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RESUMO P1 DE PETROLOGIA SEDIMENTAR Importância do estudo de rochas sedimentares: sedimentos representam cerca de 70% dos materiais presentes na superfície da Terra. Registram os principais acontecimentos da atmosfera, biosfera e hidrosfera. São recipientes de importantes jazidas minerais, como ouro, diamantes, petróleo, água potável, fosfatos, etc. Origem dos sedimentos: são formados a partir de intemperismo físico e químico de rochas pré- existentes. Os elementos formadores incluem partículas e minerais primários metaestáveis, minerais secundários, minerais instáveis, íons solubilizados em água, fragmentos de rochas metaestáveis e instáveis, além de fragmentos orgânicos. Participam do processo petrogenético águas meteóricas, freáticas e águas de formação, além de CO2, O2 e organismos, incluindo bactérias. Ao contrário das rochas metamórficas, a petrogênese sedimentar ocorre sob valores relativamente baixos de pressão e temperatura. Tipos de intemperismo Físico: geralmente apresenta importância secundária. Ocorrem redução granulométrica e aumento de superfície específica, sem mudança na composição química. Ex.: alívio de pressão (expansão da rocha durante a erosão); cristalização ou congelamento (gelivação) – ação de cunha; expansão térmica por insolação. Químico: ocorre completa mudança nas propriedades físicas e químicas. Verifica-se aumento no volume dos compostos secundários, quando comparados aos minerais primários. Ex.: dissolução; hidratação e hidrólise; oxidação (com ou sem aumento de valência); redução; carbonatação (em parte reação de troca). Biológico: combinação dos efeitos de intemperismo físico e químico induzidos por animais e vegetais. Ex.: ação de cunha de raízes; ação de escavação por animais; ácidos orgânicos vegetais. Produtos de intemperismo resultantes da transformação de alguns minerais mais comuns na Terra (Tarbuck & Lutgens, 1976): Quartzo: grãos de quartzo; SiO2 (sílica); Feldspatos: argilominerais; SiO2, K+, Na+, Ca+2; Hornblenda: argilominerais e “limonita” (hidróx.); SiO2, Ca+2, Mg+2; Olivina: “limonita” (hidróx.) e hematita; SiO2, Mg+2. Tipos de rochas sedimentares: • Clásticas terrígenas ou siliciclásticas: Constituintes alóctones, vindos de fora da bacia; composição controlada pela área fonte; textura controladas pelo ambiente deposicional. Ex.: arenitos, conglomerados e folhelhos. • Rochas químicas ou ortoquímicas: constituintes autóctones (íons presentes na bacia). Ex.: carbonatos, fosfatos, formações ferríferas, rochas silicosas, evaporitos, etc. • Rochas mistas: arenitos bioclásticos, margas, arenitos glauconíticos. • Rochas vulcanoclásticas • Rochas aloquímicas Métodos de estudo laboratorial: estudos de campo; microscopia ótica; microscopia eletrônica; difratometria de raio-X; microssonda. Trabalho e estudos de campo: análise estrutural; associação com dados de subsuperfície; associação de fácies – litologia (textura, composição, classificação), estruturas sedimentares, fábrica, conteúdo fossilífero, limites entre fácies; geometria dos estratos ou conjunto de estratos – vista à distância. Microscopia ótica: fornece dados às informações coletadas em campo, principalmente relacionados à composição, texturas e diagênese. ROCHAS PELÍTICAS Informações gerais: compõem mais de 50% do registro geológico sedimentar. Geralmente os afloramentos são ruins, dada a sua fácil capacidade de intemperização. O tamanho diminuto dos grãos dificulta a visualização, obrigando o uso de técnicas como a difratometria de raio X, análises químicas e microscopia eletrônica. Do ponto de vista econômico, constituem matéria prima para a indústria (cerâmica, cimento, papel, etc) além de gerar hidrocarbonetos. Características