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Apostila Fisiologia do Sistema Nervoso

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V e t e r i n a r i a n D o c s 
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Fisiologia 
 
 
Fisiologia do Sistema Nervoso 
Sistema Nervoso: forma uma rede de comunicação através de circuitos neurais 
constituídos por neurônios interconectados por sinapses. 
Neurônios: unidade funcional do SN. É composto por uma superfície receptora 
(corpo celular) e ramificações (dendritos – são extensões do corpo celular, dendritos de 
muitos neurônios apresentam condutâncias dependentes de voltagem e recebem as 
sinapses ou conexões neurônio-neurônio). Axônios originam-se do somo em uma região 
especializada (cone de emergência) e fazem contatos sinápticos com outros neurônios 
ou com células efetoras, e também conduzem substâncias químicas na direção das 
terminações sinápticas (transporte axonal). O complexo biossintético do neurônio é 
composto pelos corpos de Nissl, que são grupamentos de retículo endoplasmático 
rugoso e pelo complexo de Golgi. 
-Os potenciais de ação que atingem o terminal pós-sináptico, geralmente liberam uma 
substância neurotransmissora. O neurotransmissor pode excitar a célula pós-sináptica, 
provocando a gênese de um ou mais potenciais de ação, ou inibi-la. 
 Neuróglia: também chamadas de células de sustentação. Não participa 
diretamente da comunicação de informação de curta duração, mas auxilia nesta função. 
Células neurogliais suprem muitos axônios com bainhas de mielina, que aumentam a 
velocidade de condução dos potenciais de ação. 
 
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 -No sistema nervoso periférico: dão suporte às atividades dos neurônios 
(células de Schwann e células-satélites) 
 -No sistema nervoso central: astrócitos, oligodendrócitos, micróglia e 
células ependimais. 
 *Astrócitos: auxiliam na regulação do microambiente dos neurônios no SNC. 
Apresentam os ‘pés-astrocitários’ que fazem contato com os capilares e com o 
t.conjuntivo na superfície do SNC (pia-máter). Estes pés auxiliam, limitando a livre 
difusão de substâncias para o SNC. Funcionam tamponando o meio extracelular dos 
neurônios com relação aos íons e neurotransmissores. Após uma agressão, os processos 
astrocitários que contêm estes filamentos gliais hipertrofiam e formam uma cicatriz 
‘glial’. 
*No SNC, os axônios mielinizados são envolvidos por membranas da oligodendroglia, 
enquanto os amielínicos são desprovidos de revestimento. 
 *A mielina aumenta a velocidade por permitir que o fluxo de corrente iônica 
durante os potenciais de ação, ocorra apenas nos nós de Ranvier. Esta ação resulta em 
uma ‘condução saltatória’, que é o ‘salto’ dos impulsos nervosos de um nodo ao outro. 
 *Células-satélites: regulam seu microambiente, semelhante aos astrócitos. 
 *Micróglia: são fagócitos em potencial. Auxiliam na remoção dos resíduos 
celulares da agressão. 
 *Células do epêndima: formam o epitélio que separa o SNC do líquido 
cefalorraquidiano (LRC) nos ventrículos. O LCR é secretado por células ependimais 
especializadas dos plexos coróides. 
Transporte Axonal: organelas ligadas à membrana e à mitocôndria são 
transportadas de modo relativamente rápido através de um transporte axonal rápido. 
Substâncias que estão dissolvidas no citoplasma, como proteínas, são movidas pelo 
transporte axonal. Requer energia metabólica e envolve os íons de cálcio. Propõe-se que 
o transporte axonal seja dependente do movimento dos filamentos de transporte. O 
cálcio desencadeia o movimento das organelas ao longo dos microtúbulos. Proteínas 
motoras especiais, ligadas aos microtúbulos, denominadas ‘cinesina’ e ‘dineína’, são 
necessárias para o transporte axonal, que ocorre em ambas as direções. O transporte 
 
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axonal para o axônio terminal, é denominado de ‘transporte axonal anterógrado’, e 
envolve a Cinesina. O transporte no sentido oposto, que é dirigido pela Dineína é 
denominado de ‘transporte axonal retrógrado’. 
Reações do tecido nervoso à uma lesão: 
1-Degeneração: Quando um axônio é seccionado, o soma do neurônio apresenta 
uma ‘reação axonal’ ou cromatólise. Durante a reação axonal as cisternas do retículo 
endoplasmático rugoso ficam distendidas com os produtos da síntese protéica. Devido 
ao fato de o axônio não poder sintetizar novas proteínas, o axônio distal à ‘ferimento’ 
morre. Ao término de alguns dias, o axônio e todas as terminações sinápticas associadas 
se desintegram. Se o axônio for mielinizado, a bainha de mielina fragmenta-se e é, 
eventualmente, fagocitada e removida. No SNP, as células de Schwann que formam a 
bainha de mielina permanecem viáveis, e sofrerão divisão celular. (Degeneração 
Walleriana). 
Se os axônios que fornecem a única aferência sináptica para uma célula efetora 
são interrompidos, a célula pós-sináptica pode sofrer uma ‘Degeneração Transneural’ 
ou mesmo morrer. Ex.: atrofia das fibras musculares esqueléticas. 
 2-Regeneração: Após um axônio ser perdido por uma lesão, muitos 
neurônios são capazes de regenerar um novo axônio. O coto proximal do axônio lesado 
desenvolve ‘brotamentos’. No SNP, estes brotamentos prolongam-se e crescem ao 
longo do trajeto do nervo original, se esta rota estiver disponível. As células de 
Schwann do coto distal do nervo não só sobrevivem à degeneração Walleriana, mas 
também proliferam e formam uma fileira ao longo do trajeto previamente adotado pelos 
axônios. ‘Cones de crescimento’ dos axônios em brotamento acham seu caminho ao 
longo das fileiras de células de Schwann e podem reinervar o trajeto original das 
estruturas periféricas. As células de Schwann, então, remielinizam os axônios. A 
velocidade de regeneração é limitada pela velocidade do transporte axonal lento. No 
SNC o direcionamento está ausente, pois a oligodendróglia não forma uma via ao longo 
da qual eles possam crescer. 
 *Oligodendróglia: mieliniza muitos axônios centrais. 
 *Células de Schawann: fornece mielina para um único axônio periférico. 
 
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Fatores Tróficos: fator de crescimento neural (NGF) 
 1-Fator de crescimento derivado do cérebro (BDGF) 
 2-Neurotrofinas 3,4,5 
 3-Fator neutrófico ciliar 
 *Alguns desses fatores afetam o crescimento das células ganglionares. 
O NGF é secretado por célula-alvo e liga-se a receptores especiais localizados 
nos neurônios com os quais as células-alvo fazem sinapse. O conjunto de NGF e o 
receptor é internalizado e o NGF transportado, retrogradamente, para o soma, podendo 
atuar diretamente no núcleo, afetando a produção de enzimas responsáveis pela síntese 
de neutransmissores e pelo crescimento axonal. 
Funções gerais do Sistema Nervoso 
 - percepção sensorial, processamento de informações e comportamento. 
*Excitabilidade: é uma propriedade celular dos neurônios, envolvendo sinais elétricos 
que permitam receber e transmitir informações. 
*Detecção sensorial: é o processo pelo qual os neurônios traduzem a energia ambiental 
em sinais neurais. A detecção sensorial é realizada por neurônios especiais, 
denominados ‘receptores sensoriais’. Ex.: forças mecânicas, luz, som, químicos e 
temperatura. 
 Processamento de informação: 
1- Transmissão da informação nas redes neurais 
2- Transformação dos sinais (cominando-os com outros sinais – 
integração neural) 
3- Armazenamento e recuperação de informações de memória 
4- Uso da informação sensorial para a percepção 
5- Processos de pensamento 
6- Aprendizado 
 
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7- Planejamento e execução de comandos motores 
8- Emoções 
*O comportamento consiste da totalidade das respostas de um organismo ao seu 
ambiente. 
Sistema Nervoso Periférico 
Estabelece uma interface entre o ambientee o SNC. Incluindo neurônios 
sensoriais (aferentes primários), os motoneurônios somáticos e os motoneurônios 
autonômicos. 
 1-Neurônios Aferentes Primários: estão conectados perifericamente aos 
receptores sensoriais. Os receptores sensoriais fornecem informações para o organismo 
sobre os meios interno e externo. As informações são transmitidas ao SNC por uma 
série de impulsos nervosos nos neurônios aferentes primários. O axônio de cada 
neurônio aferente primário bifurca-se em dois ramos: 
 1-Ramo periférico (estende-se distalmente até os receptores sensoriais 
apropriados). 
 2-Ramo central (penetra no SNC através da raiz dorsal ou do nervo 
craniano). 
 Funções dos receptores sensoriais: 
 1-Transdução: a estimulação resume-se a uma ação exercida por alguma 
forma de energia ambiental sobre o organismo, que pode resultar na ativação de um ou 
mais receptores sensoriais. Um estímulo é um evento do meio, que excita os receptores 
sensoriais, os quais, então, fornecem informação sobre as características do estímulo ao 
SNC. A resposta ao estímulo é o efeito que este produz no organismo. As respostas 
podem ser reconhecidas em vários níveis: 
 1-Alteração de potenciais nos receptores sensoriais 
 2-Transmissão de potenciais de ação ao longo do axônio 
 3-Eventos sinápticos nas redes neurais sensoriais 
 
