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Histologia e Biologia do Desenvolvimento – Estudo Dirigido: Células Germinativas e fecundação 01) Uma célula ovo de camundongo pode ser manipulada por transplante nuclear de modo a ficar com dois genomas maternos. Se essa célula manipulada for re-implantada em um animal, seu desenvolvimento será normal? Justifique sua resposta. As células cuja herança deriva somente do óvulo são capazes de se dividir para formar embriões com medula espinhal, músculos, esqueleto e órgãos. Porém, o desenvolvimento para a partir de um ponto, geralmente no dia 10 ou 11; os embriões ficam deformados. Ou seja, o desenvolvimento não é capaz de ser completado quando os cromossomos são somente derivados do óvulo. A razão para a morte embrionário é que em algumas células somente o alelo de certos genes provenientes da mãe é ativo, enquanto que em outras células somente o alelo derivado do gameta masculino é funcional. Um exemplo dessa situação que pode ser citado é de um fator de crescimento de órgãos embrionários e fetais em camundongos: o alelo desse gene derivado paternalmente é ativado em todo embrião, enquanto que o alelo derivado maternalmente é em geral inativo; ou seja, se o alelo materno for mutante, o embrião não terá problemas no crescimento, mas se o alelo mutante for o paterno, o camundongo terá o seu crescimento prejudicado. Ou seja, como certos genes importantes para o crescimento do embrião somente são ativos quando provindos do espermatozóide e outros só são ativos quando provindos do óvulo, os dois pronúcleos (materno e paterno) são necessários para o desenvolvimento completo em mamíferos. 2) Compare a oogênese e a espermatogênese descrevendo as principais diferenças entre esses dois processos. A formação dos gametas é a gametogênese. Em quase todos os animais, os gametas originam - se de células germinativas, nas gônadas — testículos (gônadas masculinas) e ovários (gônadas femininas). ESPERMATOGÊNESE: Os espermatozóides originam - se de espermatogônias, células que se encontram nas paredes dos túbulos seminíferos. Dos túbulos seminíferos, onde são produzidos, os espermatozóides passam para os epidídimos e para os ductos deferentes, onde completam sua maturação e são armazenados. Na fase de Multiplicação, as células germinativas primordiais se convertem em espermatogônias, células diplóides que se multiplicam por mitose. Essa multiplicação se acelera na puberdade e diminui na velhice. A fase de Crescimento começa a ocorrer depois de alcançada a maturidade sexual. Um pequeno aumento do volume do citoplasma transforma espermatogônias em espermatócitos primários, que são células diplóides. A Maturação é a fase em que ocorre a meiose. Após a primeira divisão da meiose, cada espermatócito primário origina dois espermatócitos secundários. Como resultam da primeira divisão da meiose, são células haplóides. A segunda divisão da meiose resulta em quatro espermátides, todas haplóides. Na fase de Espermiogênse, as espermátides, embora haplóides, ainda não são gametas maduros. Por diferenciação, sem divisão celular, se transformam em espermatozóides. OOGÊNESE (OVOGÊNESE): Nos ovários, os ovócitos se encontram circundados por células foliculares, formando os folículos ovarianos primários. Assim como a espermatogênese, a ovogênese também é dividida em fases. A fase de Multiplicação acontece nos ovários, onde as células germinativas primordiais se convertem em ovogônias, células diplóides que se dividem por mitose, aumentando em quantidade. No momento em que é formado o ovócito primário a partir da ovogônia, ele é envolvido por uma camada de células foliculares, que têm forma achatada. O folículo é denominado folículo primordial. Na fase de Crescimento, as ovogônias aumentam muito em volume e se transformam em ovócitos primários, que são células diplóides, e interrompem a meiose na Prófase I (durante o decorrer da oogênese). Uma menina nasce com aproximadamente 400 mil ovócitos primários, no qual apenas de 400 a 500 irão originar gametas, geralmente um a cada ciclo menstrual. A fase de Maturação se inicia quando a menina alcança a puberdade. Diferente da espermatogênese, que após a meiose do espermatócito primário tem-se espermatócitos secundários, quando o ovócito primário conclui a primeira divisão da meiose, surgem duas células haplóides: o ovócito secundário, que recebe quase todo citoplasma, e o glóbulo polar, célula pequena que pode se desintegrar antes da segunda divisão da meiose. Próximo da metade do ciclo menstrual, o folículo maduro se rompe e libera o ovócito secundário, cuja divisão se encontra interrompida na metáfase II. Recolhido pela tuba uterina degenera 24 horas depois de ter sido liberado, se não for fecundado. Se o ovócito secundário for fecundado, a segunda divisão da meiose se completa. Portanto, o verdadeiro gameta feminino humano é o ovócito secundário, que se une com o espermatozóide. Quando o ovócito secundário termina a segunda divisão da meiose, mais uma vez a distribuição do citoplasma é desigual: uma das células - filhas haplóides têm bastante vitelo, enquanto a outra — o corpúsculo polar — recebe quantidade diminuta de citoplasma e degenera pouco depois. Principais diferenças entre os dois processos: ESPERMATOGÊNESE OOGÊNESE Durante a maturação, o espermatócito I dá origem a quatro espermatozóides. Durante a maturação, o ovócito I sintetiza apenas um óvulo O tempo de crescimento é mais rápido, em relação á ovogênese. O tempo de crescimento é mais rápido, em relação á espermatogênese. O tempo que leva a germinação é longo, em relação á ovogênese. O tempo que leva a germinação é curto, em relação á espermatogênese. 