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ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL LUTERANA BOM JESUS/IELUSC CURSO DE NUTRIÇÃO EDI MARCELO DOS SANTOS LACORTT TRIBULUS TERRESTRIS: REVISÃO DA LITERATURA SOBRE SUAS ATIVIDADES BIOLÓGICAS COM ÊNFASE EM ALTERAÇÕES NOS NÍVEIS HORMONAIS ANDROGÊNICOS EM HOMENS JOINVILLE/SC 2015 EDI MARCELO DOS SANTOS LACORTT TRIBULUS TERRESTRIS: REVISÃO DA LITERATURA SOBRE SUAS ATIVIDADES BIOLÓGICAS COM ÊNFASE EM ALTERAÇÕES NOS NÍVEIS HORMONAIS ANDROGÊNICOS EM HOMENS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à banca de defesa do Curso de Nutrição da Associação Educacional Luterana BOM JESUS/IELUSC como requisito para obtenção do grau de Nutricionista sob orientação da Professora Ma Juliana Strapazzon. JOINVILLE 2015 EDI MARCELO DOS SANTOS LACORTT TRIBULUS TERRESTRIS: REVISÃO DA LITERATURA SOBRE SUAS ATIVIDADES BIOLÓGICAS COM ÊNFASE EM ALTERAÇÕES NOS NÍVEIS HORMONAIS ANDROGÊNICOS EM HOMENS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à banca de defesa do Curso de Nutrição da Associação Educacional Luterana BOM JESUS/IELUSC como requisito para obtenção do grau de Nutricionista aprovado pela banca de avaliadores: Aprovado em 29 de fevereiro de 2016. ___________________________________________________________ Professora Ma. Marcia Schneider Coordenadora do Curso de Nutrição BOM JESUS/IELUSC Nutricionista e Mestre em Saúde e Meio Ambiente - UNIVILLE ___________________________________________________________ Professora Ma. Juliana Strapazzon Orientadora e membro avaliador externo Mestre em Farmácia - UFSC ___________________________________________________________ Professora Dra. Dra. Erika Dantas de Medeiros Rocha Co-orientadora Membro avaliador interno Nutricionista e Doutora em Ciências da Saúde - UFRN ___________________________________________________________ Professora Ma Priscila Hália Pires dos Santos Oliveira Membro Avaliador Interno Bioquímica e Mestre em Metodologia Biomolecular - UFPR “Que sorte para os ditadores que os homens não pensem.” Adolf Hitler DEDICATÓRIA À minha mãe pelo apoio e compreensão por toda a minha vida. AGRADECIMENTOS Ao governo federal, pelo Programa Universidade para Todos (PROUNI) que tornou essa graduação possível. À minha orientadora, Ma Juliana Strapazzon pela paciência e flexibilidade que foram extremas durante nossa jornada. Além de sua contribuição intelectual é claro, que tornou esse trabalho possível. À Associação Educacional Luterana Bom Jesus IELUSC, minha instituição de ensino superior, que me recebeu e deu suporte sempre que houve necessidade. À coordenadora do curso Prof° Márcia Schneider, pelo apoio e incentivo, que além de desempenhar seu trabalho com excelência, figura uma importante base emocional para todos os alunos do curso de nutrição. À Prof° Esp Ana Lúcia Pereira, supervisora de estágio clínico, cuja sensibilidade e caráter me inspiram à ser uma pessoa melhor e mais justa. Aos amigos, colegas, familiares e demais professores com quem sempre tive oportunidade de aprender algo. RESUMO A Tribulus terrestris (Família Zygophyllaceae) é uma planta comum dos locais de clima típico, mediterrâneo, subtropical e desértico, estando portanto bem distribuída por várias regiões do globo como Índia, China, oriente médio, Oceania, Europa, América do Norte. Esta planta tem supostas faculdades medicinais que são utilizadas há vários séculos na medicina Ayurveda, na medicina tradicional Chinesa e por outras linhas medicinais até hoje. Dentre seus componentes químicos estudados estão: alcalóides, flavonóides e saponinas. À planta são atribuídas entre outras tais atividades biológicas: antihelmíntica, antibactericida, anticancerígena, analgésica, anti-inflamatória, antiespasmódica, larvicida, anticariogênica, hepatoprotetora, cardiotônica, hipolipidêmica, melhora a absorção de fármacos, imunomodulatória, antidiabética, diurética, aintiurolítica e afrodisíaca. No meio desportista são atribuídas propriedades pró-androgênicas, segundo sua atuação na melhora da produção de testosterona e derivados ou estimulantes. O objetivo do presente trabalho é esclarecer a literatura a cerca de suas atividades biológicas e elucidar sua participação nas alterações hormonais em homens. Palavras-chave: tribulus, suplementação, androgênico, testosterona, fitoterápico. ABSTRACT The Tribulus terrestris (Family Zygophyllaceae) is a common plant of the typical climates, mediterranean, subtropical and desert and is therefore well distributed over various regions of the world such as India, China, Middle East, Oceania, Europe and North America. This plant has alleged medicinal powers that have been used for centuries in Ayurvedic medicine, traditional Chinese medicine and other medical lines today. Among its chemical components studied are: alkaloids, flavonoids and saponins. In the plant they are assigned and other such biological activities: anthelmintic, antibacterial, anticancer, analgesic, anti-inflammatory, antispasmodic, larvicide, anticariogenic, hepatoprotective, cardiotonic, hypolipidemic, improves the absorption of drugs, immunomodulatory, antidiabetic, diuretic, aintiurolítica and aphrodisiac. Amid sportsman pro-androgenic properties are assigned according to their performance in improving the production of testosterone and derivatives or stimulants. The objective of this study is to clarify the literature about their biological activities and clarify their involvement in hormonal changes in men. Keywords: tribulus, supplementation, androgenic, testosteron, phytoterapy. 1 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 11- KT - 11-cetotestosterona A/E - Androstenadiona/Epitestosterona AAS – Ácido Acetil Salicílico ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas ADP – Adenosina Difosfato AGi – Ácidos Graxos insaturados ANVISA – Agência Nacional de Vigilãncia Sanitária ASADA - Australian Sports Anti-dopind Authority AST – Aspartato aminotransferase ATP – Adenosina Trifosfato BCS – Biopharmaceutical classification system – em português, sistema de classificação biofarmacêutico BF – Bodyfat – Gordura Corporal CaOx – Oxalato de Cálcio CJC-1295 – Nomenclatura dada ao peptídeo glicoconjugado. Vide GHRP CK – creatina kinase COI - Comitê Olímpico Internacional COX – 2 - ciclooxigenase-2 CP – Fosfato de Creatina DPP-IV - dipeptidylaminopeptidase IV DHEA – Dehidroepiandrosterona DHT – Diidrotestosterona DMBA - 7,12-Dimethylbenz(a)anthracene – potente indutor de carcinogênse DMD – distrofia muscular Duchenne DNA – Em inglês: desoxyribonucleic acid, em português - ácido desoxirribonucléico (ADN) EAA – Esteróides anabólicos androgênicos EUA – Estados Unidos da América FDA – Foods and Drugs administration FSH – Hormônio folículo estimulante GHRH3-29 – Nomenclatura dada à forma Inativa de GHRH GHRP – Growth Hormone Releasing Peptide GnRH – Hormônio liberadordo hormônio do crescimento GOX – Glicolato Oxidase HGh – Hormônio do crescimento HIV – Imunodeficiência adquirida IL-4 – interleucina 4 IMC – Índice de Massa Corpórea iNOS - Óxido nítrico sintetase induzível IM – Intra muscular Kda – Quilodalton Ldl – low density lipoprotein – em português, Lipoproteína de baixa densidade LDH – lactato desidrogenase LH – Hormônio Luteinizante MAO – Monoamina oxidase MDA – malondialdeído MLG – Massa Livre de Gordura MO – Medula óssea MP – Membrana plasmática MTT - (3-(4,5-dimetiltiazol-2yl)-2,5-difenil brometo de tetrazolina) é um teste usado para avaliar viabilidade celular. NF-kappaB - fator nuclear kappa B Ng/dL – Nanograma/decilitro OMS – Organização Mundial da Saúde S-DHEA - sulfato de dehidroepiandrosterona SHGB – Sex hormone globulin SNC – Sistema Nervoso Central SOD – Superóxido dismutase T:E - Testosterona:Epitestosterona TC – Total colesterol – em português, Colesterol total TNF – Alfa - fator de necrose tumoral alfa TPC – Terapia pós ciclo TT – Tribulus terrestris VLDL – Very low density lipoprotein – em português, Lipoproteína de muito baixa densidade WADA - World Anti-Doping Agency SUMÁRIO 1 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .............................................................. 9 2 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 16 3 OBJETIVOS ....................................................................................................... 18 3.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................... 18 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................ 18 4 METODOLOGIA ................................................................................................ 19 4.1 LEVANTAMENTO DE DADOS .................................................................... 19 4.2 POPULAÇÃO, AMOSTRA E ANÁLISE DE RESULTADOS ........................ 20 4.3 ASPECTOS ÉTICOS ................................................................................... 20 5 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................. 21 5.1 ETIMOLOGIA, SINÔNIMOS E ASPECTOS GEOGRÁFICOS FAVORÁVEIS À Tribulus terrestris (TT) ........................................................................................ 21 5.2 CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS E TAXONÔMICAS DA Tribulus terrestris................................................................................................................. 