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 4-Atividade motora 
 4-Eventos comportamentais 
*Quimiorreceptor: responde quando um estímulo químico reage com moléculas 
receptoras na membrana plasmática do receptor sensorial. 
*Mecanorreceptor: abre em resposta a uma força mecânica sobre a membrana, este 
estímulo abre o canal iônico e permite um influxo de corrente que despolariza o receptor 
sensorial. 
*Fotorreceptor: está aberto no escuro e fechado quando um fóton é absorvido pelo 
pigmento na membrana do disco. Neste caso, um influxo de corrente ocorre no escuro, a 
corrente cessa quando se aplica luz. Quando não há mais corrente o fotorreceptor 
hiperpolariza. 
-Potencial Receptor: é um evento despolarizante resultante do influxo de corrente, que 
leva o potencial de membrana de um receptor sensorial, em direção ao limiar necessário 
para desencadear um potencial de ação. 
-Campo Receptivo: é uma região de um neurônio sensorial que quando estimulada afeta 
a descarga do neurônio. Por exemplo, um receptor sensorial pode ser ativado por um 
deformação em somente uma pequena área da pele. Esta área é o campo receptivo 
excitatório do receptor sensorial. 
-Estímulo Limiar: é o menor estímulo que pode ser seguramente detectado. Para a 
detecção, o estímulo deve produzir potenciais receptores que são suficientemente 
grandes para ativar uma ou mais fibras aferentes. 
Sistema Nervoso Central: inclui a medula espinhal e o encéfalo. 
 -Mielencéfalo: medula oblonga (controle cardiovascular e respiratório); 
 -Metencéfalo: ponte (controle respiratório, controle dos movimentos oculares) e 
cerebelo (controle motor e aprendizagem motora); 
 -Mesencéfalo: mesencéfalo (transmissão acústica); 
 -Diencéfalo: tálamo (transmissão motora) e hipotálamo (controle autonômico e 
endócrino); 
 
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 -Telencéfalo: gânglios da base (controle motor) e córtex cerebral (percepção 
sensorial, aprendizagem, memória, movimentos voluntários); 
 *Corpo caloso: conecta os hemisférios cerebrais 
-O Meio Ambiente dos Neurônios do Sistema Nervoso Central: O controle é fornecido 
pela regulação da circulação cerebral, da presença da barreira hemato-cefálica, da 
função de tamponamento da neuroglia e troca de substâncias entre o líquido 
cefalorraquidiano e o fluido extracelular do SNC. 
-Barreira Hemato Cefálica: o movimento de grandes moléculas e íons altamente 
carregados, do sangue para o cérebro e medula espinhal é consideravelmente restrito. 
 Ação: junções estreitas entre as células capilares endoteliais do SNC. 
A neuroglia, denominada astrócito, vai também auxiliar, limitando o movimento de 
certas substâncias. 
-Líquido Cefalorraquidiano: é formado pelos plexos coróides que são revestidos por 
células ependimais localizadas nos ventrículos laterais, terceiro e quarto ventrículos. O 
LCR sai do sistema ventricular para o espaço subaracnóide. O LCR circula através do 
espaço subaracnóide que circunda o encéfalo e a medula. A maior parte do LCR é 
removida passivamente, através de um mecanismo valvular, pelas vilosidades 
aracnóides, para os seios venosos durais do crânio. O LCR apresenta menor 
concentração de K
+
, glicose e proteína, mas maios concentração de Na
+
 e Cl
-
 que o 
sangue. A maior concentração de Na
+
 e Cl
-
 permite ao LCR tornar-se isotônico com 
relação ao sangue, a despeito de concentrações muito baixas de proteínas. 
Sistema Somatossensorial 
-Transmite informações dos órgãos receptores sensoriais na pele, músculos, 
articulações e vísceras para o córtex cerebral. As informações que se originam destes 
receptores alcançam inicialmente a medula espinhal ou o tronco cerebral por meio de 
neurônios de primeira ordem (neurônios aferentes primários). 
-A análise da informação somatossensorial envolve o tálamo e o córtex cerebral. 
-Em algum local indeterminado, a informação sensorial resulta em percepção, 
que é um estado de consciência do estímulo. 
 
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 *Principais Vias Somatossensoriais: vias ascendentes que conduzem informação 
do corpo 
 1-Dorsal-lemnisco medial; 
 2-Trato espinotalâmico; 
 3-Trato trigeminotalâmico; 
 As modalidades sensoriais que são mediadas pelo sistema somatossensorial 
incluem tato-pressão, vibração-tremulação, propriocepção, sensação térmica, dor e 
distensão visceral. 
-Receptores Sensoriais Somatoviscerais: 
 1-Receptores Cutâneos: os principais, mecanorreceptores, termorreceptores e 
nociceptores. 
1.1-Mecanorreceptores: respondem a estímulos mecânicos, tais como pancadas ou 
deformações da pele. Um receptor de adaptação rápida é aquele que descarrega no 
início (e no fim) de um estímulo. Um receptor de adaptação lenta continua a descarregar 
enquanto o estímulo for mantido. 
 Ex.: Rápidos: receptores do folículo capilar, corpúsculos de Meissner e 
corpúsculos de Pacini. 
 Lentos: terminação celulares de Merkel as de Ruffini, mecanorreceptores 
C. 
*Ruffini: são ativadas pelo estiramento da pele. 
*Merkel: campos receptivos puntiformes 
**Axônios de todos estes tipos de receptores são mielinizados. 
1.2- Termorreceptores: existem 2 tipos de receptores na pele (frio e calor). Ambos de 
adaptação lenta. Os receptores são ativos sob uma ampla gama de temperaturas. A 
temperatura moderada da pele (35ºC), ambos os receptores podem estar ativos. 
Contudo, se a pele está sendo aquecida, os receptores de frio tornam-se inativos, e vice-
versa. 
 
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 A níveis nocivos (prejudiciais) acima de 45ºC, estes receptores não irão registrar 
calor doloroso. 
*Outra classe de receptores de frio é ativada apenas quando a temperatura da pele é 
diminuída abaixo de um certo ponto. 
1.3- Nociceptores: respondem a estímulos que ameaçam ou danificam o organismo. 
Existem 2 tipos (nociceptores mecânicos Aδ e os nociceptores polimodais C). 
 Os nociceptores mecânicos Aδ são supridos por fibras aferentes mielinizadas 
finas, e os nociceptores polimodais C por fibras amielínicas. Os nociceptores mecânicos 
Aδ respondem a estímulos mecânicos fortes, como espetar a pele com uma agulha ou 
comprimir a pele com uma pinça. Os nociceptores polimodais C, por outro lado, 
respondem a vários tipos de estímulos, incluindo mecânicos e térmicos. 
 Os nociceptores podem sofrer uma sensibilização periféricaapós serem expostos 
a um estímulo nocivo forte. Nociceptores sensibilizados respondem mais vigorosamente 
a estímulos nocivos, porque seu limiar para ativação está diminuído. 
 *Hiperalgesia: caracterizada por um aumento da dor produzida por estimulação 
em uma certa intensidade e por diminuição do limiar de dor. 
 *Os nociceptores são frequentemente responsáveis pelo início da inflamação. O 
tipo de inflamação em que os nociceptores estão envolvidos é denominado ‘inflamação 
neurogênica’. 
Receptores Musculares, Articulares e Viscerais: Os músculos esqueléticos também 
apresentam vários tipos de receptores sensoriais, principalmente mecanorreceptores e 
nociceptores. 
 -Receptores de estiramento: fusos musculares e órgãos tendinosos de Golgi. 
*Os nociceptores nos músculos respondem à pressão aplicada ao músculo e à liberação 
de metabólitos, especialmente durante a isquemia. 
 -Ergorreceptores: sinalizam o trabalho dos músculos 
Articulações: mecanorreceptores articulares e nociceptores articulares 
 *Mecanorreceptores: 
 
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 -Adaptação rápida: corpúsculos de Pacini. 
 -Adaptação lenta: terminações de Rufini. 
Estes mecanismos sinalizam a pressão ou torção aplicada à articulação. 
Vísceras: alguns mecanorreceptores viscerais são responsáveis pela sensação de 
distensão e os nociceptores viscerais sinalizam a dor visceral. Os nociceptores viscerais 
podem estar inativos em circunstâncias normais, mas eles tornam-se ativos após serem 
sensibilizados por uma lesão ou inflamação. 
Raízes Espinhais e Dermátomos: axônios do sistema nervoso periférico (SNP), entram e 
saem do SNC através de raízes espinhais. 
 Raízes dorsais: as raízes de ambos os lados de um determinado segmento 
espinhal são compostas inteiramente pelos processos centrais das células ganglionares 
da raiz dorsal. 
 Raízes ventrais: consistem, principalmente, de axônios dos motoneurônios. 
*Um determinado gânglio da raiz dorsal supre uma região cutânea específica, que é 
denominada ‘Dermátomo’. 
Invervação da face pelo Nervo Trigêmeo: os processos periféricos dos neurônios no 
gânglio trigemial passam através das divisões oftálmica, maxilar e mandibular do nervo 
trigêmeo, para inervar regiões semelhantes aos dermátomos na face. O nervo trigêmeo 
também os dentes, as cavidades oral e nasal e a dura-mater. 
Vias somatossensoriais da medula espinhal dorsal 
1-Via da Coluna Dorsal-Lemnisco Medial: ramos ascendentes de muitas fibras 
aferentes primárias mielinizadas trafegam rostralmente pelo funículo dorsal da medula 
espinhal até a medula oblonga. Os neurônios de segunda ordem, que recebem fibras 
aferentes primárias do funículo dorsal, estão localizados nos núcleos da coluna dorsal da 
medula oblonga caudal. Diferenças entre as respostas dos neurônios dos núcleos da 
coluna dorsal e as dos neurônios aferentes primários: 
1- Os neurônios dos núcleos da coluna dorsal possuem campos receptivos 
maiores. 
 