dos sedimentos pelíticos: ao contrário da fração areia, as partículas mais finas não demonstram grandes modificações com o transporte, permanecendo angulosas e com esfericidade baixa ou euédricas. Em geral as partículas argilosas e na fração silte fino apresentam sua forma originada durante o intemperismo da rocha fonte. A presença de pelitos em bacias favorece a disposição de água e íons para a diagênese em outros tipos de rochas. Ambientes deposicionais: geralmente depositam-se a partir de material em suspensão, através da lei de Stokes. Para isso, demandam ambientes muito calmos, como fundo de lagos e mares ou planícies de maré. O silte grosso em alguns casos pode ser transportado por tração, em ocasião de correntes unidirecionais fracas, gerando estruturas trativas. A mistura de sedimentos pelíticos, psamíticos e rudáceos requer deposição por processos que envolvam fluxos de alta densidade e viscosidade, como geleiras, correntes de turbidez e a maior parte dos fluxos gravitacionais. Casos específicos dessas misturas podem ser relacionados à processos pós- deposicionais que envolvam inversão textural, principalmente por bioturbação, fluidização, ou por tempestades, ventos, etc. Fábrica lato sensu (arranjo físico das partículas e minerais em uma rocha, incluindo textura e estrutura): Fissilidade: disposição de filossilicatos em planos mais ou menos paralelos; pode ser primária ou secundária. Laminação: estratificação menor que 1cm. Origem da laminação: alternância de grãos mais finos e mais grossos, relativamente; alternância de camadas claras e escuras (matéria orgânica); alternância de camadas com mais ou menos carbonatos. Porosidade: em argila recém depositada – até 80%; em folhelhos – cerca de 13% (compactação). Fissilidade: Rompimento de rochas pelíticas em planos mais ou menos paralelos, regulares e penetrativos, originado pela orientação das lamelas de argila/mica. Podem se formar durante a deposição, quando não há floculação ou durante a diagênese, por rearranjo cristalino durante a compactação. Ambiente ácido - Possibilidade: redução do sulfato da água. Bactérias produzem uma variedade de gases, sulfeto de hidrogênio é um deles; H2S reage com Fe+2 para precipitar FeS, o qual pode ser convertido a pirita (FeS2). Classificação: O termo argilito é utilizado na língua inglesa para rochas lutáceas com metamorfismo incipiente, antes de desenvolver clivagem ardosiana. No português, o melhor seria “metapelito”. Feições para observar e procurar quando examinar lamitos e exemplos de termos que podem ser usados em sua descrição: Feições do lamito Termos possíveis e descritivos Observe a cor Cinza, vermelho, preto, verde, variegado, mosqueado, marmorizado Veja como o lamito se quebra Fissilidade (folhelho), ausência de fissilidade (lamito), maciço, terroso, espessura ou textura de papel, com clivagem (ardósia) Procure estruturas sedimentares Estratificado, laminado, bioturbado, com marcas de rizomas, maciço (aparentemente sem estruturas) Verifique os minerais não argilosos presentes Quartzíticos, micáceos, calcários, gipsíticos, piríticos, sideríticos, etc. Detalhe o conteúdo orgânico Rico de matéria orgânica, betuminoso, carbonáceo, pobre em matéria orgânica Procure fósseis Fossilífero, graptolítico, ostracoidal, etc. Composição: Frações mais grossas (sílticas): ricas em quartzo, feldspatos, micas e outros materiais detríticos da área fonte. Frações finas (argilosas): predominância de argilominerais. Silte: 62 μm - 20 μm; Argila: < 20 μm (medida variável em algumas fontes bibliográficas). Carbonatos: comumente podem conter até 30% de calcita microcristalina no início da diagênese. Pode também ocorrer na forma de micrita (partículas de carbonato no tamanho argila de origem