22 5.2.1 Classificação Taxonômica ..................................................................... 22 5.2.2 Descrição Botânica da Tribulus terrestris .............................................. 22 5.3 PROPRIEDADES QUÍMICAS DA Tribulus terrestris ................................... 23 5.4 USOS COMUNS .......................................................................................... 26 5.5 ATIVIDADES BIOLÓGICAS ........................................................................ 27 5.5.1 Atividade Geniturinária e no fígado ....................................................... 27 5.5.2 Atividade Sinérgica com o sistema imune, cardiotônica, no Diabetes Mellitus e hipolipidêmica .................................................................................... 29 5.5.3 Atividade antibiótica .............................................................................. 31 5.5.4 Sinergia na absorção de fármacos e no Sistema Nervoso Central (SNC) 32 5.5.5 Inibidor da ciclooxigenase-2 (COX-2) e como antiespasmódico ........... 32 5.5.6 Atividade antineoplásica e radioprotetora ............................................. 33 5.5.7 Atividade Afrodisíaca............................................................................. 35 5.6 TESTOSTERONA E ESTERÓIDES ANABÓLICOS ANDROGÊNICOS ..... 36 5.6.1 Anatomia e fisiologia do sistema reprodutor masculino ........................ 36 5.6.2 Síntese e Função da Testosterona ....................................................... 39 5.6.3 Estrutura química, farmacodinâmica e farmacocinética dos Esteróides Anabólicos Androgênicos (EAA) ........................................................................ 41 5.6.4 O emprego terapêutico dos Esteróides androgênicos anabolizantes. .. 43 5.6.5 Agentes de dopagem ............................................................................ 43 5.6.6 Reações adversas do uso de Esteróides Androgênicos Anabolizantes. 45 5.6.7 A Tribulus terrestris e os efeitos sobre os níveis séricos de hormônios androgênicos em homens .................................................................................. 46 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 49 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 57 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 59 16 2 INTRODUÇÃO As florestas tropicais e subtropicais do planeta oferecem uma enorme quantidade de espécies vegetais com perfil no mínimo, interessante, do ponto de vista científico em relação aos seus constituintes químicos. A utilização de vegetais na profilaxia e cura de patologias apresenta registros há mais de 4000 anos na Ayurveda, na Índia; no Egito há cerca de 3300 anos a.C.; Na dinastia Ming, na China há 1500 anos d.C, todavia existem relatos de sua utilização pelo ―divino agricultor‖ Shennong, que foi imperador da China 3000 a.C; com determinadas práticas que vêm sendo realizadas e aprimoradas até hoje; Os princípios mais característicos da fitoterapia são repassados pelas diversas culturas sofrendo adaptações. Um deles é o conceito dos elementos: terra, ar, água e fogo que regem a metodologia de preparações e o outro é de que o indivíduo adoece e pode ser curado de quatro maneiras – pelos alimentos, pelos pensamentos, pelos movimentos e pela pele (MILLS et al, 2000). Embora nos últimos anos tenha crescido o interesse científico pelas plantas outra preocupação nos afeta indiretamente, a de manter a biodiversidade. É sabido que inúmeras florestas tiveram espécies extintas sem que nem tenham sido botanicamente identificadas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda as nações, o desenvolvimento de pesquisas visando a utilização da flora para fins terapêuticos. A OMS mantém um registro de cerca de vinte mil espécies de plantas com faculdades medicinais, distribuídas em 73 países, o Brasil possui 332 catalogadas no acervo (PENSO, 1978). O uso indiscriminado de plantas sem qualquer razão científica é muito preocupante. De fato, Isso sempre aconteceu com a maioria das espécies vegetais, no entanto, hoje temos a possibilidade de realizar a identificação botânica e taxonômica e padronizar a forma de uso, a forma de cultivo, a posologia e controle de qualidade. Tendo em vista o tamanho da flora nativa, ainda há muito para ser explorado (ALICE, 1995). Como se não bastasse a escassez de fontes medicinais, as pessoas vivem um caos social, cada vez mais comprometidas com outras questões que acabam 17 deixando de lado os cuidados básicos com a saúde. O desfecho é o esperado. Situações de estresse e condições de má alimentação que desenvolvem outros problemas psicológicos, comos colaterais mais diversos. Um bom exemplo seria a disfunção erétil que tem relação direta com estresse e ansiedade. Apesar da baixa quantidade de pesquisa científica a respeito das espécies vegetais, muitas fontes de informação de fácil acesso pela população e latentes, por vezes motivadas por lucros, veiculam suposições a respeito das plantas e do seu potencial. Além das questões fisiopatológicas, as pessoas procuram nas plantas e seus extratos, auxílio para aperfeiçoamentos estéticos. No caso da planta estudada na presente revisão, a Tribulus terrestris, muitas suposições tem sido feitas a partir de seus efeitos sob hormônios androgênicos e que de algum modo auxiliam no desenvolvimento muscular. É um nome bastante comum nas academias, lojas de produtos naturais, blogs, sites de fisiculturismo rotineiramente acessados por atletas e simpatizantes. Essa planta tem seu crescimento prostrado com hastes de até dois metros de comprimento, todavia não atingem mais do que 60 centímetros de altura. Natural da região da Índia, China e Oriente Médio, por sua facilidade de adaptação à climas desérticos, mediterrânicos e subtropicais hoje é facilmente encontrada na Oceania, Estado Unidos da América, México e leste europeu (TREASE;EVANS, 2002). A Tribulus terrestris é uma planta com supostas propriedades medicinais utilizadas há mais de 4.000 anos por diversas culturas como a ayurveda, a unani árabe, a medicina tradicional chinesa e para diversos tratamentos, de forma isolada ou como parte de fórmulas compostas com substâncias para o mesmo fim. Na bibliografia consultada houve indicações do extrato das partes de Tribulus terrestris para tratar desordens como, infecções, inflamações, problemas hepáticos, renais e do trato urinário principalmente, para disfunção erétil, disfunções do trato respiratório, disfunções do sistema cardiovascular, do sistema nervoso, no sistema imune, com propriedades anticarcinogênicas, antiulcerogênicas, radioprotetoras, antihelmínticas, antibióticas e anticariogênicas. Os próximos capítulos falam sobre a metodologia para encontrar a bibliografia utilizada bem como das atividades biológicas dos diferentes extratos da Tribulus terrestris, avaliados in vitro e in vivo. No capítulo de resultados e discussão, uma ênfase é dada ao efeito causado pela planta nos níveis de hormônios androgênicos. 18 3 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL Realizar um estudo de revisão sobre a composição química do Tribulus terrestris e suas atividades farmacológicas bem como elucidar o efeito do extrato nas taxas de hormônios andrógenos em homens. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ● Contextualizar sobre a história da Tribulus terrestris; ● Abordar as características botânicas e taxonômicas da Tribulus terrestris; ● Identificar a composição química da Tribulus terrestris; ● Descrever as atividades biológicas da Tribulus terrestris; ● Analisar os estudos acerca da atividade androgênica da Tribulus terrestris em homens. 19 4 METODOLOGIA Conforme abordado por Trentini e Paim (1999), a revisão de literatura narrativa, é a análise aprofundada em determinado tema, de caráter crítico com coerência na argumentação em área de afinidade escolhida pelo autor. A revisão da bibliografia tem por fundamento explicar e discutir determinado tema com base teórica publicada em diversas fontes como livros base ou complementares, periódicos, artigos, revistas e jornais de forma que apresente cunho analítico. Artigos podem ser indexados para enriquecer o trabalho (MARTINS, 2011) Segundo Marconi e Lakatos (2007) esse tipo de pesquisa tem a finalidade de inserir o pesquisador num ambiente aprofundado nas publicações sobre o assunto. Pelas razões expostas pelos autores citados anteriormente, pode-se afirmar que a pesquisa bibliográfica não é uma básica repetição do que já foi escrito, mas tem contribuição com conclusões sobre novo enfoque. A idéia é induzir o aluno a ter contato com o assunto exposto a fim de que, o mesmo possa desenvolver sua própria interpretação pelas noções adquiridas. Complementando com Silva et al (2002), a revisão narrativa não é imparcial pois permite a abordagem do pesquisador sobre métodos de desenvolvimento de outras publicações. Na elaboração do presente documento foi realizada uma revisão bibliográfica sobre a planta Tribulus terrestris com enfoque em sua composição química e nas suposições de suas atividades farmacológicas e alterações no metabolismo de hormônios androgênicos. 