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2- Os neurônios dos núcleos da coluna dorsal às vezes respondem a mais do 
que um tipo de receptor sensorial. 
3- Os neurônios da coluna dorsal geralmente possuem campos receptivos 
inibitórios. 
Vias somatossensoriais secundárias da medula espinhal dorsal: trato espinocervical, 
via pós-sináptica da coluna dorsal e colaterais do trato espinhocerebelar dorsal, que 
terminam em um núcleo da medula oblonga. 
Funções sensoriais das vias da medula espinhal dorsal: 
 1-Tremulação-vibração: tremulação refere-se ao reconhecimento de um 
estímulo mecânico transitório de baixa freqüência. Tratos sensoriais ascendentes 
conduzem a informação que é utilizada para a sensação de tremulação (via da coluna 
dorsal-lemnisco medial, trato espinocervical e a via pós-sináptica da coluna dorsal). 
*O trato espinotalâmico, na porção ventral da medula espinhal, é parcialmente, 
responsável pela sensação de tremulação. 
 O sentido de vibração envolve o reconhecimento de um estímulo transitório de 
alta freqüência. Os corpúsculos de Pacini detectam a vibração de alta-frequência. A 
informação é transmitida através da via da coluna dorsal-lemnisco medial. 
 2-Trato-pressão: uma deformação mantida da pele é reconhecida como tato-
pressão. Células de Merkel e terminações de Ruffini são os receptores. As vias 
ascendentes que conduzem as informações provenientes destes receptores são as vias da 
coluna dorsal-lemnisco medial e a pós-sináptica da coluna dorsal. 
 3-Propriocepção: os sentidos de movimento e posição articulares estão incluídos 
nesta. A informação sensorial origina-se dos receptores nos músculos, articulações e 
pele. Nas articulações proximais, como o joelho, a informação mais importante é 
oriunda da atividade dos fusos musculares, nos músculos que movem a articulação. Nas 
articulações distais, como as dos dedos, também contribuem as terminações de Ruffini. 
Ascendem na via da coluna dorsal-lemnisco medial. A maior parte das informações 
necessárias depende de ramos colaterais do trato espinocerebelar dorsal. 
 
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 4-Sensações viscerais: a informação sobre a distensão visceral origina-se nos 
receptores de estiramento na parede da víscera e é transmitida através da via da coluna 
dorsal – lemnisco medial. 
 *A via da coluna dorsal – lemnisco medial é responsável, em grande 
parte, pela mediação da dor visceral. 
Vias somatossensoriais da medula espinhal ventral: 
1- Trato Espinhotalâmico: é a via sensorial mais importante para a dor 
somática e sensações térmicas. Ela também contribuí para a sensação tátil. A 
maioria das células do trato espinotalâmico recebem aferências excitatórias 
de nociceptores na pele, mas muitas delas podem ser excitadas por estímulos 
nocivos nos músculos, articulações ou vísceras. Assim, as diferentes células 
do trato espinotalâmico respondem de um modo apropriado à sinalização de 
eventos nocivos, térmicos ou mecânicos. 
Algumas células nociceptivas do trato espinotalâmico recebem uma 
aferência excitatória convergente de muitos tipos diferentes de receptores 
sensoriais cutâneos. Por exemplo, um certo neurônio espinotalâmico pode 
ser ativado fracamente por um estímulo tátil, mas mais vigorosamente por 
um estímulo nocivo. Estes neurônios são denominados ‘células dinâmicas de 
amplo espectro’, porque elas são ativadas por estímulos com amplas faixas 
de intensidade. Alguns neurônios são frequentemente denominados células 
nociceptivas específicas ou de alto limiar. 
Os neurotransmissores liberados por nociceptores que ativam as células 
do trato espinotalâmico incluem o aminoácido excitatório Glutamato e 
alguns vários peptídeos. 
Os peptídeos parecem atuar como neuromoduladores. Por exemplo, 
através de uma ação combinada com um aminoácido excitatório como o 
Glutamato, a substância P produz um aumento de longa duração nas 
respostas das células do trato espinotalâmico. Os neurotransmissores que 
podem inibir a atividade das células do trato espinotalâmico incluem os 
aminoácidos inibitórios, GABA e a glicina, além das monoaminas e dos 
peptídeos opióides endógenos. 
 
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Funções sensoriais das vias da medula espinhal ventral: 
 As sensações mais importantes mediadas pelas vias espinhais ventrais são a dor 
e a temperatura. Contudo, elas contribuem também para a sensação de tremulação. 
Sensação da Face: 
 1-Vias Tátil Trigemial e Propioceptiva: a via do núcleo sensorial principal se 
assemelha à via da coluna dorsal – lemnisco medial. Este núcleo sensorial transmite 
informações táteis. Estes neurônios, por sua vez, inervam receptores de estiramento nos 
músculo da mastigação e em outros músculos da cabeça.2-Sistema Nociceptivo Trigemial e Termorreceptivo: a dor na região inervada 
pelo trigêmeo é particularmente importante, porque inclui as dores de dente e de cabeça. 
As fibras aferentes primárias dos nociceptores e termorreceptores da cabeça penetram 
no tronco cerebral através do nervo trigêmeo. 
Dor 
A dor é um fenômeno complexo e inclui os componentes discriminativo-
sensorial e afetivo-motivacional. O processamento sensorial neste nível e em níveis 
superiores do córtex cerebral resulta em percepção: 
1- Da qualidade da dor 
2- Da localização do estímulo doloroso 
3- Da intensidade da dor 
4- Da duração da dor 
As respostas afetivo-motivacionais ao estímulo doloroso incluem atenção e alerta, 
reflexos somáticos e autonômicos, respostas endócrinas e alterações emocionais. Estas 
contribuem coletivamente para a natureza não-prazerosa dos estímulo doloroso. 
Dependem das vias ascendentes: espinotalâmico e trigemeotalâmico. 
Tipos de dor: 
 1-Dor nociceptiva: a dor que é associada à descarga de nociceptores. 
 
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 2-Hiperalgesia: os nociceptores aferentes primários tornam-se sensibilizados 
após uma lesão na pele ou em outro tecido. Então um estímulo doloroso pode tornar-se 
ainda mais doloroso. 
 3-Alodínia: ocorre se um estímulo tátil ou térmico normalmente inócuo provocar 
dor. 
 4-Dor referida: é definida como aquela que é percebida numa área distante da 
sua original real. Ex.: do no coração isquêmico pode ser referida à parte interna do 
braço esquerdo. 
Uma explicação para a dor referida é que muitos neurônios espinotalâmicos 
recebem aferências excitatórias não somente da pele, mas também dos músculos e 
vísceras. Os segmentos da medula espinhal que inervam os dermátomos que contêm o 
campo receptivo cutâneo de uma célula correspondem aos segmentos que inervam os 
músculos ou as vísceras. 
 5-Dor neuropática: a dor algumas vezes ocorre na ausência da estimulação do 
nociceptor. Este tipo de dor ocorre principalmente após a lesão em nervos periféricos ou 
em partes do SNC. Ex.: dor do membro fantasma. 
Inibição da Dor: os neurônios do trato espinotalâmico apresentam campos receptivos 
inibitórios que podem ser úteis para aliviar a dor. A teoria do controle do portão da dor 
explica como um estímulo inócuo pode inibir as respostas dos neurônios. 
Controle eferente da sensação somática: 
 O sistema provavelmente suprime a dor excessiva sob certas condições. Por 
exemplo, é bem conhecido que soldados no campo de batalha, vítimas de acidentes e 
atletas em competições, freqüentemente não sentem dor ou sentem muito pouca dor, por 
ocasião de um ferimento ou de uma fratura no osso. Após certo tempo, a dor é percebida 
e torna-se severa. (sistema analgésico endógeno). 
 Os opióides tipicamente inibem a atividade neural nas vias nociceptivas. Foram 
propostos dois locais de ação para a inibição opiácea, pré e pós-sináptica. A ação pré-
sináptica dos opiáceos nos terminais nociceptivos aferentes aparece como a substâncias 
P. A ação pós-sináptica produz um potencial inibitório pós-sináptico. 
 
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 *Substância P: é um decapeptídeo que possui várias atividades biológicas. Ela é 
sintetizada nos ribossomos como uma grande proteína sendo então convertida 
enzimaticamente em um peptídeo ativo. Este peptídeo é amplamente distribuído no 
sistema nervoso central e periférico dos vertebrados, onde atua como um 
neurotransmissor. 
 A serotonina pode inibir os neurônios nociceptivos e possivelmente desempenha 
um papel importante no sistema de analgesia endógeno. Os neurônios 
catecolaminérgicos podem contribuir para o sistema de analgesia endógeno. 
Os Sentidos Especiais 
 Encefalização: é uma tendência evolutiva, na qual os órgãos dos sentidos 
especiais se desenvolvem na cabeça dos animais, juntamente com os sistemas neurais 
correspondentes no encéfalo. 
1-Visão 
 O olho pode distinguir duas características da luz: o seu brilho e seu 
comprimento de onda (cor). A luz entra no olho e estimula os fotorreceptores de um 
epitélio sensorial especializado, a retina. Os bastonetes têm baixos limiares para detectar 
a luz e operam melhor sob condições de reduzida luminosidade (visão escotópica). No 
entanto, eles não proporcionam imagens visuais bem definidas nem contribuem para a 
visão colorida. Os cones, ao contrário, não são tão sensíveis quanto os bastonetes à luz 
e, portanto, operam melhor sob as condições da luz do dia (visão fotópica). São 
responsáveis pela boa acuidade visual e pela visão colorida. 
 O processamento de informação na retina é realizado pelos interneurônios 
retinianos. A principal via é através do Núcleo Geniculado Lateral (NGL) do tálamo. 
Este núcleo se projeta, através da radiação óptica, ao córtex visual. 
Estrutura do olho: 
 Camada externa: córnea transparente com seu epitélio (conjuntiva) e a esclera 
opaca. 
 
