estatuto dos Militares). O Superior Tribunal de Justiça pacificou que ―o militar 
que conta com mais de dez anos de efetivo serviço, candidato a cargo eletivo, será 
agregado pela autoridade superior, pelo que tem direito à remuneração pertinente até a sua 
diplomação‖. 
 
Em síntese, a partir da escolha em convenção partidária, o militar candidato 
passará para a inatividade por meio da agregação, demissão ou licenciamento e, por fim, 
tempestivamente desincompatibilizado, efetuará o registro da candidatura. 
 
Alguns conceitos são importantes para a continuidade dos nossos estudos, 
como: 
a) inalistabilidade - impedimento ao direito de ser eleitor, impedimento à 
capacidade eleitoral ativa ou de votar. Assim, o menor de dezesseis anos é 
inalistável, não é eleitor, não é cidadão. 
 
b) incompatibilidade -impedimento posterior à eleição ou ao exercício do 
mandato. 
 
c) desincompatibilização - faculdade dada ao cidadão para que se desvincule 
do cargo de que é titular, no prazo legal, com o fim de viabilizar sua candidatura. 
Em algumas hipóteses, a desincompatibilização só é possível com o afastamento 
definitivo do cargo, por renúncia ou exoneração. Em outros casos, basta simples 
licenciamento. As incompatibilidades advindas, quer do exercício de 
determinados cargos públicos ou provenientes da existência de grau de 
parentesco com ocupantes de cargos eletivos, para fins de candidatura, têm 
como objetivo promover a isonomia da disputa entre os concorrentes, não 
permitindo que alguns candidatos possam utilizar-se da influência em razão da 
posição que ocupam ou do cargo que exercem. 
 
d) inelegibilidade - impedimento ao direito de ser votado, isto é, à capacidade 
eleitoral passiva. As inelegibilidades estão previstas nos §§ 4o, 6o e 7o do art. 
14, da Constituição e na Lei Complementar no 64/90, recentemente alterada pela 
Lei Complementar nº 135, de 4.6.2010, – ficha limpa, que será abordada em 
capítulo à parte. 
 
A Constituição permite aos ocupantes de cargos executivos concorrerem a outros 
cargos, desde que renunciem aos respectivos mandatos até seis meses antes da eleição 
(art.14, § 6o). A renúncia importa em afastamento definitivo do cargo. A inelegibilidade aqui 
é temporal e transitória, auferida em cada eleição. 
 
O § 7o do art. 14 da Constituição disciplina a inelegibilidade, no território de 
jurisdição do titular, dos parentes consangüíneos ou afins, até o 2º. grau, ou por adoção, 
de titulares de cargos executivos ou de quem os haja substituído nos seis meses anteriores 
ao pleito, ressalvados os que já exercem mandato eletivo. Podemos notar, aqui, a 
 
20 
 
inelegibilidade limitada a uma circunscrição eleitoral e estendida a parentes de ocupantes 
de funções públicas, não ficando, portanto, restrita apenas a determinada pessoa. 
 
Cabe bem aqui conceituar a palavra parentesco, que é a relação ou ligação 
jurídica existente entre pessoas unidas pelo nascimento, casamento ou adoção. E pode ser: 
a) consangüíneo: que deriva do sangue (pai, irmão, avô...) 
b) afim: que surge da aliança entre os parentes de um cônjuge com o outro 
cônjuge. É a relação que liga um dos cônjuges aos parentes do outro cônjuge, no mesmo 
grau em que este a eles está ligado pela consangüinidade. E mais: 
Grau é a distância, contada por geração, que separa um parente do outro. 
Linha é a série de pessoas provindas do mesmo tronco. 
Linha reta é a que se forma de procedência direta ou descendência, que se 
estabelece entre procriadores e procriados, seja subindo, seja descendo. 
Linha colateral é a que decorre da relação de parentesco entre várias pessoas 
que não se geraram sucessivamente, mas procedem de um tronco comum. 
 
