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Resenha História da música medieval

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CANDÉ, Roland de. História universal da música, São Paulo: Martins Fontes, 2001, vol. 1, tradução de Eduardo Brandão.
ESPERANDIO, Thiago José. A música sob o interdito: a ambiguidade da relação entre a igreja e a polifonia musical no século XIV, 115 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Religião). Instituto de Artes, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2010.
GROUT, D. J.; PALISCA, C. V. História da música ocidental, 4ª edição, Lisboa: Gradiva, 2007.
Resenha: História da música medieval
A música medieval foi formada a partir das influências da música grega e da liturgia judaica. Em virtude da cristianização do Ocidente e ascensão ao poder da Igreja Católica, a música passou a ser “um meio de predispor as almas a receber os ensinamentos cristãos” (ESPERANDIO, 2010, p.59). 
Durante a Alta Idade Média vigorou o cantochão, ou canto gregoriano – especialmente em virtude da imposição de Carlos Magno – que tinha como características: ser estritamente vocal, monofônico, executado sempre em uníssono, não excedendo a extensão de uma oitava, priorizando o texto, sempre em latim, cantado somente por homens e sem acompanhamento musical. As melodias eram simples, com poucas mudanças de notas. 
Durante a Alta Idade Média o ensino desse canto foi feito oralmente, pois não havia notação, sendo a memória era essencial para qualquer músico dessa época. 
Entretanto, inovações ocorreram com a introdução dos neumas, precursores das atuais notas e linhas, precursoras da atual pauta. A necessidade impulsionou as transformações necessárias para que a notação musical se concretizasse, ao mesmo tempo em que escolas de canto eram abertas e “meninos cantores” passaram a ser treinados desde a infância, a fim de servirem à Igreja. A profissionalização da música – no sentido de ser elaborado o suficiente para necessitar de ensino específico – foi se impondo, pouco a pouco, no medievo.
O organum, na Ars Antiqua, introduziu a polifonia. Na Ars Nova o desenvolvimento continuou. Instrumentos, como o órgão, as harpas, alaúdes, guitarras, vielas, charamelas, buzinas, etc, se desenvolveram nesta época. 
A escrita musical permitiu que a composição substituísse a improvisação, além de permitir que esse material escrito chegasse até nós. 
A polifonia foi outro legado que permitiu a experiência de muitos tipos de textura e contribuiu para uma posterior diversidade harmônica. É incrível que de um canto monódico, sem ritmo, preso ao texto, se tenha chegado ao moteto, por exemplo, com várias vozes, com textos em diferentes línguas e obedecendo a fórmulas rítmicas. Essa é outra contribuição da Idade Média para nós: a exploração do mundo musical. 
Os principais compositores medievais foram: Léonin: Foi o primeiro mestre do coro da catedral e escreveu muitos organa ( plural de organum); Pérotin: Compositor francês, a quem se atribui a criação da polifonia a quatro vozes; Guido d’Arezzo: Criador da notação moderna na pauta antiga, encerrando com o uso de neumas na História da Música, e batizou as notas musicais com os nomes que conhecemos hoje: dó, ré, mi, fá, sol, lá e si.
O que se percebe, ao analisar a história da música na Idade Média é que devemos a esse período a semente da nossa atual notação musical, bem como do próprio sistema tonal, que ali começou a se desenvolver. 
As transformações que ocorreram no medievo nos fazem perceber a versatilidade e criatividade do homem, servindo de estímulo para todos nós.

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