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 Camada média: íris e coróide. A íris contém fibras musculares lisas com 
orientação radial (m. dilatador da pupila) e circular (m. esfincteriano). A coróide é rica 
em vasos que irrigam as camadas externas da retina. 
 Camada interna: retina. A acuidade visual é maior parte na parte central da 
retina, numa área chama mácula lútea. A fóvea é uma depressão no meio da mácula, 
onde as imagens visuais são focalizadas. 
 *Lente (cristalino): é responsável por focalizar a luz na retina. 
Líquidos: 
 1-Humor aquoso: localizado na câmara anterior. É secretado pelo epitélio do 
corpo ciliar. Drenado pelo canal de Schlemm. 
 2-Humor vítreo: localizado na câmara posterior. 
*Glaucoma: aumento da pressão intra-ocular, causando cegueira por impedir o fluxo 
sanguíneo para a retina. 
 O músculo radial é ativado pelo sistema nervoso simpático, e o circular, pelo 
sistema nervoso parassimpático (através do nervo oculomotor). 
 A forma do cristalino também é afetada por ação muscular, os ligamentos 
suspensores, que se fixam a parede do olho no corpo ciliar. Quando os músculos ciliares 
estão relaxados, a tensão exercida pelos ligamentos suspensores achatam o cristalino. 
Quando os músculos ciliares se contraem, eles reduzem a tensão nos ligamentos 
suspensores, este processo faz com que o cristalino assuma a forma mais esférica. Os 
músculos ciliares são ativados pelo sistema nervoso parassimpático. 
Absorção da luz pelo olho: 
 A luz entra no olho através da córnea e atravessa uma série de líquidos e 
estruturas transparentes, os quais são coletivamente chamados meios ‘dióptricos’. 
*Dioptria: poder de refração de uma lente. 
 O cristalino possibilita que o olho se acomode para objetos próximos ou 
distantes. A focalização correta da luz sobre a retina depende do cristalino, mas também 
da íris. Esta atua como o diafragma numa câmera, não somente regulando a quantidade 
 
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de luz que entra no olho, mas de forma mais importante, no controle da profundidade do 
campo da imagem e na quantidade de aberrações esféricas produzida pelo cristalino. 
Retina: 
 Funções importantes das células pigmentadas: 
 1-Reconversão do fotopigmento metabolizado em uma forma que possa 
ser reutilizado depois de ser transportado de volta aos fotorreceptores. 
 Os segmentos externos e internos dos fotorreceptores formam uma camada 
receptora da retina. 
 As células gliais da retina (células de Muller), desempenham importante papel 
na manutenção da geometria da retina. 
 Camada plexiforme externa: contém elementos pré e pós-sinápticos das sinapses 
que se situam entre os fotorreceptores e os interneurônios da retina. 
 Os axônios das células ganglionares da retina formam a camada de fibra óptica.As partes dos axônios das células ganglionares que estão na camada de fibras 
ópticas continuam amielínicas, mas os axônios se tornam mielinizados depois que 
chegam ao disco e ao nervo óptico. A falta de mielina onde os axônios atravessam a 
retina é uma especialização que ajuda a permitir que a luz atravesse a parte interna da 
retina com distorção mínima. 
Estrutura dos fotorreceptores: Bastonetes e Cones. 
 1-Bastonetes: contêm pilhas de discos de membrana livremente flutuante ricos 
em moléculas de rodopsina. Contêm muito mais fotopigmentos que os cones. O maior 
conteúdo de fotopigmentos dos bastonetes é responsável por sua maior sensibilidade à 
luz. Um único fóton pode desencadear uma resposta dos bastonetes, enquanto várias 
centenas de fótons são necessárias para a resposta de um cone. 
 O fotopigmento é sintetizado para o interior das membranas e incorporado às 
membranas do segmento externo. Nos bastonetes, o pigmento è introduzido nos novos 
discos membranosos. Nos cones o fotopigmento é introduzido aleatoriamente nas 
 
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pregas membranosas do segmento externo, não ocorrendo a eliminação como ocorre 
com os bastonetes. 
Variações regionais da retina 
 1-Fóvea: que é uma depressão na mácula lútea, é a região da retina com a mais 
alta resolução visual. Esta disposição das fibras permite que a luz chegue ao 
fotorreceptor sem ter que atravessar as camadas internas da retina. De fato, a densidade 
dos cones é máxima na fóvea. Os cones proporcionam alta resolução visual, o que é 
correspondente à alta qualidade de imagem proporcionada à fóvea. 
 2-Disco óptico: não possui fotorreceptores, e portanto, não possui 
fotossensibilidade. 
Pigmentos visuais: 
 A luz deve ser absorvida a fim de ser detectada pela retina. A absorção da luz é 
efetuada pelos pigmentos visuais, que estão localizados nos segmentos externos dos 
bastonetes e cones. O pigmento encontrado nos segmentos externos dos bastonetes é a 
‘rodopsina’. 
*A rodopsina contém um cromóforo, chamado retinal, que é o aldeído do retinol, ou 
vitamina A. O retinol não pode ser sintetizado, e sua deficiência causa ‘cegueira 
noturna’, patologia na qual a visão é defeituosa com pouca iluminação. 
 A rodopsina é formada quando um isômero de retinal, conhecido como 11-cis-
retinal, combina-se com uma glicoproteína, conhecida como ‘opsina’. Quando a 
rodopsina absorve luz, é ‘impulsionada’ para um nível de energia mais alto. Este 
impulso causa uma série de alterações químicas que levam à isomerização do 11-cis-
retinal a trans-retinal completo, liberação da ligação com a opsina e conversão do retinal 
em retinol. 
Adaptação visual: a adaptação à luz se associa a uma redução na quantidade de 
rodopsina, que por sua vez, diminui a sensibilidade visual. A adaptação luminosa, que 
ocorre rapidamente, em segundos, favorece a visão dos cones porque a rodopsina dos 
bastonetes clareia mais rapidamente que os pigmentos dos cones. Como o trans-retinal é 
convertido de volta à 11-cis-retinal, transportado de volta à camada de fotorreceptores, 
captado pelos segmentos externos e recombinado com a opsina para regenerar a 
 
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rodopsina clareada. A regeneração do fotopigmento é um mecanismo envolvido na 
adaptação à escuridão, processo que resulta em aumento da sensibilidade visual. 
Visão em cores: os três pigmentos visuais nos segmentos externos dos cones têm 
opsinas que diferem da opsina encontrada na rodopsina. De acordo com a ‘teoria 
tricromática’ presume-se que as diferenças de absorção sejam responsáveis pela visão 
em cores. São necessários pelo menos dois tipos diferentes de cones para a visão em 
cores. 
Transdução visual: 
 A transdução de sinais visuais envolve a hiperpolarização dos bastonetes e 
cones. Quando a luz é absorvida pela rodopsina, o sinal é amplificado nos bastonetes 
por um mecanismo especial de transdução. Este mecanismo de amplificação, 
juntamente com a grande quantidade de fotopigmento nos segmentos externos dos 
bastonetes, é responsável pela sensibilidade dos bastonetes, que podem detectar um 
único fóton depois de completa adaptação à escuridão. No escuro, os bastonetes têm os 
canais de sódio abertos. Um influxo resultante de Na
+
 leva a uma corrente contínua, 
chamada corrente de escuro. Esta faz que os bastonetes sejam mantidos num estado 
constante de despolarização. O neurotransmissor é o Glutamato. 
 A absorção de luz ativa uma proteína G, chamada ‘transducina’. Esta proteína G, 
por sua vez, ativa a cGMP, que está associada aos discos que contêm rodopsina e 
hidrolisa o cGMP à 5’-GMP. O cGMP normalmente mantém os canais de sódio abertos. 
Uma redução na concentração de cGMP, portanto, faz com que os canais se fechem e a 
membrana hiperpolarize. 
Organização dos campos receptivos: 
 A ativação dos campos receptivos das células ganglionares na retina constitui 
importante passo no processamento das informações visuais. O campo receptivo de um 
fotorreceptor individual é pequeno e circular. A incidência de luz num determinado 
campo receptivo hiperpolarizará a célula do fotorreceptor. Esta, portanto, liberará 
menos neurotransmissor. 
 Um tipo de campo receptivo tem região excitatória de localização central, 
cercada por um anel inibitório. Este tipo de campo receptivo é dito Centro-on e 
 
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periferia-off. O outro tipo de campo receptivo tem uma disposição centro-off e 
periferia-on. 
 Os aminoácidos excitatórios despolarizam as células bipolares com centro-off. 
Eles hiperpolarizam as células bipolares centro-on através de uma ação sobre os 
receptores metabotrópicos do glutamato. Se a luz chegar a ambos os fotorreceptores, os 
que causam a resposta da periferia e os responsáveis pela resposta do centro, a célula 
bipolar pode não dar resposta alguma devido às ações opostas do centro e da periferia. 
*As células amácrinas tem campos de recepção com misturas de centro-on com centro-
off, as contribuições das células amácrinas para o processamento visual são complexas. 
*Células P, M e W: são células ganglionares. 
 1-Células P: são assim chamadas porque se projetam a camadas parvocelulares 
do núcleo genículado lateral (NGL). Precisão visual, distinção de cores. 
 2-Células M: projetam às camadas magnocelulares no NGL. Detecta 
movimento. 
 3-Células W: detecta intensidade da luz. 
*As células P e M têm campos receptivos centro-periferia. E as W tem muitos campos 
difusos. 
O campo visual esquerdo é visto pela retina nasal esquerda e a retina temporal 
direita. Da mesma forma, a metade direita do alvo visual tem sua imagem formada e 
vista pela retina temporal esquerda e a retina nasal direita. Os axônios da retina se 
cruzam para o lado oposto no quiasma óptico. Os axônios que continuam sem cruzar se 
iriginam nas células ganglionares da retina temporal, enquanto os axônios que se 
cruzam se originam nas células ganglionares da retina nasal. Esta disposição resulta na 
representação do campo visual esquerdo no hemisfério cerebral direito e vice-versa. 
Nucleo Geniculado Lateral (NGL): há uma projeção ponto a ponto da retina ao 
NGL. Este, assim sendo, tem um mapa retinotópico. 
Estereopsia: é definida como a percepção de profundidade binocular. Tal 
percepção precisa ser uma função cortical porque depende de aferências convergentes 
dos dois olhos. Tais disparidades dão diferentes perspectivas que levam a indícios 
 
