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DEPARTAMENTO DE CIENCIAS CONTABEIS DISCIPLINA : CONTABILIDADE GERAL II DESCONTO DE DUPLICATAS O desconto de duplicatas é uma operação financeira em que a empresa entrega determinadas duplicatas para o banco e este lhe antecipa o valor em conta corrente, cobrando juros antecipadamente. Embora a propriedade dos títulos negociados sejam transferidos para a instituição, a empresa é co-responsável pelo pagamento dos mesmos em caso de não liquidação pelo devedor. Neste caso, a instituição financeira leva a débito em conta corrente da empresa o valor de face do título não liquidado. TRATAMENTO CONTÁBIL Os valores de face das duplicatas descontados são registradas numa conta redutora do ativo circulante, logo após a conta “duplicatas a receber”. Esta conta recebe o nome de “duplicatas descontadas”, tendo saldo credor. A conta "duplicatas descontadas" apresenta a seguinte função na operação de desconto: a) é creditada, pelo valor de face dos títulos, no momento em que é efetuada a operação de desconto e a instituição financeira faz o crédito em conta corrente da empresa; b) é debitada no momento da liquidação do título pelo devedor ou quando a instituição financeira leva a débito em conta corrente da empresa por falta de pagamento por parte do devedor. Os encargos financeiros debitados pela instituição financeira devem ser contabilizados como "encargos financeiros a transcorrer", já que se tratam de despesas antecipadas, sendo debitada por ocasião do desconto e creditadas no momento em que a despesa é incorrida, observando-se o regime de competência. Contabilização: 1) Pelo registro do desconto creditado em conta: D - Banco C/Movimento (Ativo Circulante) C – Duplicatas Descontadas (Ativo Circulante) 2) Pelo registro do débito bancário, relativo a juros e encargos sobre a operação: D – Encargos Financeiros a Transcorrer (Ativo Circulante) C - Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) 3) Quando da liquidação da duplicata descontada pelo cliente: D - Duplicatas Descontadas (Ativo Circulante) C - Duplicatas a Receber (Ativo Circulante) Na hipótese do cliente não ter liquidado a duplicata e o banco debitar o respectivo valor na conta da empresa, então o lançamento será: D - Duplicatas Descontadas (Ativo Circulante) C - Banco C/Movimento (Ativo Circulante) ENCARGOS FINANCEIROS A TRANSCORRER Os encargos financeiros pagos antecipadamente, como é o caso de desconto de duplicatas, devem ser apropriados pelo período a que competirem. Lançamento por ocasião do desconto: D - Encargos Financeiros a Transcorrer (Ativo Circulante) C - Bancos Cta. Movimento (Ativo Circulante) Contabilização relativa à transferência da despesa financeira incorrida no período: D – Juros sobre Desconto de Duplicatas (Conta de Resultado) C - Encargos Financeiros a Transcorrer (Ativo Circulante) Exemplo de Operações de descontos de duplicatas: 1º ) Remessa das duplicatas para desconto A empresa JJ industria, efetua operações de desconto de duplicatas, no valor de R$ 1.500.00 ; Data da operação – 01.07.2007 ;o banco cobra juros de 25% , no valor de R$ 375,00, no ato, vencimento das duplicatas – 01.09.2007 . D - Banco conta Movimeto 1.125,00 D - Despesas de juros 375,00 C – Duplicatas Descontadas 1.500,00 2º) Na data do vencimento, os clientes efetuaram os devidos pagamentos o banco, e este, imediatamente, comunica a empresa. D – Duplicatas descontadas C - Duplicatas a receber 1.500,00 3º) Se, por acaso, os clientes não efetuassem os pagamentos na data do vencimento. O banco devolve as duplicatas para empresa cobrando juros de 10%. D – Duplicatas descontadas 1.500,00 D – Despesas de juros 150,00 C – Bancos 1.650,00 Provisão para Devedores Duvidosos A Provisão para Devedores Duvidosos é a mais comum das provisões do ativo. De suma importância para as empresas comerciais, devido a inevitável inadimplência de parte de seus clientes, a Provisão para Devedores Duvidosos contabilmente deve ser constituída com base em procedimento que reflitam verdadeiramente as perdas esperadas. Para tanto, faz-se necessário a consideração dos fatores de risco conhecidos a fim de estimar as perdas com contas a receber. A Provisão para Devedores Duvidosos é conta do Ativo, possuindo natureza retificadora, uma vez que retifica a conta Clientes ou Duplicatas a Receber, como fim de apresentar o valor líquido provável de realização dos créditos em andamento. É debitada pela baixa dos títulos considerados incobráveis, em contrapartida à conta Clientes. A conta Provisão para Devedores Duvidosos é creditada pelo valor da provisão constituída, em contrapartida a uma conta própria do Resultado do Exercício, classificada no grupo das Despesas Operacionais e comumente denominada Despesas com Devedores Duvidosos. Até 1996, eram dedutíveis como despesa, para fins de apuração do lucro real, as importâncias necessárias à formação de provisão para créditos de liquidação duvidosa. Entretanto, desde o ano de 1997, a sistemática de provisão constituída com base em percentual aplicável sobre o total dos créditos a receber foi substituída pelo regime de dedução direta de perdas ocorridas no recebimento de créditos, conforme o disposto na Lei nº 9.430/96, arts. 9º a 14. PERDAS DEDUTÍVEIS Para efeito de apuração do lucro real, poderão ser registrados como perda os seguintes créditos: I. com declaração de insolvência do devedor, em sentença emanada do Poder Judiciário; II. sem garantia, de valor: a) até R$ 5.000,00, por operação, vencidos há mais de seis