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Introdução aos Princípios Jurídicos - Resenha

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INTRODUÇÃO AOS PRINCÍPIOS JURÍDICOS
RESENHA CRÍTICA
SILVA, Ivan Luiz. Introdução aos princípios jurídicos. Revista de Informação Legislativa. Brasília a. 40 n. 160 out/dez. 2003.
Ivan Luiz a Silva é Mestre em Direito Publico pela UFPE, Pós-graduado em Direito pela ESMAPE – Escola Superior da Magistratura de Pernambuco, Professor da FAL, Procurador de Estado/AL e Advogado, Ex-Procurador de Estado/SE, Ex-Defensor Publico dativo da Assistência Judiciária Federal em Recife-PE.
	Artigo que vem significar através dos conceitos, natureza, ordem, classificação e identificação os princípios Jurídicos na sua concretização legislativa. Sendo tais princípios, normas jurídicas que representam valores aceitos e realizados ao longo do tempo a partir de experiência social de uma determinada sociedade. O autor abordando os aspectos relevantes desse entendimento dividiu o assunto em três partes: os princípios como norma jurídica, a identificação dos princípios e a aplicação dos princípios. 
	Do principio como normas jurídicas: o pensamento jurídico contemporâneo atribui-lhe status de autêntica norma jurídica em razão de sua positividade e vinculatividade na solução de casos concretos. Para este conceito o autor extrai de autores como: De Plácido e Silva, Ivo Dantas, Celso Bandeira de Melo o conceito como mandamentos nucleares e fundamentais de um sistema normativo, atuando como base da ordem jurídica, composto de elementos extraídos da cultura sócio-juridica da sociedade, irradiando comandos que influenciam a composição e funcionamento das normas jurídicas. Na natureza jurídica destes princípios, mesmo havendo uma corrente negativa, que argumentava o alto grau de vagueza e formalidades, prevaleceu à atribuição aos princípios normativos e vinculantes, pois os princípios atuam como normas jurídicas, tendo sua consistência no pós-positivismo. Estes princípios se tornam o pedestal normativo dos sistemas constitucionais. Como núcleo da ordem jurídica, os princípios jurídicos deixam de serem normas subsidiarias para serem normas primárias de normatividade atuando como fundamentos da ordem jurídica. Representa assim um fator de evolução constitucional, pois permite a constituição evoluir e atualizar-se sem que seu texto seja alterado, uma vez que os princípios jurídicos, pela sua maleabilidade tem maior facilidade em se acomodar às alterações que ocorrem no decorrer do tempo.	Para sua classificação o autor utiliza a elaboração de CANOTILHO (1993) que classifica os princípios como: princípios jurídicos fundamentais; princípios políticos constitucionalmente conformadores; princípios constitucionais impositivos e princípios de garantia.
	Da identificação dos princípios jurídicos: considerada pela doutrina como uma tarefa complexa e confusa pelo não esclarecimento se há grau qualitativo entre princípios e regras, normas que compõem a ordem jurídica. Para solucionar a questão o autor apresenta dois critérios: o de Ronald Dworkin (1989, p74) que aplica dois critérios de distinção o do “tudo ou nada” (all or nothing) e o do peso ou importância. E o de Robert Alexy (1993, p. 83) que parte da premissa que ambos são espécies de normas jurídicas. Este apresenta o “critério gradualista qualitativo” onde os princípios encerram mandados de otimização, podem ser cumpridos em distintos graus e seu cumprimento depende de condições fáticas e jurídicas. Conclui o autor que a identificação principiológica se dá nos seguintes termos: 1. São normas jurídicas impositivas, 2. Os princípios constitui exigência de otimização, permite o balanceamento de valores e interesses, consoante seu peso e ponderação de outros princípios conflitantes, 3. Em caso de conflitos, os princípios poder ser objeto de ponderação, harmonização, pois os mesmos contêm apenas exigências, que em primeira linha devem ser realizados, 4. Os princípios possuem uma dimensão de peso, sendo questionadas suas condições para a sua aplicação ou não. Na identificação dos princípios deve o interprete ou operador jurídico perceber os princípios implícitos, aqueles que não constam de forma expressa no texto, mas subsistem em estado de latência. Estes princípios existem por força própria, independentemente de figurarem no texto e são encontrados por meio da interpretação e concretização judicial. 