4.1 LEVANTAMENTO DE DADOS Foram consultadas as bases de dados: pelo recurso público gratuito desenvolvido e mantido pela biblioteca nacional de medicina (NLM) dos EUA - PUBMED foi acessado o MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrievel System Online), LILACS (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências Sociais e da Saúde) Scielo (Scientific Eletronic Library Online) além de fontes complementares acessada pela ferramenta gratuita Google Scholar. 20 Pelos seguintes descritores: Tribulus terrestris; Suplementação; Tribulus terrestris em homens; Tribulus terrestris em animais; Atividades farmacológicas da Tribulus terrestris. Além dos descritores para fundamentação da discussão, argumentação e considerações finais: esteróides androgênicos anabolizantes: farmacodinâmica, farmacocinética, efeitos colaterais, agentes de dopagem, testosterona e derivados. Foram acessadas outras fontes de informação como sites oficiais e governamentais e de organizações não governamentais, com algumas complementações de sites de caráter informativo como web jornais. 4.2 POPULAÇÃO, AMOSTRA E ANÁLISE DE RESULTADOS Composta pela literatura relacionada com o tema e a partir bases de dados e dos critérios descritos no item 4.1 foram selecionados 167 artigos. A análise foi realizada com uma leitura breve e superficial seguida de outra mais analítica em fontes mais relacionadas com o tema de interesse. Foram incluídas publicações de diversos períodos nos idiomas: inglês, espanhol e português. 4.3 ASPECTOS ÉTICOS Em se tratando de uma revisão de literatura narrativa, o comprometimento ético esta em não ferir valores sociais e em prestar informações a respeito das referências utilizadas. Neste trabalho toda referência utilizada esta como indica a norma brasileira regulamentadora (NBR 6023) de 2002, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Todas as informações tiveram apenas caráter científico. 21 5 REVISÃO DA LITERATURA 5.1 ETIMOLOGIA, SINÔNIMOS E ASPECTOS GEOGRÁFICOS FAVORÁVEIS À Tribulus terrestris (TT) TT em sânscrito (conjunto de línguas indo-árico) é comumente conhecido como Gokshur; Em Hindi é chamado de Gokharu; Bethagokharu ou Nanagokharu (Gujarathi); Nerinjil (Tamil); e Khar-e-khusak Khurd (Urdu); Na China são chamados de ―chih-hsing‖ ou Bai Ji Li (Medicina Tradicional Chinesa - MTC) e ―goat‘s head‖ nos EUA. O fruto espinhoso parece com o casco fendido de uma vaca e, é conhecido na Índia como ―go-khura‖ que quer dizer, caltrops (abrolhos). Videira da punctura, ―land caltrops‖ ou ―small caltrops‖ são denominações em Inglês para Abrolhos (abre- olhos), nomenclaturas designadas a partir da forma do fruto que lembra as máquinas de guerra utilizadas para obstruir as cavalarias inimigas. Além desses, são sinônimos conhecidos: cat‘s head, devil‘s thorn, puncture vine, bindii, bullhead, devil‘s eyelashes e tackweed. Seu uso surgiu na medicina ayurveda e sua popularidade aumentou no leste europeu na década de 70, após a publicação de estudos avaliando a utilização da erva por atletas de levantamento olímpico daBulgária, e cresceu ainda mais a partir de resultados obtidos com animais e humanos em estudos posteriores. A TT é uma planta nativa de lugares arenosos da europa como Bulgária e Espanha. É altamente conhecida e utilizada em Barbados, Senegal, Ilhas Maurício e Bahrein. Em terras aráveis, é um tanto problemática para o gado, pelo fruto ser espinhoso e rasteiro (DON, 1834). É um arbusto comum durante o ano todo em regiões com climas desértico, mediterrânico e subtropical em todo o mundo, principalmente Índia, China e México. Pode ser encontrada em toda a Índia distribuída ao longo de um amplo perímetro geográfico, até 11.000 pés (3352,8 metros de altitude) em Kashmir, Ceilão, incluindo Oeste, em Rajastão e Gujarat e todas as regiões de clima favorável de ambos os hemisférios (NADKARNI, 1927; PUBLICATIONS..., 1972). No sudeste dos EUA, a planta é comum nas pastagens da beira da estrada e outras regiões quentes, secas e arenosas (KOKATE; PUROHIT; GOKHALE, 2007). 22 5.2 CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS E TAXONÔMICAS DA Tribulus terrestris. 5.2.1 Classificação Taxonômica Reino: Plantae Divisão: Fanerógama Subdivisão: Angiosperma Classe: Dicotiledônea Subclasse: Polypetalae Série: Disciflorae Ordem: Giraniales Família: Zygophyllaceae Gênero: Tribulus Espécie: Linn terrestris O gênero Tribulus, pertence a família Zygophyllaceae, compreende quase vinte espécies no mundo, das quais três espécies são mais conhecidas, Tribulus cistoides, Tribulus terrestris e Tribulus alatus (TREASE; EVANS, 2002). A T.terrestris (TT) é uma erva muito utilizada por herbalistas modernos assim como pelos adeptos da Ayurveda, nome dado ao conhecimento médico desenvolvido na Índia ao longo de cerca de sete mil anos. A planta é utilizada individualmente como um único agente terapêutico, como componente principal ou subordinado de muitas formulações de compostos e suplementos alimentares, dentre suas indicações é popularmente utilizado na disfunção erétil e problemas associados ao trato geniturinário (DUKE; DUKE; CELLIER, 2002). 5.2.2 Descrição Botânica da Tribulus terrestris Enquanto adulto, o arbusto tem um desenvolvimento prostrado com hastes até dois metros de comprimento. As folhas são opostas, cada uma consistindo de quatro à oito pares de folhetos em forma de lança. Há longos pêlos nas margens da 23 folha e menores na superfície. As hastes são redondas e peludas e as flores são amarelas. Suas sementes são fechadas, produzidas por angiospermas, seus óvulos são delimitados por uma estrutura dentro da flor, o ovário, que a medida que a semente cresce, se alarga formando uma fruta para garantir alguma proteção ao desenvolvimento da semente. Possui estrutura em forma de estrela lenhosa, com cinco a sete milímetros de comprimento e cinco a seis de largura (carpelo). Até cinco sementes são abrigadas em cada carpelo. Cada semente mede de um milímetro e meio a três de comprimento e possui cor amarelada. Cada planta tem no mínimo 2000 sementes. As plântulas ou mudas são cotiledôneas estreitas e ovais, o vértice é redondo e sem pêlos. Plantas imaturas têm folhas divididas em pares de folíolos ovais, peludos e com ápices pontiagudos. As flores têm cinco pétalas e medem de oito a quinze milímetros de diâmetro. O fruto tem cerca de 1 cm de diâmetro, com espinhos afiados de seis milímetros de comprimento. Tem rebarbas que consistem em cinco segmentos em forma de cunha. Cada segmento tem 2 pares desiguais de espinhos. São amarelos levemente esverdeados, globosos com cinco glóbulos, quase glabros, muriculados, em forma de cunha, cada um com dois pares de espinhos afiados e rígidos, um par maior do que o outro. Os espinhos quase se encontram em pares juntos formando estrutura pentagonal em torno da fruta. Superfície externa do esquizocarpo é áspera. Odor dos frutos é suave e o sabor é ligeiramente picante (DUKE; DUKE; CELLIER, 2002). 5.3 PROPRIEDADES QUÍMICAS DA Tribulus terrestris Usman et al (2007) em estudos fitoquímicos preliminares, através do extrato metanólico das folhas de TT crescidas obtidas de amostras da Nigéria, conseguiram demonstrar a presença de saponinas, flavonóides, glicosídeos cardiotônicos, alcalóides e taninos. A etiologia das saponinas vêm do latim sapo = sabão. Constituem um amplo grupo de glicosídeos de esteróides ou de terpenos policíclicos, definido por um caráter tensoativo apresentando ações emulsificantes e detergentes. Tem a 24 capacidade de desestabilizar membranas e de reduzir a tensão superficial da água (WALLER; YAMASAKI, 2013). Hernández et al (2005) descobriram as saponinas podem apresentar propriedades tóxicas para moluscos por possuir atividade inibidora da biogênese dessa espécie. Quando em contato com solução aquosa, ocorre a dispersão do gás em líquido, formando uma espuma persistente e abundante. Expressam elevada solubilidade, complexam com esteróides e têm grande interesse farmacêutico como matérias-primas para hemi-sínteses ou como coadjuvantes em formulações. Quimicamente podem ser classificadas pela genina (sapogenina) em esteroidais ou triterpênicas (QUIÑONES, 2007). Classificações menos utilizadas pelos autores ainda referem quanto ao caráter ácido, básico e neutro ou pela glicona; em monodesmosídicas ou bidesmosídicas. Saponinas esteroidais possuem esqueleto com 27 carbonos organizadas em um sistema tetracíclico. Mais difíceis de se encontrar na natureza que as triterpênicas e apresentam diversas variações estruturais, entre elas a furostano e espirostano (KINTIA et al, 1987). Saponinas triterpênicas possuem esqueleto com 30 carbonos, organizados num sistema pentacíclico divididas em três grupos principais: alfa-amirina, beta-amirina e lupeol (QUIÑONES, 2007). Benavides et al (2011) realizaram um estudo para saber se a quantidade de saponinas era maior no suco fresco ou fermentado do fruto de Furcraea gigantea. O suco da planta que foi separado, ficou fermentando durante, 2, 4 e 6 dias a 33ºC. Por hidrólise ácida se obteve o extrato de saponinas cuja presença era maior na solução fermentada, determinando esse processo como preferencial para maior obtenção de saponinas. De acordo com a literatura, a composição de saponinas bem como suas quantidades variam de acordo com a região geográfica da TT (KOSTOVA et al, 2005). Estudos prévios dos mesmos autores sobre as atividades químicas e biológicas das saponinas da TT, revelaram que as saponinas do