Exemplos: 
a) parentesco consangüíneo - linha reta: 
1º grau - pai e filhos; 
2º grau - avô e neto; 
3º grau - bisavô e bisneto; 
 
b) parentesco consangüíneo - linha colateral: 
(para achar o grau, subir até o tronco comum e descer até a pessoa cujo 
parentesco se quer graduar): 
2º grau - irmãos; 
3º grau - sobrinhos e tios; 
4º grau - primos (vulgarmente chamados primos primeiros); 
 
c) parentesco por afinidade: 
1º grau - sogro e genro; 
2º grau - cunhados 
3º grau - eu e o tio de minha mulher 
4º grau - eu e o primo de minha mulher. 
 
As inelegibilidades são classificadas pelos doutrinadores, em sua maioria, quanto 
a sua origem, abrangência, duração e conteúdo. Outros ainda as classificam também pela 
dimensão, aplicação e momento. E há, ainda, diversos autores que preferem classificá-las 
em: constitucionais e infraconstitucionais; temporárias ou duradouras; gerais ou especiais; 
genéricas ou específicas; perenes, plenas ou limitadas etc. 
 
Reeleição 
A Emenda Constitucional nº 16/97 alterou a redação do § 5º do art. 14 da CF/88, 
permitindo a reeleição do Presidente da República, Governadores e Prefeitos, e de quem os 
houver substituído no curso dos mandatos, por um único período subseqüente. Impende 
registrar que, para os mandatosdo legislativo, nunca houve qualquer restrição. 
 
Ação de Impugnação de Mandato Eletivo 
A Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) está prevista no art. 14, § 10, 
da Constituição Federal e tem por fim desconstituir a diplomação do candidato eleito em 
 
21 
 
razão de ter sido a eleição, o mandato popular, obtido com vícios que o levam à nulidade 
seja por abuso do poder econômico, corrupção ou fraude eleitoral. 
 
Para a configuração do abuso de poder exige-se que os atos ilícitos perpetrados 
considerados abusivos tenham potencialidade suficiente para lesar a normalidade ou a 
legitimidade das eleições.Também encontra respaldo na lei e na jurisprudência o 
entendimento de que, em sede de AIME, não há cabimento para análise de conduta vedada 
ou abuso do poder político. Igualmente, está assentado na atual jurisprudência do TSE que, 
em ação de impugnação de mandato eletivo, havendo a anulação de mais de cinquenta por 
cento dos votos, deve-se realizar nova eleição (MS nº 3649/GO, rel. Min. Cezar Peluso, DJ 
de 10.3.2008, e REspe nº 28.391/CE, rel. Min. José Delgado, DJ de 14.4.2008). 
 
Posicionamento também já assentado é o de que não se está mais exigindo a 
comprovação do nexo de causalidade entre os atos praticados e o comprometimento da 
lisura das eleições. O que importa é a existência objetiva dos eventos e a pro va de sua 
potencial lesividade ao pleito, não estando necessariamente atrelada ao resultado de votos 
obtidos nas urnas.Dessa forma, deve o Juiz verificar se está devidamente provado nos 
autos se as práticas constituem abuso de poder político ou econômico, corrupção ou fraude 
e se foram hábeis para comprometer o prélio eleitoral. A prova deve ser robusta. Não se 
pode cassar mandato por mera presunção. A AIME visa proteger a legitimidade das 
eleições. 
 
O prazo para ajuizamento da ação é de quinze dias a contar da diplomação, 
sendo que a competência para o seu julgamento é determinada pela natureza das eleições: 
se municipal (prefeito e vereadores) será competente o Juiz Eleitoral; estadual (governador 
e vice, senador, deputado federal e deputado estadual) a competência será do Tribunal 
Regional Eleitoral específico e, se disser respeito a mandato presidencial, competente o 
Tribunal Superior Eleitoral. 
 
A ação tramita perante a Justiça Eleitoral e em segredo de justiça, quer dizer, 
somente as partes e os seus advogados terão acesso às informações sobre o andamento 
do processo, preservando-se assim os fatos suscitados nos autos. Entretanto, o julgamento 
é público. 
 
Se a ação proposta for destituída de fundamentos razoáveis de convicção, 
acionada apenas por má-fé e desejo de incomodar o adversário político, o autor responderá 
por isso na forma da lei. 
 