	Para a aplicação destes princípios observar-se-á sua funções principiológicas clássicas que são: função fundamentadora que consiste na capacidade de servir de base ao ordenamento jurídico, pois representam os valores supremos da sociedade; função interpretativa, que serve de orientação ao operador jurídico na interpretação das normas, adequando-as aos valores fundamentais; função supletiva, onde tem a incumbência da tarefa de integrar a ordem jurídica quando constatada a inexistência de norma jurídica regulando o caso em apreciação; função argumentativa que refere-se à condição prima facie dos princípios, poderá ser afastados por razões opostas mais relevantes envolvida no caso concreto e função mencionada ou prospectiva, tem a finalidade de impedir o retrocesso social. Tais funções permite aos princípios assegurar a unidade da ordem jurídica, permitindo a integração e harmonia, atualizando permanentemente o sistema jurídico positivo. Observar-se-á sua normatividade concreta, para isso (regular e resolver casos concretos) deverá se transformar de uma norma generalíssima e abstrata em uma norma concreta de decisão através da densíficação e concretização. Densificar significa: preencher, completar e precisar o espaço normativo carecido de concretização, tornando possível a solução. Quanto mais densa for a norma maior será sua eficácia normativa. Concretização é a composição de varias fases de densificação da norma até encontrar a norma aplicável ao problema concreto. Será realizado em três níveis: Nível primário de concretização, nível político-legislativo e nível executivo e jurisdicional. 
	 De um modo geral, o autor apoia-se em diversos e conceituados doutrinadores para emitir suas conclusões. Destaca-se o autor José Joaquim Gomes CANOTILHO com sua obra: Direito Cosntitucional. 6. ed. Coimbra: Almedina. 1993. O que não impediu em poucas oportunidades citar renomados juristas e suas obras como destaco alguns: Robert ALEXY – Teoria de lós direchos fundamentales, 1993. Noberto, BOBIO – Teoria do ordenamento jurídico, 1999. Paulo BENAVIDES – Curso de direito constitucional. Ruy Samuel ESPÍNOLA – Conceito de princípios constitucionais, 1999. Em suas ideias o autor conclui que os princípios jurídicos são o núcleo do ordenamento jurídico alçando o ponto mais alto da escala normativa que tais princípios serão identificados pelo emprego de postulados da dimensão e peso e pela ponderação de interesses opostos envolvidos e mesmos aqueles que não estejam enunciados no texto escrito, pelo processo de interpretação. Cita neste artigo o reconhecimento da Constituição Federal no seu art. 5º, § 2º, dispositivo conhecido como cláusula de reserva. E que sua aplicação se dará na solução de casos concretos transformando a norma generalíssima e abstrata em norma de decisão concreta pelas ações: legislativa (leis complementares, ordinárias etc.); judicial (sentenças e acórdãos) e administrativa (atos administrativos).
	O artigo fornece importantes subsídios à medida que propõe uma compreensão correta dos princípios jurídicos como eles são conceituados e aplicados não só do ponto de vista técnico, mas do fundamento do direito onde o operador jurídico achará o caminho para solucionar os impasses gerados, tendo como escopo o maior numero possível de princípios. O entendimento de princípios jurídicos é complexo, mas necessário para dar lógica e validade ao sistema jurídico. É valendo-se dos princípios jurídicos que interpretaremos e aplicaremos a Lei para que estas se ajustem a concretude do caso.
	O autor alcança seu objetivo e oferece sugestões para estudantes do direito, pela utilização de fontes de produção de conhecimento confiáveis. É de grande auxilio, principalmente para aqueles que estudama imprescindível matéria na formação de operadores do direito: Direito Constitucional.
Dário Gomes da Silva, Bacharelando em Direito pela: FBB – Faculdade Batista Brasileira.

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