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visuais sobre a profundidade. A estereopsia é útil somente para objetos relativamente 
próximos. 
Visão em cores: pode depender da presença, na retina, de três tipos de cones. 
Colículo superior: (integraçãodas vias) as três camadas mais superficiais estão 
envolvidas exclusivamente no processamento visual, enquanto as camadas mais 
profundas têm aferências multimodais não apenas do sistema visual, mas também dos 
sistemas somatossensorial e auditivo. O colículo superior contém um mapa retinotópico. 
Desempenha importante papel na percepção visual. Deste modo, o colículo superior está 
envolvido em respostas reflexas ao súbito aparecimento de um objeto novo ou 
ameaçador no campo visual. 
Córtex visual extra-estriado: células P, M e W. 
2-Audição e Sistema Vestibular 
2.1-Audição 
Usam células ciliadas como transdutores mecânicos e transmitem informações 
ao SNC. 8º nervo craniano. A função do sistema vestibular é fornecer informações 
relacionadas com a posição e movimentos da cabeça. 
Audição: 
 Som: é produzido por ondas de compressão e descompressão. Nível de pressão 
sonora (NPS), a sua unidade é ‘decibel’ (dB). A freqüência do som é medida em ciclos 
por segundo ou Hertz (Hz). 
 Ouvido: o aparelho auditivo periférico é o ouvido, que se subdivide em ouvido 
externo, médio e interno. 
1-Ouvido externo: pavilhão auditivo, meato acústico externo e canal auditivo. 
*Cerúmen: substância cérea protetora. 
2-Ouvido médio: o ouvido externo é separado do médio pela membrana timpânica. Uma 
cadeia de ossículos (martelo, bigorna e estribo) liga a membrana timpânica à janela 
oval. Movimento do estribo, por sua vez, desloca o líquido no interior da rampa 
vestibular. A onda de pressão que se segue no interior do líquido é transmitida através 
 
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da membrana basilar da cóclea para a rampa timpânica e faz com que a janela redonda 
abaúle para o ouvido médio. 
 As ondas de pressão no ar devem ser convertidas em ondas de pressão no 
líquido. A impedância acústica da água é muito mais alta que a do ar. A 
correspondência de impedância no ouvido depende: 
1- Da proporção da área da membrana timpânica para a da janela oval; 
2- Da vantagem mecânica do sistema de alavancas formado pela cadeia de 
ossículos; 
*Tuba auditiva: as diferenças de pressão entre os ouvidos externo e médio podem ser 
equalizadas através desta passagem. 
3-Ouvido interno: inclui os labirintos ósseo e membranoso. A cóclea e o aparelho 
vestibular são formados por estas estruturas. A rampa vestibular encontra-se com a 
rampa timpânica no ápice, elas se fundem no ‘helicotrema’. A rampa timpânica é mais 
um tubo em forma de espiral que se enrola em volta da cóclea, terminando na janela 
redonda. O núcleo ósseo da cóclea, em torno do qual as rampas giram é o ‘modíolo’. 
 O componente do labirinto membranoso da cóclea é a rampa média. Uma parede 
da rampa média é formada pela membrana basilar, outra pela membrana de Reissner e a 
3ª pela estria vascular. O líquido na rampa vestibular e na timpânica é a perilimfa 
(semelhante ao LCR). O líquido na rampa média é a endolinfa, que é muito diferentes 
da perilinfa (alta concentração de K
+
 e baixa concentração de Na
+
). Como a endolinfa 
tem um potencial positivo, existe um grande gradiente de potenciais. A endolinfa é 
secretada pela estria vascular e é drenada através do ducto endolinfático para os seios 
venosos. 
 O aparelho neural responsável pela transdução do som é o ‘órgão de Corti’, que 
está localizado no interior do ducto coclear. Situa-se na membrana basilar e consiste em 
vários componentes, inclusive três fileiras de células ciliadas externas, uma fileira 
simples de células ciliadas internas e uma membrana tectorial. Os estereocílios entram 
em contato com a membrana tectorial. O órgão de Corti é inervado por fibras nervosas 
que pertencem à divisão coclear do 8º nervo craniano. 
*gânglio espiral: está localizado no interior do modíolo. 
 
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 As células ciliadas internas claramente fornecem informações neurais sobre 
sinais acústicos que o SNC usa para audição. 
Trandução Sonora: as ondas sonoras são transduzidas pelo órgão de Corti. As ondas 
sonoras que chegam ao ouvido fazem com que a membrana timpânica oscile. Estas 
oscilações acabam resultando em movimento de líquido no interior da rampa vestibular 
e da rampa timpânica. Parte da energia hidráulica destes movimentos de líquidos é 
usada para deslocar a membrana basilar e, com ela, o órgão de Corti. Quando os 
estereocílios de uma célula ciliada se movem em direção ao cílio mais alto, a célula 
ciliada é despolarizada, quando os estereocílios se movem na direção oposta, a célula 
ciliada é hiperpolarizada. 
 As células ciliadas liberam um neurotransmissor excitatório (provavelmente o 
glutamato ou aspartato) quando despolarizadas. O neurotransmissor produz um 
potencial que excita as fibras nervosas aferentes cocleares com as quais as células 
ciliadas fazem sinapse. Em resumo, o som é transduzido quando os movimentos 
oscilatórios da membrana basilar causam descargas intermitentes das fibras nervosas 
aferentes cocleares. 
 Um fator que influência qual fibra aferente vai produzir descargas é a 
localização ao longo do órgão de Corti. A localização muda porque a largura e a tensão 
ao longo da membrana basilar variam com a distância da base. A base vibra em 
freqüências mais altas. Os movimentos da membrana basilar são máximos mais perto da 
cóclea durante tons de alta freqüência e máximos mais perto do ápice durante tons de 
baixa freqüência. A membrana basilar serve de analisador de freqüências, distribui o 
estímulo ao longo do órgão de Corti. 
 Esta é a base da teoria do lugar para audição. As células ciliadas localizadas em 
diferentes lugares ao longo do órgão de Corti são especializadas para detecção de 
diferentes freqüências devido à diferenças em seus estereocílios e em suas propriedades 
biofísicas. Devido a estes fatores, a membrana basilar e o órgão de corti tem um 
chamado mapa tonotópico. 
Fibras do Nervo Coclear: A atividade das células ciliadas no órgão de Corti faz com 
que as fibras aferentes primárias do nervo coclear produzam descargas. O 8º nervo 
 
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craniano é composto por células bipolares com bainha de mielina em torno dos corpos 
celulares, bem com em torno dos axônios. 
Via auditiva central: 
 Lemnisco Lateral: o principal trato auditivo ascendente. Cada lemnisco lateral 
termina num colículo inferior. Os neurônios do colículo inferior se projetam ao núcleo 
geniculado lateral (NGL) do tálamo, que dá origem à radiação auditiva. A radiação 
auditiva termina no córtex auditivo. 
*A maioria dos neurônios auditivos, em níveis acima dos núcleos cocleares, responde à 
estimulação de qualquer dos dois ouvidos (ou seja, tem campos receptivos 
biauriculares). Os campos receptivos biauriculares contribuem para a localização do 
som. 
Sistema vestibular: o sistema vestibular detecta acelerações angulares e lineares da 
cabeça. 
2.2-Aparelho Vestibular 
 Estrutura: consiste em um componente do labirinto membranoso localizado no 
interior do labirinto ósseo. É composto por 3 canais semi-circulares e dois órgãos 
otolíticos. Estas estruturas são cercadas por perilinfa e contêm endolinfa. Os órgãos 
otolíticos incluem o utrículo e o sáculo. Uma tumefação, chamada ampola, é encontrada 
em cada canal semi-circular. 
 A ampola de cada um dos canais semi-circulares contém um epitélio sensorial. O 
epitélio sensorial num canal semi-circular é chamado crista ampular. Uma crista 
ampular consiste em um sulco coberto por um epitélio em que as células ciliadas 
vestibulares estão imersas. Estas células ciliadas são inervadas por fibras aferentes 
primárias do nervo vestibular, que é uma subdivisão do 8º nervo craniano. 
 Com as células ciliadas cocleares, cada célulaciliar vestibular contém um 
conjunto de estereocílios em sua superfície apical. No entanto, diferentemente das 
células ciliadas cocleares, as células ciliadas vestibulares também contêm um único 
‘quinocílio’. Os cílios nas células ciliadas ampulares são imersos numa estrutura 
gelatinosa, chamada cúpula. Os movimentos da endolinfa, produzidos por acelerações 
 
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angulares da cabeça, defletem a cúpula, e conseqüentemente, deformam os cílios nas 
células ciliadas. 
 Os epitélios sensoriais dos órgãos otolíticos são chamados ‘mácula do utrículo e 
mácula do sáculo’. No entanto, a massa gelatinosa na mácula contém numerosos 
otólitos (pedras), que são compostos por cristais de carbonato de cálcio. Em conjunto, a 
massa gelatinosa e seus otólitos são conhecidos como membrana otolítica. Os otólitos 
aumentam a gravidade específica da membrana otolítica. 
Inervação do epitélio sensorial do aparelho vestibular: os neurônios são bipolares, e 
seus corpos celulares, bem como os axônios, são mielinizados. 
Trandução vestibular: as células ciliadas vestibulares são funcionalmente polarizadas. 
Quando os estereocílios se curvam em direção ao cílio mais longo (quinocílio) a 
condutância da membrana apical aumenta para cátions, e a célula ciliada vestibular é 
despolarizada. Inversamente, quando os cílios se curvam para longe do quinocílio, a 
célula fica hiperpolarizada. A célula ciliar libera um neurotransmissor excitatório 
(glutamato ou aspartato). 
Canais semi-circulares: as acelerações angulares da cabeça produzem movimentos da 
endolinfa em relação à cabeça. Isto acontece porque a inércia da endolinfa faz com que 
se desvie em relação a parede fixa do labirinto membranoso. Este desvio distorce a 
cúpula e faz com que os cílios se curvem. Conseqüentemente, os cílios nas células 
ciliadas das cristas ampulares dos canais semi-circulares movem-se e as taxas de 
descarga das fibras aferentes vestibulares mudam. 
*A cabeça é rodada para a esquerda. Esta rotação em direção à esquerda faz com que a 
endolinfa nos canais horizontais se desvie relativamente para a direita. Este movimento 
da endolinfa curva os cílios nas células ciliadas da ampola do canal horizontal esquerdo 
para o utrículo e curva aqueles cílios do canal direito para longe do utrículo. Estes 
efeitos sobre os cílios aumentam a taxa de descarga nas fibras aferentes do canal 
horizontal à esquerda e diminuem a taxa de descargas das fibras aferentes à direita. 
Vias vestibulares centrais: as fibras aferentes vestibulares se projetam ao tronco 
encefálico através do nervo vestibular. As fibras aferentes terminam nos núcleos 
vestibulares, que estão localizados na parte rostral do bulbo e caudal da ponte. 
 