tipo furostanol e pirostanol são frequentemente encontradas distribuídas pelas várias partes da planta. Foram encontrados derivados de tigogeninas, neotigogeninas, gitogeninas, neogitogeninas, hecogeninas, neohecogeninas, disogeninas, clorogeninas, ruscogeninas e sarsasapogeninas nesta planta. Além disso, quatro saponinas sulfatadas do tipo tigogenina e diosgenina também foram isoladas. A maioria presente nas amostras da planta utilizada, são do tipo glicosídeo furostanol incluindo 25 protodioscina e protogracilina, dentre as quais a protosdioscina é a saponina dominante. Do tipo glicosídeo espirostanol estão em menor quantidade na TT. Em 2010, Xu et al isolaram dois novos glicosídeos furostanol nomeados tribufurosideos I(1) e J (2) a partir dos frutos de TT por uma combinação de químicos e método de espectrometria. Também presentes, os flavonóides compõe uma ampla classe de substâncias que possuem propriedades farmacológicas sobre diversos sistemas biológicos. Já existem mais de quatro mil substâncias de origem natural pertencentes ao grupo. Todavia, sua síntese não ocorre na espécie humana (PETERSON; DWIER, 1998).Ratty e Das (1998) contribuem lembrando que algumas propriedades já haviam sido anunciadas por Szent-Gyorgi em 1936 como os efeitos antioxidantes, antiinflamatórios, anti-histamínicos, antitumoral, hepato-protetores, antiulcerogênicos, antiplaquetários, antimicrobianos e antivirais que também foram relatados por Lin et al (1997), com declarações importantes acerca da inibição de replicação de agentes etiológicos da Imunodeficiência Humana (HIV). Suas atividades farmacológicas ainda incluem, inibir vários estágios relacionados com a fisiopatologia da aterosclerose, como a adesão, agregação e secreção de plaquetas e a ativação de leucócitos (HLADOVEC, 1986), efeitos hipolipidêmicos (LIN et al, 1986) e por apresentar sinergia com receptores celulares de lipoproteínas de baixa densidade, cuja sigla (LDL) refere à nomenclatura em inglês low density lipoprotein (KIRK et al, 1998). Na Figura 1, pode se observar as principais classes de flavonóides com descrições básicas. Figura 1: Tabela das principais classes de flavonóides citadas na literatura. Fonte: Adaptado de Peterson e Dwyer, 1998 26 Wu et al (1999) relataram que a quantidade de flavonóides é em média 1,5 vezes maior que a quantidade de saponinas. Isso indica que os flavonóides da TT poderiam ser estudados, desenvolvidos e posteriormente utilizados. Bhutani et al (1969) isolaram o kaempferol, kaempfero-3-glucosídeo, kaempfero-3-rutinosídeo, e tribulosideos [kaempferol-3-beta-d- (6‖ - p - coumaroyl) glucosídeo] das folhas, bem como das frutas. Louveaux et al (1998) detectaram 18 flavonóides (derivados de caffeoyl, glicosídeo quercetina incluindo rutina e glicosídeo kaempferol) usando cromatografia líquida de alta performance (HPLC) no extrato de folhas de quatro espécies de Tribulus. Alavia et al (2008) isolaram três glicosídeos flavonóides, quercetina 3-O- glycosídeo, quercetina 3-O- rutinosídeo e kaempferol 3-O- glicosídeo das partes aéreas de uma variação oriental de TT do nordeste do Irã. Raj e Venkataraman (2008) a partir do extrato etílico e clorofórmico, identificaram flavonóides em extratos de frutas frescas de TT da região da Índia usando acetato de etila: sistema de solvente benzeno (1:9). Consequentemente, a presença de tais constituintes fitoquímicos pode ser usada como uma ferramenta de identificação das espécies e no estudo de contaminação/adulteração de produtos obtidos a partir destes substratos, já que os resultados demonstraram diferenças de componentes conforme disposição geográfica da planta (MITRA et al, 2012). Os alcalóides presentes são harmano e norharmano. O alcalóide beta- carboline, tribulusterino, esta presente em menor quantidade nos frutos (BREMNER et al, 2003). A cromatografia líquida de alta performance (HPLC), do extrato da planta de TT revelou a presença de um triterpeno pentacíclico relativamente atóxico com atividade antiinflamatória e citoprotetora, denominado alfa-amirina como o maior constituinte. Além desse, existem sete constituintes em menor quantidade, incluindo ácidos esteróis como beta-sitosterol e estigmasteróis também foram encontrados (ABIRAMI; RAJENDRAN, 2004). 5.4 USOS COMUNS TT é utilizado pela medicina popular como tônico, afrodisíaco, calmante paliativo, anti-hipertensivo, diurético, litotríptico, antisséptico. A secagem da fruta e 27 das partes aéreas são indicadas para o tratamento nas doenças do trato geniturinário. É um constituinte vital do Gokshuradi Guggul, uma técnica de uso da medicina Ayurvedica, para dar suporte ao bom funcionamento do trato geniturinário e para remoção de pedras do trato urinário. A TT tem sido usada por séculos pela medicina ayurvédica para tratar impotência, doenças venéreas e debilidade sexual. Na Bulgária, a planta é usada na medicina popular para tratar impotência. Além dessas aplicações a farmacopéia ayurvédica atribui propriedades cardiotônicas às partes aéreas e ao fruto. Na medicina tradicional chinesa, as frutas foram utilizadas para complicações oculares, edema, distensão abdominal, aumento na contagem de esperma, leucorréia mórbida e disfunção sexual. Na medicina unani, TT é usada como diurético, laxativo leve e tônico geral. TT é descrito como uma droga de alto valor na Farmacopéia de Shen-Nong que possui dados de 3000 a.C (Shen-Nong é conhecido como divino agricultor ou imperador vermelho, foi um dos três soberanos, governantes heróis da China, na história também conhecidos como Três Augustos, supostamente responsável pelas bases da agricultura e da fitoterapia chinesa) na restauração de funções hepáticas, no tratamento de plenitude torácica (sintoma de ―respiração curta‖ relacionado a doenças obstrutivas pulmonares), mastite, flatulências, conjuntivite aguda, dor de cabeça e vitiligo (WU et al, 1999). 5.5 ATIVIDADES BIOLÓGICAS 5.5.1 Atividade Geniturinária e no fígado As propriedades diuréticas da TT são devido a sua grande quantidade de nitratos e óleos essenciais presentes nas frutas e nas sementes. Pode também ser atribuída à alta concentração de sais de potássio. Testes a partir do extrato aquoso obtido das folhas e dos frutos, com o objetivo de observar a ação dos componentes da TT na diurese foram realizados em ratos como modelos diuréticos. Para o teste de contratilidade da musculatura lisa, utilizaram tiras isoladas do íleo de porcos Guinea (Cavia porcellus). O extrato aquoso em dose oral de 5g/kg, encontrou diurese positiva, que foi levemente maior que a atividade da furosemida. 28 Concentrações de sódio e cloro foram aumentadas na urina. A tonicidade aumentada nos músculos lisos, produzida pelo extrato de TT, em conjunto com o aumento da atividade diurética, facilitou a expulsão de pedras através do trato urinário (AL-ALI et al, 2003). Outras avaliações dos diferentes extratos etanólicos de quatro frutos de espécies do gênero Tribulus utilizadas na prática Ayurveda foram realizados para observar a atividade diurética em ratos. Os experimentos mostraram atividade diurética semelhante ao padrão furosemida com adicional da vantagem de ―poupador de potássio‖ (SAURABH et al, 2012). A ação diurética da TT faz dele um útil agente hipertensivo. Um extrato etanólico das frutas de TT foi testado em urolitíase induzida por pérolas de vidro em ratos albinos. O estrato exibiu proteção significativa dose dependente contra a deposição de material calculogênico em torno do cordão de vidro, também com efeitos positivos na leucocitose, e na elevação dos níveis de ureia sérica. O fracionamento subsequente do extrato de etanol, levou à diminuição da atividade (ANAND et al, 1994). Vários outros parâmetros bioquímicos na urina, soro, e a histopatologia da bexiga urinária, foram restaurados de forma dose dependente. Uma nova proteína antilítica, com potencial citoprotetor e de peso molecular ~ 60 kDa foi purificada a partir da planta TT (AGGARWAL et al, 1994). Os mesmos autores testaram a atividade de TT sobre a nucleação e crescimento de cristais de oxalato de cálcio (CaOx), assim como a lesão celular induzida por oxalato nas células sintéticas NRK 52E idênticas as células do epitélio renal. Os experimentos revelaram que o extrato de TT não só tem potencial para inibir a nucleação e o crescimento desses cristais, mas também tem um papel citoprotector. Num outro estudo em ratos, foi encontrado o potencial da TT para inibir a formação de pedra nos várias vias de urolitíase usando glicolato de sódio e etileno-glicol (SANGEETA et al, 1994). A Glicolato oxidase (GOX) é uma das principais enzimas envolvidas na via de síntese de oxalato convertendo glicolato para glioxilato por oxidação e,finalmente, para oxalato. A atividade antiurolítica de TT é atribuída à sua inibição da GOX. A quercetina e kaempferol, os componentes ativos de TT, foram descobertos como sendo inibidores competitivos e não-competitivos de GOX, respectivamente (SHIRFULE et al, 1994). 