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CEDERJ - Pedagogia - Psicologia da Educação - Texto 2 Aula 3

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34 Licenciatura em Pedagogia – Disciplina: Psicologia da Educação 
Aula 3/Texto 2: 
Diversas concepções de homem subjacentes às abordagens do 
desenvolvimento humano: Interacionismo (Jean Piaget). 
 
Referência Bibliográfica: NITZKE, Julio Alberto; CAMPOS, Márcia de Borba; LIMA, Maria 
de Fátima do Prado. Piaget. Disponível em: http://penta.ufrgs.br/~marcia/piaget.htm. Acesso 
em 07/02/2010. 
 
Apresentação 
Sua teoria chamada de Epistemologia Genética ou Teoria Psicogenética é a mais 
conhecida concepção construtivista da formação da inteligência. 
Jean Piaget, em sua teoria, explica como o indivíduo, desde o seu nascimento, constrói 
o conhecimento. 
 
Construção do conhecimento: 
A construção do conhecimento ocorre quando acontecem ações físicas ou mentais 
sobre objetos que, provocando o desequilíbrio, resultam em assimilação ou, acomodação e 
assimilação dessas ações e, assim, em construção de esquemas ou conhecimento. Em outras 
palavras, uma vez que a criança não consegue assimilar o estímulo, ela tenta fazer uma 
acomodação e após, uma assimilação e o equilíbrio é, então, alcançado. 
Josiane Lopes, (revista Nova Escola - ano XI - Nº 95), cita que para quando o 
equilíbrio se rompe, o indivíduo age sobre o que o afetou buscando se reequilibrar. E para 
Piaget, isso é feito por adaptação e por organização. 
 
Esquema: 
Autores sugerem que imaginemos um arquivo de dados na nossa cabeça. Os esquemas 
são análogos às fichas deste arquivo, ou seja, são as estruturas mentais ou cognitivas pelas 
quais os indivíduos intelectualmente organizam o meio. 
São estruturas que se modificam com o desenvolvimento mental e que tornam-se cada 
vez mais refinadas à medida em que a criança torna-se mais apta a generalizar os estímulos. 
Por este motivo, os esquemas cognitivos do adulto são derivados dos esquemas sensório-
motores da criança e, os processos responsáveis por esses mudanças nas estruturas cognitivas 
são assimilação e acomodação. 
 
Assimilação: 
É o processo cognitivo de colocar (classificar) novos eventos em esquemas existentes. 
É a incorporação de elementos do meio externo (objeto, acontecimento...) a um esquema ou 
estrutura do sujeito. 
Em outras palavras, é o processo pelo qual o indivíduo cognitivamente capta o 
ambiente e o organiza possibilitando, assim, a ampliação de seus esquemas. 
Na assimilação o indivíduo usa as estruturas que já possui. 
 
Acomodação: 
É a modificação de um esquema ou de uma estrutura em função das particularidades 
do objeto a ser assimilado. 
A acomodação pode ser de duas formas, visto que se pode ter duas alternativas: 
 Criar um novo esquema no qual se possa encaixar o novo estímulo, ou 
 Modificar um já existente de modo que o estímulo possa ser incluído nele. 
Após ter havido a acomodação, a criança tenta novamente encaixar o estímulo no 
esquema e aí ocorre a assimilação. 
 
35 Licenciatura em Pedagogia – Disciplina: Psicologia da Educação 
Por isso, a acomodação não é determinada pelo objeto e sim pela atividade do sujeito 
sobre este, para tentar assimilá-lo. 
O balanço entre assimilação e acomodação é chamado de adaptação. 
 
Equilibração: 
É o processo da passagem de uma situação de menor equilíbrio para uma de maior 
equilíbrio. Uma fonte de desequilíbrio ocorre quando se espera que uma situação ocorra de 
determinada maneira, e esta não acontece. 
 
Estágios de Desenvolvimento: 
De acordo com Piaget, o desenvolvimento cognitivo é um processo de sucessivas 
mudanças qualitativas e quantitativas das estruturas cognitivas derivando cada estrutura de 
estruturas precedentes. Ou seja, o indivíduo constrói e reconstrói continuamente as estruturas 
que o tornam cada vez mais apto ao equilíbrio. 
Essas construções seguem um padrão denominado por Piaget de ESTÁGIOS que 
seguem idades mais ou menos determinadas. Todavia, o importante é a ordem dos estágios e 
não a idade de aparição destes. 
 
Sensório-motor (0-2 anos): 
A partir de reflexos neurológicos básicos, o bebê começa a construir esquemas de ação 
para assimilar mentalmente o meio. A inteligência é prática. As noções de espaço e tempo são 
construídas pela ação. O contato com o meio é direto e imediato, sem representação ou 
pensamento. 
Exemplos: 
O bebê pega o que está em sua mão; "mama" o que é posto em sua boca; "vê" o que está 
diante de si. Aprimorando esses esquemas, é capaz de ver um objeto, pegá-lo e levá-lo a boca. 
 