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03-Paladar/Gustação 
Gustação: os estímulos que conhecemos como gostos geralmente são misturas 
das quatro qualidades elementares de gostos: salgado, doce, azedo e amargo.
 Receptores gustatórios: a sensação gustativa depende da ativação de 
quimiorreceptores localizados nos botões gustatórios. Um botão gustatório consiste em 
um grupo de 50 a 150 células receptoras. As células dos quimiorreceptores fazem 
sinapse em suas bases com fibras nervosas aferentes primárias. 
 As células quimiorreceptoras vivem apenas cerca de 10 dias. São 
continuamente substituídas por novas células quimiorreceptoras. 
 As moléculas de quimiorreceptores nas microvilosidades das células 
quimiorreceptoras detectam moléculas estimulatórias que se difundem ao poro 
gustatório da camada de líquido sobrejacente. Parte desse líquido se origina em 
glândulas adjacentes aos botões gustatórios. Uma mudança na condutância da 
membrana de uma célula quimiorreceptora leva a um potencial receptor e à liberação de 
um neurotransmissor. 
 Distribuição dos botões gustatórios: os tipos de papilas gustatórias 
incluem as fungiformes, foliáceas e circunvaladas. Os gostos doces são detectados 
melhor na ponta da língua, os salgados e azedos se originam dos lados e os amargos são 
sentidos melhor na base. 
 Os botões gustatórios são inervados por 3 nervos cranianos. O ramo da 
corda do tímpano do nervo facial inervando botões gustatórios nos dois terços anteriores 
da língua, o nervo glossofaríngeo que inerva botões gustatórios do terço posterior da 
língua. O nervo vago que inerva alguns botões gustativos na laringe e na parte superior 
do esôfago. 
4-Olfação: o sentido da olfação é muito mais desenvolvido em alguns animais 
 Receptores olfatórios: as células quimiorreceptoras olfatórias estão localizadas 
na mucosa olfatória, uma parte especializada da nasofaringe. Os quimiorreceptores são 
células bipolares. A superfície apical destas células quimiorreceptoras contêm cílios 
não-móveis que detectam odorantes dissolvidos no muco. Estas células dão origem a 
um axônio não-mielinizado. Este axônio se une a outros nos filamentos do nervo 
 
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olfatório que penetram na base do crânio através de aberturas na placa cribiforme do 
osso etmóide. Os nervos olfatórios se conectam sinapticamente com o bulbo olfatório, 
estrutura do SNC localizada na base da cavidade craniana. Os quimiorreceptores têm 
duração de vida curta (60 dias) e são continuamente substituídos. 
 6 qualidades de odores: floral, etéreo, almiscarado, cânfora, pútrido e pungente. 
Sistema Nervoso Motor 
Embora o controle motor seja, em parta, voluntário, ocorre principalmente por 
ação reflexa e por mecanismos inconscientes. Muitas ações inconscientes dependem, em 
grande parte, de reflexos simples que são desencadeados pela ativação de receptores 
sensoriais. A ativação dos receptores sensoriais então excita os interneurônios e os 
motoneurônios na medula espinhal, e esta ativação dos circuitos neurais espinhais pode 
desencadear a contração ou o relaxamento dos músculos. 
Receptores sensoriais responsáveis pelo desencadeamento dos reflexos espinhais: 
 Estes reflexos são: o reflexo de estiramento muscular (ou reflexo miotático) e o 
reflexo miotático invertido – estes são importantes na manutenção da postura. Reflexo 
de retirada: é provocado por vários receptores sensoriais existentes na pele, músculos, 
articulações e vísceras. 
 Fusos musculares e órgãos tendinosos de Golgi são os receptores mais 
importantes para os reflexos espinhais e para a propriocepção. 
Propriedades contráteis da fibra muscular: 
 1-Tipo I: velocidade lenta, estiramento fraco e resistente à fadiga (porque tem 
capacidade de oxidação alta); 
 2-Tipo IIb: velocidade rápida, estiramento vigoroso e fatigável; 
 3-Tipo IIa: velocidade rápida, estiramento intermediário e resistente à fadiga; 
Fuso muscular: são encontrados na maioria dos músculos esqueléticos, mas estão 
concentrados nos músculos que exercem o controle muscular fino (como os músculos 
intrínsecos da mão, por exemplo). 
 
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 -Estrutura do fuso muscular: é um órgão em forma de fuso composto de um 
feixe de fibras musculares modificadas, ricamente inervadas por axônios sensitivos e 
motores. A parte inervada fica encerrada numa cápsula de TC. Os fusos musculares se 
dispõem livremente por entre as fibras musculares regulares do músculo, situando-se 
em paralelo relativamente às fibras musculares regulares. Os fusos musculares contêm 
fibras musculares modificadas, chamadas de fibras musculares intrafusais, para 
distingui-las das fibras musculares extrafusais ou regulares. As fibras intrafusais são 
fracas demais para contribuir para a tensão muscular. São encontrados 2 tipos de fibras 
intrafusais: fibras que apresentam os núcleos agrupados em sacos nucleares e as que os 
apresentam agrupados em cadeias nucleares.As fibras com sacos nucleares são maiores 
do que as fibras com cadeias nucleares, e seus núcleos são agrupados como um saco de 
laranjas na região central da fibra. Nas fibras com cadeias nucleares, os núcleos ficam 
dispostos numa fileira. 
 Os fusos musculares recebem uma inervação complexa. A inervação sensitiva 
inclui um grupo aferente Ia e um número variável de fibras aferentes do grupo II. 
 Uma fibra aferente do grupo Ia forma ma terminação primária, que consiste em 
uma terminação em forma de espiral, composta de ramos das fibras do grupo Ia em cada 
uma das fibras musculares intrafusais. A fibra aferente do grupo II forma uma 
terminação secundária, que é encontrada principalmente nas fibras com cadeias 
nucleares. 
 A inervação motora para o fuso muscular consiste em dois tipos de axônios 
motores γ. Os axônios motores γ dinâmicos terminam em fibras com sacos nucleares, e 
os axônios motores γ estáticos terminam em fibras com cadeias nucleares. Os axônios 
motores γ tem diâmetro menor que os axônios motores α, que são os que inervam as 
fibras extrafusais (por isso conduzem mais lentamente). 
 Função do fuso muscular: respondem ao estiramento muscular. Mostram as 
mudanças de atividade das fibras aferentes de um fuso muscular quando o estiramento 
do músculo alonga o fuso muscular. 
 Os receptores primários e secundários respondem diferentemente ao estiramento. 
O receptor primário é sensível à magnitude do estiramento e à velocidade de variação 
 
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do comprimento do músculo, enquanto o receptor secundário responde principalmente à 
magnitude do estiramento, ou seja, ao comprimento do músculo. 
*A atividade da fibra Ia atinge seu pico enquanto o músculo estiver sendo estirado, pára 
de sinalizar quando o estiramento cessa (respostas dinâmicas). 
Respostas estáticas: o alongamento do músculo causa um nível tônico de 
atividade proporcional à magnitude do estiramento. 
 O mecanismo para estas diferenças entre o comportamento das terminações 
primária e secundária parece depender, em grande parte, das características intrínsecas 
das fibras com sacos nucleares e das cadeias nucleares. 
 A contração das fibras musculares extrafusais pode resultar no afrouxamento do 
fuso muscular devido à disposição em paralelo com o fuso muscular, como já foi 
descrito. Isto provoca o cessar da atividade das fibras aferentes do fuso muscular, ação 
conhecida como ‘retirada de carga’. 
 Quando um motoneurônio γ dinâmico é ativado, a resposta dinâmica das fibras 
aferentes do grupo Ia é potencializada. Quando um motoneurônio γ estático descarrega, 
a resposta estática da fibra aferente do grupo Ia e também as fibras do grupo II aumenta, 
ao mesmo tempo, a resposta dinâmica da fibra do grupo Ia pode ser até reduzida. 
Órgão tendinoso de golgi: é formado por terminações de uma fibra aferente do 
grupo Ib. A fibra do grupo Ib tem um grande diâmetro e conduz na mesma faixa de 
velocidade que a fibra do grupo Ia. As terminações estão entrelaçadas entre os feixes de 
fibras de colágeno no tendão de um músculo. Devido à sua disposição em série com o 
músculo, os receptores de Golgi podem ser ativados tanto pelo estiramento muscular 
como com sua contração. No entanto, neste caso, a contração muscular é um estímulo 
mais eficaz que o estiramento muscular. 
Reflexos espinhais: um reflexo é a associação entre uma resposta motora simples 
a um tipo específico de estímulo. 
 Arco reflexo: é o circuito neuronal responsável por um reflexo em particular. 
Tipicamente, um arco reflexo inclui conjuntos de receptores sensoriais de um tipo em 
particular que, quando estimulados, desencadeiam o reflexo por excitação de um grupo 
de interneurônios e/ou motoneurônios. 
 