Antigamente adotava-se o rito da ação civil pública para a AIME. Mais 
recentemente o Tribunal Superior Eleitoral determinou a adoção do mesmo rito aplicável a 
AIRC – Ação de impugnação de Registro de Candidatura, previsto na Lei Complementar 
64/90. 
 
Cassação de Direitos Políticos 
Ao contrário do regime autoritário, no qual era comum a cassação dos direitos 
políticos (Ato Institucional no. 5), a atual Constituição veda a cassação indiscriminada dos 
direitos políticos, em defesa do regime democrático, só permitindo que ela ocorra nos 
seguintes casos, nos quais haverá a privação absoluta (perda) ou relativa (suspensão) dos 
direitos políticos, a ser determinada por decisão judicial: 
 
I - Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; 
 
22 
 
II - Incapacidade civil absoluta - os loucos de qualquer gênero, os ausentes e os 
menores de 16 anos; 
III - Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; 
IV - Recusa em cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos 
termos do art. 5º., VIII. 
 
Este inciso diz respeito à liberdade de crença religiosa ou de convicção filosófica 
ou política. Ninguém será privado de direitos por esses motivos, salvo se os invocar para 
eximir-se de obrigação legal a todos imposta (ex.: serviço militar, alistamento, júri) e 
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. Entende-se por prestação 
alternativa o exercício de atividades de caráter administrativo, assistencial, filantrópico, em 
substituição às atividades de caráter obrigatório. 
 
V - Improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. da CF de 1988. Os 
atos de improbidade administrativa acarretam a suspensão dos direitos políticos, a perda da 
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e 
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. 
 
 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 
TÍTULO II 
CAPÍTULO V 
DOS PARTIDOS POLÍTICOS 
 
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, 
resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os 
direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: 
. Lei no 9.096/95: ―Dispõe sobre partidos políticos, regulamenta os arts. 17 e 14, § 3o, 
inciso V, da Constituição Federal‖. 
I – caráter nacional; 
II – proibição de recebimento de recursos financeiros de entidades ou governo 
estrangeiros ou de subordinação a estes; 
III – prestação de contas à Justiça Eleitoral; 
IV – funcionamento parlamentar de acordo com a lei. 
§ 1º - É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, 
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas 
coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em 
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer 
normas de disciplina e fidelidade partidária. 
. Parágrafo com redação dada pelo art. 1o da EC no 52/2006. 
§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei 
civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. 
§ 3º - Os partidos políticos têm direito a recursos do Fundo Partidário e acesso 
gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei. 
§ 4o É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar. 
 
 
C O M E N T Á R I O 
 
 
Partidos Políticos 
O Estado Democrático é um Estado de partidos, refletindo as variadas 
tendências da opinião pública, que também se espelham nos Parlamentos e Congressos. 
 
Os Partidos Políticos são pessoas jurídicas de direito privado. Adquirem 
personalidade jurídica na forma da lei civil, tendo, ainda, a obrigação de registrar seus 
estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. 
 
23 
 
 
A Constituição Federal prega a liberdade de criação das agremiações partidárias. 
No entanto, os Partidos devem seguir os critérios estabelecidos na Lei n. 9096, de 19.09.95, 
que foi criada para regulamentar os arts. 17 e 14, §3º, inciso V, da Constituição Federal. 
Com a Emenda Constitucional 52/2006, foi introduzida a liberdade total também de celebrar 
coligações, não mais tendo que obedecer às regras da Verticalização, instituída pelo 
Tribunal Superior Eleitoral. 
 
Os Partidos Políticos têm o monopólio das candidaturas, uma vez que inexistem 
no Brasil candidaturas extrapartidárias. Somente podem concorrer às eleições pessoas 
devidamente filiadas às Agremiações Políticas, no prazo legal. 
 
O § 1o do art. 17 estabelece que os estatutos partidários devem conter normas 
de fidelidade e disciplina partidárias. É o retorno do instituto da fidelidade partidária, previsto 
na Constituição de 1967, porém_ abolido pela Emenda Constitucional no 25/85. 
 
Os Partidos Políticos recebem recursos financeiros do Fundo Partidário, devendo 
prestar contas à Justiça Eleitoral. Têm também acesso gratuito ao rádio e à televisão, nos 
termos da lei, quelhes permite a propaganda de seus ideais e de seus candidatos. 
 
