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DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS INFECÇÕES BACTERIANAS Profa. Dra.Tatiana Elias Colombo 2016 Objetivo: fornecer diretrizes para a coleta e o transporte adequados de diferentes espécimes, além de informações gerais sobre o processamento dos espécimes no laboratório. Diagnóstico laboratorial das doenças bacterianas • Identificação clara do paciente: Informações Básicas que Devem Constar da Requisição Médica • Dados gerais sobre o paciente: Informações relevantes para o diagnóstico do processo infeccioso O profissional responsável pela coleta será também responsável por identificar de forma legível e correta o material a ser encaminhado ao laboratório de microbiologia. Na amostra devem estar identificados: - nome e registro do paciente; - leito ou ambulatório e especialidade; - material colhido; - data, hora e quem realizou a coleta. Identificação da amostra Descrição da amostra • Um dos procedimentos mais importantes realizados no laboratório de microbiologia clínica • Fator importante que determina o sucesso da hemocultura é o volume de sangue processado Hemocultura O volume ideal corresponde a 10% do volume total do frasco de coleta. Frascos que possibilitem uma coleta de até 10 ml são os mais indicados em adultos. Exemplo: frascos com 40 ml: coletar de 4 ml a 5 ml de sangue. Amostra coletada antes da antibioticoterapia! Hemocultura Cuidado com a desinfecção da pele do paciente muitos pacientes hospitalizados são suscetíveis a infecções por microrganismos que colonizam a pele Sangue Coleta realizada em sistema fechado Reduz a probabiblidade de contaminação da amostra Hemocultura Amostras de sangue - semeadas em frascos contendo caldos nutrientes adequados para assegurar o isolamento máximo de microrganismos importantes Sangue O anticoagulante recomendado é o SPS (Polianetolsulfonato sódico). • Bacteremia e fungemia – referidas como sepse • Sinais clínicos: febre, calafrios e hipotensão - Resposta à liberação de endotoxinas ou exotoxinas pelos microrganismos - Ocorrem pelo menos 1 hora após a entrada do microrganismo no sangue OBS: pouco ou nenhum microrganismo pode estar presente quando o paciente apresenta-se febril. Por esta razão, é recomendado que 2 a 3 amostras de sangue sejam coletadas ao acaso durante um período de 24 horas. Sangue Frascos de caldo recebidos no laboratório incubados a 37ºC e examinados em intervalos regulares para a evidência do crescimento microbiano. Sangue Estufa automatizada para cultura de sangue - Hemocultura automatizada baseada na detecção de CO2 produzido pelos microrganismos durante seu metabolismo - Os frascos utilizados nesse sistema podem possuir resinas inibidoras de antibióticos, aumentando significativamente a recuperação de microrganismos. 1. Crescimento detectado Instrumento automatizado para cultura de sangue 1. Crescimento detectado 2. Lâmina (coloração de Gram) Instrumento automatizado para cultura de sangue 1. Crescimento detectado 2. Lâmina (coloração de Gram) 3. Frascos são subcultivados (incubar 5 – 7 dias, exceção: microrganismos fastidiosos). Microrganismos posteriormente isolados Instrumento automatizado para cultura de sangue 1. Crescimento detectado 2. Lâmina (coloração de Gram) 3. Frascos são subcultivados (incubar 5 – 7 dias, exceção: microrganismos fastidiosos). Microrganismos posteriormente isolados 4. Identificação bioquímica e testes de sensibilidade * Testes moleculares Instrumento automatizado para cultura de sangue A coleta somente pode ser realizada por profissional especializado 1-) Punção lombar (mais usada e causa menos riscos para o paciente) Líquido cefalorraquidiano (LCR) - Coleta Contra-indicação para punção lombar: existência de infecção no local da punção (piodermite) Punção lombar 2-) Punção cisternal ou suboccipital Líquido cefalorraquidiano (LCR) - Coleta Vantagem sobre a lombar pois não é descrita a ocorrência de cefaléia pós-punção 3-) Punção ventricular Líquido cefalorraquidiano (LCR) - Coleta • Recomenda-se jejum • O paciente deve estar acompanhado por um adulto • Apresentar, se houver, exames recentes como Tomografia e Ressonância Magnética de Crânio e/ou Coluna • Após a coleta do material o paciente permanecerá em repouso alguns minutos no laboratório e deverá fazer repouso deitado em casa por, no mínimo, mais 24 horas • Ao transportar a amostra, nunca refrigerar!!! Líquido cefalorraquidiano (LCR) – Recomendações coleta SETOR BIOQUÍMICA Tubo congelado Exames: GLICOSE PROTEÍNA LACTATO SETOR MICROBIOLOGIA Tubo TA Tubo centrifugado: sedimento (micro) e sobrenadante (imuno) Exames: Bacteriologia e Bacterioscópico 1 2 3 SETOR HEMATOLOGIA Tubo refrigerado Exames citológicos: Contagem global e específica Testes adicionais Tubo congelado 4 swab - utilizado para coletar os espécimes de orofaringe Trato respiratório superior - Coleta Solicitar ao paciente que abra bem a boca. - Usando abaixador de língua e swab estéril, fazer esfregaços sobre as amígdalas e faringe posterior, evitando tocar na língua e na mucosa bucal. - Procurar o material nas áreas com hiperemia próximas aos pontos de supuração ou remover o pus ou a placa, colhendo o material abaixo da mucosa. Uma variedade de métodos pode ser usada para coletar espécimes do trato respiratório inferior – expectoração, broncoscopia, aspiração por punção direta através da parede torácica. Trato respiratório inferior - Coleta • Orientar o paciente da importância da coleta do escarro e não da saliva. As amostras de saliva são impróprias para análise bacteriológica, pois não representam o processo infeccioso • Colher somente uma amostra por dia, se possível o primeiro escarro da manhã, antes da ingestão de alimentos • Orientar o paciente para escovar os dentes, somente com água e enxaguar a boca várias vezes, inclusive com gargarejos • Respirar fundo várias vezes e tossir profundamente, recolhendo a amostra em um frasco de boca larga • Encaminhar imediatamente ao laboratório • Na suspeita de infecção por micobactérias ou fungos, coletar pelo menos três amostras, em dias consecutivos (somente uma amostra por dia) • Em caso de pacientes com dificuldades para escarrar, esta amostra poderá ser induzida por inalação ou ser realizada coleta por aspiração transtraqueal Trato respiratório inferior - Coleta • Os patógenos do trato urinário podem crescer na urina, assim NÃO deve haver demora no transporte do espécime para o laboratório • Caso o espécime não puder ser cultivado imediatamente (~20 minutos), ele deve ser refrigerado e semeado no máximo em 24 horas Urina - 1 a 10µl do espécime - semeado em meio de cultura (não-seletivo e seletivo) - Colocar em lâmina, deixar secar, fixar e corar pelo Gram Exame direto do sedimento urinário CLED (Cistina Lactose Eletrólito Deficiente) -Neste meio cresce tanto microrganismos gram positivo, quanto gram negativo. -Cor: Verde/azul - Para o crescimento de colônias é necessário a utilização de alças calibradas (1, 10, 100 microlitros) -Feita a inoculação, deixar a 37°C de 18 a 24 horas e fazer leitura. - Leitura - Pode ser um fermentador de lactose: Lactose positivo: cor amarela; Lactose negativo: sem alteração de cor Mac Conkey - Um meio seletivo para microrganismos gram-negativos - Indica fermentação de lactose. Cor: Rosa - Isolar colônias, usar temperatura de 37°C de 18 a 24 horas. - Se houve crescimento: Bacterioscopia pós cultura + gram = inocularem provas bioquímicas. -Crescimento de colônias incolor ou marrom = não fermentador de lactose. - Crescimento de colônias rosa = fermentador de lactose - Alça calibrada 1μl = 1microlitro = 0.001ml = 1/1000ml 10μl = 10 microlitros = 0.01ml = 1/100ml Semeadura em estrias Semeadura em placa Método de “esteira” Contagem do número de colônias - Alça calibrada 1μl = 1microlitro = 0.001ml = 1/1000ml N = número de colônias x 1μl N = número de colônias x 1000 - Alça calibrada 10μl = 10 microlitros = 0.01ml = 1/100ml N = número de colônias x 10μl N = número de colônias x 100 Alça calibrada 1μl N = número de colônias x 1000 N = 100 X 1000 = 100.000 UFC/mL Até 9.000 UFC/mL = Sem significado clínico 10.000 a 90.000 UFC/mL = Suspeita de Infecção Acima de 100.000 UFC/mL= Indício de infecção Critérios interpretativos Agentes etiológicos da ITU: Escherichia coli, Enterococcus spp., Proteus spp., Staphylococcus saprophyticus e Pseudomonas spp. Bacilos Gram negativos Identificação microbiológica ESPÉCIME GENITAL Espécime genital URINA – Primeiro jato da micção espontânea é utilizado Variedade de bactérias associadas a DST Meio seletivo Identificação demorada (crescimento lento) Biologia molecular (PCR) Espécime genital Neisseria gonorrhoeae C. trachomatis Treponema pallidum - Bactéria Gram-negativa - Grupo espiroqueta - Agente etiológico da sífilis - Microrganismo não cultivado em laboratório - Diagnóstico: microscopia e sorologia (VDRL) Espécime genital Grande variedade de bactérias pode causar infecções gastrointestinais Espécime fecal (evitar alterações ácidas nas fezes – metabolismo microbiano. Tóxicas para microrganismos como Shigella) - 12 horas Frasco com o meio de transporte Cary Blair Espécime fecal – Diagnóstico laboratorial
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