intrabacial), bioclastos e concreções e nódulos, comumentecompostos por dolomita ou siderita. Óxidos e hidróxidos de ferro: Hematita (Fe2O3), goethita (FeO, OH) e limonita (mistura de hidróxidos criptocristalinos) são comuns em pelitos de ambientes oxidantes. Pirita (FeS2): pelitos com matéria orgânica. Bactérias anaeróbicas promovem a redução do sulfato da água do mar produzindo H2S, que por reação com o Fe+2 dissolvido, precipita como cristais frambóides. Pirita disseminada confere cores escuras. Caulinitas (Kanditas): características de ambientes altamente lixiviados, com baixas razões Na, K, Ca/H+. Ilitas: substituição do Si por Al nos tetraedros gerando desequilíbrio de cargas, compensadas pela absorção de K+ entre as camadas. Esperadas no intemperismo de feldspatos potássicos, entretanto, taxa lenta de reação favorece a formação de caulinitas ou de esmectitas. Ocorrem no intemperismo a partir de alteração de micas (“micas degradadas”). Na diagênese, com mais tempo disponível e maior temperatura, são os argilominerais mais abundantes. Glauconita: argila verde típica de ambiente marinho (borda de plataforma); Vermiculitas: comuns no intemperismo de micas, principalmente biotita. Presença de Ca, K, Na, Mg e água, causando expansão de camadas. Esmectitas (Montmorilonitas): estrutura similar à das ilitas. Cargas compensadas por Na, Ca, Mg e K, em quantidade maior de água. Características de ambientes áridos e semi-áridos, a partir de alteração de rochas vulcânicas. Espécies: Montmorilonita, Nontronita e Saponita. Cloritas: estrutura 2:1:1. Ambientes ricos em Fe e Mg, a partir do soterramento de arenitos e lutitos e pela transformação de esmectitas e caulinitas, redução de óxidos de de ferro e neoformação (precipitação direta). Alteração diagenética, hidrotermal ou metamórfica de rochas básicas-ultrabásicas. Espécies: Chamosita; Clinocloro. Identificação ótica de argilominerais (quando possível): Caulinitas: baixo relevo e birrefringência (cinza em LP); incolor em LN. Esmectitas: baixo relevo e moderada birrefringência (branco, amarelo, verde, azul em LP); castanha em LN. Ilitas: alto relevo e moderada birrefringência (branco, amarelo, verde, azul em LP); incolor em LN. Cloritas: alto relevo e birrefringência baixa (cinza) ou anômala (azul e vinho em LP); esverdeada em LN. ARENITOS E CONGLOMERADOS Informações gerais: arenitos compõem de 20 a 30% do registro sedimentar, enquanto que conglomerados de 1 a 2%. Constituem os melhores afloramentos de rochas sedimentares devido a maior resistência ao intemperismo quando comparados à pelitos. Constituem importantes jazidas de águas subterrâneas, hidrocarbonetos, Au, diamantes, Ti (ilmenita), terras-raras (monazita), entre outras. Possuem em alguns casos uma química complexa, derivada em grande parte da variabilidade composicional do arcabouço e matriz, gerando durante a diagênese soluções iônicas complexas e uma série de minerais autigênicos. Aspectos texturais e maturidade I- Estágio Imaturo: > 5% de matriz, grãos mal selecionados, angulosos; II- Estágio submaturo: < 5% de matriz, grãos mal selecionados, sub-arredondados a sub-angulosos; III- Estágio maturo: sem ou com pouca matriz, grãos bem selecionados, sub- arredondados; IV- Estágio supermaturo: sem matriz, arcabouço bem selecionado; grãos arredondados. QUARTZO ARENITO (Ortoquartzitos – inapropriado): ricos em quartzo (Q > 90%). Tem como grãos acessórios chert, litoclastos quartzíticos e minerais pesados. Quando cimentado, o cimento mais comum é o silicoso (ultra resistente quebrando nos grãos). Arredondamento e esfericidade máxima entre os arenitos; matriz rara ou inexistente (se for > 15%, grauvaca quartzosa); se matriz está presente, provavelmente é proveniente de infiltração mecânica