meses, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento; b) acima de R$ 5.000,00 até 30.000,00, por operação, vencidos há mais de um ano, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento, porém mantida a cobrança administrativa; c) superior a R$ 30.000,00, vencidos há mais de um ano, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento; III. com garantia (proveniente de vendas com reserva de domínio, de alienação fiduciária em garantia ou de operações com outras garantias reais, tais como o penhor de bens móveis e a hipoteca de bens), vencidos há mais de dois anos, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento ou o arresto das garantias; IV. contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica declarada concordatária, relativamente à parcela que exceder o valor que esta tenha se comprometido a pagar. REGISTRO CONTÁBIL DAS PERDAS Os registros contábeis das perdas admitidas mencionadas acima serão efetuados debitando-se a conta de resultado e creditando-se: a) A conta que registra o crédito, em cada de créditos sem garantia de valor até R$ 5.000,00, por operação, vencidos há mais de seis meses; b) Conta redutora de créditos nos demais casos (itens I, II-b, II-c, III e IV). Exemplos: Ex.01: Um crédito valor de R$ 3.600,00, sem garantia, correspondente a uma duplicata vencida há mais de seis meses, apresentará o seguinte lançamento: D – Perdas no Recebimento de Créditos (Resultado) C – Duplicatas a Receber (Ativo Circulante) 3.600,00 Ex.02: Um crédito sem garantia, no valor de 9.200,00, correspondente a uma duplicata vencida há mais de um ano, terá como lançamento contábil: D – Perdas no Recebimento de Créditos (Resultado) C – Duplicatas Vencidas e Não Liquidadas (Conta Retificadora de Duplicatas a Receber) 9.200,00 CRÉDITOS RECUPERADOS O total dos créditos deduzidos que tenham sido recuperados, em qualquer época e a qualquer título, deverá ser computado na determinação do lucro real. A recuperação do crédito que tenha sido anteriormente contabilizado como perda implica o seu reconhecimento contábil a crédito de conta de resultado. Exemplos: Ex.01: Se o crédito de R$ 3.600,00, que foibaixado na conta de duplicatas a receber, vier a ser recebido, o será feito o seguinte lançamento: D – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) C – Recuperação de Créditos (Resultado) 3.600,00 Ex.02: Se o crédito de R$ 9.200,00, que foi registrado em conta retificadora da conta duplicatas a receber, vier a ser recuperado, serão feitos os seguintes lançamentos contábeis: D – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) C – Duplicatas a Receber (Ativo Circulante) 9.200,00 e D – Duplicatas Vencidas e Não Liquidadas (Conta Retificadora de Duplicatas a Receber) C – Recuperação de Créditos (Resultado) 9.200,00 APLICAÇÕES FINANCEIRAS - REGISTRO CONTÁBIL As aplicações financeiras constituem-se num leque de investimentos com rentabilidade fixa ou variável, do tipo: Fundos de Investimento Financeiro (FIF), Certificados de Depósitos Bancários (CDB), Letras Hipotecárias, etc. O valor dessas aplicações classifica-se, no balanço: No ativo circulante: a) entre as disponibilidades, no caso de aplicações em modalidades resgatáveis a qualquer momento, sem vinculação a determinado prazo, como é o caso dos Fundos de Investimentos Financeiros (FIF); b) como investimentos temporários, se resgatáveis em prazo vencível até 12 meses após a data de aplicação. No realizável a longo prazo, no caso de aplicações financeiras resgatáveis em prazo vencível após 12 meses da data de aplicação. CONTABILIZAÇÃO DA APLICAÇÃO Por ocasião da aplicação efetuamos o lançamento de transferência de numerário da conta banco conta movimento para a conta de aplicação correspondente ao tipo de aplicação efetuada. Exemplo: Aplicação de R$ 10.000,00 em FIF na Caixa Econômica Federal: D – Aplicações Financeiras – FIF CEF (Disponibilidades) C – CEF cta. Movimento (Disponibilidades) R$ 10.000,00 D – Aplicações Financeiras – FIF CEF (Disponibilidades) C – Juros sobre Aplicações Financeiras a apropriar (Conta de Retificadora de aplicações financeiras) R$ 1.000,00 APROPRIAÇÃO DO RENDIMENTO PELO REGIME DE COMPETÊNCIA A apropriação do rendimento de aplicação financeira deve ser feita observando-se o regime de competência. Assim, na data do balanço ou balancete, se existir saldo de aplicação financeira a ser resgatado nos períodos seguintes, o rendimento proporcional auferido até essa data deverá ser registrado em conta de resultado do período, em contrapartida à conta de aplicação. Exemplo: D – Juros sobre Aplicações Financeiras a apropriar Conta de Retificadora de aplicações financeiras) C – Receitas de Aplicações Financeiras (Conta de Resultado) R$ 500,00 REGISTRO DO IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE SOBRE O RENDIMENTO DE APLICAÇÃO – ASSUNTO QUE SERÁ ABORDADO NA DISCIPLINA CONTABILIDADE COMERCIAL O Imposto de Renda Retido na Fonte (IRF) sobre rendimentos de aplicação financeira, quando compensável com o imposto devido pela empresa, deve ser registrado em conta do subgrupo de impostos a recuperar no ativo circulante. Exemplo: D – IRF a Compensar (Ativo Circulante) C - Aplicações Financeiras – FIF CEF (Disponibilidades) Na hipótese do IRF não ser compensável (como é o caso do IRF retido sobre empresas optantes pelo Simples), tal valor deve ser contabilizado como despesa tributária: D – Imposto de Renda sobre Aplicações Financeiras (Despesas Tributárias – Conta de Resultado) C - Aplicações Financeiras – FIF CEF (Disponibilidades)
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