29 O extrato de TT (250mg/kg) mostrou notável atividade hepatoprotetora contra hepatotoxicidade induzida por acetaminofeno em peixes Oreochromis mossambicus. Os elevados parâmetros bioquímicos e a diminuição das enzimas glutationa redutase foram normalizados pelo tratamento com o extrato (KHAVITA et al, 2011) 5.5.2 Atividade Sinérgica com o sistema imune, cardiotônica, no Diabetes Mellitus e hipolipidêmica Um estudo com objetivo de avaliar as propriedades imunomodulatórias de cinco tipos de plantas medicinais usadas comumente pelo sistema de medicina Indiano Ayurveda, isolou saponinas dos frutos de TT. A pesquisa utilizou o extrato composto das plantas Tribulus terrestris, Cassia tora, Achyranthes aspera, Mucuna pruriens e Abrus precatorius, administrado via acesso intraperitonenal, em ratos Winstar durante sete dias subsequentes. As atividades foram investigadas por carbon clearence test e teste de hipersensibilidade tipo titre and delayed. Todas as plantas foram consideradas imunomodulatórias, todavia a TT demonstrou o aumento da fagocitose, indicando estimulação não específica da resposta imune. Os autores concluíram que todas as plantas tinham atividades imunomodulatórias, a TT também demonstrou maior potencial no aumento da resposta imune específica (TILWARI et al, 2013). O estudo de Zhang et al (2010), demonstrou efeito significante com TT no tratamento de várias doenças cardíacas incluindo doença coronária, infarto agudo do miocárdio (IAM), aterosclerose cerebral e no combate à sequelas de trombose cerebral. Ele avaliou o efeito protetivo da tribulosina da TT contra lesão de isquemia/reperfusão em ratos. As cobaias tiveram infarto induzido por malondialdeído (MDA), aspartato aminotransferase (AST) e lactato desidrogenase (LDH) além de avaliar o comportamento da enzima superóxido dismutase (SOD) e da creatina quinase (CK). A tribulosina reduziu apoptose cardiomiócita, através da ativação epsilon da proteina C reativa (ZHANG et al, 2010). O resultado do tratamento com a tribulosina foi mais significante em lesões por MDA, AST, reduziu a atividade de CK, a atividade LDH e aumentou a atividade da SOD. Frações brutas de saponinas desta planta 30 mostraram efeito no tratamento de várias doenças cardíacas incluindo hipertensão, doença coronária cardíaca, infarto do miocárdio, aterosclerose e trombose cerebral (PHILLIPS et al, 2006). O extrato aquoso das frutas de TT mostraram inibição significativa da acetilcolinesterase in vitro. Outro estudo de Zhang et al (2010b), em comparação com a adriamicina, demonstrou que o extrato metanólico e aquoso de TT exerce significante atividade anti-hipertensiva por relaxamento arterial da musculatura lisa e hiperpolarização de membrana em ratos hipertensos. TT também parece proteger as células do coração e pode até melhorar a função cardíaca após um ataque cardíaco. Saponinas da TT possuem atividades hipoglicêmicas (LI et al, 2002). TT reduziu significativamente a glicose sérica, colesterol sérico e triglicerídeos séricos, enquanto potencializou a atividade da superóxido dismutase (SOD) em ratos com diabetes induzido por Alloxan. A decocção de TT demonstrou diminuição da gliconeogênese em ratos (LI et al, 2001; AMIN et al, 2006). O extrato etanólico de TT a 2g/kg de peso produziu efeito inibidor de estresse oxidativo em ratos com diabetes induzido por estreptozocin. O extrato etanólico de TT exibiu 70% de inibição de alfa- glucosidase a 500mcg/ml usando maltose como substrato e 100% de inibição de aldose redutase na dose de 30mcg/ml usando dl-gliceraldeído como substrato (LAMBA et al, 2011). Uma significante diminuição da glicose pós-prandial em ratos foi encontrada após administração de saponinas de TT. O efeito foi produzir vasodilatação na artéria coronariana sendo utilizada na medicina ayurvédica para tratamento de angina de peito e outras complicações cardíacas causadas pelo diabetes. Assim, a TT pode ser benéfica no tratamento do diabetes através da redução da glicose sanguínea, níveis de lipídios e pelo seu mecanismo antioxidante. O extrato aquoso de TT foi avaliado pela sua atividade hipolipidêmica em ratos albinos winstar. Uma dose do extrato de 580mg/kg de peso encontrou diminuição do colesterol-indutor de hiperlipidemia, com diminuição no colesterol total, triglicérides, LDL, VLDL e Índice aterogênico, e aumentou os niveis de HDL no sangue. A atividade hipolipidêmica pode ser devido aos componentes fenólicos promovendo um aumento das lipases lipoproteicas no tecido muscular e diminuindo a atividade do tecido adiposo, indicando assim utilização dos triglicérides sanguíneos como energia e não como estoque no tecido adiposo (KHAN et al, 2011). O efeito pleiotrópico de TT, ficou evidenciado em uma pesquisa na Nova 31 Zelândia que avaliou o perfil lipídico e do endotélio da aorta abdominal durante o tratamento, que consistiu na administração do extrato a 5mg/kg por dia durante 8 semanas em coelhos com dieta rica em colesterol. Foi encontrado que a ingestão dietética diminuiu o perfil lipídico sérico, diminuiu os danos endoteliais da superfície celular, bem como rupturas e reparou parcialmente a disfunção endotelial resultante da hiperlipidemia (TUNCER et al, 2009). O efeito preventivo e terapêutico das saponinas de TT foi estudado em ratos sob uma dieta hiperlipidêmica. Ficou evidenciada a diminuição do colesterol total e do LDL. Também reduziu o colesterol total (TC) sérico e hepático e triglicerídeos (TGL) hepáticos e aumentou a atividade da SOD. O efeito terapêutico esta demonstrado pela diminuição do TC sérico (CHU et al, 2003). 5.5.3 Atividade antibiótica Todas as partes (frutas, caules, folhas e raízes) de amostras de TT turcas e iranianas mostraram atividade antibacteriana contra Enterococcus faecalis, Staphylococcus aureus, Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa, em contraste com as partes aéreas de TT iemenita que não tinha nenhuma atividade antibacteriana detectável contra estas bactérias. Em contrapartida, nas amostras de TT da Índia, somente os frutos e folhas estavam ativos exclusivamente contra E. coli e S. aureus. Estes resultados diferentes relacionados à atividade antibacteriana da TT, são devido à utilização de diferentes fontes geográficas da planta, os tipos de linhagem, e os métodos de ensaio. O extrato metanólico dos frutos de TT demonstrou ser mais ativo contra bactérias gram-positivas e gram-negativas, enquanto que uma atividade moderada foi observada no seu extrato de éter e de clorofórmio (AL-BAYATI & AL- MOLA, 2008; MOHAMMED 2008). O extrato metanólico de TT também demonstrou ser mais eficaz do que o éter de petróleo, clorofórmio, e os extratos de água para a atividade anti-helmíntica in vitro sobre o nematodo Caenorhabditis elegans (KIRAN et al, 2011; DEEPAK et al, 2002). 32 O extrato de éter de petróleo das folhas de TT exibiu melhor atividade larvicida contra larvas e mosquitos Aedes aegypti, que é o vetor da febre amarela e da dengue (EL-SHEIKH et al, 2012; SINGH et al, 2008). O extrato etanólico dos frutos de TT (0,1-0,5 mg / ml) possui atividade significativa contra Streptococcus mutans, o patógeno responsável pela cárie dental. Tal atividade anticariogênica foi encontrada quando Oh et al (2001), observaram que o crescimento, produção de ácido, adesão e a síntesede glucano insolúvel em água de S. mutans foram significativamente inibidas na presença de extrato de etanol de TT, porém os autores sugerem que mais estudos são necessários para elucidar os constituintes ativos de TT responsáveis por tais atividades. 5.5.4 Sinergia na absorção de fármacos e no Sistema Nervoso Central (SNC) Conforme cita o autor, a presença das propriedades tensoativas de saponinas no extrato etanólico de TT causou o aumento da absorção do cloridrato de metformina, uma droga classificada como nível III pelo sistema de classificação biofarmacêutica (BCS), no método do saco intestinal invertido, (técnica usada para estudar o transporte de açúcares e aminoácidos) que nesse estudo, foi desenvolvido usando o segmento do epitélio do intestino de uma cabra (AYYANNA et al, 2012). Um estudo com ratos suíços albinos, demonstrou atividade ansiolítica e antidepressiva mediante administração de 260mg/kg de um tablete composto em quantidade iguais, de três plantas consideradas potentes estabilizadores e rejuvenecedores: Rasayana Ghana (formulação ayurvedica), às plantas: Tinospora cordifolia (galhos), Emblica officinalis (fruto), e TT (fruto e partes aéreas). Sugere-se que a harmina, um dos principais constituintes de TT (alcalóide β-carboline), seja responsável pelas atividades citadas. Harmina é um inibidor da monoamina oxidase (MAO) que ajuda a aumentar os níveis de dopamina cerebral (DEOLE et al, 2011). 