Buscar

Ciência Política - PODER, CIDADANIA E DEMOCRACIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 38 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 38 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 38 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PODER, CIDADANIA E 
DEMOCRACIA 
PODER, CIDADANIA E 
DEMOCRACIA 
 
Não basta ter direitos, é preciso exercê-
los plenamente. 
 
 Por isso, trataremos hoje de cidadania 
ativa e de práticas avançadas de 
democracia. 
 
Sabemos que a democracia é uma das 
mais antigas formas de governo. A 
tradição política da Grécia Antiga 
concebia a democracia como o 
governo de muitos, contrapondo-se à 
monarquia – governo de um só – e à 
aristocracia – governo de poucos 
(BOBBIO, 1994). 
 
 
A democracia representa a satisfação, 
sem ordem de prioridades, dos anseios 
– infinitamente distintos - de todos os 
grupos sociais: locais, regionais, 
nacionais ou mundiais. 
 A democracia contemporânea não 
deve reconhecer ordem de prioridades. 
 
 A democracia contemporânea pauta-
se pelo respeito às diferenças. 
 
Todos os problemas presentes na 
sociedade devem ser tratados com o 
mesmo respeito e empenho para 
resolvê-los. 
 As prioridades – reservam-se ao campo 
das ideologias que orientam as ações 
políticas de governo. 
 
 A democracia contemporânea respeita 
as prioridades que são estabelecidas 
programaticamente no jogo 
democrático pelo poder: cobrando 
apenas dos governantes a obediência 
às instituições democráticas e o 
exercício da ética da responsabilidade. 
ATENÇÃO!!! 
 Ética da responsabilidade é um termo 
cunhado pelo cientista social alemão 
Max Weber (1864-1920). É uma 
modalidade de ética que cobra dos 
governantes plataformas e ações 
políticas possíveis de serem 
realizadas: o político deve preocupar-
se com aquilo que é possível fazer e 
não com o que seria ideal realizar. 
Características da cidadania e da 
democracia contemporâneas 
 Nem sempre a existência formal de um 
direito representa a existência 
concreta, real, desse direito. 
 
 Nem sempre podemos afirmar que a 
liberdade civil pode ser exercida de 
forma plena, livre de cerceamentos e 
imposições sociais, embora seja um 
direito civil (1° Geração). 
 Estilo pessoal (homem de cabelo longo, 
tatuagens, piercings, roupas e estilos 
diferentes do “padrão”). 
 
 Orientação sexual. 
 
 Algumas doenças. 
 
 
Na prática cotidiana, não respeitamos os 
direitos de liberdade individual, apenas 
estabelecemos limites de tolerância que 
dizem: você pode ser negro até certo ponto; 
você pode ser homossexual até certo 
ponto... 
NÃO CONFUNDA!!! 
 Respeitar: aceitar sem restrições as 
diferenças que caracterizam 
peculiarmente os seres humanos. 
 
Tolerar: suportar até certo limite as 
diferenças que caracterizam 
peculiarmente os seres humanos. 
FIQUE ANTENADO!!! 
Preconceito é uma manifestação da 
moral social que segrega e 
marginaliza os seres humanos que 
não se enquadram nos padrões 
impostos pela sociedade. 
 Preconceito de Estado é quando essa 
moral social que segrega e marginaliza 
as diferenças é adotada como política 
de governo. 
UM EXEMPLO DE PRECONCEITO... 
 Na realidade, somente o fato de os Estados 
Unidos da América - considerados a grande 
referência da democracia liberal - terem 
adotado o voto universal apenas em 1964 é, 
por si só, essencialmente negativo à cultura 
democrática. 
 
 Antes de 1964, havia impostos eleitorais que 
vedavam a participação política e eleitoral de 
uma significativa parcela da sociedade 
americana: principalmente, a população 
negra. 
 
OUTRO EXEMPLO... 
 