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 Reflexo miotático ou de Estiramento: é a ‘chave’ na manutenção da postura. 
Alterações patológicas do reflexo de estiramento são sinais importantes de eventuais 
doenças neurológicas. Existem dois tipos de reflexo de estiramento: 
 -Reflexo de estiramento fásico (desencadeado pelos receptores primários dos 
fusos musculares) 
 -Reflexo de estiramento tônico (receptores primários e secundários) 
1-Reflexo de estiramento fásico: uma fibra aferente do grupo Ia de um fuso 
muscular no músculo ramifica-se ao entrar na substância cinzenta da medula espinhal. 
As fibras do grupo Ia produzem uma excitação monossináptica dos motoneurônios α, se 
a excitação for poderosa o suficiente, os motoneurônios descarregam e provocam a 
contração do músculo. Outros ramos das fibras do grupo Ia terminam nos chamados 
interneurônios inibitórios do grupo Ia. Estes interneurônios inibitórios terminam nos 
motoneurônios α que inervam outros músculos os quais são antagonistas. A atividade 
nos neurônios inibitórios da via Ia, portanto, inibe os motoneurônios que inervam os 
músculos antagonistas. A organização do arco reflexo de estiramento garante que um 
grupo de motoneurônios α seja ativado e o grupo oponente seja inibido. Este arranjo 
neural é chamado de ‘inervação recíproca’. Embora muitos reflexos envolvam tal 
inervação recíproca, este tipo de arranjo não é único possível dentro de um sistema de 
controle motor. 
2-Reflexo de estiramento tônico: é desencadeado por movimentos passivos de 
uma articulação. O circuito do reflexo é o mesmo que para o reflexo de estiramento 
fásico, exceto que os receptores envolvidos incluem tanto as fibras aferentes do grupo Ia 
quanto as do grupo II. O reflexo de estiramento tônico contribui para o tônus muscular, 
que é julgado pela resistência que uma articulação oferece ao ser dobrada. Sua maior 
importância reside em sua contribuição para a postura, quando um indivíduo fica em pé, 
as articulações da perna devem manter uma posição em particular para impedir sua 
queda. 
3-Motoneurônios γ e reflexos de estiramento: os motoneurônios γ ajudam a 
ajustar a sensibilidade dos reflexos de estiramento. 
 -Espasticidade: é quando ocorre um aumento do tônus muscular, no momento 
da contração muscular, causado por uma condição neurológica anormal. 
 
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Os músculos espásticos são mais resistentes à contração do que os músculos normais e 
também custam mais a se relaxar, permanecendo contraídos por um período de tempo 
mais longo. 
 -Hipertonia: A hipertonia consiste num aumento anormal do tônus muscular e da 
redução da sua capacidade de estiramento (aumento da rigidez). É geralmente 
acompanhada de espasticidade aumentada. 
 Reflexo Miotático Invertido: a ativação dos órgãos tendinosos de Golgi tem um 
efeito reflexo que parece se opor ao reflexo de estiramento. Os órgãos receptores são os 
órgãos tendinosos de golgi (OTG). Não há conexões monossimpáticas com os 
mononeurônios α, em lugar disso, a via que se origina no OTG mobiliza tanto 
interneurônios inibitórios responsáveis pela inibição dos motoneurônios α, quanto 
interneurônios responsáveis pela ativação de motoneurônios α, deste modo, a 
organização do reflexo miotático invertido é oposta à dos reflexos de estiramento. A 
função deste reflexo realmente complementa a do reflexo de estiramento. OTG 
monitoram a força exercida pelo músculo sobre o tendão em que se encontram. 
 Ex.: durante a postura mantida, como a posição de guarda, o músculo reto 
femoral começa a entrar em fadiga e a força do tendão patelar declina. O declínio de 
força reduzirá a atividade do OTG neste tendão; 
 Reflexo de retirada (ou de flexão): a alça aferente do reflexo de retirada é 
suprida por uma variedade de receptores sensitivos, chamados aferentes do reflexo de 
retirada (ARRs). Nos reflexos de retirada, surtos de potenciais aferentes: 
1- Fazem com que os interneurônios excitatóriosativem motoneurônios α que 
inervam os músculos que provocam a retirada da extremidade ipsilateral 
(músculos flexores); 
2- Fazem com que os interneurônios inibitórios impeçam a ativação de 
motoneurônios α que supre os músculos antagonistas do movimento de 
retirada (músculos extensores); 
Este padrão de atividade faz com que uma ou mais articulações na extremidade 
afetada flexionem. Este reflexo é controlado predominantemente por um circuito neural, 
chamado ‘gerador padrão locomotor’, na medula espinhal. O reflexo de retirada mais 
poderoso é o ‘reflexo de retirada em flexão’, este reflexo pode ser rapidamente 
 
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observado em um cão que mantém uma para machucada longe do chão enquanto 
caminha. Nociceptores formam a alça aferente deste reflexo. 
Comparação - Reflexo de estiramento e Reflexo de retirada: 
 O reflexo de estiramento é ativado por estimulações das fibras aferentes de tipo 
Ia e tipo II que inervam os fusos musculares. O reflexo de estiramento termina quando 
cessa a estimulação aferente e exerce um controle graduado. 
 O reflexo de retirada pode ser provocado por vários tipos de receptores supridos 
pelos ARRs. Estímulos fracos têm pouco ou nenhum efeito, mas quando os estímulos 
alcançam um certo nível de intensidade, poderá ser desencadeado um reflexo de retirada 
em flexão que domine os outros reflexos. A flexão pode persistir muito tempo depois 
que o estímulo termina. 
Princípios da organização espinhal: 
 A convergência é uma característica de organização importante dos arcos 
reflexos. A convergência é definida como a projeção de vários neurônios sobre um 
outro neurônio. Esta aferência convergente é responsável pelo fenômeno de ‘facilitação 
espacial’ no reflexo de estiramento. 
 -Somação espacial: todo os motoneurônios α para o músculo são excitados por 
quaisquer das estimulações aferentes musculares. No entanto, quando somente um 
nervo é estimulado, a excitação é suficiente para ativar somente dois motoneurônios. 
 -Somação temporal: estímulos feitos com intervalos suficientemente próximos 
para que algum dos efeitos excitatórios da primeira estimulação ainda persista depois 
que a segunda estimulação chegar. 
Vias descendentes envolvidas no controle motor: 
 -Organização topográfica do sistema motor espinhal e supra espinhal: 
Os motoneurônios que supre a musculatura axial formam uma coluna de 
motoneurônios que se estendem por todo o comprimento da medula espinhal. Observa-
se que os motoneurônios α e γ para um dado músculo se encontram lado a lado na 
mesma coluna de motoneurônios. 
 
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-Classificação da vias motoras descendentes: 
 Em relação às pirâmides de medula oblonga 
-vias piramidais: passa pelas pirâmides da m. oblonga 
 -vias extrapiramidais: não passa pelas pirâmides da m. oblonga 
 Em relação aos locais de término na medula óssea 
-sistema motor lateral: terminam na parte lateral da substância cinzenta 
 -sistema motor medial 
As Vias Motoras Descendentes: 
1-O sistema lateral: controle da capacidade manipulativa dos membros 
(movimentos finos) e também ativam a musculatura de sustentação na parte proximal 
dos membros. 
2-O sistema medial: controlam a musculatura axial, contribuindo para o 
equilíbrio e a postura e também contribuem para o controle de músculos proximais dos 
membros. 
 -Tratos vestibuloespinhais lateral e medial: excita os motoneurônios que 
inervam os músculos posturais proximais. E medeiam os ajustes na posição da cabeça, 
por receber aferência dos canais semicirculares principalmente. 
 -Trato reticuloespinhais pontino e bulbar: excita os motoneurônios que 
inervam os músculos posturais proximais. 
 -Trato tectoespinhal: regula os movimentos contralaterais de cabeça em 
resposta à estímulos visuais, auditivos e somáticos. 
Controle da postura e do movimento pelo tronco cefálico: 
 Reflexos Posturais: vários reflexos posturais são provocados quando a cabeça é 
movida ou o pescoço curvado. Há três tipos de reflexos: 
 -Os reflexos vestibulares; 
 -Os reflexos cervicais tônicos; 
 
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 -Os reflexos de endireitamento; 
 Os receptores sensoriais responsáveis por estes reflexos incluem o aparelho 
vestibular, que é estimulado por movimentos da cabeça e os receptores de estiramento 
do pescoço. 
 1-Reflexos vestibulares: estes ajustes são mediados por comandos transmitidos à 
medula espinhal através dos tratos vestibuloespinhais lateral e medial e os tratos 
reticuloespinhais. Os órgãos otolíticos também contribuem para a reação de colocação 
vestibular. Se um animal, como o gato, é deixado cair, a estimulação dos utrículos leva 
a extensão das extremidades anteriores na preparação para aterrissar. 
 2-Reflexos cervicais tônicos: estes reflexos são ativados por fusos musculares 
encontrados nos músculos do pescoço. 
 3-Reflexos de endireitamento: tendem a restaurar uma posição alterada da 
cabeça e do corpo ao animal. Os receptores responsáveis pelos reflexos de 
endireitamento incluem o aparelho vestibular, os receptores de estiramento do pescoço e 
os mecanorreceptores da parede corporal. 
Locomoção: a medula espinhal contém circuitos que servem como geradores de 
padrão para a locomoção. Eles permitem movimentos independentes das extremidades. 
No entanto, todos estes geradores de padrão são interconectados para assegurar a 
coordenação dos movimentos das extremidades. A locomoção também é influenciada 
por atividade aferente. A influência aferente assegura que o gerador padrão se adapte a 
mudanças nos terrenos à medida que se processa a locomoção. Uma exigência 
importante para a locomoção é a sustentação postural adequada. 
Controle motor pelo córtex cerebral, cerebelo e gânglios da base: antes que 
ocorra qualquer movimento, os comandos motores a serem conduzidos pelas vias 
motoras descendentes precisam, em primeiro lugar, ser organizados no próprio cérebro. 
O alvo do movimento é identificado pela região ‘parietal posterior do córtex cerebral’. 
 -O trato corticoespinhal lateral: é a via descendente mais importante no controle 
dos movimentos finos que usam músculo distais, como aqueles que controlam as mãos 
e os dedos. 
 