É vedada a organização paramilitar aos Partidos. A Constituição consagra o 
caráter nacional dos Partidos Políticos. 
 
A Lei n. 9096/95 é que regulamenta os partidos políticos e será abordada mais à 
frente. 
 
S Í N T E S E 
 
DIREITO ELEITORAL 
- Normatiza o exercício do sufrágio com vistas à concretização da soberania popular. 
- É ramo autônomo do direito público. 
- Regulamenta os direitos políticos dos cidadãos e o processo eleitoral. 
- A norma eleitoral é criada pela União (art. 22, I, CF). 
- Art. 22, parágrafo único, CF: hipótese de lei complementar que autorize os Estados a 
legislar sobre matéria eleitoral. 
 
 NACIONALIDADE (Art. 12, CF) 
- Vínculo jurídico que liga o indivíduo ao Estado, em razão do local de nascimento. 
- Pode ser: originária (brasileiros natos) ou adquirida (brasileiros naturalizados). 
 
PERDA DA NACIONALIDADE (art. 12, § 4º, CF) 
- Necessária: naturalização cancelada por sentença judicial, em razão de ato nocivo ao 
interesse nacional. 
- Voluntária: quando adquirir outra nacionalidade (Exceções: quando há o reconhecimento 
da nacionalidade originária pela lei estrangeira e quando a naturalização for imposta pela 
norma estrangeira). 
Consequências: 
- privação dos direitos políticos (direito de votar e de ser votado) 
- para readquirir a qualidade de brasileiro somente através de processo de naturalização 
 
24 
 
 
BRASILEIROS NATOS (art. 12, I, CF) 
Todos nascidos no Brasil (exceção para os filhos de estrangeiros cujos pais estejam no 
Brasil a serviço do seu país); 
- filho(a) de brasileiro(a) nascido no estrangeiro, desde que um deles esteja a serviço do 
Brasil; 
- filho(a) de brasileiro(a) nascido no estrangeiro, desde que seja registrado em repartição 
brasileira competente; 
- filho(a) de brasileiro(a) nascido no estrangeiro, que venha a residir no Brasil e opte, em 
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. 
 
NATURALIZAÇÃO 
- O processo de naturalização é disciplinado pelo Estatuto do Estrangeiro. 
- A naturalização pode ser: expressa (voluntária/ requerida) ou tácita. 
 
NATURALIZADOS (art. 12, II, CF) 
- Estrangeiros que, na forma da lei, adquirem a nacionalidade brasileira. 
- Há perda da nacionalidade anterior. 
Exigências: 
- aos nascidos em países de língua portuguesa: residência no Brasil por um ano, sem 
interrupção, e idoneidade moral; 
- aos estrangeiros: residência no Brasil há mais de 15 anos ininterruptos, sem condenação 
penal. 
 
PORTUGUESES EQUIPARADOS(art. 12, II, § 1º, CF) 
Não é um processo de naturalização; apenas uma equiparação de direitos. 
Exigências: 
- residência permanente no país e 
- reciprocidade de tratamento em favor de brasileiros. 
Privilégios: 
- não perdem a nacionalidade de origem e 
- usufruem dos direitos inerentes aos brasileiros, com exceção dos direitos privativos. 
 
DIREITOS POLÍTICOS (Capítulo IV, Título II, da CF) 
- Prerrogativas e deveres inerentes à cidadania. 
- Conjunto dos direitos atribuídos ao cidadão. 
- Cidadão: a pessoa titular de direitos políticos (direito de votar e direito de ser votado). 
 
SUFRÁGIO(art. 14, CF) 
- Direito público subjetivo e o voto é o exercício desse direito. 
Modalidades: 
- plebiscito: consulta ao povo 
- referendo: necessária a aprovação para validar uma medida 
- iniciativa popular: o povo propõe projeto de lei 
 
ALISTAMENTO (art. 14, §§ 1º e 2º, CF) 
- Ato jurídico obrigatório do qual nasce o direito de votar (capacidade eleitoral ativa). 
Condições para o alistamento(qualificação e a inscrição): 
- nacionalidade brasileira e 
- idade mínima de 16 anos 
- É obrigatório para os maiores de 18 anos. 
 