Pré-operatório (2-7 anos): 
Também chamado de estágio da Inteligência Simbólica. Caracteriza-se, 
principalmente, pela interiorização de esquemas de ação construídos no estágio anterior 
(sensório-motor). 
A criança deste estágio: 
 É egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se colocar, 
abstratamente, no lugar do outro. 
 Não aceita a idéia do acaso e tudo deve ter uma explicação (é a fase dos "por 
quês"). 
 Já pode agir por simulação, "como se". 
 Possui percepção global sem discriminar detalhes. 
 Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos. 
Exemplos: 
Mostram-se para a criança, duas bolinhas de massa iguais e dá-se a uma delas a forma de 
salsicha. A criança nega que a quantidade de massa continue igual, pois as formas são 
diferentes. Não relaciona as situações. 
 
Operatório-concreto (7-11 anos): 
A criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade..., já 
sendo capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Não se limita a 
uma representação imediata, mas ainda depende do mundo concreto para chegar à abstração. 
desenvolve a capacidade de representar uma ação no sentido inverso de uma anterior, 
anulando a transformação observada (reversibilidade). 
Exemplos: 
Despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos diferentes, para que a criança diga se 
 
36 Licenciatura em Pedagogia – Disciplina: Psicologia da Educação 
as quantidades continuam iguais. A resposta é afirmativa uma vez que a criança já diferencia 
aspectos e é capaz de "refazer" a ação. 
 
Operatório-formal (12 anos em diante): 
A representação agora permite a abstração total. A criança não se limita mais a 
representação imediata nem somente às relações previamente existentes, mas é capaz de 
pensar em todas as relações possíveis logicamente buscando soluções a partir de hipóteses e 
não apenas pela observação da realidade. 
Em outras palavras, as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais 
elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes 
de problemas. 
Exemplos: 
Se lhe pedem para analisar um provérbio como "de grão em grão, a galinha enche o papo", a 
criança trabalha com a lógica da idéia (metáfora) e não com a imagem de uma galinha 
comendo grãos. 
 
Observação: a maioria dos exemplos foram retirados da reportagem "Jean Piaget", 
escrita pela jornalista Josiane Lopes, da revista Nova Escola, ano XI, nº 95, de agosto de 
1996. 
 
Biografia de Jean Piaget: 
Em 9 de agosto, na cidade suíça de Neuchâtel, nasce Piaget. 
Com 10 anos publica na revista da Sociedade dos Amigos da Natureza de 
Neuchâtel um artigo com estudos sobre um pardal branco. 
Forma-se em Biologia pela Universidade de Neuchâtel. 
Torna-se doutor. Sua tese foi sobre moluscos. 
Muda-se para a Zurique para estudar Psicologia (principalmente psicanálise). 
Muda-se para a França. Ingressa na Universidade de Paris. 
É convidado a trabalhar com testes de inteligência infantil. 
A convite do psicólogo da educação Edouard Claparède (Escola Nova) 
passa a fazer suas pesquisas no Instituto Jean-Jacques Rousseau, em Genebra, destinado 
à formação de professores. 
Lança seu primeiro livro:A Linguagem e o Pensamento da Criança. 
 
37 Licenciatura em Pedagogia – Disciplina: Psicologia da Educação 
Casa-se com Valentine Châtenay, uma de suas assistentes, com quem teve 
três filhos: Jacqueline (1925), Lucienne (1927) e Laureni (1931). 
Começa a lecionar Psicologia, História da ciência e Sociologia em 
Neuchâtel. 
Em Genebra passa a ensinar História do Pensamento Científico. 
Assume o Gabinete Internacional de Educação (dedicado a estudos pedagógicos). 
Escreve vários trabalhos sobre as primeiras fases do desenvolvimento, 
muitos deles inspirados na observação de seus três filhos. 
Com as pesquisadoras Bärbel Inhelder e Alina Szeminska, publica 
trabalhos sobre a formação dos conceitos matemáticos e físicos. 
Participa da elaboração da Constituição da Unesco, órgão das Nações 
unidas para a Educação, Ciência e Cultura. 
Torna-se membro do conselho executivo e é várias vezes subdiretor geral, responsável 
pelo Departamento de Educação. 
Publica a primeira síntese de sua teoria do conhecimento: Introdução à 
Epistemologia Genética. 
É convidado a lecionar na Universidade de Sorbonne, em Paris, sucedendo 
ao filósofo Merleau-Ponty. 
Em genebra, funda o Centro Internacional de Epistemologia Genética, 
destinado a realizar pesquisas interdisciplinares sobre a formação da inteligência. 
Escreve a principal obra de sua maturidade: Biologia e Conhecimento. 
16 de setembro, morre Piaget em Genebra. 
 
 
38 Licenciatura em Pedagogia – Disciplina: Psicologia da Educação 
Curiosidades: 
 O pai de Piaget, Arthur Piaget, era professor de literatura. 
 Aos 22 anos, Piaget já era doutor em Biologia. 
 Piaget escreveu cerca de 70 livros e 300 artigos sobre Psicologia, Pedagogia e 
Filosofia. 
 Vygotsky prefaciou a tradução russa de A Linguagem e o Pensamento da Criança, de 
Piaget, de 1923. 
 Vygotsky e Piaget não se conheceram pessoalmente.

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