No Brasil, as mulheres, por exemplo, 
conquistaram o direito ao voto 
somente em 1932. 
Contudo, o direito de votar não 
proporcionou às mulheres brasileiras a 
cultura de participação ativa no 
processo político decisório. 
 A lei diz que 30% das vagas devem ser 
reservadas às minorias de gênero – 
para ambos os sexos: pode ser 70% de 
homens e 30% de mulheres ou o 
contrário, 70% de mulheres e 30% de 
homens. 
Todavia, nós sabemos que essa lei existe 
apenas para impulsionar a participação 
política da mulher, visto que não 
precisamos de uma lei para obrigar a 
candidatura de homens. 
FIQUE ANTENADO! 
 
Iniciativas políticas e jurídicas 
convencionalmente chamadas de 
ações afirmativas são benéficas à 
democracia, no caso eleitoral das 
mulheres brasileiras, porque 
impulsionam a cultura de participação 
política. 
 Porém, o maior problema para a 
consolidação do Estado Democrático de 
Direito, no que tange a real cidadania de 
participação política, parece residir no fato 
de que o voto continua sendo moeda de 
troca, principalmente, em localidades menos 
desenvolvidas econômica, política e 
socialmente. Geralmente, as pessoas vêem o 
voto como um instrumento que pode, em 
períodos eleitorais, resolver problemas 
individuais momentâneos. Desse modo, o 
voto deixa de ser um instrumento de poder 
voltado ao bem-estar coletivo: essência da 
cidadania eleitoral. 
ATENÇAO!!! 
 
A cidadania eleitoral concebe o voto 
como um instrumento de poder que 
pode transformar a realidade de uma 
coletividade social: por representar 
ideais, sentimentos e desejos coletivos 
do cidadão, ele não pode ser vendido 
ou trocado. 
 
Quando mencionamos que a venda do 
voto, além da questão política, também 
se condiciona a fatores econômicos e 
sociais, efetivamente estamos dizendo 
que a pobreza contribui 
essencialmente para agravar os 
problemas que servem de entrave à 
consolidação do Estado democrático 
de Direito. 
 Em países europeus, como Alemanha, 
França, Inglaterra e Itália, onde a 
cidadania de participação eleitoral 
apresenta níveis de problemas 
considerados aceitáveis, sabemos que 
as diferenças econômicas que separam 
socialmente as pessoas são 
infinitamente inferiores às diferenças 
encontradas em países - de 
desenvolvimento econômico tardio - 
como o Brasil. 
SAIBA!!! 
 
Países de desenvolvimento econômico 
tardio são àqueles considerados não 
ricos. Também já foram - ou ainda 
podem ser – chamados de países 
periféricos, não desenvolvidos ou em 
desenvolvimento. 
 
Sabemos que os direitos sociais – 2ª 
geração de direitos – são assegurados 
a todo cidadão brasileiro pela 
Constituição de nosso país. Todavia, 
isso não significa que os direitos 
sociais são garantidos, na prática, a 
todos os cidadãos do Brasil. 
FIQUE ATENTO!!! 
 
De acordo com o art. 6º da Constituição 
da República Federativa do Brasil, são 
direitos sociais: a educação, a saúde, o 
trabalho, a moradia, o lazer, a 
segurança, a previdência social, a 
proteção à maternidade e à infância, a 
assistência aos desamparados. 
 Se o Poder Judiciário condenar o 
Estado a cumprir todos os seus 
deveres constitucionais, como fez o 
magistrado mineiro, provavelmente, o 
Poder Executivo federal ficaria 
totalmente inviabilizado política e 
economicamente. Essa é uma 
discussão polêmica que, 
provavelmente, nos remeteria, 
novamente, à discussão da ética da 
responsabilidade nas decisões 
judiciais. 
O FUTURO DA CIDADANIA E DA 
DEMOCRACIA 
NÃO CONFUNDA... 
 
Representação política direta: o cidadão 
toma as decisões políticas 
pessoalmente, não precisando de 
representantes intermediários para 
decidir em seu nome. 
 
 
Representação política indireta ou 
democracia representativa: o cidadão 
delega poderes à outra pessoa – 
deputado - que irá representá-lo nas 
instituições decisórias - parlamentos. 
 
O advento da Globalização promoveu 
significativas mudanças na vida 
econômica, política, social e culturaldas últimas duas décadas de nosso 
tempo. As barreiras políticas e 
ideológicas que impediam a livre 
circulação de capitais pelo mundo 
desapareceram. 
 