25 
 
- É facultativo, tanto o alistamento quanto o voto: para os analfabetos; os maiores de 70 
anos e para os maiores de 16 e menores de 18 anos. 
- São inalistáveis: os estrangeiros; os conscritos e os que estejam privados, temporária ou 
definitivamente, dos direitos políticos. 
 
ELEGiBILIDADE (art. 14, § 3º, CF) 
- Aptidão de ser eleito; capacidade eleitoral passiva do cidadão. 
- Condições de elegibilidade: nacionalidade brasileira; pleno exercício dos direitos políticos; 
alistamento eleitoral; domicílio eleitoral na circunscrição do pleito; filiação partidária e 
idade mínima. 
Elegibilidade do militar: 
- menos de 10 anos: afasta-se; 
- mais de 10 anos: será agregado e, se eleito, passa para a inatividade no ato da 
diplomação. 
* Atenção para o art. 142, § 3º, inciso V, CF: militar em efetivo exercício não pode estar 
filiado a partido político. 
 
 INELEGIBILIDADE (art. 14, § 4º ao 7º, CF) 
- Impedimento ao direito de ser votado. 
- Inelegibilidade inata: comum a todos os nacionais. 
- Inelegibilidade cominada: sanção que importa no impedimento ou perda da elegibilidade. 
- Lei Complementar nº 64/90 estabelece outros casos de inelegibilidade (art. 14, § 9º, CF) 
 
DESINCOMPATIBILIZAÇÃO 
- Afastamento, provisório ou definitivo, de funções ou cargos, para concorrer a cargos 
eletivos. 
 
AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO (Art. 14, §§ 10 E 11 , CF) 
- Prazo para propositura:15 (quinze) dias contados da diplomação. 
- Finalidade da ação: cassação do mandato eletivo. 
- A ação deve ser instruída com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou 
fraude. 
- Tramita em segredo de justiça. 
- Rito: o mesmo da Ação de Impugnação de Registro de Candidatura (arts . 2º ao art. 15 da 
LC 64/90) 
 
CASSAÇÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS(Art. 15, CF) 
- É vedada a cassação dos direitos políticos. Exceção (perda ou suspensão nos casos de 
cancelamento da naturalização por sentença transitada; incapacidade civil absoluta; 
condenação criminal transitada enquanto durarem seus efeitos; recusa de cumprir 
obrigação a todos imposta ou prestação alternativa e improbidade administrativa). 
- Perda: privação absoluta 
- Suspensão: privação relativa 
 
PROCESSO ELEITORAL (art. 16, CF) 
A lei que altera o processo eleitoral não se aplica à eleição que ocorra até um ano da data 
de sua vigência. 
 
PARTIDOS POLÍTICOS (art. 17, CF) 
- Pessoa jurídica de direito privado. 
 
26 
 
- Autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento (Estatuto 
Partidário). 
- Detém o monopólio das candidaturas. 
- Não há interferência da Justiça Eleitoral: as questões jurídicas matéria interna corporissão 
decididas na Justiça Comum. Exceção: questões que refletem no processo eleitoral, que 
são decididas pela Justiça Eleitoral. 
- Fundo Partidário (Fundo de Assistência Financeira aos Partidos Políticos) 
 
 
 
 EXERCÍCIOS 01 
DISPOSIÇÕES ELEITORAIS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – ORGANIZAÇÃO E 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL 
 
1. TRE – AC – Analista Judiciário – área judiciária – FCC 2010 
 A respeito da composição dos órgãos da Justiça Eleitoral, é correto afirmar que: 
 a) um terço dos cargos do Tribunal Superior Eleitoral será reservado para advogados 
e membros do Ministério Público Federal. 
 b) os Desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados poderão integrar o 
Tribunal Superior Eleitoral no cargo de livre nomeação do Presidente da República. 
 c) integram o Tribunal Superior Eleitoral três juízes nomeados pelo Presidente da 
República dentre Ministros do Superior Tribunal de Justiça. 
d) integram o Tribunal Superior Eleitoral três juízes dentre Ministros do Supremo 
Tribunal Federal, escolhidos mediante eleição e pelo voto secreto. 
e) o Corregedor Eleitoral será nomeado pelo Presidente da República dentre os 
membros do Tribunal Superior Eleitoral. 
 