na zona vadosa ou inversão textural (entrada de areias quartzosas em ambiente lacustre ou marinho profundo, etc.). Tipos de cimento: Quartzo: formado por dissolução dos grãos do arcabouço, cresce em continuidade ótica com os grãos ou preenchendo poros. Cimento calcítico: mosaico blocoso e franja isópaca de calcita (freático de água doce); franja isópaca de aragonita, cimento em menisco (marinho raso/zona vadosa). Cimento ferruginoso Calcedônia/Chert/Opala Área fonte: rochas plutônicas, metamórficas e sedimentos retrabalhados. Pode-se relacionar a regiões cratônicas ou margem continental passiva, com sucessivos ciclos de retrabalhamento sedimentar. ARENITOS FELDSPÁTICOS (Arcósios e Sub-Arcósios): termo aplicado a todos os arenitos onde o feldspato é um constituinte importante. Arcósio: geralmente de granulometria grossa, com grãos angulosos a sub-angulosos, compostos por > 25% de feldspatos e área fonte granítica ou gnáissica. Sub-arcósio: feldspato > fragmento de rocha. Plagioclásio: comum em cinturões orogênicos, com predominância de plagioclásio sódico (andesina e oligoclásio) sobre os cálcicos. Ortoclásio > microclima: efeito da quebra de grãos em função da geminação. Composição: Normalmente compostos por k-feldspato, com predominância de ortoclásios sobre microclima, efeito da quebra de grãos em função da geminação. Os plagioclásios são comuns em cinturões orogênicos, com predominância dos sódicos (andesina e oligoclásio) sobre os cálcicos; os álcali-feldspatos normalmente mostrarão alteração para caulinita, ilita (diagênese profunda) ou sericita (metamorfismo incipiente); minerais em menor quantidade, como a muscovita e minerais pesados, e fases instáveis (olivinas, piroxênios, anfibólios); etc. Tipos de cimento: Silicoso: ocorre na forma de sobrecrescimento de quartzo; Carbonático/Calcítico/Dolomítico: ocorre como um mosaico de pequenos cristais; Feldspato autigênico: cimento argiloso. Matriz: constituída predominantemente por ilita e caulinita, manchada por hematita formada por alteração de biotita ou outro mineral ferro-magnesiano. Outros constituintes podem incluir quartzo, clorita, feldspatos e matéria orgânica. Grande parte pode ser formada por infiltração na zona vadosa. Alteração dos próprios feldspatos (nestes casos, dificilmente caracterizável ao microscópio) pode enganar! Textura: arenitos feldspáticos são texturalmente imaturos a submaturos. O selecionamento pode ser ruim a moderado. Os grãos de feldspatos juntamente com o quartzo são tipicamente angulares a subangulares. Normalmente, o conteúdo de feldspato aparentemente aumenta, conforme diminui a granulometria. Esse efeito ocorre devido à baixa resistência mecânica dos feldspatos durante o transporte, fragmentando-se ao longo de planos de geminação. Ambiente de formação: predominantemente fluviais ou em transição para ambientes marinhos. Depositados nas proximidades de altos estruturais ou bordas declivosas, gerando geometria de cunha ou leque com espessuras de até 2000 metros. Estruturas de corte e preenchimento de canais são feições normalmente vistas. Outra evidência de ambiente fluvial inclui a presença de restos vegetais (troncos fósseis, carvão, etc). Podem estar presentes em depósitos turbidíticos, exibindo estruturas de marca de sola e acamamento gradacional. Área fonte: rochas plutônicas graníticas e metamórficas quartzo-feldspáticas (predominância de álcali-feldspatos); cinturões orogênicos com vulcanismo com predominância de plagioclásio. A formação em climas áridos e frios leva a preservação dos feldspatos. Locais com forte gradiente no relevo, promove processo rápido de erosão, transporte e deposição; zonas com soerguimento do embasamento ou em tectônica transcorrente; interior de placa com tectônica