Também se iniciou um processo de 
mundialização da cultura que 
padronizou planetariamente, até certa 
medida, os estilos de vida: 
independentemente de viver em 
Tóquio, Nova Iorque, Cidade do 
México, São Paulo etc., todos vestem 
jeans, comem hambúrguer e bebem 
coca-cola. 
 Provavelmente, todos nós já vimos 
programas de TV nos quais o cidadão 
participa votando por telefone ou 
Internet em opções sugeridas pelos 
apresentadores. Seguindo por esse 
caminho, alguns autores defendem 
que, no futuro, as pessoas poderiam 
possuir em seus computadores 
aparelhos que detectassem sua 
identidade através da impressão 
digital, permitindo o voto via 
computador. 
 
 
Nesse estágio de desenvolvimento 
social e tecnológico, o cidadão 
poderia assistir aos debates sobre os 
temas municipais, estaduais e 
nacionais e decidir pessoalmente – 
diretamente – sobre suas 
preferências: seria o retorno político 
à democracia direta. 
 
 É claro que o problema para 
chegarmos a essa realidade não é 
tecnológico - aparelhos para identificar 
digitais por computador, inclusive, já 
existem -, mas sim, social. A maioria 
das pessoas ainda não possui 
computadores ou não sabe manuseá-
los. Na verdade, a Era da Informática 
produziu mais uma modalidade de 
segregação: a segregação digital. Hoje, 
falamos em analfabetismo digital. 
 
SERÁ QUE SERIA BOM? 
 
Além disso, a falta de cultura de 
cidadania ativa (BENEVIDES, 1998) 
facilitaria o mercado do voto numa 
sociedade que eliminasse a 
fiscalização individual do processo 
eleitoral. 
 
PENSE!!! 
• Cidadania ativa: participação constante 
no jogo de poder político. Cultura de 
participação política. 
• Anthony Giddens (2001), por exemplo, 
defende que o futuro da democracia 
associa-se à ação dos partidos 
políticos que podem criar novos canais 
de participação para propiciar ao 
cidadão maiores possibilidades de 
atuar no jogo decisório de poder. 
 
 Norberto Bobbio (1987), por sua vez, 
acredita que o futuro da democracia 
relaciona-se com a possibilidade de o 
cidadão decidir diretamente apenas 
nas instâncias de poder ligadas ao seu 
convívio cotidiano. Assim, as pessoas 
decidiriam como deve funcionar a 
escola do filho, a empresa em que 
trabalham e, até mesmo, decidir quais 
as prioridades de investimentos de 
recursos municipais no bairro onde 
moram. 
 
 
Os cidadãos decidiriam em todas as 
instâncias de poder nas quais, 
efetivamente, pudessem se 
representar, deixando as demais para 
os representantes políticos. 
 
 
 
Embora as teorias de Giddens e Bobbio 
sobre o futuro da democracia sejam 
divergentes, na prática, elas são um 
misto de democracia direta e 
representativa. Isso parece bem mais 
razoável – no momento atual de nossa 
democracia – do que fazer projeções 
excessivamente otimistas sobre o 
futuro das ações participativas. 
 
Na realidade, ainda precisamos 
solidificar nossa cultura de 
participação ativa: e isso leva tempo. 
Os problemas reais relacionados aos 
direitos civis, políticos e sociais 
presentes em nossa sociedade são 
exemplos da morosidade que 
caracteriza os processos de 
consolidação democrática: não 
podemos nos esquecer disso. 
 
PENSANDO SOBRE O ASSUNTO 
 Você sabe quais são os itens da cesta 
básica que o salário mínimo brasileiro 
deveria ser suficiente para comprar? 
Vejamos: produtos de alimentação, 
higiene pessoal, pagamento de tarifas 
de água, luz, aluguel, telefone, gastos 
com vestuário, transporte, lazer e 
cultura. Enfim, todos aqueles bens 
necessários à nossa vida cotidiana que 
não são proporcionados integralmente 
ou na proporção necessária pelo 
Estado. 
SAIBA MAIS... 
 
 Leia, nas férias, os livros de Norberto 
Bobbio: O futuro de democracia 
(Editora Paz e Terra) e de Anthony 
Giddens: A terceira via e seus críticos 
(Editora Record).

Outros materiais