2. TRE – TO – Analista Judiciário – área judiciária – FCC 2011 
De acordo com a Constituição Federal podem vir a integrar tanto o Tribunal Superior 
Eleitoralcomo o Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Tocantins: 
a)Advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral militantes no Estado do 
Tocantins. 
b) Ministros do Supremo Tribunal Federal. 
c) Ministros do Superior Tribunal Justiça. 
d) Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de Tocantins. 
e) Juízes de Direito da Justiça Estadual do Estado de Tocantins.. 
 
3. Com relação à atual organização e competência da justiça eleitoral, julgue os itens a 
seguir: (certo ou errado) 
a)Deve haver um TRE na capital de cada estado e no Distrito Federal, em cada um 
deles é obrigatória a participação de dois juízes escolhidos entre seis advogados de 
notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo tribunal de justiça, para 
nomeação pelo presidente da República. 
 
b) Compõem a justiça eleitoral os TREs, os procuradores regionais eleitorais, os juízes 
eleitorais e as juntas eleitorais. 
c) Para a ampliação da atual composição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) prevista 
na Constituição da República, não se prescinde de emenda à Constituição. 
d) Compete aos tribunais regionais eleitorais (TREs) processar e julgar originariamente 
o registro e o cancelamento do registro dos diretórios estaduais e municipais de 
partidos políticos, bem como de candidatos a prefeito e vereador. 
 
27 
 
e) O TSE elegerá seu presidente entre os ministros do Supremo Tribunal Federal, e 
seu vice-presidente e o corregedor eleitoral entre os ministros do Superior Tribunal de 
Justiça. 
 
4. Assinale a frase ERRADA: 
Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando: 
a) ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais; 
b) forem proferidos contra expressa disposição constitucional ou de lei; 
c) anularem diplomas ou decretarem a perda de mandato eletivo federal ou estadual; 
d) denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de 
injunção; 
e) anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos dos Juízes de Paz. 
 
5. TRE – SE – Analista judiciário – área judiciária – FCC2007 
Os Tribunais Regionais Eleitorais, dentre outras situações: 
a) são compostos por juízes escolhidos pelo Presidente da República dentre 
Desembargadores do Tribunal de Justiça do respectivo Estado e advogados. 
b) não têm caráter permanente e só são compostos por ocasião de cada eleição. 
c) têm atribuição de diplomar os Prefeitos Municipais e Vereadores eleitos dentro dos 
respectivos Estados. 
d) elegerão seu Presidente e Vice-Presidente dentre os Desembargadores que o 
compõem. 
e) têm sede na capital de cada Região da Federação, podendo existir mais de um para 
cada Estado e para o Distrito Federal. 
 
6.TRE/SC – analista judiciário – área administrativa – FAPEU 2005 
 Assinale a alternativa CORRETA. 
O Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal Regional Eleitoral: 
a) são eleitos pelo próprio Tribunal Regional Eleitoral dentre os desembargadores que 
o compõem. 
b)são eleitos pelo Tribunal de Justiça do respectivo Estado dentre os 
desembargadores que o compõem. 
c)são eleitos pelo próprio Tribunal Regional Eleitoral dentre os desembargadores e os 
juízes que o compõem. 
d)são eleitos pelo próprio Tribunal Regional Eleitoral dentre os membros que o 
compõem. 
 
7. TRE/AP – Técnico Judiciário – Programação Sistemas – CESPE – 2007 
Acerca do tratamento constitucional aos tribunais e juízeseleitorais, assinale a opção 
correta. 
Os membros dos tribunais regionais eleitorais (TREs) e do Tribunal Superior Eleitoral 
(TSE) serão nomeados pelo presidente da República. 
b) Cabe recurso das decisões dos TREs quando elas anularem diplomas ou 
decretarem a perda de mandatos eletivos federais, estaduais ou municipais. 
c)Os tribunais eleitorais devem se dividir em turmas ou câmaras. 
d) À justiça eleitoral aplica-se o princípio da temporariedade, segundo o qual nenhum 
magistrado tem vinculação permanente com a justiça eleitoral, integrando -a sempre 
por prazo determinado. 
e) A Constituição determina que em cada estado da federação deve haver um TRE, 
visando, dessa forma, assegurar ampla autonomia a cada entidade federativa. Por 
isso, cada TRE deve ser composto exclusivamente de autoridades locais. 
 