5.5.5 Inibidor da ciclooxigenase-2 (COX-2) e como antiespasmódico 33 O extrato etanólico de TT inibiu a expressão de ciclooxigenase-2 (cox-2) e induziu a oxido nítrico sintase (iNOS) em células sintéticas de lipopolissacarídeos (RAW264.7). Este também suprimiu a expressão de citoquinas pro inflamatorias como o fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa) e interleucina (IL)-4 em células da linhagem dos macrófagos. Assim, o extrato etanólico de TT inibiu a expressão de mediadores relacionados com a inflamação e expressão de citocinas, que tem um efeito benéfico em várias condições inflamatórias (OH et al, 2012). O extrato metanólico de TT mostrou supressão de TNF-alfa e IL-4, dose-dependente, em um processo inflamatório induzido por solução com carrageno na pata de ratos Winstar (BABURAO et al, 2009). Atividades analgésicas do TT foram estudados em ratos machos utilizando o teste com formalina em esfregaços obtidos do sangue capilar da ponta da cauda. O estudo utilizou uma dose de 100mg/kg produzindo efeito analgésico, mediado central ou perifericamente, seu efeito foi menor que o da morfina mas superior ao do ácido acetil salicílico (AAS) em ambos os testes. O pré-tratamento de animais com antagonista de receptor opióide, naxolona, não alterou o efeito analgésico do extrato em ambos os testes. Por esse motivo o envolvimento de receptores opióides no efeito analgésico de TT é nulo. Porém, outros mecanismos responsáveis pela atividade analgésica de TT necessitam ser pesquisados. Os resultados dos estudos sobre ulcerogênicidade indicam que a ulcerogênse gástrica de TT é menor comparada a gerada pelo extrato de Indometacina no estômago de mamíferos (HEIDARI et al, 2007). Uma mistura de saponinas liofilizadas da planta exibiu uma diminuição significativa do peristaltismo no jejuno de coelhos, de uma maneira dose- dependente. O resultado mostrou que a mistura das saponinas podem ser úteis para cólicas que produzem espasmos musculares na musculatura lisa (ARCASOY et al, 1998). 5.5.6 Atividade antineoplásica e radioprotetora O extrato aquoso de TT seria benéfico no tratamento de hepatocarcinoma: Sua atuação inibiu um complexo protéico que desempenha funções na transcrição, o NF-kappaB (fator nuclear kappa B), consequentemente regulou proliferação celular e 34 capacidade de migração celular, enquanto aumentou a apoptose celular (KIM et al, 2011). Neychev et al (2007) pesquisaram a influência das saponinas isoladas das partes aéreas de TT, quanto à sua atividade citostática, citotóxica em fibroblastos de humanos. A proliferação e a síntese de DNA foram medidas usando o método de incorporação de [3H]-timidina, espectrofotometria (MTT) e um ensaio imunoenzimático (immunoblotting). Na análise as saponinas demonstraram, através de um mecanismo de ação que envolve a ativação de poliaminas, regulação da informação da transcrição genética reestabelecendo a homeostase. Ao regular a transcrição, a célula bloqueia a ação neoplásica através da supressão da proliferação celular e a indução de apoptose. De acordo com os resultados obtidos o tratamento com TT é menos tóxico para os fibroblastos da pele humana do que outras linhas sendo pesquisadas nessa área científica (NEYCHEV et al, 2007). Kumar et al (2005) avaliaram o potencial quimiopreventivo de TT (extrato aquoso de frutos e partes aéreas) na papilomagênese induzida por Dimetilbenz (a) Antraceno (DMBA) em ratos suícos albinos (Rodentia muridae). O grupo controle foi tratado com óleo de cróton e DMBA (carcinogênicos). Ao final do tratamento foi encontrada uma redução significante do crescimento do tumor, da carga tumoral e do número cumulativo de papilomas. Ao mesmo tempo que, um aumento do período de latência médio ocorreu (mais tempo em estágios iniciais). O tratamento que durou sete dias, resultou num aumento significativo de glutationa reduzida no fígado e, em contrapartida, diminuição significativa da peroxidação lipídica. Em ambos os extratos da planta, os resultados foram semelhantes bem como esses achados tem significância estatística muito alta com índice P>0,001 (MIDDLETON, 1960) para os dois desfechos. Ainda com os mesmos autores em 2009, vale citar o efeito radiomodulador observado mediante radiação induzida in vivo em ratos Winstar. A administração oral de 800mg/kg antes da irradiação que afetou todo o corpo das cobaias, demonstrou proteção significativa em relação aos parâmetros analisados: hematológicos, bioquímicos e citogenéticos. No grupo controle que não foi tratado com TT, autópsias realizadas 6 e 24horas após a radiação apresentaram declínio em glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, hemoglobina e hematócrito. A diminuição da glutationa hepática reduzida e o aumento da peroxidação lipídica também também também foram relevantes. Uma significante diminuição nas aberrações 35 cromossomiais e micronucleares foram observados no grupo tratado com TT. Os resultados desse estudo sugerem que o extrato das partes aéreas de TT protegeu células tronco-hematopoiéticas (KUMAR et al, 2009). 5.5.7 Atividade Afrodisíaca Adaikan et al (2000), descobriram que o extrato de TT exibiu efeito pro erétil na musculatura lisa dos corpos cavernosos de coelhos ex vivo depois de um tratamento oral de 2,5, 5 e 10mg/kg de peso durante 8 semanas. Um relaxamento dos corpos cavernosos de 24% foi observado com nitroglicerina no tecido. Similarmente, um relaxamento de 10% foi observado com ambos, acetilcolina e estimulação elétrica de campo, respectivamente seguido do tratamento com o extrato de TT. O efeito relaxante reforçado que pode ser observado é devido ao aumento na liberação de óxido nítrico do endotélio e terminações nervosas nitrérgicas, que podem ser responsáveis pelo efeito afrodisíaco da planta. Singh et al (2012), avaliaram a administração de uma dose crônica e outra aguda do extrato seco liofilizado aquoso dos frutos de TT em doses de 50 e 100 mg / kg de peso corporal como um estimulante sexual na gestão da disfunção sexual em ratos do sexo masculino. Pode ser obervado um aumento significativo nos níveis de testosterona no soro. Estes resultados confirmam a utilizaçãotradicional de TT como potencializador da libído no tratamento da disfunção sexual em machos. O extrato etanólico de TT apresentou efeito protetor contra danos testiculares induzidos por cádmio. Os autores do estudo concluíram que o efeito protetor parece ser mediado diretamente, quer através da inibição da peroxidação de tecido testicular por atividade antioxidante e quelante de metal ou por estimulação da produção de testosterona a partir das células de Leydig (RAJENDAR et al, 2011). O tratamento com extrato de TT (100-300 mg / l) demonstrou eficácia no aumento da proporção de machos na população de uma colônia de peixes. Kavitha et al, (2012) provocou a androgenização de peixes da espécie Poecilia latipinna. Após administrar durante dois meses, concentrações diversas do extrato de TT numa colônia, obteve aumento da população de machos. O teste histológico revelou aumento da espermatogênese. Os dois componentes principais das saponinas 36 presentes na TT foram os responsáveis pela atividade biológica afrodisíaca (ADAINKAN et al, 2001). Sugere-se que a protodioscina trabalha aumentando a conversão de testosterona (T) ou 11-cetotestosterona (11- KT; principal andrógeno dos peixes em níveis plasmáticos e de ativação de receptores) em diidrotestosterona, que estimula não somente o aumento do desejo sexual mas também a produção das células vermelhas da medula óssea, estimulando o desenvolvimento muscular, aumentando a circulação sanguínea e sistema de oxigenação celular, melhorando os estágios da espermatogênese. 5.6 TESTOSTERONA E ESTERÓIDES ANABÓLICOS ANDROGÊNICOS 5.6.1 Anatomia e fisiologia do sistema reprodutor masculino O sistema reprodutor masculino é composto por: ● Testículos - gônadas masculinas; ● Vias espermáticas: epidídimo, canal deferente, uretra; ● Pênis; ● Escroto - saco escrotal; ● Glândulas anexas: próstata, vesículas seminais, glândulas bulbouretrais. Testículos são as gônadas masculinas. Os ductos seminíferos compõe cada testículo em um emaranhado de tubos. Esses são originados a partir das células de Sertoli em conjunto com o epitélio germinativo, acarretando na formação dos espermatozóides (SMOK SOTO, 2009). As células intersticiais (também conhecidas como células de Leydig) produzem os hormônios sexuais masculinos. Estão localizadas em meio aos túbulos seminíferos e são responsáveis sobretudo pela produção de testosterona, que por sua vez, é responsável pelo desenvolvimento testicular e das características masculinas secundárias (FATTINI et al, 1998). Dentre essas características estão a estimulação dos folículos pilosos para crescimento da barba masculina e dos pelos pubianos. Estimulação do crescimento das glândulas sebáceas e a elaboração do sebo. O aumento de massa muscular nas crianças durante a puberdade, pela hipertrofia das fibras musculares. Ampliação 37 da laringe que torna a voz mais grave e também fazem com que o desenvolvimento da massa óssea seja maior, diminuindo a incidência de osteoporose (HAYASHI et al, 1988). Os epidídimos são dois tubos enovelados que saem dos testículos, onde acontece a coleta e o armazenamento dos espermatozóides. Está posterior ao testículo, dentro do saco escrotal e desemboca na base do ducto deferente. Têm forma de C e em adultos um comprimento de 5 a 7 centímetros. Se não estivesse compactado poderia chegar ao tamanho de 6 metros de comprimento (TANAGHO & MCANINCH, 2010). Canais ou ductos deferentes são dois tubos com tamanho entre 30 e 40 centímetros, divididos em partes: testicular, funicular, pélvica e inguinal além da ampola do ducto deferente que se une com o ducto excretor da vesícula seminal para a formação inicial do ducto ejaculatório. Eles representam uma continuação direta da cauda do epidídimo, aqui é realizado o processo de contracepção masculina, conhecido como vasectomia (MOREIRA et al, 2012). Ainda circundam a bexiga urinária e desembocam nas vesículas seminais que são responsáveis pelo líquido seminal, que será liberado no ducto ejaculatório juntamente com o líquido prostático e espermatozóides para formar o sêmen. O líquido das vesículas seminais (ou vesiculares) é um líquido viscoso, alcalino. Age como fonte de energia para os espermatozóides e é constituído por frutose, fosfatos, nitrogênio não protéico, cloretos, colina e prostaglandinas (hormônios produzidos diversos tecidos), formados a partir de ácidos graxos insaturados (AGi) e podem ter a sua síntese interrompida por fármacos analgésicos assim como antiinflamatórios. Esse líquido além de nutrir os espermatozóides também facilita mobilidade (FRANDSON et al, 2009). A próstata é uma glândula exócrina, localizada abaixo da bexiga, responsável por secretar substâncias que alcalinizam o pH da urina e ativam os espermatozóides. Ela produz de 10 a 30% do fluído seminal formador do sêmen. Glândula bulbouretral (ou de Cowper) é a responsável pela secreção de um líquido transparente de caráter lubrificante que é lançado para esterelizar a uretra, preparando-a para a passagem dos espermatozóides para que não sejam contaminados. Também tem importante papel de lubrificação e limpeza durante o ato sexual (FERNANDEZ et al, 2010). 