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 -O trato corticobulbar: é importante para o controle de movimentos faciais e da 
língua. 
 1-Controle Motor pelo Córtex Cerebral: 
-A estimulação da superfície do córtex motor primário provoca movimentos 
colaterais distintos que envolvem vários músculos. 
-A estimulação do córtex motor suplementar pode produzir vocalização ou 
movimentos posturais complexos. 
-A estimulação do córtex pré-motor raramente provoca movimentos, a menos 
que a intensidade do estímulo seja forte. 
-A estimulação dos campos oculares frontais em um hemisfério causa um desvio 
conjugado sacádico dos olhos no sentido contralateral. 
Conexões das regiões motoras do córtex: as áreas motoras do córtex recebem 
aferências de muitas fontes. As vias ascendentes que fazem sinapse no tálamo fornecem 
informações sobre os eventos somatossensoriais. As áreas motoras do córtex também 
recebem informações através de circuitos que se interconectam com o cerebelo e os 
gânglios da base. 
*O córtex motor suplementar está envolvido na programação motora e é ativo durante 
as fases de planejamento e execução de movimentos complexos. E também, pode 
auxiliar na coordenação da postura e nos movimentos voluntários. 
**O córtex pré-motor controla os músculos axiais. 
 2-Controle motor pelo cerebelo: o cerebelo influencia a velocidade, amplitude, 
força e a direção dos movimentos. Também influencia o tônus muscular e a postura, 
bemcomo movimentos oculares e equilíbrio. 
 Vias: 
 1-Vestibulocerebelo: se conecta com o sistema vestibular e influencia os 
movimentos oculares e equilíbrio por conexões com os tratos vestibuloespinhal e 
reticuloespinhal; 
 2-Espinocerebelo: contra a musculatura axial e músculos proximais; 
 
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 3-Cerebrocerebelo: controla músculos distais dos membros por conexões 
com o córtex motor (através do tálamo); 
 3-Controle motor pelos gânglios da base: incluem várias estruturas 
telencefálicas profundas (núcleo caudado, globo pálido). As estruturas dos gânglios da 
base interagem com o córtex cerebral, com o núcleo subtalâmico e com o tálamo. 
Regulam a eferência do córtex motor. 
*Doenças no cerebelo e gânglios da base afetam profundamente o comportamento 
motor. 
Sistema Nervoso Autônomo 
-Pode ser considerado parte do sistema motor. No entanto, em lugar de músculo 
esquelético, os efetores do sistema nervoso autônomo são a musculatura lisa, o músculo 
cardíaco e as glândulas. Algumas vezes é chamado de sistema motor visceral. 
 Função: é auxiliar o corpo a manter um ambiente interno constante 
(homeostase). Por exemplo, um aumento súbito da pressão arterial sistêmica ativa os 
barorreceptores, que, por sua vez, ajustam o sistema nervoso autônomo e restauram a 
pressão arterial ao seu nível prévio. Também ajuda a regular o tamanho da pupila em 
resposta a diferentes intensidades da luz ambiente. 
 Divisão: 
 -Sistema nervoso simpático; 
 -Sistema nervoso parassimpático; 
O sistema nervoso autônomo está sob controle do SNC por componentes como o 
hipotálamo e níveis superiores do sistema límbico. 
Organização do sistema nervoso autônomo: é uma via motora com dois 
neurônios, que consiste em um neurônio pré-ganglionar, cujo o corpo celular está 
localizado no SNC, e um neurônio pós-ganglionar, cujo o corpo celular está localizado 
em um dos gânglios autonômicos. O sistema nervoso entérico inclui os neurônios e 
fibras nervosas nos plexos mioentéricos e submucosos, que estão localizados na parede 
do trato gastrointestinal. 
 
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 Neurônio Pré-ganglionar: Os neurônios pré-ganglionares simpáticos estão 
localizados nos segmentos torácicos e lombares altos da medula espinhal. Por esta 
razão, o SNS (sistema nervoso simpático) algumas vezes é denominado ‘divisão 
toracolombar’ do SNA (sistema nervoso autônomo). Os neurônios pré-ganglionares 
parassimpáticos são encontrados no tronco encefálico e na medula espinhal sacral. Por 
isso, esta parte do SNA algumas vezes é chamada de ‘divisão craniossacral’. 
 Neurônio Pós-ganglionar: Os neurônios pós-ganglionares simpáticos 
geralmente são encontrados nos gânglios paravertebrais ou nos pré-vertebrais, os quais 
estão localizados a alguma distância dos órgãos-alvo. Os neurônios pór-ganglionares 
parassimpáticos são encontrados nos gânglios parassimpáticos, próximos aos, ou as 
vezes ou nas próprias paredes do órgão-alvo. 
 O controle exercido pelas divisões simpática e parassimpática do SNA sobre 
muitos órgãos tem caráter antagônico, mas tem exceções. 
 Ex.: os músculos lisos e glândulas da pele e a maioria dos vasos do corpo 
recebem, exclusivamente, inervação simpática. 
Sistema Nervoso Simpático (SNS) 
Os neurônios pré-ganglionares simpáticos concentram-se na coluna 
interemediolateral da medula espinhal, nos segmentos torácicos e lombares altos. 
 Os axônios dos neurônios pré-ganglionares costuma ser fibras nervosas 
mielinizadas conhecidas como fibras B, mas algumas são fibras C não-mielinizadas. 
Elas saem da medula espinhal pela raiz ventral e entram no gânglio paravertebral 
através de um ramo comunicante branco. 
 Os axônios pós-ganglionares são distribuídos através dos nervos periféricos até 
efetores, como os músculos piloeretores, os vasos e as glândulas. Os axônios pós-
ganglionares geralmente não são mielinizados (fibras C), embora existam exceções. 
 A cadeia simpática estende-se dos níveis cervical ao coccígeo da medula 
espinhal. Este arranjo dos gânglios funciona como um sistema de distribuição, 
possibilitando que os neurônios pré-ganglionares, que se limitam aos segmentos 
torácicos e lombares altos, ativem os neurônios pós-ganglionares que inervam todos os 
segmentos corporais. 
 
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*Gânglio estrelado: fusão de gânglios simpáticos. 
 O gânglio simpático cervical superior é responsável pela inervação pós-
ganglionar simpática da cabeça e do pescoço, e os gânglios cervical médio e estrelado 
inervam o coração, os pulmões e os brônquios. 
Sistema Nervoso Parassimpático (SNP) 
Os neurônios pré-ganglionares parassimpáticos estão localizados em vários 
núcleos de nervos cranianos no tronco encefálico, bem como na região da medula 
espinhal sacral. 
 Os neurônios pós-ganglionares parassimpáticos estão localizados perto ou 
mesmo dentro das paredes das vísceras torácicas, abdominais e pélvicas. Os neurônios 
do plexo entérico incluem células que também podem ser consideradas neurônios pós-
ganglionares parassimpáticos. Estas células recebem aferências dos nervos vagos ou 
pélvicos. 
 Os neurônios pré-ganglionares parassimpáticos, que se projetam às vísceras do 
tórax e parte do abdômen, estão localizados no núcleo motor dorsal do vago e núcleo 
ambíguo. O núcleo motor dorsal é em grande parte secretomotor (ativa glândulas), 
enquanto o núcleo ambíguo é visceromotor (modifica a atividade do músculo cardíaco). 
Fibras aferentes viscerais: as fibras motoras viscerais nos nervos autonômicos 
são acompanhadas por fibras aferentes viscerais. A maioria destas fibras aferentes 
fornece informações que se originam de receptores sensoriais nas vísceras. A atividade 
destes receptores sensoriais jamais chega ao nível da consciência. Em lugar disso, estas 
fibras aferentes formam alças aferentes de arcos reflexos. Os reflexos viscerais operam 
num nível subconsciente e são muito importantes para a regulação homeostática e ajuste 
a estímulos externos. 
 As fibras aferentes viscerais que medeiam a sensibilidade incluem nociceptores 
que trafegam nos nervos simpáticos, como, por exemplo, os nervos esplânicos. A dor 
visceral pode ser causada por distensão excessiva de vísceras ocas, por contração ou 
isquemia. A origem da dor visceral costuma ser difícil de identificar devido à sua 
natureza difusa e sua tendência a ser referida a estruturas somáticas. 
 
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 Outras fibras aferentes viscerais trafegam em nervos parassimpáticos. Estas 
fibras geralmente estão envolvidas com reflexos, e não com sensibilidade. Por exemplo, 
as fibras aferentes de barorreceptores que inervam o seio carotídeo estão no nervo 
glossofaríngeo. 
Sistema Nervoso Entérico 
Localizado na parede do trato gastrointestinal e subdivide-se em; 
 -Plexo mioentérico: que se situa entre as camadas musculares 
longitudinal e circular do intestino, controlam a motilidade gastrointestinal; 
 -Plexo submucoso: que se situa na submucosa do intestino, regulam a 
homeostase dos líquidos corporais; 
Os tipos de neurônios encontrados no plexo mioentérico incluem não somente 
motoneurônios excitatórios e inibitórios, mas também interneurônios e neurônios 
aferentes primários. 
 Os interneurônios excitatórios e inibitórios locais processam estes reflexos, e a 
aferência é enviada através de motoneurônios para as células musculares lisas. Os 
motoneurônios excitatórios liberam acetilcolina e substância P; os motoneurônios 
inibitórios liberam dinorfina e polipeptídeo intestinal vasoativo. 
 A atividade no SNE é modulada pelo SNS. Os neurônios pós-ganglionares 
simpáticos que contêm noradrenalina inibem a motilidade

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