28 
 
 
8. TRE/AP- Técnico judiciário - programação de sistemas – CESP– 2007 
Ainda acerca do tratamento constitucional aos tribunais e juízes eleitorais, assinale a 
opção correta: 
a) Ressalvados os embargos de declaração, todas as decisões proferidas pelo TSE 
são irrecorríveis. 
b)O cargo de corregedor eleitoral, no âmbito do TSE, deve ser exercido por um dos 
ministros oriundos do Superior Tribunal de Justiça, após eleição no âmbito daquele 
tribunal. 
c) Os substitutos dos membros da justiça federal deverão ser escolhidos pelos 
próprios TREs. 
d)Quando os TREs proferirem decisões contra disposição expressa na Constituição 
Federal ou em lei, não caberá recurso ao TSE, mas sim ao Supremo Tribunal Federal. 
e) Embora a organização e a competência da justiça eleitoral encontrem-se previstas 
taxativamente no texto constitucional, lei ordinária pode dispor sobre a matéria, de 
forma a ampliá-la ou reduzi-la. 
 
9.José, primo de João, é advogado em Minas Gerais e foi nomeado pelo Presidente 
da República para compor o Tribunal Regional Eleitoral mineiro na classe dos 
advogados. Seu primo João integra a mesma Corte Eleitoral como Juiz Direito. Sobre 
essa situação é correto afirmar que: 
a) José não poderá assumir o cargo de Juiz, uma vez que é parente até o 4º grau de 
João, que já está no exercício de seu mandato, e o Código Eleitoral não permite a 
participação de parentes, entre si, até o 4º grau, inclusive, no TRE. 
b) João terá que se afastar do cargo de Juiz do TRE, uma vez que seu primo foi 
indicado para o mesmo Colegiado e há impedimento previsto no Código Eleitoral. 
c) Nenhum problema há na participação dos dois Juízes, uma vez que os 
impedimentos em matéria eleitoral atingem, na sua maioria, apenas os parentes até o 
2º grau, inclusive. 
c) José poderá assumir o mandato desde que faltem menos de 6 meses para o 
término do biênio de seu primo João. 
 
10. TRE/TO – Analista Administrativo – área administrativa – CESPE 2005 – 
Considere que, em agosto de 2004, o tribunal de justiça de um estado-membro da 
Federação tenha editado resolução, por meio da qual definiu o processo de escolha 
dos juízes de direito para compor o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e estabeleceu 
que nenhum juiz de direito daquele estado-membro poderia voltar a integrar o TRE, na 
mesma classe ou em classe diversa, por dois biênios consecutivos. 
Ante essa situação hipotética, assinale a opção incorreta. 
 A Constituição Federal estabelece que haverá, na capital de cada estado-membro da 
Federação, um TRE, cuja composição inclui dois juízes de direito, escolhidos pelo 
tribunal de justiça daquele estado-membro. 
 A resolução do tribunal de justiça, de que cuida a hipótese considerada, padece de 
vício de inconstitucionalidade material, uma vez que proíbe ao juiz, quando a 
Constituição Federal lhe faculta, servir no TRE por dois biênios consecutivos. 
A inconstitucionalidade da referida resolução pode ser argüida perante o Supremo 
Tribunal Federal (STF), órgão que detém a competência precípua para a guarda da 
Constituição Federal e que tem, entre outras atribuições, a competência para 
processar e julgar ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal 
ou estadual questionado perante a Constituição Federal. 
 
29 
 
 Caso a referida resolução esteja simultaneamente em conflito com a Constituição 
estadual, fica afastada, por disposição expressa da Constituição Federal, a 
competência do tribunal de justiça para processar e julgar eventual representação de 
inconstitucionalidade

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