38 A uretra é um canal condutor da urina e que também leva o sêmen para fora do corpo humano, durante a ejaculação os músculos na entrada da bexiga se contraem para que não haja contaminação entre urina e sêmen, em adição para que o contrário também não aconteça (nenhum sêmen entre na bexiga). O corpo reabsorve os espermatozóides que não foram ejaculados após algum tempo. No homem a uretra tem três regiões, conhecidas como porção prostática onde a uretra recebe o conteúdo dos canais deferentes, próstata e vesículas seminais; porção membranosa acompanhado nas laterais pelas glândulas bulbouretrais, com uma camada de músculo esquelético que constitui o esfíncter externo uretral de controle voluntário; e a porção cavernosa, que é mais longa e permanece enquanto durar o comprimento do corpo esponjoso do pênis, onde estão localizadas as glândulas de Littré que secreta muco lubrificante. Na glande peniana a uretra se dilata formando a fossa navicular (BUJONS et al, 2006). O pênis é considerado o principal órgão do aparelho sexual masculino, formado por um corpo esponjoso que envolve e protege a uretra e por dois tecidos cilíndricos chamados de corpos cavernosos. Na extremidade encontra-se a glande ( cabeça do pênis) onde visualizar-se-á a abertura (e término) da uretra. O estímulo erótico acompanhado da manipulação do prepúcio (pele que envolve o corpo do pênis) preconiza o relaxamento celular dos corpos cavernosos e esponjoso, propiciando o aumento da perfusão tecidual do sangue, tornando-o rijo, com considerável aumento do tamanho no processo denominado de ereção peniana. A patologia fimose ocorre quando a glande não consegue ser exposta devido ao estreitamento do prepúcio. Tem em sua etiologia causas como a má higienização do prepúcio que deve ser puxado e limpo a fim de se retirar o esmegma, uma secreção sebácea espessa e esbranquiçada, com forte odor, que consiste principalmente em células epiteliais descamadas que se acumulam debaixo do prepúcio (PEREIMA et al, 1999). Já o saco ou bolsa escrotal ou ainda escroto, é onde os testículos se encontram no final da parede abdominal, em local extra corpóreo para se aproximar ou se afastar do corpo exercendo a função conhecida por termorregulação. Uma vez que um espermatozóide leva em média setenta dias para ser produzido e não consegue se desenvolver adequadamente na temperatura corporal habitual de 36,5°C. Essa função mantém os espermatozóidesa uma temperatura geralmente 39 em torno de 1 a 3 °C abaixo da temperatura corporal (CASTRO et al, 1997). Figura 2 – Anatomia do sistema reprodutor masculino. Fonte: (GOWDAK; GOWDAK, 1989) 5.6.2 Síntese e Função da Testosterona Em 1935, a forma molecular desse hormônio androgênico foi elucidada. Após essa descoberta diversos estudos têm demonstrado sua utilização pelo corpo e a rápida metabolização realizada pelo fígado, mesmo de fontes exógenas 40 o que configura um fármaco de meia-vida muito curta, dependendo da sua apresentação farmacológica (SCHANZER, 1996). Em concordância com Smith et al, (1985) a testosterona é, de fato o hormônio masculino mais importante sendo produzida pelas células de Leydig, nos homens, e nas mulheres, em menor quantidade pelos ovários além da glândula supra-renal, que sintetiza testosterona em ambos os sexos. Essa proporção de síntese fica em 95% pelos testículos e apenas 5% pelas supra-renais. A partir do colesterol, segundo Handlesman (2001) que é metabolizado à deidroepiandrosterona (DHEA) e androstenadiona, posteriormente convertido à testosterona pelo fígado. São responsabilidades desses hormônios o desenvolvimento e manutenção do aparelho reprodutor masculino. Quando adulto, a testosterona é secretada e controlada pelo sistema nervoso central (SNC), através da hipófise anterior, que também regula a atividade de glândulas endócrinas do sistema reprodutor, via eixo hipotálamo-hipófise-gonadal. O campo cerebral denominado hipotálamo, através do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), modula a síntese e liberação do hormônio folículo estimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH). A síntese e o nível plasmático de testosterona são mediados por ação dos hormônios gonadotróficos da hipófise, o FSH e o LH. O FSH, atuante nas células de Sertoli, é responsável pela gametogênese e o LH, que atua nas células de Leydig, pela secreção da testosterona (RANG et al, 1997). A testosterona e seus derivados, a diidrotestosterona (DHT) e o estradiol, são responsáveis por alterações anatômicas em indivíduos do sexo masculino, nas diferentes etapas do desenvolvimento humano: é responsável pela diferenciação e o desenvolvimento da vesícula seminal no período fetal, ductos deferentes e epidídimo; e a diidrotestosterona por desenvolver a próstata, pênis e saco escrotal e por fim o estradiol é responsável por desenvolver as estruturas do SNC. Na puberdade, os androgênios exercem o crescimento do tecido escrotal, do pênis e dos pêlos corporais, além da secreção de sebo. Ainda segundo Hardman et al (1996) na fase adulta, esses hormônios realizam a manutenção das características sexuais secundárias, síntese de espermatozóides, hemopoiese dos tecidos osteomusculares, além do comportamento sexual. Como a testosterona apresenta uma meia-vida curta no plasma, modificações químicas diversas na sua estrutura foram realizadas, afim de se 41 encontrar derivados sintéticos que permaneçam mais tempo a níveis séricos e que exerçam atividade biológica superior (BHASIN et al., 1996). 5.6.3 Estrutura química, farmacodinâmica e farmacocinética dos Esteróides Anabólicos Androgênicos (EAA) Segundo Kennedy (2000) a testosterona de administração oral é absorvida de forma muito rápida, todavia, sua metabolização hepática é extensa antes que alcance a circulação sistêmica, esta é uma afirmação compartilhada por Serrano e colaboradores (2007). Apesar de não aumentar a taxa anabólica, a esterificação de EAA tem sido muito adotada por laboratórios a fim de prolongar a meia vida biológica e consequentemente a atividade do fármaco no organismo. A velocidade da liberação dos esterificados administrados via parenteral em solução oleosa, depende do comprimento da cadeia carbônica do ácido carboxílico utilizado para esterificação do 17beta-hidroxila. No procedimento o EAA tem suas atividades lipofílicas apuradas permitindo uma maior aderência aos tecidos adiposos (HAUPT; ROVERE, 1984). Valendo-me da afirmativa de Mottram e George (2000), de que a testosterona é encontrada de formas: ou ligada à globulinas, ficando livre (cerca de 2%) durante cerca de 20 a 30 minutos na circulação sanguínea e isso é unanimidade na literatura; ou ligadas de forma não disponível, onde segundo Karila (2003) cerca de 44% da testosterona sérica esta ligada a globulinas ligantes de hormônios sexuais do inglês sex-hormone globulina (SHBG) e 54% à proteína carreadora albumina. Em relação a isso Hardman et al. (1996) cita que no indivíduo adulto, a concetração plasmática hormônio vai de 300 a 1000 ng/dL (nanograma/decilitro) e a produção diária esta em uma taxa mínima de 2,5mg e máxima de 11mg. A testosterona é metabolizada hepaticamente de forma rápida e cerca de 90% dos metabólitos são excretados via diurese (SMITH et al, 1985; RANG et al, 1997; CORRIGAN, 1999; KENNEDY, 2000, SERRANO et al, 2007). No entendimento de Smith et al (1985) é nos tecidos periféricos que ocorre 42 o metabolismo da testosterona, aqui a enzima 5-alfa-redutase realiza a conversão em DHT. Por sua vez o derivado DHT vai realizar atividade andrógena no meio intracelular. Valendo-me dos estudos de Kennedy (2000) é correto afirmar que este metabólito é o andrógeno ativo mais encontrado em diversos tecidos - alvo, tão potente quanto a testosterona pois possui maior afinidade pelo receptor celular androgênico formando rapidamente o complexo hormônio–receptor com dissociação mais lenta do que o complexo formado pela testosterona. É no tecido adiposo, fígado, saco escrotal (células de Leydig) e no hipotálamo onde a citocromo p450 converte a testosterona em estradiol, que por sua vez, controla funções gonadais. Convém observar que segundo Karila (2003), a redução da testosterona via hepática leva a produção de metabólitos inativos (17-cetoesteróides neutros