distensiva (efeito isostático); cinturões orogênicos (retro-arco e antepaís). ARENITOS LÍTICOS OU LITARENITOS:termo aplicado a todos os arenitos onde os fragmentos de rocha são constituintes importantes. Litarenito: fragmentos de rocha > 25%; R > F; matriz < 15%. Sublitarenito: 5 < fragmentos de rocha < 25%; R > F; matriz < 15%. Composição: variada, podendo conter quartzo, feldspatos, micas, minerais pesados, etc. Prevalece o quartzo policristalino; sua quantidade é superior aos encontrados em quartzo- arenitos e grauvacas. A imaturidade composicional e textural comumente encontradas fazem com que a quantidade de plagioclásio sódico seja alta. Predominância de grãos instáveis; inúmeros litoclastos compostos por grãos instáveis do ponto de vista química, principalmente filitos, xistos, fragmentos de rochas vulcânicas. Fragmentos de rocha compostos por rochas ígenas, metamórficas e sedimentares. Litoclastos de granulometria grossa como granitos e gnaisses são incomuns. Cimento: variável. Argilas autigênicas são comuns, confundindo-se com matriz. Matriz: quantidade variáveis, dificilmente distinguível de cimento argiloso em lâmina delgada. Pseudo-matriz normalmente se desenvolve a partir de litoclastos pelíticos. Textura: texturalmente e mineralogicamente imaturos. Se o teor de matriz for negligenciado, muitos litarenitos tornam-se submaturos ou maturos. Ambiente de formação: predominantemente fluviais (a maior parte dos arenitos fluviais são líticos). Subordinadamente são encontrados em ambiente deltaico e marinho (turbidíticos). Geometria lenticular e cordões são comuns. Área fonte: cinturões orogênicos e arcos magmáticos ativos; sedimentação marinha próxima à cinturões orogênicos (sequências flisch); áreas cratônicas (áreas fontes elevadas e próximas à bacia). WACKES (GRAUVACAS): termo aplicado principalmente a arenitos com teor de matriz > 15%. A matriz comumente encontra-se recristalizada, consistindo de um intercrescimento de ilita, clorita, quartzo e feldspato. Tonalidades escuras, variando do cinza ao preto. Sem estratificação marcante e com acamamento gradacional. Composicional: os principais constituintes do arcabouço são fragmentos de rocha e feldspatos (grauvaca feldspática versus grauvaca lítica). Um grupo menos comum é o das grauvacas líticas. Acessórios comuns: micas, pirita, fragmentos vegetais (fósseis), matéria orgânica. Ricas em Al2O3 (argilo-minerais), Na2O (feldspatos), FeO e MgO (cloritas). Textura: microscopicamente assemelham-se a micro brechas, com grãos angulosos imersos em grande quantidade de matriz. Protomatriz: material detrítico trapeado nos interstícios do arcabouço (matriz verdadeira). Ortomatriz: protomatriz recristalizada. Epimatriz: material oriundo da alteração de grãos do acarbouço (feldspatos, moscovita, etc) durante a diagênese. Pseudomatriz: deformação de litoclastos pelíticos durante a compactação da rocha. Ambiente de formação: grande quantidade de matriz – correntes de densidade; acamamento gradacional – reflete correntes de turbidez adentrando corpos de águas calmas; raros em sequências cratônicas e presentes em cinturões orogênicos (sequências flysch). Área fonte de sedimentos: áreas com forte gradiente de relevo; cinturões orogênicos e arcos magmáticos ativos. CONGLOMERADOS E BRECHAS: termos utilizados para designar cascalhos arredondados e angulosos, respectivamente, consolidados. Grande parte dos cascalhos modernos são formados em praias, canais fluviais, depósitos glaciais em plataforma continental ou próximos a geleiras. Normalmente o arcabouço de conglomerado é composto por fragmentos de rochas sedimentares, metamórficas ou ígneas. Cascalho: é a designação dada à acumulação de sedimentos inconsolidados com dimensões maiores que