3) Quais os principais mecanismos que previnem a penetração de mais de um espermatozóide no óvulo? Tomando como exemplo a fecundação do ouriço, existem dois mecanismos para evitar a entrada de mais de um espermatozóide em um mesmo óvulo: a) REAÇÃO RÁPIDA – Mudança elétrica na membrana plasmática do óvulo – A membrana funciona como uma barreira entre o citoplasma e o ambiente. A concentração iônica dentro do óvulo é muito diferente da do meio externo; isso porque o interior do óvulo possui uma menor concentração de sódio e maior de potássio em relação ao meio externo, o que acaba gerando um potencial de -70mv no interior dessa célula. Nos primeiros 3 segundos após a ligação do primeiro espermatozóide, o potencial dentro do óvulo passa a ser +20mv, por meio de um pequeno influxo de sódio para o óvulo. O espermatozóide não consegue se fundir com membranas que tenham potencial de repouso positivo. Muito provavelmente, o espermatozóide conduz uma proteína carregada positivamente, sendo que a inserção desse componente na membrana do óvulo seria regulada pela carga elétrica transmembrana. b) REAÇÃO LENTA – Exocitose de grânulos corticais – O potencial da membrana só fica alterado por cerca de um minuto. Se os espermatozóides permanecerem ligados ao envoltório do óvulo, a polispermia ainda pode acontecer. A remoção deles é feita pela reação dos grânulos corticais, os quais se tornam ativos depois de 1 minuto da ligação bem sucedida entre espermatozóide e óvulo. Abaixo da membrana do óvulo, existem milhares de grânulos corticais (15.000). Quando o espermatozóide entra, esses grânulos se fundem na membrana do óvulo, liberando seu conteúdo no espaço entre a membrana e a esteira fibrosa das proteínas do envoltório vitelínico. As proteínas que estão envolvidas no processo de exocitose são: - Protease – Dissolvem as regiões que conectam as proteínas do envoltório vitelínico e da membrana celular, secionando o receptor de bindina e todo espermatozóide a ele ligado. - Mucopolissacarídeos liberados pelos grânulos– Produzem um gradiente osmótico que permite a entrada da água no espaço entre a membrana celular e o envoltório; este por sua vez se expande e passa a ser chamado de envoltório de fertilização - Peroxidase – Enrijece o envoltório de fertilização - Hialina – Forma uma capa em volta do óvulo Todo esse processo destrói a ligação entre espermatozóide e óvulo, impedindo a polispermia. 04) Descreva o papel crucial do cálcio na fecundação. No processo de fertilização, o aumento da concentração citosólica de cálcio, no gameta masculino, é um passo essencial na via de sinalização da ZP3 (uma das três glicoproteínas da zona pelúcida e espécie-específica), levando à reação acrossomal, que resulta na liberação do conteúdo vesicular acrossômico e na subseqüente interação dos gametas Depois que ocorre a fertilização, a concentração intracelular de cálcio aumento drasticamente, fazendo com que as membranas corticais se fundem com as do ovo, causando a exocitose do conteúdo dessa vesícula. Essas vesículas representam um mecanismo que impede a polismerpia. Quando ocorre a ligação entre espermatozóide e óvulo, mecanismos contra a polispermia são ativados, entre eles está a liberação de íons de cálcio do retículo endoplasmático, que resulta na onda de cálcio que varre o ovo. Essa liberação de cálcio é essencial para a ativação do desenvolvimento do embrião. Ativa uma série de reações metabólicas, como a ativação da enzima NAD+ quinase, que converte o NAD+ em NADP+; Essa mudança pode acarretar importantes conseqüências: - para o metabolismo lipídico, já que o NADP+ pode ser utilizado como coenzima para a biossíntese lipídica. Ou seja, é importante na construção de novas membranas exigidas durante a clivagem. - quanto ao consumo de Oxigênio: Um surto de redução do oxigênio é utilizado para cruzamento ligado da membrana de fertilização. A enzima responsável por essa redução do oxigênio para água oxigenada também é dependente de NADPH. - NADPH ajuda na regeneração de glutationa (antioxidante hidrossolúvel) e de ovotiois, que são importantes para a retirada de radicais livres que poderiam prejudicar o DNA do ovo e do embrião precoce. O aumento de íons livres de cálcio intracelular também inicia a movimentação dos mecanismos de divisão celular: os íons degradam a ciclina, permitindo o início dos ciclos de divisão
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