totais), como a etiocolanolona e androsterona. Os EAAs (assim como a testosterona) são moléculas lipofílicas que sem dificuldade atravessam a MP, com alta especificidade a receptores citoplasmáticos para esteróides, formam complexo droga- receptor. Por sua vez o complexo se dirige ao núcleo, e em contato com o DNA nuclear promove a transcrição de RNAm.Esse processo determina a síntese de proteínas, promovendo ação anabólica de proteínas Esse é o desenho farmacocinético dos EAAs segundo Roskoski (1997). Segundo Thein et al, 1985 são consequências desse processo o aumento da força contrátil muscular pelo armazenamento de (CP) fosfato de creatina: um auxiliar na conversão de ADP (adenosina difosfato) em ATP (adenosina trifosfato); O balanço nitrogenado positivo é um marcador da atividade de síntese protéica em um organismo. Mantê-lo positivo resulta em aumento da força e crescimento muscular, maior armazenamento da fonte secundária de energia para o músculo, o glicogênio muscular, o que aumenta o volume muscular; maior captação de aminoácidos pela célula, o que abastece o pool de aminoácidos independente de insulina; bloqueio do cortisol (hormônio que por vezes desempenha funções musculares catabólicas afim de reestabelecer a homeostase amino-sérica) que é regulado pela condição de estresse físico/psicológico em que o organismo se encontra. Esse é um hormônio antagonista à testosterona e pode suprimir a sua produção bem como os mecanismos do sistema imune do organismo. 43 5.6.4 O emprego terapêutico dos Esteróides Androgênicos Anabolizantes. Nos EUA (Estados Unidos da América) o FDA (Foods and Drugs Administration) órgão responsável pela regulamentação de alimentos e medicamentosno país, libera sob supervisão médica, a utilização de EAAs. Esses fármacos têm sido utilizados no tratamento de hipogonadismo e osteoporose como citam De Rose e Nóbrega (1999); nanismo conforme elucida Schroor et al (1995); a obesidade (em casos específicos) como afirma Corrigan (1999); o câncer de mama avançado segundo Eberling et al, (1994). Conforme Conway et al (2000), com EAA podem ser tratados a anemia causada por disfunções renais ou na medula óssea (MO), em casos de micropênis em neonatos, na deficiência androgênica secundária ou parcial em idosos, nas doenças crônicas e na contracepção hormonal masculina. Os EAAs têm sido utilizados no tratamento da sarcopenia em queimados (DOBS, 1999) e que também aflige indivíduos HIV (+). Também contra fadiga em pacientes renais crônicos que realizam hemodiálise (JOHANSEN et al, 1999); em hipogonadismo (RABKIN et al, 2000) e eugonadismo (GRINSPOON et al, 2000). Segundo Rosenfeld et al, (1992) no tratamento da baixa estatura devida à Síndrome de Turner que ocorre somente em pessoas do sexo feminino, os esteróides anabolizantes têm demonstrado efeito benéfico. Em 2001, Fenichel et al apresentaram os efeitos da administração de EAAs que propiciou a aceleração do crescimento linear e retardo da fraqueza, em pacientes com um grupo de doenças musculares hereditárias e progressivas que têm como principal característica a degeneração da membrana que envolve a célula muscular, conhecidas como Distrofia Muscular Duchenne ou DMD. 5.6.5 Agentes de dopagem Conforme ilustra Goldberg (1996) uma vez que o uso dos EAAs aumenta a força e a massa muscular livre de gordura, a agressividade, além do aumento da síntese protéica e diminuição do tempo de recuperação muscular entre treinos, 44 seu uso se tornou praticamente comum entre atletas profissionais. Além disso, em concordância com Lukas et al (1996), não-atletas tem usado de forma abusiva esteróides anabolizantes em busca de um corpo esteticamente ―perfeito‖. Comumente seu uso esta concomitante ao consumo de álcool e dietas não balanceadas, além do uso de drogas ilícitas como cocaína utilizada para potencializar os efeitos (SCOTT, 1996). Práticas como essas expõe o organismo a um risco não conhecido ou ignorado pelos usuários de EAAs. Métodos comuns de administração incluem: via oral e injetável intra- muscular (IM). Normalmente as doses utilizadas por atletas são até cem vezes maiores que a dose de uso terapêutico. Segundo Goldwire (1995) entre as técnicas incorretas de administração estão: método empilhamento (Stacking): combinação de drogas e de formas de administração; método pirâmide: inicia em doses baixas, chega a administração de até cem vezes o valor inicial e posteriormente retorna a doses baixas; método de ciclos (cycling): caracterizado pelo uso, período ON (período de uso) que vai de 6 a 12 semanas, com período OFF (período de não uso) que vai de 3 a 4 semanas seguido de novo período ON; e método Misto: combinação dos esquemas anteriormente citados. Na concepção de Guezennec (1995) os EAA são utilizados com outras substâncias a fim de mascarar ou amenizar os efeitos colaterais, bem como potencializar o efeito da droga. Em virtude da metodologia parcialmente deficiente utilizada em estudos para mensurar massa muscular e força, obtidos através do uso de EAA, a literatura expressa inconclusividade (KENNEDY, 1997). Um estudo na década de setenta demonstrou que atletas obtiveram aumento da massa e do volume muscular quando submetidos a 100 mg diários de metandrostenolona, durante seis semanas (HERVEY et al, 1976). No grupo placebo a força e a performance melhoraram ao mesmo tempo. Outro estudo na década de noventa, que administrou testosterona semanalmente, durante dez semanas demonstrou hipertrofia muscular bem como aumento da força em homens saudáveis. A dose semanal era de 600mg combinada com exercícios de força. (BHASIN et al., 1996). Em consonância com isso, Corrigan et al (1999) verificaram que atletas profissionais australianos utilizavam DHEA como agente anabólico visando o aumento das concentrações utilizáveis de testosterona e androstenadiona. No 45 mesmo ano em conflito com o estudo de Corrigan et al, King et al (1999) verificou nenhuma alteração nas concentrações séricas de testosterona mediante suplementação de androstenadiona via oral em atletas com treinamento de resistência. 5.6.6 Reações adversas do uso de Esteróides Androgênicos Anabolizantes. Os colaterais do uso de EAA, são variáveis, dependendo da droga, da via de administração e da quantidade administrada bem como, podem ser a curto ou longo prazo. Segundo Copelando et al (2000), o uso abusivo de EAA esta relacionado a síndrome de abstinência por causar dependência, o que altera o comportamento do atleta dentro e fora da sua área de atuação. Isto esta certamente esta ligado à utilização de drogas de uso veterinário, além da super dosagem que pode ser alcançada via oral ou injetável via intramuscular. Em adição, vale lembrar que não raras são as vezes que seus usuários se deparam com drogas falsificadas em virtude da facilidade de aquisição e/ou de preços baixos (HAUPT & ROVERED, 1984). Como a administração dos EAA aumenta a concentração desses hormônios, interfere no sistema de ―feedback‖ negativo, mediado pela hipófise e hipotálamo tornando o hipogonadismo induzido um efeito colateral não muito raro. Por sua vez LH e FSH tem sua liberação diminuída, que também, diminui a produção de testosterona endógena, provocando atrofia testicular e prejudicando os estágios da espermatogênese, levando a oligoospermia ou até azoospermia. Torres-Calleja et al ( 2000) afirmam que estes são efeitos reversíveis com a descontinuação dos medicamentos e/ou a realização da TPC (terapia pós-ciclo) utilizada e indicada por muitos atletas de fisiculturismo. Outros efeitos podem ocorrer como acne, calvície precoce, alteração da libido e ginecomastia que pode ser permanente. A função hepática é também alterada pela administração de EAA e esta associada ao uso de esteróides orais. Segundo os testes de Pertusi et al (2001) a função hepática é restaurada após o cessar da exposição aos EAA. Se não 46 descontinuado no caso de lesão hepática comprovado pode haver ocorrer hepatite colestática, peliose hepática, hiperplasia e adenomas hepatocelulares. O nível da enzima creatina quinase (CK), indicadora de dano muscular, também aumenta consideravelmente. Exames laboratoriais demonstram alterações relacionados á fatores de risco cardiovasculares (O‘SULIVANN et al., 2000), como diminuição da fibrinólise , predisposição ao mecanismo de hipercoagulabilidade e o aumento da agregação plaquetária (FALKENBERG et al., 1997). Contudo, apesar da preservação das funções diastólicas e sistólicas, fora observado por Di Belo et al (1999) a hipertrofia da parede ventricular esquerda, aumento do índice de massa do ventrículo esquerdo e da espessura do septo interventricular, trombose ventricular e embolismo sistêmico. Ainda acrescentam Ferrera et al (1997) e McCarthy et al. (2000), podem ocorrer a cardiomiopatia dilatada, oclusão da artéria descendente anterior resultando em IAM e morte súbita causada através da hipertrofia ventricular esquerda. A dislipidemia é uma alteração metabólica importante causada pelo uso de EAA o que configura uma preocupação constante com o uso indevidos dessas drogas pois o metabolismo dos lipídeos é tema central em se tratando do risco para doenças ateroscleróticas. O aumento significativo nas concentrações de colesterol da lipoproteína de baixa densidade (LDL-C), grande
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