areia. Cascalhos praiais: são depositados em camadas estreitas, formando camadas que refletem a dinâmica de regressão-transgressão da linha de costa. Conglomerado oligomítico: arcabouço composto por apenas um tipo de clastos, usualmente quartzito, chert ou quartzo de veio. Conglomerado polimítico ou petromítico: composto por uma miríade de grãos instáveis como basaltos, folhelhos, filitos, etc (conglomerados de primeiro ciclo). Textura: Aberta: normalmente oligomíticos (cascalhos praiais). Fechada compacta (Ortoconglomerados): mais arcabouço que matriz. Fechada esparsa: mais matriz que arcabouço. Fábrica: Seixos imbricados: sentido de paleocorrentes. Seixos discoides e achatados: fluxo e refluxo de ondas, etc. Ortoconglomerados: conglomerados normais que possuem mais arcabouço que matriz. São depositados por correntes normais, turbulentas e de alta energia. Possuem textura fechada e compacta. Conglomerados com clastos graníticos são correspondentes aos arcósios nos arenitos. Sedimentação molássica. Conglomerados oligomíticos (ortoquartzítico): resíduos estáveis geralmente oriundos de sucessivos ciclos de retrabalhamento (material policíclico). A granulometria do material geralmente ocorre na fração seixo, em torno de 1cm, formando camadas de pequena espessura em ambiente fluvial ou praial. Conglomerados polimíticos ou petromíticos: relacionados a acumulações espessas de material grosseiro e mal trabalhado, constituindo depósitos em forma de cunha, situados próximo às terras altas. O arredondamento dos grãos é moderado, com presença de matriz. A granulometria é variável, chegando a matacão. Paraconglomerados: clastos do arcabouço se encontram dispersos, flutuando na matriz. Em termos gerais, são lamitos ou raramente arenitos contendo seixos esparsos. No entando, são tradicionalmente considerados conglomerados. São depositados por correntes de alta densidade, como fluxos turbidíticos, deslizamentos, solifluxão, geleiras, etc. Origem glacial: Till (sedimentos inconsolidados grossos, dispersos em matriz síltico- argilosa; Tilito (material litificado). Diamictito (Flint, 1960): rochas formadas por material terrígeno mal selecionado, composto por areia ou partículas maiores, dispersos em matriz síltico-argilosa. Tilitos: mal selecionados. Comumente exibem matacões com mais de 1m de diâmetro. Seixos facetados e estriados, na forma de ferro de engomar. Normalmente não são estratificados, podendo exibir imbricação de seixos. Matriz cinza escura quando não intemperizada ou amarelada quando oxidada. Sua origem provém principalmente da farinha de rocha gerada pela abrasão do gelo. Espessura dos depósitos é variável, normalmente interestratificados. Conglomerados intraformacionais: formado pela fragmentação e redeposição penecontemporânea num mesmo ciclo e ambiente sedimentar. Origem de detritos local, em intervalos de tempo e distâncias curtas, formando camadas de poucos centímetros a 1m. Grãos do arcabouço conhecidos como intraclastos. Volumetricamente inexpressivos, sendo constituídos por clastos de forma achatada e de composição restrita. Processos comuns de formação de intraclastos: Planícies de inundação: erosão e deposição de mud cracks; Erosão de barrancos em rios formando bolas de argila; Erosão de material carbonático fracamente cimentado durante a eodiagênese. Brechas: Cataclásticas: formadas em falhas e próximas a zonas dobradas; De deslizamento: deslizamentos de terra por desequilíbrio gravitacional; Colapso e solução: remoção de material em subsuperfície (comum em regiões cársticas); Brechas piroclásticas: base surge deposits e outros depósitos piroclásticos; Brechas de impacto. Classificação de rochas psefíticas ou rudáceas
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